Governo pede reforço na segurança de abrigos após relatos de estupros e briga de facções

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Na reunião ocorrida na sala de situação do governo federal nesta terça-feira, havia grande preocupação com a segurança em meio à catástrofe no Rio Grande do Sul, tanto em cidades atingidas pelas enchentes, quanto nos abrigos, para onde foram levadas, até o momento, quase 50 mil pessoas. Prefeitos já relataram ao governo a ocorrência de pelo menos três estupros em abrigos e o início da formação de facções criminosas nesses locais.

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Alguns relatos foram expostos pelo comandante militar do Sul, general Hertz Pires do Nascimento. Além disso, prefeitos de municípios ilhados na região metropolitana de Porto Alegre informaram que houve brigas e espancamentos dentro de banheiros e indícios de que facções criminosas começaram atuar nos abrigos.

Vale ressaltar que o presídio do município de Charqueadas, na região metropolitana da capital gaúcha, precisou ser esvaziado. Mais de mil presos foram transferidos para outros presídios e, de acordo com o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, alguns que estavam em regime semiaberto foram encaminhados para abrigos.

De acordo com números do governo, até o momento, mais de 48 mil pessoas foram levadas para abrigos. Além da insegurança nesses lugares, Pimenta disse que há muitos relatos de saques e pessoas em risco estão reticentes em deixar suas casas, mesmo que inundadas, por medo de serem roubadas.

O ministro informou ainda que vai pedir reforço na Força Nacional. Até ontem, 117 policiais foram deslocados para o estado, no entanto, Pimenta, que é gaúcho, disse que vai pedir mais. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, informou que enviou mais 100 militares hoje para o Rio Grande do Sul.

Fake news

Pimenta entrou com uma representação hoje pedindo investigação da Polícia Federal contra perfis, postagens e declarações de pessoas que estão espalhando notícias falsas. Um exemplo citado por ele é de desinformação sobre caminhões de ajuda na divisa com Santa Catarina que o governo federal estaria impedindo de entrar. “Isso é mentira”, disse a jornalistas na tarde de hoje.

O Planalto compilou uma série de postagens e trabalhou na identificação dos perfis nas redes. Entre esses perfis estão políticos bolsonaristas, como o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o senador Cleitinho Azevedo (PL-MG), Pablo Marçal, que foi pré-candidato do extinto PROS, em 2018, além de outras páginas de extrema direita.

O Meio tenta contato com os citados pelo ministro para que possam apresentar suas versões.

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