Meio

A crise entre os funcionários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a gestão de Márcio Pochmann ganhou um novo contorno nesta semana. Em uma carta aberta assinada por 134 servidores, os trabalhadores acusam a administração de autoritarismo e alertam para o “clima organizacional deteriorado” no órgão responsável por elaborar os indicadores oficiais do país. Na carta é criticada a criação da Fundação IBGE+, realizada em 2024 para captar recursos adicionais por meio de uma estrutura público-privada. Eles consideram a fundação um “IBGE paralelo” e argumentam que ela compromete a autonomia técnico-científica da instituição. A Confederação Nacional dos Servidores Públicos também se manifestou em uma carta aberta pedindo que o Congresso interrompa a criação da fundação e denuncie o caso a organismos internacionais, como a Organização Internacional do Trabalho e a ONU. Os trabalhadores ainda expressaram solidariedade a dois diretores de pesquisa que deixaram seus cargos recentemente, em protesto contra as práticas da atual gestão. Uma servidora que preferiu não se identificar afirmou que o clima interno no IBGE está “bem ruim” e que muitos profissionais próximos da aposentadoria estão acelerando seus processos de saída. (Valor)