Confiança do consumidor recua em fevereiro ao menor nível desde agosto de 2022
O Índice de Confiança do Consumidor, divulgado pelo FGV IBRE, caiu pelo terceiro mês consecutivo em fevereiro, atingindo 83,6 pontos, menor patamar desde agosto de 2022. O indicador acumula perdas superiores a 10 pontos, refletindo principalmente a deterioração das expectativas dos consumidores sobre o futuro. Segundo Anna Carolina Gouveia, economista do FGV IBRE, a piora do índice é resultado direto da alta na inflação dos alimentos, que afeta o poder de compra das famílias mais pobres, e da persistente elevação das taxas de juros. Entre os componentes, o Índice de Expectativas foi o mais afetado, com queda de 4,3 pontos, puxado especialmente pelo indicador que mede a intenção de compra de bens duráveis, que atingiu o menor nível também desde agosto de 2022. Por outro lado, os indicadores sobre a situação econômica local atual e futura tiveram leve avanço. A queda na confiança foi generalizada em todas as faixas de renda, mas afetou de forma mais intensa os consumidores com renda até R$ 2.100,00.
Além disso, a procura por financiamento no Brasil caiu 7% em 2024, segundo dados do Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC). O recuo foi puxado principalmente pelos setores financeiro e varejista, com quedas entre 3% e 20%. O segmento de serviços foi exceção, crescendo 30% no ano. Para Natália Heimann, responsável pelo INDC, apesar do cenário desafiador causado pela Selic elevada, a alta de 6% na busca por crédito em dezembro, comparada a novembro, indica uma perspectiva de recuperação gradual ao longo de 2025. Ela destaca que uma retomada do varejo pode impulsionar significativamente a oferta de crédito este ano, mesmo em meio às condições financeiras mais restritivas. (Meio e CNN Brasil