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Seminário discute universalização e descarbonização da energia antes da COP30

Com transmissão ao vivo, o seminário “Clima, sociedade e energia: oportunidades e desafios da transição energética no Brasil da COP30” reuniu, nesta quarta, autoridades, especialistas e representantes da sociedade civil para discutir os principais aspectos do setor elétrico nacional e como tornar a energia um direito universal e sustentável. Realizado pela Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE), o evento integrou a preparação brasileira para a COP30, que será sediada em Belém (PA) em novembro deste ano e contou com a participação da diretora-executiva, Ana Toni. Segundo ela, a COP não deve debater temas nacionais, mas priorizar os debates internacionais e, por isso, é fundamental construir consensos internos, e implementar o que está no balanço da COP28, feita em Dubai: triplicar a capacidade de energias renováveis até 2030 e dobrar a eficiência energética. Para ela, as emissões de carbonos no Brasil eram antes majoritariamente a partir do processo de desmatamento, e não da energia. Porém, a matriz energética renovável deve agora estar no centro do debate e o país já conta com um sistema de energia robusto e altamente renovável, apesar de ainda precisar lidar com 4 milhões de pessoas em sistemas isolados no Brasil.

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Inclusive, um dos painéis do seminário marcou o lançamento do estudo Descarbonização dos sistemas isolados da Amazônia, produzido pela consultoria Envol. A pesquisa revela um Brasil ainda distante da universalização elétrica, pois existem 2,7 milhões de pessoas com acesso precário à energia, e cerca de 1 milhão seguem completamente sem luz. Nos sistemas isolados, o custo de energia por habitante pode ultrapassar R$ 4 mil por ano para um serviço intermitente e pouco sustentável. Para comparar, 87% do sistema interligado é renovável, enquanto no sistema isolado o número é de apenas 12%. O estudo sugere o uso de fundos como o da Conta de Desenvolvimento da Amazônia Legal (CDAL) para financiar projetos de inclusão energética com base em renováveis.

Na sequência, foi debatido o fim do carvão mineral como fonte energética. Representantes do setor elétrico do Rio Grande do Sul, onde ainda há forte presença do carvão, defenderam alternativas regionais que levem em conta os impactos sociais e econômicos da transição, como o uso do conhecimento técnico local e o estímulo à produção de fertilizantes como forma de substituição das importações. Donato da Silva Filho, Diretor Geral da Volt Robotics, ainda apontou como as universidades gaúchas podem contribuir para direcionar o conhecimento para resolver os problemas energéticos do local. (Meio)

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