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A uma semana da entrada em vigor do tarifaço de Donald Trump, mais uma pesquisa, agora do Ipespe, mostra o impacto positivo do ataque comercial sobre a avaliação do governo Lula. Segundo o levantamento (íntegra), a aprovação do Executivo subiu de 40% em maio para 43% este mês, enquanto a reprovação recuou de 54% para 51%, nos dois casos além da margem de dois pontos percentuais. Houve também mudança nas expectativas em relação ao governo. A atuação deve melhorar para 42% (eram 39% em maio) e piorar para 43% (44% na avaliação anterior), configurando agora empate técnico.

O instituto avaliou também a opinião da população em relação aos outros poderes da República. A Câmara é aprovada por 24% dos entrevistados e reprovada por 63%, com 13% não sabendo responder. O Senado tem números parecidos: 25% de aprovação, 61% de reprovação e 14% não responderam. A avaliação do Legislativo é semelhante tanto entre os que aprovam quanto os que reprovam o Executivo.

Em relação ao Judiciário, no caso, o Supremo Tribunal Federal (STF), a situação é diversa, com reprovação de 49%, aprovação de 43% e 8% sem resposta. Nesse caso, a polarização política se reflete na avaliação. Entre os que aprovam o governo Lula, 81% também aprovam o Supremo e 12% reprovam. Já entre os que reprovam o Executivo, o STF é reprovado por 83% e aprovado por 11%.

O Ipespe fez paralelamente uma pesquisa (íntegra) sobre o tarifaço de Trump e a reação do governo brasileiro. A maioria dos entrevistados, 61%, tem uma avaliação negativa do governo dos EUA, enquanto 33% o veem positivamente e 7% não responderam. O perfil ideológico conta muito nesse resultado: entre a esquerda, 98% desaprovam Trump e 1% aprova; no centro, 75% desaprovam e 19% aprovam; já na direita, o americano é aprovado por 72% e reprovado por 22%.

A reação do governo brasileiro é bem avaliada por 50% e mal avaliada por 46%, com 5% de indecisos. Também há uma clara clivagem ideológica entre esquerda (88% aprovam e 10% reprovam), centro (62% aprovam e 34% reprovam) e direita (81% reprovam e 16 aprovam).

Na avaliação individual da postura dos líderes brasileiros diante do tarifaço, o resultado é ruim para a direita. A ação do presidente Lula é aprovada por 50% e reprovada por 45%, enquanto a do ex-presidente Jair Bolsonaro é reprovada por 60% e aprovada por 32%. A reprovação supera a aprovação nesse episódio para todos os político de direita citados na pesquisa, como o deputado Eduardo Bolsonaro, do PL paulista (59% a 27%); o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos (46% a 32%), o governador de Minas, Romeu Zema, do Novo (42% a 28%); e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil (40% a 21%).

Em relação às eleições presidenciais de 2026, 53% dos entrevistados acham que o apoio de Trump prejudicará um candidato, enquanto 32% creem que ajudará. Entre a esquerda, 84% acham que prejudica; entre a direita, 56% acham que ajuda.