O momento na guerra dos streamings

Uma das disputas mais interessantes do mundo da tecnologia hoje, é a chamada guerra dos streamings. É um assunto que temos acompanhado aqui no Meio, talvez até com uma certa fixação. Mas agora é um bom momento para voltar ao assunto. Não só teremos finalmente, na próxima terça, o lançamento da Disney+ aqui no Brasil (e em toda América Latina), como tivemos nas últimas semanas a divulgação dos resultados do último trimestre da própria Disney e da Netflix.

A Netflix, que apresentou seus resultados no dia 20 de outubro (PDF), continua a liderar o mercado com 195 milhões de assinantes, mas viu uma forte desaceleração em seu crescimento. No terceiro trimestre desse ano adicionou apenas 2,2 milhões de novos usuários. Uma queda considerável em relação aos mais de 10 milhões do segundo trimestre e os quase 16 milhões do primeiro trimestre do ano. Desde o início de 2016 que a empresa não apresentava um crescimento tão tímido. Não surpreende que suas ações tenham caído mais de 10% no último mês.

Já a Disney está rapidamente se posicionando como um dos grandes players nesse jogo. Nos resultados apresentados essa semana (PDF), seu serviço Disney+, que nem existia ano passado, já conta com mais 73 milhões de assinantes. Tendo conquistado 13 milhões de novos usuários no trimestre. Além deles a Disney conta ainda com mais 10 milhões de assinantes na ESPN+ e quase 37 milhões no Hulu, totalizando 120 milhões de assinaturas de streaming. Enquanto seus parques e os resultados de cinema foram afetados pela pandemia, o segmento de streaming (que inclui ainda as operações internacionais da empresa) cresceu 41% no trimestre e foi responsável por quase um terço do faturamento de toda a companhia.

Enquanto isso… Segundo a Forbes, a Apple TV conta com estimados 40 milhões de assinantes. O Peacock, da NBC Universal, com 22 milhões e a HBO Max com 8,6 milhões (que se somados com as assinaturas do serviço tradicional da HBO chegam a 57 milhões). A Amazon não divulga os assinantes de seu Prime desde janeiro, quando o serviço contava com 150 milhões de usuários. Mas o Prime Video é apenas parte do serviço, então não é possível fazer uma comparação precisa com os outros.

Embora muitos atribuam o rápido crescimento da Disney ao seu grande catálogo de filmes e séries, sua estratégia de lançamento e foco em parcerias com plataformas e outros serviços é responsável por parte desse sucesso. Diferentemente de HBO e NBC, a Disney se esforçou para disponibilizar logo seu serviço nas plataformas da Roku e no FireTV da Amazon. Juntas, elas controlam cerca de 70% das TVs conectadas no mercado americano. No lançamento do Disney+, o serviço ocupou toda a tela inicial dos usuários do Roku nos EUA. Além disso, as novas versões da caixinha de TV da Roku vêm com controle remoto que tem botões do Disney+, Hulu e ESPN+ juntos ao tradicional botão da Netflix. Já suas concorrentes hesitam fechar parcerias com ambas plataformas. Tanto Amazon como Roku exigem acesso a dados dos usuários dos serviços bem como acesso à parte do inventário de publicidade. Meses depois do lançamento de seu serviço, a NBCUniversal conseguiu negociar um acordo, e o Peacock já está disponível no Roku, mas ainda sem previsão de quando estará no FireTV. Já a HBO, continua fora de ambos.

Aqui no Brasil, a Disney segue apostando em parcerias. A assinatura vai custar R$ 27,90 por mês, mas poderá ser contratada em um combo junto com a Globoplay por R$ 37,90. E na segunda feira a TV Globo vai exibir na sua Tela Quente os dois primeiros episódios de The Mandalorian, a série de grande sucesso do universo de Star Wars, cuja segunda temporada acabou de estrear no serviço da Disney.

Por Vitor Conceição

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O liberalismo ausente

15/05/24 • 11:09

Nas primeiras semanas de 2009, o cientista político inglês Timothy Garton Ash publicou no New York Times um artigo sobre o discurso de posse de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos. “Faltava apenas”, ele escreveu, “o nome adequado para a filosofia política que ele descrevia: liberalismo.” A palavra liberalismo, sob pesado ataque do governo Ronald Reagan duas décadas antes, passou a representar para boa parte dos americanos uma ideia de governo inchado e incapaz de operar. Na Europa continental e América Latina, segue Ash, a palavra tomou o caminho contrário, representando a ideia de um mercado desregulado em que o poder do dinheiro se impõe a um Estado fraco. Não basta, sequer, chamar a coisa só de liberal. É preciso chamá-la neoliberal. Desde final dos anos 1970, já são quarenta anos de um trabalho de redefinição forçada do que é liberalismo, uma filosofia política de três séculos e meio pela qual transitaram algumas dezenas de filósofos e economistas de primeiro time. O sentido do termo se perdeu de tal forma no debate público, que mesmo muitos dos que se dizem liberais não parecem entender que conjunto de ideias representam.

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