Depois do ‘tiro de misericórdia’, Bolsonaro recebe a ‘pá de cal’
Marcelo Godoy: “Se o depoimento do general Freire Gomes era visto como o tiro de misericórdia em Jair Bolsonaro, o do ex-comandante da FAB, o brigadeiro Baptista Junior, é a pá de cal. A análise dos dois mostra o cenário, o caminho das investigações da Polícia Federal sobre o golpe. Elas mostram cada vez mais que a ação nas redes sociais e as ações de militares das Forças Especiais estavam umbilicalmente ligadas. Elas tinham o aspecto de uma operação psicológica (Op Psico), como objetivo preparar o terreno para a aceitação do golpe, o cancelamento das eleições, e a adesão da maior parte das Forças Armadas ao projeto de manter Jair Bolsonaro no poder após o dia 1.º de janeiro. A 3ª edição do Manual de Campanha de Operações Psicológicas, publicado em 1999 pelo Exército, diz: ‘As Op Psico constituem uma parte essencial do poder. Os chefes militares e políticos das nações têm utilizado, quer na paz, quer na guerra, as Op Psico como forma de persuasão ao longo da história’”. (Estadão)