Em sabatina, Galípolo defende autonomia do BC e prevê crescimento do PIB de 3% em 2024
Em sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta terça-feira, o indicado do governo para presidir o Banco Central, Gabriel Galípolo, disse ter frustrado expectativas de que representaria o presidente Lula em disputas com o atual chefe do BC, Roberto Campos Neto. Galípolo destacou sua boa relação com ambos e sugeriu uma melhoria da comunicação da autarquia monetária para melhor explicar sua autonomia, que deve seguir metas estipuladas pelo Executivo. Galípolo precisa da aprovação dos senadores, após responder às perguntas, para se tornar o presidente do Banco Central.
O economista também enfatizou a necessidade de maior atenção às expectativas de inflação para 2024, observando que o Banco Central trabalha com um horizonte contínuo de metas. Ele ainda comentou a surpresa positiva com as projeções de crescimento do PIB, que devem, segundo ele e previsões do mercado, fechar 2024 em 3%, acima do previsto no começo do ano.
Outro tema abordado foi o impacto econômico do mercado de apostas. Galípolo relatou desconfiança inicial com os números, mas reconheceu a relevância das apostas na economia. Um estudo do próprio Banco Central revelou que beneficiários do Bolsa Família transferiram R$ 3 bilhões via Pix para sites de apostas em agosto, levando o governo a monitorar o tema. Ele, no entanto, disse que “o Banco Central não tem qualquer atribuição sobre a regulação de jogos e apostas, a nossa função é muito mais tentar entender qual é o impacto disso em consumo, endividamento das famílias, como a gente consegue explicar a relação entre atividade econômica, despesas e o impacto na inflação”. (Valor Econômico, Folha e InfoMoney)