Quaest mostra empate entre Lula e Tarcísio em eventual segundo turno
Ainda falta mais de um ano para as próximas eleições presidenciais, e muita coisa pode acontecer nesse intervalo, mas os alarmes da ala política do governo já estão soando. Uma pesquisa de intenção de votos (íntegra) divulgada pela Genial/Quaest no início da manhã de hoje mostra que, caso o segundo turno do pleito acontecesse hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estaria numa situação pouco confortável, empatando dentro da margem de erro de dois pontos percentuais com três possíveis candidatos de direita. Contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem apenas um ponto de vantagem, 41% a 40% das intenções de votos. O presidente teria um pouquinho mais de folga se o adversário fosse o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), com 40% a 38%; ou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), com 43% 39%.
Mas a própria candidatura de Lula não é vista com bons olhos. Para 66% dos entrevistados, ele não deveria tentar a reeleição no ano que vem, o que representa um crescimento de quatro pontos em relação aos 62% registrados em março e 52% em janeiro. Na outra ponta do espectro político, 65% dizem que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria apoiar outro candidato de direita, em vez de insistir no próprio nome. Ele está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e é réu em um processo no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Caso pudesse ser candidato, aponta a Genial/Quaest, Bolsonaro estaria numericamente empatado com Lula, ambos com 41%.
A pesquisa ouviu 2.004 eleitores entre os dias 29 de maio e 1º de junho em todo o país.
A situação desconfortável do presidente Lula no levantamento eleitoral tem explicação em outra pesquisa da Genial/Quaest, esta apresentada na quarta-feira. De acordo com o levantamento (íntegra), 57% dos brasileiros desaprovam a terceira passagem de Lula pelo Planalto. O índice de rejeição ao governo no Sudeste — onde está quase metade do eleitorado brasileiro — é o maior do país: 66%. Entre os evangélicos, a reprovação chega a 64%. A pesquisa também mostrou que a popularidade do presidente segue em baixa, com 43% dos eleitores afirmando ter uma visão negativa da gestão. Outros 28% disseram que o governo tem uma atuação regular, e apenas 26% afirmaram ver positivamente a maneira como o país está sendo conduzido.
“Pela primeira vez a rejeição ao governo está se transformando em rejeição eleitoral a Lula, alavancando as candidaturas dos potenciais herdeiros de Bolsonaro. O eleitor passou a conhecer melhor nomes como Tarcísio, Ratinho e Zema, e começa a tê-los como opção na eleição presidencial”, avalia o cientista político Felipe Nunes, CEO da Quaest.