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Cúpula do Brics alivia EUA, Rússia e Israel em documento final

Foto: Li Xiang/Xinhua via AFP

A cúpula dos países que integram o Brics no Rio de Janeiro só termina hoje, mas o documento final (íntegra), costurado ao longo de um ano por diplomatas dos 11 países membros, foi apresentado pelo Itamaraty neste domingo. O texto cobra uma reforma ampla da ONU, com ênfase no Conselho de Segurança, na Organização Mundial de Comércio (OMC) e no Fundo Monetário Internacional (FMI), e defende a solução de dois Estados para o conflito entre Israel e os palestinos. A guerra no Oriente Médio foi um tema delicado, com o documento condenando o bombardeio a instalações nucleares no Irã sem citar Israel e os Estados Unidos. A Rússia, fundadora do bloco, foi poupada nas referências à guerra na Ucrânia. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao abrir a conferência, usou o termo “genocídio” ao se referir à ação israelense em Gaza e afirmou que o mundo vive um “colapso do multilateralismo”, criticando o aumento de gastos militares da Otan. (g1)

Dois pontos da declaração do Brics entram em conflito direto com o governo dos Estados Unidos, embora, mais uma vez, o país não tenha sido citado. O bloco criticou a “imposição unilateral de tarifas comerciais” que, segundo os documentos, distorcem o comércio internacional. E defendeu o direito de os países estabelecerem seus próprios marcos regulatórios sobre as big techs e o mercado de inteligência artificial. Donald Trump não gostou e, no fim da noite, publicou em sua rede, a Truth Social uma ameaça de impor taxas adicionais de 10% a produtos de países que se alinhassem ao bloco. “A qualquer país que se alinhe com as políticas antiamericanas do Brics, será cobrada uma tarifa adicional de 10%. Não haverá exceções a esta política”, escreveu. Desde que reassumiu a Casa Branca, ele vem combatendo ferozmente as tentativas internacionais de impor regras às big techs, muitas das quais apoiaram sua campanha. (Folha)

E o Irã foi alvo de um protesto na praia de Ipanema, onde forcas e bandeiras do arco-íris foram fincadas pela ONG pró-Israel StandWithUs Brasil para denunciar a perseguição à comunidade LGBTQIA+ pelo regime dos aiatolás. A homossexualidade é considerada um crime punível com a morte segundo a lei iraniana. (CNN Brasil)

Diogo Schelp: “O bloco continua sendo relevante para a política externa brasileira, mas os desafios agora são maiores e os ganhos para a nossa diplomacia, menos evidentes. Tentar fortalecer, pelo antagonismo com os Estados Unidos, um clube de países diluído por ditaduras não parece uma estratégia com muito futuro.” (Estadão)

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Quase dois anos depois dos atentados de 7 de outubro de 2023 e da subsequente invasão da Faixa de Gaza por Israel, fontes ligadas ao Hamas admitem que o grupo islâmico perdeu o controle sobre quase 80% do território palestino. Grupos locais armados, financiados por Israel, estariam ocupando o espaço. Um oficial do Hamas, falando sob condição de anonimato, diz que o grupo perdeu 95% de seus líderes, mortos em bombardeios israelenses, e que a infraestrutura de governo da Faixa de Gaza não existe mais. (BBC)

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se reúne hoje em Washington com o presidente Donald Trump, que, após o bombardeio ao Irã, vem pressionando por um cessar-fogo em Gaza. Israel enviou no domingo uma delegação ao Catar para discutir uma trégua com o Hamas, que teria aceitado os termos apresentados por Trump na semana passada. (New York Times)

Meio em Vídeo. No Diálogos com a Inteligência desta semana, Christian Lynch recebe Monique Sochaczewski, pesquisadora sênior do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), doutora em Política, História e Bens Culturais pelo CPDOC/FGV. Ela fala do conflito entre Israel e palestinos em Gaza para entendermos quando surgiu e como estamos até hoje nesse impasse. Diálogos com a Inteligência é uma parceria da Insight, editora da revista Insight Inteligência, com o Meio. (YouTube)

O ruidoso rompimento entre Donald Trump e Elon Musk ganhou um novo capítulo neste fim de semana, quando o bilionário sul-africano anunciou seus planos de fundar um partido político nos EUA, onde também tem cidadania. O dono da Tesla passou de parceiro a desafeto do presidente por conta do pacote tributário aprovado na semana passada pelo Congresso. O plano de Musk seria investir para que seu partido conquiste algumas cadeiras na Câmara e no Senado, onde as propostas de Trump têm passado por margem apertada. A reação foi imediata. O secretário do Tesouro (equivalente a ministro da Fazenda), Scott Bessent, disse que o bilionário deveria ficar fora da política, afirmando que, segundo pesquisas, o presidente é popular e “Musk não”. (Guardian)

Filiados do PT em quase todo o país foram às urnas neste domingo para eleger o novo presidente do partido, que comandará a legenda durante a provável campanha do presidente Lula à reeleição. “Quase todo” porque o pleito em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, foi suspenso após uma decisão judicial, o que deve atrasar o resultado nacional. Dandara Tonantzin, candidata a presidente regional em Minas, havia sido impedida de concorrer por suposta “inadimplência nas contribuições partidárias”, mas conseguiu reverter a decisão nos tribunais na noite de sábado. Alegando não haver tempo hábil para incluir o nome dela nas cédulas (de papel), a executiva regional suspendeu a eleição, que ainda não tem data para acontecer. O presidente Lula votou no Rio, onde participa da reunião do Brics. (Poder360)

Derrotado na votação que derrubou o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o governo partiu para a briga nas redes e, segundo pesquisa Genial/Quaest (íntegra) divulgada no fim de semana, levou a melhor. De acordo com o levantamento, houve 4,4 milhões de publicações sobre o assunto entre 24 de junho e 4 de julho. Destas, 61% foram de críticas ao Congresso, 28% foram neutras e 11% eram contra o governo. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) foi alvo de 8% das publicações, com tom majoritariamente crítico. Na sexta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes suspendeu tanto o decreto do Executivo elevando o IOF quanto a decisão do Congresso derrubando a medida e convocou uma audiência de conciliação. (g1)

Conciliação

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Viver

Ao menos 79 pessoas já morreram até este domingo após as enchentes que atingiram o centro do Texas no fim de semana, causando danos generalizados e alagamentos. Apenas no Condado de Kerr, as autoridades relataram 68 mortes, sendo 40 adultos e 28 crianças, além de outras 11 meninas que seguem desaparecidas em um acampamento de verão cristão. O Serviço Nacional de Meteorologia estendeu o alerta de inundação para grande parte do Centro-Sul do estado, enquanto Donald Trump assinou uma declaração de grandes desastres para o Condado, que libera recursos necessários para as buscas na região. (NBC News)

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A compra de armas por caçadores, atiradores e colecionadores (CACs) reduziu drasticamente no governo Lula ante a gestão de Bolsonaro. Foram adquiridas 39.914 armas em 2024, contra 448.319 no último ano de Bolsonaro, uma queda de 91%, segundo o Exército. A diminuição já havia sido percebida em 2023, quando Lula endureceu as regras. Houve redução na aquisição de todos os tipos de armamentos, mas o número de novos fuzis comprados nos primeiros quatro meses de 2025 já supera o total registrado em todo o ano passado, uma alta de 17,4%. (Folha)

O governo federal sancionou nesta sexta-feira a lei que torna crime hediondo ataques cometidos em instituições de ensino. Com a nova legislação, a pena máxima para quem cometer crimes em escolas, creches e universidades aumenta para até 30 anos de prisão. A pena aumenta até dois terços, caso o condenado seja parente próximo ou chefe da vítima, ou se for funcionário da instituição. (UOL)

O Fluminense venceu o Al Hilal por 2 a 1 na sexta-feira e segue como o único brasileiro na Copa do Mundo de Clubes da Fifa (veja os melhores momentos). O Tricolor das Laranjeiras enfrenta o Chelsea amanhã nas semifinais, já que o time inglês derrotou o Palmeiras no mesmo dia, também por 2 a 1 (veja os lances). (ge)

Meio em vídeo. No De Tédio a Gente Não Morre, Mariliz Pereira Jorge parte dos casos de Lauren Sánchez e Anitta para discutir a pressão estética, a obsessão por juventude e a busca por aprovação num mundo onde todo mundo quer ser único — mas acaba com a mesma cara. (YouTube)

Cultura

O fim de semana foi marcado por despedidas e recomeços no mundo do rock. No sábado, Ozzy Osbourne fez seu último show, ao reunir a formação original do Black Sabbath pela primeira vez em 20 anos. A apresentação contou ainda com a performance solo de Ozzy sentado em um trono e de outras bandas, como Metallica, Guns N' Roses, Slayer, Pantera e Gojira. Após 16 anos sem se apresentar juntos, os irmãos Noel e Liam Gallagher subiram ao palco de braços dados para a apresentação do Oasis em Cardiff, no País de Gales. Entoando músicas como Supersonic e Wonderwall, a banda deu início a sua turnê por quatro continentes, que deve passar pelo Brasil em 22 e 23 de novembro. (Variety)

Após vencer os prêmios de melhor ator e diretor no Festival de Cannes, O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, já tem lançamento confirmado em 94 países, além de ser exibido no pátio do Museu do Louvre, em Paris, neste sábado. Estrelado por Wagner Moura, Maria Fernanda Cândido e Gabriel Leone, o longa chega oficialmente aos cinemas brasileiros em 6 de novembro, mas ganhará sessões especiais em setembro e outubro. O thriller político, ambientado em 1977, acompanha um especialista em tecnologia que foge de um passado misterioso e volta ao Recife em busca de paz, mas logo percebe que a cidade está longe de ser o refúgio que procura. (gshow)

Brasileiro radicado nos Estados Unidos desde 1973, o percussionista Paulinho da Costa vai ganhar uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood em 2026. Conhecido por seu trabalho com artistas icônicos, como Michael Jackson, Madonna, Celine Dion, Whitney Houston e Elton John, o músico de 77 anos também tem créditos em trilhas sonoras de filmes como Dirty Dancing, Star Wars e Jurassic Park. Nascido no Rio de Janeiro, começou a tocar pandeiro ainda criança na Portela. Após ser convidado pelo pianista Sérgio Mendes, viajou para Los Angeles, onde fez carreira como percussionista tocando pop, R&B e jazz. (Globo)

Cotidiano Digital

O TikTok está desenvolvendo uma nova versão de seu aplicativo para usuários nos Estados Unidos antes de uma venda planejada para um grupo de investidores, segundo fontes revelaram ao Information neste domingo. A companhia estuda um plano para lançar a nova versão nas lojas de aplicativos do país em 5 de setembro, 12 dias antes do prazo estendido que o presidente americano, Donald Trump, deu para que a ByteDance, dona da rede social chinesa, vendesse a plataforma. Caso seja concluído, os usuários terão de baixar o novo app para poder continuar usando o serviço. (Information e Reuters)

O CEO da BMP, Carlos Benitez, revelou os bastidores do ataque hacker registrado na última semana. Segundo ele, a empresa só detectou o ataque após uma movimentação atípica de R$ 18 milhões na madrugada de segunda-feira passada. Sem sinais internos de anomalia, a equipe só percebeu o rombo no fim do dia, quando o saldo da conta-reserva no Banco Central já havia sido zerado. No total, R$ 400 milhões foram desviados, dos quais R$ 160 milhões foram recuperados em dois dias. O delegado Renato Topan, responsável pelo caso, classificou o episódio como o maior golpe financeiro do país, com prejuízo total estimado em até R$ 1,5 bilhão. (NeoFeed e InfoMoney)

Três grupos ligados a editoras independentes apresentaram uma queixa formal à Comissão Europeia contra o uso de seu conteúdo em resumos gerados por inteligência artificial exibidos no Google acima dos links tradicionais. A denúncia, liderada pela Independent Publishers Alliance, acusa a big tech de abuso de posição dominante por gerar esses resumos a partir de material de terceiros, sem oferecer opção de exclusão, o que estaria minando tráfego e receita dos sites originais. O Google defende que suas experiências com IA aumentam a visibilidade de conteúdo e afirma que a flutuação de tráfego depende de fatores diversos, como sazonalidade e mudanças algorítmicas. (Reuters)

O Brasil tem o potencial para ser um dos maiores polos mundiais de datacenters, mas o tempo para abocanhar esse mercado é curto, especialmente diante das necessidades para desenvolver inteligência artificial. Na Edição de Sábado, confira o que especialistas dos setores público e privado dizem sobre o que o país está fazendo e ainda precisa fazer para não perder o bonde da História. Leia aqui.

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