Com críticas de todos os lados, votação do PL antifacção é adiada

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Depois de uma semana em que o governo fez de tudo um pouco para evitar que o projeto antifacção do Ministério da Justiça fosse alterado drasticamente pela oposição, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), adiou a votação do relatório apresentado pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP), que apresentou na noite de quarta-feira a quarta versão de seu texto. O projeto mantém o endurecimento de penas e cria novos tipos penais contra facções, mas retira mudanças na Lei Antiterrorismo e nas atribuições da Polícia Federal (PF) — pontos que travavam a negociação com o Planalto e com a corporação. O texto deve ser apreciado pela Câmara na semana que vem. Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez chegar ao Congresso que o Planalto estava disposto a tudo para impedir que o texto fosse votado. “Foi de propósito, para tirar do governo a autoria de um projeto importante para o combate à segurança”, disse Lula em uma reunião com seus ministros, que acabou vazando para a imprensa. (g1)
O pedido de adiamento da votação partiu também dos governadores de oposição, a quem interessam as mudanças inicialmente propostas por Derrite — o deputado é secretário de Segurança de São Paulo e se licenciou para relatar o projeto na Câmara. Motta recebeu na tarde de quarta-feira cinco governadores de direita e ouviu de Claudio Castro (PL-RJ) o pedido para que o PL antifacção seja discutido por mais 30 dias, com audiências públicas. O temor dos governadores é que, aprovado da maneira como está, o texto fique parado no Senado. Já Romeu Zema (Novo-MG) insistiu na criticada equiparação de facções ao terrorismo. “Nós, governadores, queremos que essas organizações criminosas sejam consideradas grupos terroristas, porque são”, disse Zema. (Estado de Minas e CNN Brasil)
Enquanto isso, o Senado aprovou a recondução de Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República. Com 45 votos favoráveis e 26 contrários, o placar mais apertado já registrado por um indicado ao posto desde a redemocratização. (UOL)
Apesar de ter perdido popularidade por conta do tema da segurança pública, Lula continua liderando a corrida eleitoral a pouco menos de um ano das eleições de 2026. A pesquisa Genial/Quaest divulgada agora há pouco mostra que o presidente lidera em todos os cenários de primeiro e segundo turno, mas com vantagem menor em relação aos adversários. Nos cenários de segundo turno, Lula venceria com margens entre 3 e 17 pontos percentuais. Contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teria 42% das intenções de voto, ante 39% do rival — empate técnico. Em outubro, a diferença era de 10 pontos. O petista também venceria Ciro Gomes (PSDB), Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ratinho Júnior (PSD) por 5 pontos em média, após recuar em relação ao levantamento anterior, quando as vantagens eram de 9, 12 e 13 pontos, respectivamente. (Meio)
Meio em vídeo. Um grupo muito pequeno de brasileiros, apenas 3% do eleitorado, decidirá o próximo presidente da república. São mulheres, de classe C, mulheres jovens das periferias urbanas do Sudeste. E um novo levantamento do Instituto Ideia nos ensina muito sobre elas. A análise de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)
E-mails enviados a um jornalista em 2019 pelo financista Jeffrey Epstein, morto na prisão naquele mesmo ano após ser condenado por abuso e exploração sexual, complicou nesta quarta-feira a vida do presidente Donald Trump. Nos textos, divulgados por políticos democratas, Epstein dizia que Trump “sabia das garotas” e “passou horas” na casa de uma das vítimas. A Casa Branca acusou a oposição de “vazamentos seletivos” para difamar o presidente. (AP)
E Trump assinou o decreto, aprovado pelo Congresso, para financiamento do governo, encerrando a mais longa paralisação já registrada nas atividades no Executivo dos EUA. (CNN)
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Viver
A segurança precisou ser reforçada no terceiro dia da Cúpula do Clima da ONU (COP30), em Belém, após uma noite de protestos no Parque da Cidade, onde ocorre o evento. Soldados, bombeiros e policiais militares patrulhavam a área próxima à entrada na manhã desta quarta-feira, em meio a reparos na estrutura local. Manifestantes tentaram invadir a Zona Azul na noite anterior, onde acontecem as negociações, uma área restrita a delegações oficiais, chefes de Estado, observadores e imprensa credenciada. Portando cassetetes e faixas, o grupo tentou forçar a entrada, enfrentando a segurança e deixando dois agentes feridos. O ato começou em área controlada pelo governo do estado do Pará, passando por um trecho sob gestão federal e terminando na Zona Azul, espaço gerenciado exclusivamente pela ONU, o que gerou uma troca de acusações entre os poderes e as Nações Unidas quanto à responsabilidade de ação. O episódio está sendo investigado pelas autoridades. (CNN Brasil)
Mesmo não sendo o principal responsável pela invasão na COP30, a confusão gerou uma situação delicada para o governo Lula. O Planalto se vê em uma encruzilhada, já que não quer condenar os manifestantes pelo ato, ao passo que membros influentes avaliam ser necessário um posicionamento oficial, para evitar que o episódio se repita e cause problemas maiores. Interlocutores próximos a Lula afirmam que o presidente ficou irritado com o ocorrido, demonstrando insatisfação e preocupação com a imagem do evento mundo afora. (UOL)
De maneira mais pacífica e simbólica, mais de 200 embarcações participaram de uma barqueata na manhã desta quarta-feira na Baía do Guajará, em Belém. O ato, que durou duas horas, fazia parte da Cúpula dos Povos, um evento paralelo à COP30, que reuniu cerca de 5 mil pessoas de 60 países em um manifesto pela Amazônia e pela justiça climática. Em defesa dos ribeirinhos, indígenas e quilombolas, os participantes seguravam cartazes com críticas ao avanço de grandes obras e projetos do agronegócio sobre os territórios desses povos, enquanto exigiam modos de vidas mais sustentáveis na região. (g1)
Apesar dos conflitos, a COP30 recebeu boas notícias nesta quarta-feira, com o BNDES anunciando o fechamento de acordos que somam R$ 20,86 bilhões com bancos de desenvolvimento da Europa, Japão e América Latina. Os recursos vão financiar projetos sustentáveis no Brasil em setores de energia renovável, mobilidade urbana, crédito a pequenas empresas e ações de combate às mudanças climáticas. O maior aporte foi do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que assinou um pacote de US$ 2,25 bilhões (R$ 11,93 bilhões) em três frentes: R$ 2,674 bilhões serão feitos via aporte no Fundo Clima, R$ 5,348 bilhões para projetos ambientais e outros R$ 4,011 bilhões destinados ao fomento da produtividade, geração de empregos e redução das desigualdades. (Valor)
Aliás, um estudo realizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que mais de 90 países não sabem quanto investem em mitigação e adaptação às mudanças climáticas, e sete em cada dez nações não têm mecanismos adequados para monitorar o progresso em relação às metas climáticas. No Brasil, 17 das 24 capitais analisadas não estão se preparando para se recuperar de desastres causados pelas mudanças do clima. (UOL)
A Agência Internacional de Energia (AIE) divulgou um relatório apontando crescimento contínuo da demanda por petróleo e riscos de elevação da temperatura média global bem acima do estabelecido pelo Acordo de Paris. Segundo o estudo, a demanda por petróleo atingirá 113 milhões de barris por dia em 2050, alta de 13% em relação a 2024. O governo brasileiro pretende debater na COP30 os critérios para implementar a transição energética deliberada na COP28, em Dubai. Mas enfrenta alguns obstáculos, como a ausência dos Estados Unidos, maiores produtores de petróleo do mundo, e a resistência de países africanos, que receiam sofrer prejuízos sociais com uma baixa produção. (Folha)
Para ler com calma. Além da ausência da delegação e do próprio presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na COP30, muitos executivos de empresas americanas decidiram aderir ao boicote à conferência da ONU. Apesar de não se juntarem publicamente ao negacionismo climático, alguns deles sugeriram recentemente que o tema talvez não mereça tanta atenção quanto tem recebido. Os líderes das maiores companhias prometeram reduzir emissões de gases do efeito estufa na atmosfera e formaram coalizões para financiar a transição energética, mas nenhum dos maiores nomes compareceram ao evento em Belém. (New York Times)
Em homenagem à COP30, o IBGE divulgou nas redes uma nova versão do mapa-múndi com Belém e o estado do Pará no centro. (CNN Brasil)
Panelinha no Meio. E já que o assunto é COP30, vamos homenagear o Pará com um ingrediente típico da região, o cumaru, uma semente aromática conhecida como “baunilha brasileira”. Aqui ela dá ainda mais sabor a um pudim de mandioca.
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Cultura
O onipresente Pedro Pascal é antagonista de Joaquin Phoenix em Eddington, principal estreia desta quinta-feira nos cinemas. Apesar de dirigido por Ari Aster, famoso pelos filmes de terror Midsommar e Hereditário, o longa é uma comédia com toques de suspense sobre o conflito entre o prefeito e o xerife de uma cidadezinha nos EUA por conta das restrições impostas pela pandemia em 2020. Também chegam às telas, entre outros filmes, um drama sobre radicalismo religioso, um romance adolescente LGBTQIA+ e mais um Truque de Mestre. Confira todas as estreias e veja os trailers no site do Meio.
A cantora Adele vai debutar como atriz em Cry to Heaven, novo filme de Tom Ford, que vai dirigir, escrever e produzir a adaptação do romance homônimo de Anne Rice, de 1982. Ambientada na Itália do século XVIII, a história fictícia acompanha dois homens, um nobre veneziano e um cantor de ópera castrado, cujas vidas se entrelaçam inesperadamente. O elenco ainda conta com nomes como Nicholas Hoult, Aaron Taylor-Johnson e Ciarán Hinds. As filmagens principais devem começar em janeiro e o lançamento do longa está previsto para o final de 2026. (Variety)
Cotidiano Digital
A Amazon anunciou no Brasil as novas Echo Show 8, Echo Show 11 e a Echo Studio, todas compatíveis desde o lançamento com a futura versão turbo da assistente Alexa+, ainda sem data de ser disponibilizada. Os modelos com tela chegam ao site da Amazon, com preços de R$ 1.799 e R$ 2.199; já a Echo Studio estará à venda a partir de 27 de novembro, por R$ 1.999. Entre os destaques das novas Echo estão o acabamento em tricô 3D, que ajuda a melhorar a acústica, o novo chip AZ Pro 3, que torna a resposta da Alexa mais rápida e fluida, câmeras que ajustam automaticamente o enquadramento e o zoom durante chamadas de vídeo, sensores de temperatura mais precisos, que podem ser usados para automações e a função de hub doméstico, que permite controlar, a partir da Echo, outros dispositivos inteligentes da casa, como lâmpadas, fechaduras e termostatos. (Tecmundo)
A Comissão Europeia apresentou nesta quarta-feira a estratégia batizada de “Escudo Europeu da Democracia”, que tem objetivo de combater desinformação e a influência estrangeira em eleições. A iniciativa pressiona plataformas digitais como Google, Microsoft, Meta, TikTok e X a intensificarem a detecção e rotulagem de conteúdo manipulado por inteligência artificial. Também prevê um protocolo de resposta rápida a crises e incidentes digitais, e a criação de um centro europeu voltado à resiliência democrática. A Comissão ainda quer criar uma rede voluntária de influenciadores para reforçar a conscientização sobre as regras eleitorais. (Reuters)



