Trump ordena ‘bloqueio total’ a petroleiros da Venezuela
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A tensão entre Estados Unidos e Venezuela chegou a um ponto ainda mais crítico na noite desta terça-feira, quando Donald Trump anunciou em sua rede Truth Social o “bloqueio total e completo” a navios petroleiros alvos de sanções que tentem deixar o país caribenho. Pela primeira vez o presidente americano deixou claro que a motivação para o cerco à Venezuela não é o combate às drogas. Segundo ele, o bloqueio vai continuar até que Caracas “devolva o petróleo, as terras e os bens” que, nas palavras dele, “roubou” dos EUA. As empresas americanas exploravam o petróleo do país sem qualquer controle até a década de 1970, quando foi criada a estatal PDVSA. O governo de Nicolás Maduro classificou o anúncio como uma “ameaça grave e irresponsável”. (CNN)
O Centrão e os governadores de direita tiveram uma dupla má notícia com a pesquisa Genial/Quaest (íntegra) divulgada nesta terça-feira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera as simulações de primeiro e segundo turno, enquanto o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), ungido candidato pelo pai, surge em segundo lugar, à frente dos demais candidatos conservadores. Nos diversos cenários de primeiro turno, Lula varia entre 41% e 34%, enquanto Flávio vai de 27 e 21%, superando os governadores Ratinho Júnior (PSD-PR), com 13%; Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), com 10%; Romeu Zema (Novo-MG), 6%; e Ronaldo Caiado (União-GO), 4%, e o ex-governador Ciro Gomes (PSDB-CE), com 8%. No segundo turno, Lula venceria Flávio por 46% a 36%, Tarcísio por 45% a 35% — a mesma diferença em relação a Ratinho —, Caiado por 44% a 33%; Zema por 45% a 33%. Além da fragmentação da direita, a Genial/Quaest trouxe alguns alentos para o governo, cuja desaprovação recuou de 50% para 49%. A aprovação foi de 47% para 48%. Ambas as variações estão dentro da margem de erro de dois pontos percentuais. Na percepção do cenário econômico, embora os números globais ainda sejam ruins para o governo, houve uma melhora. Os que percebem piora na economia caíram de 43% para 38%; os que veem melhora subiram de 24% para 28%; e os que não veem mudança recuaram ligeiramente, de 32% para 31%. A expectativa é de que a economia melhore para 44% (42% em novembro), piore para 33% (35%) e fique igual para 19% (21% no mês passado). (Meio)
Maria Cristina Fernandes: “A pesquisa Genial/Quaest que mostra Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como principal candidato de oposição consolida o favoritismo de duas candidaturas à reeleição, a do presidente Lula e a do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Se tem chances reduzidas de bater Lula, o senador tem força suficiente para inviabilizar uma postulação nacional de Tarcísio”. (Valor)
O relator do PL da Dosimetria na CCJ do Senado, Esperidião Amin (PP-SC), admitiu que a leitura de seu parecer, prevista para hoje, pode acontecer somente em 2026. A bancada do MDB, terceira maior na Casa, declarou-se contra o projeto aprovado pela Câmara, que já era alvo de críticas pesadas do presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA), cujo partido tem a segunda maior bancada. Sem o apoio das duas legendas, Amin considera impossível chegar a um acordo para votar o relatório antes de sexta-feira, última sessão antes do recesso parlamentar. Caso a leitura aconteça, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (AP), já avisou que vai pedir vista. (g1)
E o ministro do STF Alexandre de Moraes criticou o projeto para reduzir as penas de condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, incluindo Jair Bolsonaro. Segundo ele, atenuar punições após o devido processo legal “envia à sociedade o recado de que o Brasil tolera novos ataques à democracia”. (Folha)
No Meio Político desta semana, exclusivo para assinantes premium, Christian Lynch explica como o Supremo Tribunal Federal adquiriu o peso atual, com decisões que se espraiam sobre toda a vida nacional, e por que isso torna crucial a adoção de um código de conduta para seus ministros. Faça agora uma assinatura premium e receba o Meio Político hoje, às 11h. (Meio)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem resistido a disputar as eleições de 2026 mas planeja deixar o cargo em fevereiro. Apesar de ser cotado para concorrer ao governo de São Paulo ou ao Senado, Haddad tem dito a interlocutores que não pretende se candidatar. A prioridade, segundo relatos, é lançar um livro já concluído e atuar na coordenação da campanha de reeleição de Lula. Mas o ministro é tratado internamente pelo PT como peça-chave para as eleições do próximo ano. Publicamente, Lula tem dito que Haddad será “o que quiser” em 2026. Nos bastidores, porém, interlocutores relatam que o presidente considera essencial ter o ministro no tabuleiro eleitoral, especialmente diante da dificuldade do PT em montar palanques competitivos nos principais colégios eleitorais do país. (g1 e Estadão)
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, afirmou que 2026 será um ano de pauta restrita no Congresso, com foco apenas em projetos “estritamente necessários”. Segundo ele, o governo deve concentrar seu capital político no fim da escala 6x1 e na tarifa zero no transporte público, em um Legislativo mais lento por causa do ano eleitoral. Lindbergh reconheceu derrotas do Planalto em 2025, como a queda do IOF e o esvaziamento do PL Antifacção, e admitiu que a relação com o presidente da Câmara, Hugo Motta, “está ruim”. Para 2026, disse apostar na mobilização da base social e ironizou a oposição, afirmando torcer por disputas internas entre Flávio Bolsonaro e Tarcísio de Freitas. (Meio)
A investigação da Polícia Federal na 13ª Vara Federal de Curitiba encontrou provas de que o então juiz e hoje senador Sérgio Moro (União-PR) mandou grampear ilegalmente autoridades com prerrogativa de foro, em casos sem relação com a Lava Jato. Em 2005, Moro mandou um colaborador gravar uma conversa com Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR), Heinz Herwig. Também houve monitoramento de desembargadores do TRF4, responsáveis por rever as decisões do juiz. Em ambos os casos, caberia ao STJ investigar essas autoridades. A despeito dos documentos obtidos pela PF, Moro nega as acusações. (UOL)
Flávia Tavares: “O vídeo de Zezé di Camargo contra o SBT por ter convidado Lula e Alexandre de Moraes para um evento reacendeu uma velha confusão no Brasil: a dificuldade de separar pessoas de instituições. A partir de um resumo da polêmica, é importante entender por que esse debate vai muito além de um especial de Natal — e diz muito sobre democracia, radicalização e o desafio político que o país enfrenta às vésperas de 2026”. Veja a análise completa no Cá entre Nós. (Meio)
Banido do SBT por conta do ataque à emissora, Zezé de Camargo divulgou, por meio de sua assessoria, um pedido desculpas na noite de terça-feira. Na nota, o cantor alega que foi “mal-interpretado” ao dizer que as filhas de Sílvio Santos, que hoje dirigem o SBT, estavam “prostituindo” a emissora. (Globo)
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Viver
O governo federal vai rescindir o contrato da Enel, após pedido da prefeitura e do governo de São Paulo. É o que disseram o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito Ricardo Nunes (MDB), após uma reunião a portas fechadas no Palácio dos Bandeirantes, na tarde desta terça-feira. Segundo o ministro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai iniciar o processo de caducidade do contrato com a concessionária, que vai até 2028. Silveira não deu prazo para conclusão do procedimento. A decisão foi tomada depois de 2,2 milhões de residências ficarem sem energia durante a passagem de um ciclone. (UOL)
O Ministério da Saúde vai realizar neste fim de semana um mutirão nacional de cirurgias no Sistema Único de Saúde (SUS), com a participação de 188 hospitais públicos, universitários e filantrópicos em todas as regiões do país. A expectativa é realizar cerca de 11,5 mil operações, em um pacote de 61,6 mil procedimentos, que inclui consultas e exames especializados como parte do programa Agora Tem Especialistas. As cirurgias se concentram em áreas com maior demanda reprimida, como gastroenterologia, urologia, ortopedia, cardiologia e cirurgias plásticas reparadoras. (g1)
Jogador do Paris Saint-Germain, Ousmane Dembélé foi eleito o melhor jogador do mundo no Fifa The Best, nesta terça-feira, em Doha, no Catar. O francês superou o espanhol Lamine Yamal, do Barcelona, e seu conterrâneo Kylian Mbappé, do Real Madrid. No feminino, Aitana Bonmatí foi considerada a melhor jogadora do mundo pelo terceiro ano seguido. (ESPN)
Cultura
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood divulgou, nesta terça-feira, a pré-lista de indicados ao Oscar de melhor filme internacional, com 15 países na disputa. Representando o Brasil, O Agente Secreto se mantém na corrida por uma das cinco vagas na lista final de nomeados, que deve ser conhecida em 22 de janeiro. O longa de Kleber Mendonça Filho também é cotado para receber outras indicações, como as de melhor filme e melhor ator para Wagner Moura, elogiado pela crítica internacional por sua interpretação de um especialista de tecnologia, que volta a Recife buscando paz em tempos de ditadura. A próxima edição do Oscar acontece em 15 de março. (Folha)
O Relatório da Diversidade de Hollywood, da UCLA, divulgado nesta terça-feira, mostra que houve uma redução de papéis principais protagonizados por mulheres em 2024, comparado ao ano anterior. Ao analisar as 250 séries de streaming mais vistas no ano passado, o estudo aponta que quatro em cada cinco protagonistas das produções mais assistidas no streaming eram atores brancos, enquanto homens brancos representam quase 79% de todos os criadores de séries. “Quando você fecha as portas para a diversidade, você fecha as oportunidades para mais perspectivas, colaboração, exploração e crescimento”, disse Darnell Hunt, vice-reitor executivo e pró-reitor da UCLA. (Variety)
Os Rolling Stones cancelaram os planos para uma turnê em estádios pela Europa em 2026, segundo uma fonte próxima à banda informou à revista Variety. Tratando de uma artrite, o guitarrista Keith Richards, que completa 82 anos nesta quinta-feira, não estaria em condições de se comprometer com os rigores de uma nova turnê, chegando até a mudar seu estilo de tocar por conta da doença. A banda tem feito turnês quase todos os anos desde o início dos anos 2000, com itinerários cada vez menores à medida que seus principais integrantes envelhecem. (Variety)
Cotidiano Digital
O Instagram lançou nos Estados Unidos um projeto-piloto de um aplicativo para TVs para assistir aos Reels. Inicialmente, o app chega para os dispositivos Fire TV da Amazon. A aposta da Meta é que os vídeos curtos também funcionem como consumo coletivo, algo que a empresa diz ouvir com frequência de usuários que já compartilham Reels entre amigos. Diferente do antigo IGTV, encerrado em 2022, o novo aplicativo organiza os vídeos por canais e categorias, reproduz conteúdos em sequência e personaliza a experiência com base nas contas seguidas, além de mostrar Reels populares entre amigos. Por enquanto, não há anúncios no aplicativo, mas a monetização está no radar, enquanto o Instagram testa se o formato pensado para o celular consegue se adaptar à lógica da sala de estar. (Variety)
A Adobe ampliou o uso do Firefly, seu aplicativo de geração de vídeo com inteligência artificial, e agora será disponibilizada uma ferramenta de um editor de vídeo baseado em comandos, uma visualização em linha do tempo e ajustes finos de cor, enquadramento e movimento, em uma tentativa de competir num mercado cada vez mais lotado de ferramentas de IA generativa. A novidade passa a valer para todos os usuários e permite editar trechos específicos do vídeo sem precisar recriar o clipe inteiro, além de integrar modelos de terceiros como o Aleph, da Runway, o FLUX.2, da Black Forest Labs, e o Astra, da Topaz, capaz de aumentar a resolução para 1080p ou 4K. (TechCrunch)
Meio em Vídeo. No programa Pedro+Cora, os jornalistas Pedro Doria e Cora Rónai falam sobre a possibilidade de uma inteligência artificial pensar, sonhar e imaginar. No papo, exploram se existe algum tipo de humanidade dentro das IAs, o processo de funcionamento de um modelo de linguagem até chegar a uma resposta para o usuário e como as inteligências artificiais compreendem aquilo que é relevante ou não dentro de um prompt. Saiba tudo. (YouTube)
Zé abandona a carreira no futebol para proteger Mary, sua prima grávida, após ela sofrer violência do líder religioso local. Na fuga, os dois reinventam seus laços e tentam garantir o nascimento da criança. É assim que se desenvolve o Conto de Natal, escrito por Sérgio Rodrigues em 2023 — uma releitura contemporânea dos símbolos natalinos. Seguindo a tradição deste Meio, o texto integra a última Edição de Sábado do ano, dedicada a histórias que ajudam a pensar o país e o tempo em que vivemos. Vale a leitura.
