Defesa pressiona para que STF julgue hoje parcialidade de Moro

É difícil que a Segunda Turma do Supremo avalie, hoje, o habeas corpus do ex-presidente Lula. Ao longo do dia de ontem, a jornalista Mônica Bergamo chegou a anunciar que o caso teria sido posto, pela ministra Cármen Lúcia, em último na lista de onze processos a ser apreciados. Como esta semana é a última de trabalhos do STF no semestre, nova rodada, só em agosto. Os advogados de Lula pedem aos ministros que considerem o então juiz Sérgio Moro como suspeito — o pedido, anterior aos vazamentos do Intercept, apontava como razão o fato de Moro ter aceito ministério no governo de um opositor do petista, político alçado ao Planalto no rastro da Lava Jato. (Folha)

Cármen Lúcia, que assume hoje a presidência da Segunda Turma, nega mudança e deixa no ar a possibilidade de que o assunto venha à pauta. Segundo ela, casos de habeas corpus, principalmente quando o interessado está preso, têm sempre prioridade. (Poder360)

Quem manobra pela retirada é o ministro Gilmar Mendes. Ele argumenta que seu voto é longo e não haveria tempo para fazê-lo inteiro. Mas a questão é outra. Os ministros, informa Merval Pereira, estão incomodados com a ilegalidade na origem das provas publicadas pelo Intercept. Mesmo os advogados do ex-presidente Lula preferiram não apensar os diálogos ao pedido em análise. Informaram os ministros da existência dos vazamentos e só. É possível que o caso vá ao pleno, no segundo semestre. (Globo)

Os advogados do ex-presidente continuam pressionando para que seja avaliado hoje. Para eles, a indefinição é o pior cenário possível. Lula está ansioso. (Folha)

Se ficar na Segunda Turma... Faltam três votos. Cármen Lúcia e Edson Fachin, que já se manifestaram, são contra. Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski devem ser a favor. O voto de Minerva caberá ao decano, Celso de Mello. Quando avaliou Moro de outra feita, num caso relativo a um julgamento de 2003 no escândalo do Banestado, o decano considerou o então juiz suspeito. Na época, Celso viu no hoje ministro uma postura de ‘juiz investigador’, como se ele tivesse agido em prol da Acusação. Exatamente o que os vazamentos sugerem. Mas... Nos casos recentes da Segunda Turma, Celso tem acompanhado os votos de Fachin. (Gazeta do Povo)

Enquanto isso, o diretor do Intercept, Glenn Greenwald, irá hoje à Câmara falar com deputados. (Veja)

Ontem, ele deu uma longa entrevista ao programa Segunda Chamada, do MyNews.

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O novo podcast de política circulando na praça será semanal e se chama Resenha com Rodrigo. É do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Estreou ontem com o deputado se declarando contra reeleição à presidência da Câmara durante a mesma Legislatura. O programa é dividido em blocos. O primeiro sobre as atividades da Casa, o segundo passeia pelo noticiário relacionado ao Congresso e, no terceiro, Maia comenta suas leituras do momento. Pode ser assinado nas principais ferramentas de podcast — ou via YouTube. (BR18)

O ministro Luís Roberto Barroso suspendeu por liminar o trecho que transferia demarcação de terras indígenas para o Ministério da Agricultura numa medida provisória baixada por Bolsonaro. É a segunda vez que o presidente edita uma MP com esta intenção — na primeira, o Congresso havia devolvido à Funai a função. De acordo com a Constituição, uma MP não pode ser reeditada numa mesma sessão legislativa se já tiver sido rejeitada. (G1)

Do juiz Marcelo Bretas para alguém de internet: “Não inveje. Malhe.” (Globo)

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HealthTech

Uma história: em 1928, uma menina de oito anos, que tinha pólio, teve a vida salva pela invenção de um médico de Harvard chamado Philip Drinker. Era um mecanismo com motor elétrico, dois aspiradores de pó e uma caixa na qual entrava o corpo e só o rosto ficava de fora. O pulmão de ferro mantinha a respiração no auge da doença, quando o pulmão real não aguentava o tranco. Usando tecnologias do tempo, Drinker resolveu o problema óbvio. Enquanto isso, um grupo de pesquisadores buscava o que era aparentemente impossível — uma vacina que evitasse pólio. Nesta busca morreu gente, outros ficaram doentes. O pulmão de ferro salvou milhares. A vacina, quando veio, milhões. Vishal Gulati, médico e investidor em startups de saúde, lança este desafio: as saídas óbvias pela medicina, aproveitando-se de técnicas que já existem e as adaptando, têm efeitos e salvam vidas. São projetos como, por exemplo, atendimento remoto, por médicos em teleconferência, a gente em zonas rurais. As soluções revolucionárias, porém, são como decidir lançar um homem à Lua. Ou desenvolver uma vacina contra pólio. Parecem impossíveis, custam dinheiro, dão em muitos caminhos frustrados. Mas é aí que está o futuro da medicina.

Em tempo: Foi Albert Sabin quem descobriu a vacina.

O Dr Consulta não é uma health tech — mas, aos oito anos, de startup fez-se uma empresa relevante com um modelo de negócios original. Cobra uma mensalidade mais barata do que o plano de saúde, evidentemente acima do SUS, e oferece clínicas com consultas e exames básicos. O modelo, que atende as classes C e D, está sendo copiado por outras tantas. Enquanto isso, a original pretende se tornar, agora sim, uma health tech. Nesta virada, o Dr Consulta parte de um banco de dados rico com mínimos detalhes sobre a saúde de seu público. A partir deste conhecimento, o plano é começar a servir aos planos de saúde, cobrando um valor fixo mensal por paciente. Em troca, oferece um ‘grau de risco’, um health score que vai se tornando mais preciso conforme a clínica é usada com assiduidade. Para os planos, é uma informação valiosa. Mas ainda não está claro se a empresa consegue entregar a precisão prometida.

O crescimento já foi lento, um ano após o outro, mas contínuo e agora ganha viés de alta. No primeiro trimestre de 2019, o número de wearables vendidos cresceu 55,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Das quase 50 milhões de unidades que deixaram as lojas, 63% eram smartwatches e, 34%, aparelhos de encaixe na orelha. A Apple é a líder do setor, com 26% do mercado, seguida por Xiaomi (13%) e Huawei (10%). O principal uso segue sendo exercícios físicos.

Cultura

Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. Deveras estariam eles doidos, e foram curados por mim, ou o que pareceu cura não foi mais do que a descoberta do perfeito desequilíbrio do cérebro? Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas. Três trechos são de obras diferentes de Machado de Assis, um dos maiores nomes da literatura brasileira. Descubra, neste quiz preparado pelo Nexo, o quanto você sabe sobre a vida e a obra do escritor.

Nos 180 anos do Bruxo do Cosme Velho, o escritor Milton Hatoum escreve sobre seu legado. “O leitor atento percebe que Machado não se rendeu à facilidade nem à improvisação. Foi, ao contrário, um dos escritores mais exigentes, e ainda dos mais cultos. A erudição, a imaginação, a capacidade inventiva, a leitura crítica do país e de seu tempo e, claro, sua própria experiência de vida foram decisivas em sua escrita de ficções sofisticadas sob todos os ângulos: estético, social, político, psicológico, histórico”.

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Clarice Falcão chega ao terceiro disco da carreira, Tem Conserto, que acaba de ser lançado nas plataformas digitais. É um disco mais intimista, em que a cantora revela experiências com ansiedade e depressão sem usar o artifício do humor. Escute.

A vida é doce. E cheia de donuts, cupcakes gigantes, uma banheira de bolinhas açucaradas, uma sala para os ‘biscoiteiros’ e um espaço em forma de leite condensado. A exposição O Museu Mais Doce do Mundo está em São Paulo e segue em agosto para o Rio de Janeiro. Aliás, o Instagram do Museu do Sorvete, que fica em São Francisco, é bem legal.

Viver

Grande Prêmio do Brasil. São Paulo ou Rio de Janeiro? Se depender do presidente Jair Bolsonaro, há "99% de chance" do GP de Fórmula 1 ser sediado no Rio a partir de 2021. Desde 1990, o GP é sediado no autódromo de Interlagos, em São Paulo, e o contrato acaba em 2020. "Não é uma questão de desejo pessoal. Não é uma questão política, é uma questão econômica”, disse o governador João Doria. De acordo com o blog da Andrea Saadi, haverá uma reunião com a organização da Fórmula 1 para discutir o tema nesta terça-feira.

Dengue no Brasil. O Ministério da Saúde registrou, até junho deste ano, 366 mortes em decorrência da dengue, mais do que o dobro do mesmo período de 2018. Já são quase 600 mil casos em 2019. Minas Gerais lidera o ranking dos estados, seguido por Goiás e Mato Grosso do Sul. Condições ambientais somadas à uma grande quantidade de pessoas não imunes à ocorrência do sorotipo 2 estariam relacionadas ao salto.

Dengue no mundo. Em 2080, mais de 6 bilhões de pessoas correrão risco de ter dengue, aponta estudo publicado na revista científica Nature Microbiology - número representa 60% da população mundial projetada para o fim do século XXI. As mudanças climáticas estariam por trás.

Para ler com calma. Você acha que os ricos são ricos porque roubaram, que todos são ladrões, que os bonitos são burros, que agrotóxicos não fazem tão mal, que suas piadas são sempre 'ótimas', que todos são loucos, mas você é apenas realista, e que a recomendação desse artigo é uma besteira para forçar você a pensar como os outros. Se você se identificou com a maioria dessas afirmações, parabéns! É um autêntico cínico. "Mas não fique contente porque não há nada a comemorar. Ser um cínico pode prejudicar seriamente a saúde".

Após analisar dados de 40.000 pessoas, dois psicólogos sociais, Daniel Ehlebracht, da Universidade de Colônia, e Olga Stavrova, da Universidade de Tilburg, concluíram que o cinismo não só é a causa da saúde frágil, como também pode ser a consequência. “Esse trabalho mostra como a deterioração da saúde leva a limitações na vida cotidiana, a uma maior dependência dos outros e a uma sensação de não ter controle sobre a própria vida. Tudo isso faz com que as pessoas que sofrem com isso aprendam a criar estratégias de autoproteção, como a desconfiança e a hostilidade, dando lugar a uma visão cínica do mundo".

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