Bolsonaro esvazia olavismo no Planalto

Discretamente, o presidente Jair Bolsonaro fez publicar, no Diário Oficial da sexta-feira, um decreto no qual esvaziou por completo os poderes de Filipe Martins, seu assessor especial. Jovem ainda, aos 31 anos, Filipe era o aluno do escritor Olavo de Carvalho mais próximo do presidente, e de longe o nome mais influente em política externa. A indicação do chanceler Ernesto Araújo, a política de busca de intimidade com o presidente americano Donald Trump, assim como a ideia de tornar o deputado Eduardo Bolsonaro embaixador em Washington, estão na sua conta. Filipe, agora, responde ao almirante Flávio Augusto Viana Rocha, novo responsável pela Secretaria de Assuntos Estratégicos. Na prática, o olavismo teve seu espaço no Palácio diminuído. Mas continua no comando das redes sociais. (Veja)

Entrevistado por Natália Portinari, Olavo desconversou. “Fico feliz com a participação do Exército na vida política e social porque o Exército brasileiro, ao contrário do americano, não tem presença na sociedade. Eles vivem encostadinhos no canto deles e viram pessoas tímidas. Agora os militares estão presentes, acho ótimo.” (Globo)

Os militares, que chegaram a seu ponto de maior influência agora, vêm criticando a ala ideológica do governo. Seu argumento é de que os ministros mais ideológicos são justamente os que menos entregam resultados. (Folha)

Vinicius Torres Freire: “É verdade que a seita de aloprados reacionários perdeu cadeiras no Planalto, mas a turma ainda mora no coração do presidente, de resto líder de torcida das milícias virtuais. Se por mais não fosse, a seita é liderada politicamente pela filhocracia bolsonariana. No mais, a ‘ala ideológica’ continua fora da casinha e vivíssima, o que é evidente na demagogia com a gasolina ou no ataque à razão, à cultura ou a jornalistas, como na campanha imunda contra Patrícia Campos Mello, aliás difamada com apoio do Twitter. Bolsonaro cria atrito político ou desordem nas expectativas de gestão racional da economia por fazer essas e outras demagogias, que abalam mesmo as sagradas reformas. Decerto chamou o Exército com o objetivo de evitar trabalho administrativo, que o exaure, e porque foi aconselhado a conter a desordem. Também porque não conhece outros quadros. Se conseguir terceirizar o governo para generais, para o premiê Rodrigo Maia e para Paulo Guedes, pode se dedicar mais à reeleição e ao comando da seita, que quer transformar em partido.” (Folha)

Pois é... Eduardo Bolsonaro já foi ao Twitter defender Martins.

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Então... As redes sociais seguem como arma principal do bolsonarismo. A consultoria Bites avaliou o impacto daquilo que os deputados federais publicaram em seus perfis entre terça-feira, dia 11, e a sexta, 14. A oposição ao governo publicou 127 posts em defesa da repórter Patrícia Campos Mello, atacada de forma misógina na CPI das Fake News. Geraram quase 114 mil interações. Os governistas publicaram apenas 60 posts — menos que a metade. Geraram 760 mil interações. (Folha)

Aliás... Após desmentir os ataques de Hans, a jornalista foi alvo dos grupos administrados por Eduardo e Flávio Bolsonaro. Segundo o Intercept, números dos celulares ligados aos dois administram pelo menos 20 grupos de WhatsApp que atingem aproximadamente cinco mil pessoas.

Carlos Bolsonaro, Lula e Dilma Rousseff podem ser convocados pela CPMI das Fake News. Os nomes deles estão entre os 80 requerimentos de convites que serão votados durante esta semana. O Filho 02 junto com o seu irmão Eduardo, foram apontados pela deputada Joice Hasselmann como responsáveis pela coordenação de ataques virtuais a inimigos do governo. (Congresso em Foco)

O miliciano Adriano da Nóbrega foi atingido por dois tiros de fuzil disparados a curta distância, um metro e meio. De acordo com imagens obtidas da autópsia pela revista Veja, a conclusão reforça a acusação feita por sua mulher e por seu advogado de que ele foi executado. A polícia da Bahia, onde Adriano estava escondido e foi morto, nega a acusação. O secretário de Segurança do estado, Maurício Teles Barbosa, diz que ele só foi morto porque se recusou a se entregar e disparou contra os policiais. (Veja)

Enquanto apuravam o caso de Adriano, os dois jornalistas da revista foram detidos e revistados pela PM baiana, em Pojuca. Só foram liberados após serem interrogados na delegacia local. (Veja)

Um condomínio de luxo à beira da praia, uma fazenda de gado no interior da Bahia e um sítio num lugar isolado. O Fantástico refez o percurso das últimas semanas do miliciano. (G1)

Bolsonaro comentou pela primeira vez a morte de Adriano. O presidente culpou o governo petista da Bahia pela ação policial. E afirmou que é responsável pela homenagem que seu filho Flávio fez ao miliciano. “Eu determinei”, disse. “Meu filho condecorou centenas de policiais militares. Vocês querem me associar a alguém por uma fotografia, uma moção há 15 anos atrás. As pessoas mudam, para o bem ou para o mal mudam. Não estou fazendo juízo de valor. Vamos esperar as investigações”. Na época em que recebeu a Metalha Tiradentes, Adriano estava preso por homicídio. A relação com a família Bolsonaro é longa. O miliciano era suspeito de fazer parte do esquema de rachadinha no esquema Queiroz. (Globo)

Diga-se... Outro miliciano desistiu de delatar as ações do Escritório do Crime, grupo comandado por Adriano, após a morte do ex-PM. Ele estava negociando depoimento com o MPF no qual entregaria áudios de WhatsApp, mensagens de celular e outras provas de sua relação com políticos no Rio. (Veja)

O primeiro ano de Bolsonaro teve uma piora nas áreas de assistência social, saúde, educação e meio ambiente. Eles estão entre os 58 indicadores levantados pela Folha que apresentaram resultados piores do que em 2018. Alguns dos problemas apontados são fila no Bolsa Família, congelamento de recursos do MEC e aumento no desmatamento na Amazônia. Dentre os 104 indicadores analisados, 41 registraram avanços e cinco permaneceram estáveis. Foram eles, equilíbrio nos números da economia e melhora nas estatísticas da criminalidade e emprego. Esse último, no entanto, teve um pequeno avanço por conta da expansão da informalidade. (Folha)

Enquanto isso… O cenário eleitoral vem esquentando com Bolsonaro usando inauguração de obra como palanque eleitoral. O presidente discursou como candidato e disse que a reeleição vem naturalmente quando um governo tem o que mostrar. (BR Político)

Míriam Leitão: “Há quem prefira o autoengano. O governo hostiliza a imprensa, e o filho do presidente dá sequência a uma difamação sexista contra uma jornalista, da tribuna da Câmara. O presidente se cerca de militares da ativa. O ministro da Economia ofende grupos sociais. A Educação está sob o comando de um despreparado. Alguns ministros vivem em permanente delírio ideológico. Os indígenas são ameaçados pelo desmonte da Funai e pelo lobby da mineração e do ruralismo atrasado. Livros são censurados nos estados. A cultura é atacada. Há quem ache que o país não está diante do risco à democracia, apenas vive as agruras de um governo ruim. E existem os que consideram que o importante é a economia. Existe mesmo uma diferença entre governo ruim e ameaça à democracia, mas, no caso, nós vivemos os dois problemas. As instituições funcionam mal até pela dificuldade de reagir a todos os absurdos que ocorrem simultaneamente. Manter a consciência dos riscos é a atitude mais sensata em época tão difícil quanto a atual. Nada do que tem nos acontecido é normal.” (Globo)

Cultura

Em São Paulo, os blocos Baixo Augusta, na região da Consolação, Confraria do Pasmado, em Pinheiros, e blocos de cantoras como Ludmilla e Cláudia Leitte, no Anhembi, levaram multidões para as ruas da cidade. Alessandra Negrini comandou o bloco Baixo Augusta com fantasia manifesto e Sabrina Sato estreou nos blocos de ruas. Veja elas e outras famosas que passaram no carnaval de rua.

No Rio, única escola autorizada a ensaiar no Sambódromo antes dos desfiles do carnaval 2020, a Estação Primeira de Mangueira desfilou pela avenida na noite de ontem. A atual campeã da folia carioca estava prevista para desfilar na Marquês de Sapucaí às 21h, mas atrasou quase uma hora por causa da chuva.

Em 2019, o mexicano Roma chegou perto de ser o primeiro longa em língua não inglesa a vencer o Oscar de melhor filme. A obra de Alfonso Cuarón levou os prêmios da Academia para melhor direção, melhor fotografia e melhor filme em língua estrangeira. O documentário Camino a Roma, exclusivo da Netflix, é um making of intimista, com depoimentos do diretor e do elenco principal.

Há, nas comédias românticas, algo que as torna ideais para o cinema e vice-versa. Nesse sentido, a lista das 50 melhores comédias românticas de todos os tempos da IndieWire é mais um começo do que uma declaração final; é uma lista que será atualizada com o tempo. Mas uma coisa que permanecerá a mesma: elas têm uma gramática reconhecível por si só; cortes de cabelo, montagens, brincadeiras e uma estranha preponderância de personagens jornalistas. Estas são 50 melhores comédias românticas de todos os tempos.

Saiu o trailer da quarta temporada de Stranger Things.

Viver

No início dos anos 1950, cigarros eram promovidos como bons para a saúde. Imagens de quando fumar pegava bem...

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A China pode adiar seu encontro anual do Parlamento por conta do surto de coronavírus. Marcado para março, representante do comitê do Congresso Nacional do Povo, disse que é necessário adiar a reunião para dar prioridade às vidas, segurança e saúde das pessoas, informou a Agência de Notícias Xinhua. Eles se reunirão no dia 24 de fevereiro para deliberar sobre um adiamento.

Já são dois meses de epidemia. O número de mortos na China por Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, chegou a 1.770 ontem, informaram autoridades de saúde locais. O total de casos confirmados ficou em 70.548, aumento de 2.048 em um dia. No Brasil, há três pessoas que ainda passam por exames por causa da suspeita de coronavírus, dois em São Paulo e um no Rio Grande do Sul, segundo informações de domingo do Ministério da Saúde. Até agora, houve 45 suspeitas de casos do vírus que foram descartadas depois das análises. Não há nenhum paciente com a doença no país.

Cotidiano Digital

O iPhone 12 deve ser lançado com antena 5G feita pela própria Apple. Segundo o Fast Company, a empresa estaria trabalhando para deixar de lado a opção da Qualcomm. Isso significaria, além de não ter que pagar royalties à fabricante, um iPhone mais fino e leve. Só que desenvolver uma antena 5G não é fácil. Elas enviam e recebem sinais de frequência mais altas do que as gerações anteriores, e há menos espaço para erros em seu design e fabricação. Se não der certo, o lançamento do iPhone 12, esperado para o final do ano, pode atrasar. Se levar em conta o histórico da Apple com essa tecnologia, o resultado pode não ser favorável. Ela lançou a sua própria antena no iPhone 4, mas o sinal era fraco e fazia com que as ligações caíssem quando o usuário segurava o aparelho de uma determinada forma.

Samsung e Motorola paralisaram suas produções de smartphones no Brasil. Com a epidemia do coronavírus, as empresas deram folga aos seus funcionários por falta de peças importadas da China. Esse é mais um efeito da epidemia nas empresas de tecnologia. Se as produções não voltarem ao normal, os consumidores do Brasil e do mundo sentirão o aumento geral dos preços em dispositivos eletrônicos.

Faculdade para youtuber. O Brasil ganhou o seu primeiro curso superior para formar influenciadores digitais. O curso em Campinas (SP) tem duração de dois anos e ensina técnicas de criação, edição e divulgação de materiais no Youtube, como também empreendedorismo digital e linguagem corporal.

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