Vinte governadores contra Bolsonaro

Ao todo vinte governadores, de 19 estados e do Distrito Federal, assinaram ontem uma carta de críticas ao presidente da República, Jair Bolsonaro. “Recentes declarações confrontando governadores, ora desafiando governadores a reduzir impostos vitais para a sobrevivência dos Estados, ora se antecipando a investigações policiais para atribuir fatos graves à conduta das polícias e de seus governadores, não contribuem para a evolução da democracia no Brasil”, afirmam no texto. São três as referências. No último dia 5, Bolsonaro afirmou que retiraria tributos federais sobre a gasolina se os governadores abrissem mão do ICMS. À época, o paulista João Doria já havia se queixado. “Isso não pode ser tratado de forma irresponsável.” No último fim de semana, o presidente também sugeriu que a morte do miliciano Adriano da Nóbrega pode ter sido queima de arquivo sob responsabilidade da PM baiana, destacando que o governador Rui Costa é do PT. Ele já havia feito insinuações também a respeito da conduta da PM fluminense, em investigações como a do caso Marielle Franco. É da postura de contínuo confronto por parte do Planalto que os governadores se queixam. “É preciso observar os limites institucionais com a responsabilidade que nossos mandatos exigem”, continua o texto. “Equilíbrio, sensatez e diálogo para entendimentos na pauta de interesse do povo é o que a sociedade espera de nós.” (G1)

Assinam: Gladson Cameli (Progressistas-AC), Renan Filho (MDB-AL), Waldez Góes (PDT-AP), Wilson Lima (PSC-AM), Rui Costa (PT-BA), Camilo Santana (PT-CE), Ibaneis Rocha (MDB-DF), Renato Casagrande (PSB-ES), Flávio Dino (PCdoB-MA), Reinaldo Azambuja (PSDB-MS), Romeu Zema (Novo-MG), Helder Barbalho (MDB-PA), João Azevedo (Cidadania-PB), Paulo Câmara (PSB-PE), Wellington Dias (PT-PI), Wilson Witzel (PSC-RJ), Fátima Bezerra (PT-RN), Eduardo Leite (PSDB-RS), João Doria, (PSDB-SP) e Belivaldo Chagas (PSD-SE) são os signatários da carta. (Estadão)

Pois é... Ao longo de janeiro, o governador maranhense Flávio Dino teve conversas com os ex-presidentes Lula, Fernando Henrique e com o candidato a candidato Luciano Huck. Ele tem foco: as eleições presidenciais de 2022. “Acredito que o Brasil avançou quando, em outros momentos da vida do nosso país, fizemos alianças que envolveram a esquerda e setores que não pensam de acordo com nosso ideário, com pensamentos liberais, mais pró-mercado.” Não é o único trabalhando por este encontro. (BBC)

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O STF adiou pela segunda vez a avaliação da constitucionalidade da tabela de frete, que motivou a nova greve dos caminhoneiros. A Corte trataria do tema amanhã. A pedido do governo, o ministro Luiz Fux estendeu a análise que seria julgada esta semana para tentar uma conciliação entre as partes. O receio do governo, agora, não é apenas com os efeitos para os consumidores, mas principalmente com o risco eleitoral por conta dos pleitos municipais. Além da tabela, os caminhoneiros também cobram redução do ICMS e de outros impostos sobre o diesel. (UOL)

Enquanto isso... O Tribunal Superior do Trabalho declarou ‘abusiva e ilegal’ a greve dos petroleiros, que completa hoje 18 dias. O ministro Ives Gandra Martins autorizou a Petrobras a ‘adotar medidas administrativas cabíveis’ por avaliar a paralisação como de ‘motivação política’. (Poder 360)

Os órgãos de controle estão temerosos sobre as novas regras do orçamento das emendas parlamentares. Em pleno ano eleitoral, os deputados e senadores ganharam carta branca para a transferência de R$ 649 milhões para municípios sem passar pelo filtro dos ministérios. Pelas novas regras, eles não precisam prestar contas para órgãos como TCU e Caixa. (Estadão)

E... Abraham Weintraub ironizou críticas aos seus erros de português. O ministro da Educação voltou a derrapar na gramática e, depois da repercussão negativa, compartilhou um tuíte com uma série de erros propositais. (Twitter)

O juiz Marcelo Bretas pode ser enquadrado em lei por proximidade com o Planalto. O responsável pela Lava-Jato no Rio mantém conversas privadas com Bolsonaro e, no último sábado, participou de dois eventos do governo, andando até no carro oficial do presidente. Essa não é primeira vez que Bretas demostra apoio político. Ele já usou suas redes sociais para comemorar quando começou a ser seguido no Twitter pelo presidente. O comportamento, porém, vai contra a lei que proíbe atividades partidárias de juizes e um parecer do CNJ que determina que magistrados não podem usar suas redes sociais para omitir opiniões partidárias. (Globo)

Aliás... A Procuradoria Eleitoral do Rio vai investigar a participação de Bretas e Marcelo Crivella, prefeito da cidade, em evento evangélico no qual Bolsonaro também esteve. O órgão quer compreender se a presença dos dois configuraria violação à legislação por uso eleitoral do poder religioso. (Estadão)

Cultura

Carnaval chegando e para os que curtem ficar em casa, vamos indicar hoje, amanhã e quinta, algumas séries, filmes e documentários nas plataformas de streaming. Na Netflix, o filme Estrada Sem Lei mostra a perseguição dos policiais aposentados Frank Hamer (Kevin Costner) e Maney Gault (Woody Harrelson) que saem pelas estradas atrás de Bonnie e Clyde. Outra boa pedida é Narcos: México, que aborda a a ascensão de Miguel Ángel Félix Gallardo (Diego Luna) como o líder do Cartel de Guadalajara e a criação da Federação, organização responsável pelo tráfico de drogas em todo o território mexicano. A segunda temporada da série já está disponível.

Do catálogo da HBO GO, o destaque é Euphoria. A série foi uma das grandes surpresas de 2019 e vai ganhar uma continuação para 2020. A história tem oito episódios e acompanha um grupo de alunos do ensino médio e suas questões cotidianas envolvendo drogas, sexo, identidade, traumas, redes sociais, amor e amizade. A produção é baseada na série homônima israelense da HOT, criada por Ron Leshem e Daphana Levin.

Na Amazon, a dica é a primeira temporada de Jornada nas Estrelas: Picard.

O fotógrafo James Kerwin passou os últimos seis anos capturando fotos de edifícios abandonados, concentrando-se em suas cores e linhas arquitetônicas. Uma de suas viagens mais recentes o levou à Beirute. As cicatrizes deixadas nos edifícios ornamentados são feridas de diferentes guerras que ocorreram ao longo da história da cidade. Confira.

Viver

Jeff Bezos, homem mais rico do mundo e presidente-executivo da Amazon, anunciou ontem um fundo de 10 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 45 bilhões) para financiar ONGs, pesquisas e projetos que pensem formas de reduzir o aquecimento global. “A Terra é a única coisa que todos nós temos em comum - vamos protegê-la juntos”, escreveu.

O objetivo, segundo Bezos, é também tornar coletivas ações positivas de grandes e pequenas empresas, países, organizações globais e indivíduos. No final do ano passado, Bezos fez uma doação de quase US$100 milhões para fundações que prestam apoio às pessoas em situação de rua.

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E um jovem de 17 anos surpreendeu o mundo da ciência ao descobrir, em seu terceiro dia de estágio na Nasa, a existência de um novo planeta. “Eu estava procurando nos dados tudo o que os voluntários sinalizaram como um binário eclipsante, um sistema em que duas estrelas circulam entre si e, do nosso ponto de vista, eclipsam-se a cada órbita. Cerca de três dias após o estágio, vi um sinal de um sistema chamado TOI 1338. No começo, pensei que fosse um eclipse estelar, mas o tempo estava errado. Acabou sendo um planeta”, contou. A história completa.

Os temores sobre o impacto do coronavírus na economia e nos negócios globais vêm crescendo. O total de casos, na China, chegou a 72.460 e mais de 1.885 morreram em todo o mundo, informaram autoridades. Cerca de três quartos de um bilhão de pessoas, na China, estão sob algum tipo de ordem de bloqueio, segundo uma análise do New York Times. Na segunda-feira, a Apple assumiu que estava cortando suas expectativas de vendas para este trimestre, que um mês atrás projetou ser robusto. Foi uma das primeiras empresas a revelar como o coronavírus estava afetando seus negócios. “O trabalho está começando a recomeçar em todo o país, mas estamos experimentando um retorno mais lento às condições normais do que havíamos previsto”.

E donos de cães na China têm comprado máscaras para protegê-los do coronavírus. Segundo reportagem do britânico Daily Mail, as vendas de máscaras caninas dispararam. Não existem evidências claras de que outras espécies, além da humana, possam pegar a doença.

Philippa Perry, autora do Livro que você gostaria que seus pais tivessem lido (e seus filhos ficarão gratos por você ler) (ed Fontanar), defende que, sem querer, treinamos as crianças a serem irritantes. O livro será lançado este mês no Brasil. Em entrevista à BBC, a psicoterapeuta britânica falou sobre a importância de validar os sentimentos dos filhos. “Temos nossos próprios limites. Mas devemos nos definir a nós mesmos, em vez de definir as crianças. Você pode dizer 'já me cansei de ficar no parque e preciso ir para casa', em vez de dizer 'você já brincou demais, vamos embora'. Quando nós nos definimos, em vez de definir as crianças, elas tendem a responder. (...) Você pode manter um laço de amizade e ao mesmo tempo dizer 'Eu não me sinto confortável que você saia à noite porque eu não acho que seja seguro na sua idade'."

A empresária Leonie von Hase, de 35 anos, é a Miss Alemanha 2020. Sob o lema "Empoderando mulheres autênticas" e sem prova de biquíni, edição foi marcada por novidades, como inclusão de candidatas de até 39 anos, casadas e mães. Ela é mãe de uma criança de três anos e foi eleita por um júri formado só por mulheres.

Miss Alemanha: “Minha percepção de uma mulher 'bonita' é a força, o caráter e a autenticidade que ela irradia”.

Cotidiano Digital

As obras da fábrica da Tesla na Alemanha foram suspensas após o governo alemão atender o pedido de organizações ambientais para impedir a derrubada de árvores no terreno. A decisão, no entanto, não é definitiva. O juiz ainda vai analisar recurso. Se for para frente, essa será a primeira fábrica da Tesla na Europa, que já tem duas nos EUA e uma na China. A ideia é produzir até 500 mil veículos por ano em solo alemão.

Mark Zuckerberg voltou a pedir que governos regulem as big techs. Em artigo no Financial Times, o CEO do Facebook quer que legisladores criem regras contra conteúdos online nocivos, portabilidade de dados - para permitir que os usuários movam suas informações entre serviços - e um novo tipo de regulador para supervisionar a aplicação da lei. Zuckerberg ainda disse que estuda abrir os seus sistemas de moderação para auditoria externa para ajudar os governos a projetar a regulamentação. Para ele, as novas regras afetarão os negócios do Facebook, mas são necessárias para a viabilidade a longo prazo. “Se não criarmos padrões que as pessoas considerem legítimos, eles não confiarão em instituições ou tecnologia”, escreveu.

O artigo não é por acaso. Zuckerberg está na Europa e a União Europeia deve lançar amanhã projeto que regulamenta inteligência artificial, plataformas digitais e responsabilidade pelas postagens dos usuários. E as leis europeias têm impactado as big techs para além de suas fronteiras.

Nos EUA, as empresas de tecnologia estão receosas com a política do governo contra a China. Donald Trump estaria planejando uma proposta que amplia o bloqueio de transações entre empresas americanas e chinesas. A ideia é que funcione como medida de proteção da tecnologia americana. Mas as empresas acreditam que a restrição vai ter efeito contrário e vai diminuir a pesquisa e a receita dos EUA, acabando com a sua vantagem no mercado.

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