Caio Mello

Redator do Meio. Jornalista formado pela Cásper Líbero, onde foi coautor de um livro sobre ocupações urbanas do Centro de São Paulo para o Trabalho de Conclusão de Curso. Tem experiência em cobertura política e econômica, passando por redações e veículos de rádio, além de ser pós-graduando em Ciência Política.

Copom menciona possibilidade de subir juros em ata de última reunião

O Banco Central do Brasil divulgou, na manhã desta terça-feira, a ata da reunião de julho do Comitê de Política Monetária (íntegra), o Copom, em que manteve a taxa básica de juros da economia, Selic, inalterada em 10,50% ao ano. A decisão foi unânime entre todos os diretores da autarquia monetária e também unânime foi a percepção de que o BC pode voltar a subir juros caso julgue o movimento necessário para cumprir a meta de inflação. Esse trecho foi novidade, pois apesar da manutenção da Selic na reunião de junho, não houve menção à possibilidade de voltar ao ciclo de aperto monetário, sendo, portanto, uma ata mais dura do que a anterior.

Boletim Focus mostra nova deterioração nas expectativas de inflação

O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central (íntegra), atualizou as projeções do mercado para os principais indicadores econômicos. As expectativas para a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, para 2024 foram ajustadas novamente para cima, de 4,10% para 4,12%, enquanto a projeção para 2025 subiu de 3,96% para 3,98%.

Banco Central mantém Selic em 10,50%, em decisão unânime

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou a manutenção da taxa Selic em 10,5% ao ano (íntegra do comunicado). A decisão foi unânime entre os membros do comitê, e já era esperada por agentes de mercado. No comunicado, foi destacada a necessidade de cautela devido ao cenário global incerto e à resiliência da atividade econômica brasileira.

Desemprego recua a 6,9% em junho, menor taxa desde 2014

A taxa de desemprego no Brasil caiu a 6,9% no trimestre encerrado em junho, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE. Menor taxa para o período desde 2014, o número recuou um ponto percentual frente ao trimestre anterior, de janeiro a março, quando ficou em 7,9%, e caiu 1,1 p.p. ante o mesmo trimestre móvel de 2023.

Focus: mercado volta a prever inflação mais alta

O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central, mostrou nova alta nas perspectivas de inflação. A previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024 subiu pela segunda semana seguida, passando de 4,05% para 4,10%, enquanto para 2025 a projeção aumentou de 3,90% para 3,96%. Já para a taxa básica de juros, a Selic, não houve revisão das expectativas, permanecendo em 10,50% neste ano e em 9,50% no próximo. Em relação ao PIB, a estimativa de crescimento para 2024 avançou de 2,15% para 2,19%. Para o ano que vem, a projeção aumentou ligeiramente de 1,93% para 1,94%. Quanto ao câmbio, em 2024 não houve mudança, ficando em R$ 5,30, enquanto a estimativa para 2025 passou de R$ 5,23 para R$ 5,25.

Confiança do Consumidor sobe pelo segundo mês no Brasil

Otimismo com a economia do país para os próximos meses. Essa foi a detecção do Índice de Confiança do Consumidor, divulgado pela FGV, que registrou alta de 1,8 ponto em julho, atingindo 92,9 pontos. Esta foi a segunda elevação consecutiva do índice, que em médias móveis trimestrais, se manteve praticamente estável. De acordo com Anna Carolina Gouveia, economista do FGV, o aumento da confiança foi impulsionado principalmente pela melhoria nas expectativas para os próximos meses - de médio prazo, portanto -, principalmente com a forte alta no indicador de situação financeira futura das famílias, no maior patamar desde agosto de 2023. O otimismo de curto prazo, no entanto, se manteve estável, e o de longo prazo, caiu. (Meio)

Prévia da inflação de julho desacelera a 0,30%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação cheia de julho, por captar os primeiros 15 dias do mês e os últimos 15 do mês anterior, registrou uma inflação de 0,30% em julho, abaixo dos 0,39% observados em junho, segundo o Índice Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE (íntegra). Ainda assim, o número ficou acima do consenso de mercado, que esperava uma desaceleração maior, na faixa dos 0,23%, e o acumulado nos últimos 12 meses marca inflação de 4,45%. No período contemplado pela pesquisa, o grupo Transportes apresentou a maior variação, com 1,12%, e o maior impacto no índice, puxado pela forte alta das passagens aéreas e reajuste nos combustíveis. Habitação e Saúde e Cuidados Pessoais vêm logo na sequência. Por outro lado, Alimentação e Bebidas e Vestuário tiveram variações negativas. Dentro do grupo dos alimentos, destaca-se a queda de preços da cenoura, tomate e cebola. O leite longa vida e o café moído foram os que mais subiram no grupo. Pensando regionalmente, Brasília foi a capital que apresentou a maior variação, com 0,61%, enquanto Recife teve o menor resultado, de -0,05%. (Meio)

Kamala apresenta melhora nas intenções de voto em relação a Biden

Nova pesquisa da Morning Consult (disponível aqui) atualizou os cenários sobre a corrida eleitoral à Casa Branca após a desistência do presidente Joe Biden e a provável nomeação de Kamala Harris. O republicano Donald Trump está à frente de Kamala por 2 pontos percentuais, 47% a 45%, o que representa melhora considerável em relação à margem de 6 pontos que Biden enfrentou na mesma pesquisa antes de sua saída da disputa. Entre eleitores democratas, 65% apoiam a vice-presidente para liderar a chapa do partido, número mais do que o dobro do nível observado no mês anterior, quando ela tinha apenas 30% de apoio. A mudança de rota dos democratas, inclusive, parece engajar seus eleitores: democratas estão mais motivados a votar do que os republicanos após a decisão de Biden, e a maioria dos votantes acredita que Harris terá mais chances contra Trump. (Meio)

Índice de preços ao consumidor sobe 0,34% na terceira semana de julho

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), observou a terceira semana de julho de 2024 e registrou alta de 0,34%, acumulando aumento de 3,92% nos últimos 12 meses (estudo completo aqui). O indicador é usado para observar tendências de inflação com base no preço médio necessário para comprar um conjunto de bens de consumo e serviços no Brasil. Das oito classes de despesas aferidas, quatro tiveram aumento dos preços na semana, sendo que a maior contribuição ao índice veio do grupo Educação, Leitura e Recreação, em que a taxa passou de 1,39% para 2,35%, puxada por um aumento de 13,83% no preço das passagens aéreas. Também houve aumento nos grupos de Transportes, com destaque para o aumento da gasolina, e Habitação, afetado pela alta da tarifa de energia elétrica residencial. A boa notícia veio da alimentação, na qual a deflação observada foi de 0,92%, maior recuo de preços, Também houve desaceleração em Saúde e Cuidados Pessoais. (Meio)

Por que Obama não apoiou Kamala Harris (ainda)?

Para ler com calma. Muitos democratas importantes rapidamente apoiaram Kamala Harris após Joe Biden anunciar que não disputaria a reeleição, mas não foi o caso do ex-presidente Barack Obama, que preferiu destacar apenas Biden em um texto publicado neste domingo (21). Obama classificou Biden como um amigo - o atual presidente foi seu vice quando esteve na Casa Branca - e como um dos presidentes mais importantes que os Estados Unidos já tiveram, mas se negou a expressar um apoio claro à Kamala, limitando-se a dizer que o partido escolherá um excelente candidato para a próxima eleição. Fontes próximas a ele, dizem que a postura não significa apoio, ou falta dele, mas que, como tem grande influência no partido, prefere não interferir nos processos e escolhas internas, postura similar a adotada em 2020, nas primárias. Independente da escolha do candidato ou da candidata, se espera ampla participação de Obama na campanha. Biden pode estar ressentido com mais um episódio que seu amigo não o apoiou diretamente - antes, em 2016 e 2020, o ex-presidente não foi entusiasta da ideia de Joe Biden ser presidente. (New York Times)