Caio Mello

Redator do Meio. Jornalista formado pela Cásper Líbero, onde foi coautor de um livro sobre ocupações urbanas do Centro de São Paulo para o Trabalho de Conclusão de Curso. Tem experiência em cobertura política e econômica, passando por redações e veículos de rádio, além de ser pós-graduando em Ciência Política.

Mercado eleva perspectivas para o PIB, inflação e dólar

Tendência mantida: o Boletim Focus (leia na íntegra), divulgado toda segunda-feira pelo Banco Central, apresentou as mais recentes projeções econômicas, refletindo as expectativas do mercado em relação ao cenário econômico brasileiro. Há pouca diferença com relação à semana passada. A expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi novamente revisada para cima em 2024 e ficou em 4,05%, vinda de 4%, enquanto a previsão para 2025 permanece inalterada em 3,90%. Já o crescimento econômico medido pelo Produto Interno Bruto (PIB) teve nova revisão de alta para 2024 e nova revisão de baixa em 2025, ficando em 2,15% e 1,93%, respectivamente. No câmbio, revisões altistas para este ano e para o próximo, com um dólar previsto para R$ 5,30 em 2024 e R$5,23 em 2025. Na taxa básica de juros, a Selic, não houve alterações com relação à semana passada: 10,50% este ano e 9,50% no próximo. (Meio)

Tribunal de Haia ordena desanexação de terras na Palestina

Em decisão histórica, a Corte Internacional de Justiça de Haia, chegou a conclusão de que Israel anexou territórios, confiscou ativos e exerceu controle sobre a população da Cisjordânia, em Gaza e na parte oriental de Jerusalém. Os juízes da Corte ainda pontuaram que foi cometida discriminação contra a população desses territórios, com isso, Israel deveria deixar as terras ocupadas, interromper a política de assentamentos, providenciar reparação às vítimas, extinguir leis segregacionistas, além de que outros países não devem ajudar a promover as anexações de territórios palestinos. O Tribunal tomou a decisão com base em provocações de diversos países, inclusive anteriores aos ataques do Hamas em 7 de outubro, que geraram a resposta considerada desproporcional de Israel pela Comunidade Internacional. (UOL)

Agricultura pode ficar inviável na Amazônia e Cerrado até 2060, diz estudo

A manutenção do modelo atual do agronegócio, com pressão sobre o capital natural e grandes impactos ambientais, pode tornar boa parte do território dos biomas da Amazônia e Cerrado inviável para a agricultura até 2060. A conclusão é do Relatório Temático sobre Agricultura, Biodiversidade e Serviços Ecossistêmico, produzido por mais de 100 pesquisadores de 40 instituições em todos os biomas brasileiros, e organizado pela Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos, o BPBES. O estudo pontua que 74% dos espaços agriculturáveis destes biomas podem ficar comprometidos, o que traria impactos ambientais, sociais e econômicos. Isso porque o Brasil abriga 20% das espécies descritas no planeta e é o primeiro no ranking das nações mais megadiversas do mundo, além de que o agronegócio responde por 20% dos empregos formais e aproximadamente 25% do PIB do país. Para evitar o cenário mais dramático, o estudo conclui ser necessária uma agenda integrada entre agricultura e conservação e mudanças na agricultura de grande escala, hoje caracterizada por monoculturas, irrigação intensiva e uso excessivo de insumos. (Valor)

Pesquisa mostra Biden atrás em todos os estados decisivos

Novas más notícias para os democratas. Nas pesquisas de intenção de voto da Emerson College (íntegra), o republicano Donald Trump lidera em todos os estados-pêndulos, aqueles nem republicanos e nem democratas que alternam a preferência eleitoral. Nos sete estados aferidos, em comparação com a pesquisa de março de 2024, Trump ganhou um ponto percentual na Geórgia, Pensilvânia e Wisconsin, e dois pontos no Arizona, enquanto perdeu um ponto em Michigan, ainda que lidere no estado. Também estavam na pesquisa os estados da Carolina do Norte e Nevada. Nacionalmente, o republicano está na frente com 44% das intenções de voto, contra 38% do adversário. Quando perguntados se o presidente Biden deveria se retirar da disputa, 52% acham que ele deveria e 48% acham que ele não deveria. Sobre Trump, 56% acham que ele não deveria sair da disputa e 44% acham que ele deveria. A pesquisa ouviu mil eleitores e tem margem de erro de 3 pontos percentuais. (Political Wire)

Monitor do PIB da FGV tem alta de 0,3%, a maior em quatro meses

Calculado pela FGV, o Monitor do PIB (leia aqui) cresceu 0,3% em maio na comparação com abril, melhor desempenho dos últimos quatro meses. A alta foi de 1,3% em comparação com maio do ano passado e a taxa de crescimento acumulada em 12 meses, até maio, foi de 2,4%. Para Juliana Trece, coordenadora da pesquisa, o consumo das famílias, que registrou a maior alta do ano – 4,6%, com grande influência do consumo de serviços e de produtos não duráveis –, foi o propulsor do dado. Para ela, isso representa uma demanda interna aquecida. No entanto, entre as três grandes atividades econômicas, apenas a agropecuária teve crescimento. Indústria e setor de serviços se mostraram estáveis, então é possível identificar que a capacidade produtiva não teve a mesma força e impacto que o consumo, mesmo com formação bruta de capital fixo (FBCP) tendo crescido 4,5% no trimestre encerrado em maio. (Meio)

Maior ação judicial do país em proteção de dados cobra R$ 1,7 bilhão do WhatsApp

Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo e Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) ajuizaram uma ação contra o WhatsApp por danos morais coletivos, por agir de forma contrária às leis brasileiras e violar direitos dos usuários no país desde que a empresa mudou suas políticas de privacidade em 2021. Na ocasião, houve coleta e compartilhamento de dados com outras empresas, entre elas Instagram e Facebook, também do grupo Meta. O MPF e o Idec pedem R$ 1,733 bilhão em indenização, que seria destinada a grupos e projetos do Fundo de Defesa de Direitos Difusos. O valor torna esta a maior ação judicial do país em proteção de dados pessoais – e é semelhante ao que a União Europeia cobrou da Meta por violações na lei da política de privacidade da rede social. Resultado de uma petição encaminhada pela organização global Ek? ao MPF em abril de 2021, a ação pretende que o WhatsApp respeite as leis brasileiras, assim como fez na Europa, e ofereça a opção do usuário de decidir quais dados quer fornecer para a empresa. Os órgãos pedem a interrupção imediata do compartilhamento de dados do WhatsApp. O processo também questiona a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) pela atuação insuficiente e opaca no caso. Com cerca de 150 milhões de usuários, o Brasil é o terceiro maior mercado do WhatsApp no mundo – 99% dos brasileiros que usam celular têm o aplicativo. A Meta disse que ainda não foi notificada. (Meio)

Focus: diminui projeção de inflação e aumenta a de PIB e dólar em 2024

O Boletim Focus, divulgado toda segunda-feira pelo Banco Central e que reúne a média das expectativas de agentes do mercado financeiro sobre a economia, trouxe novidades (leia). Após várias semanas de alta nas expectativas de inflação, desta vez houve revisão para baixo no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,02% para 4%. Para 2025, porém, a alta no índice continuou, de 3,88% para 3,90%. Quanto ao Produto Interno Bruto (PIB), o boletim marcou nova revisão para cima em 2024, com perspectiva de crescimento de 2,11% em 2024, e 1,97% em 2025, representando estabilidade no próximo ano. No câmbio, ou seja, no valor do dólar em comparação com o real, houve revisão altista para 2024 e manutenção de expectativas em 2025 - o mercado entende que um dólar deve valer R$5,22 no fim do ano e R$5,20 no ano que vem. Quanto às estimativas para a Selic, taxa básica de juros da economia, não houve mudanças quanto à semana passada, com projeções de 10,50% ao final de 2024 e 9,50% em dezembro de 2025. (Meio)

Inflação ao produtor cresce acima do esperado nos EUA

O Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) subiu 0,2% em junho nos Estados Unidos após estabilidade em maio e acima do consenso, que projetava 0,1% de avanço (relatório completo aqui). A inflação ficou em 2,6% no período de 12 meses encerrado em junho, maior avanço nessa base comparativa desde março de 2023. O índice é importante, pois alta nos preços para produtores costumam ser refletidas no preço futuro para o consumidor. O núcleo da inflação, quando são excluídos itens mais voláteis, como alimentos e energia, subiu 0,4% no mês e 3% no ano, bem acima das previsões. Além disso, o dado reflete que os preços dos serviços aumentaram 0,6%, principalmente puxado pelo atacado de máquinas e veículos. Ao mesmo tempo, valores dos bens diminuíram 0,5%, sobretudo por uma queda de 5,8% na gasolina. (Meio)

Indústria recua no mês, mas cresce 2,5% no acumulado do ano, diz IBGE

Em maio, nove de 15 estados pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tiveram recuo na produção industrial, que caiu 0,9% na comparação com abril. Comparando com maio de 2023, a queda foi de 1%. O resultado, reflexo das enchentes no Rio Grande do Sul, que fizeram a produção industrial do estado despencar 26,2% no mês, foi melhor do que muitos previam. Já no acumulado do ano até o momento, é observada uma alta de 2,5% na indústria nacional, com resultados positivos em 15 dos 18 estados pesquisados, sendo Rio Grande do Norte o maior avanço, com quase 25%. Além dos dados da indústria, o IBGE divulgou o Volume de Serviços de maio, que ficou estável, superando a expectativa de queda. Três das cinco atividades observadas tiveram taxas negativas. O setor de serviços está 0,9% abaixo de dezembro de 2022, quando atingiu o ponto mais alto da série histórica, e 2,7% acima do nível de fevereiro de 2020, período pré-pandemia. (Meio)

Vendas no varejo contrariam expectativa e crescem 1,2% em maio, diz IBGE

As vendas no varejo registraram inesperada alta de 1,2% no mês de maio, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. A expectativa era de uma queda de 0,9%. Na base anual, o crescimento foi de 8%, o dobro da expectativa. Foi o quinto mês consecutivo de alta no indicador, sendo que o acumulado no ano ficou em 5,6%, enquanto nos últimos 12 meses ficou em 3,4%. Das oito atividades contempladas na pesquisa, cinco tiveram avanço - tecidos, vestuário e calçados e outros artigos de uso pessoal e doméstico registraram as maiores altas. Registraram as maiores quedas móveis e eletrodomésticos, combustíveis e lubrificantes e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação. O dado chama atenção também por ser o ponto mais alto da série histórica, que havia sido registrado em abril. Para o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, o desempenho dos últimos meses foi puxado por hiper e supermercados e artigos farmacêuticos, que atingiram seus níveis máximos em maio. O pesquisador também ressalta os elementos macroeconômicos que acabaram impulsionando resultados do varejo, sobretudo com o aumento da concessão de crédito à pessoa física, o crescimento da massa de rendimento e o número de pessoas ocupadas. (Meio)