Guedes tenta arrefecer crise mas redes mantém ataque a Maia

O ministro Paulo Guedes participa hoje de uma audiência pública, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, para falar sobre a reforma da Previdência. Sua maior missão é outra: superar a crise aberta entre Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia, durante o fim de semana. No Palácio, os ministros Onyx Lorenzoni, Augusto Heleno e Carlos Alberto Santos Cruz pediram trégua nas redes sociais. Os perfis influenciados pelo filho zero dois, Carlos Bolsonaro, mantiveram os ataques a Maia. (Globo)

Pois é: o Centrão faz uma campanha para ignorar a reforma proposta por Guedes e levar a voto a anterior, mais tímida, do governo Temer. Seria uma forma de bater-se contra o presidente sem por em risco a economia. Ao menos por enquanto, Maia não aceita a possibilidade. (Folha)

Então... O PSL na Câmara entrou em crise. Segundo Renato Onofre, no Estadão, a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann está sendo contestada pela própria base. O líder do partido, informa Mônica Bergamo, na Folha, é criticado dentro do Planalto pela inabilidade. E a própria bancada rachou, entre os que estão favoráveis a Maia e os que tomaram as dores de Bolsonaro, conta Natália Portinari, no Globo. O governo não controla, sequer, seu partido.

Luiz Guilherme Schymura, da FGV: “O chefe do Executivo tem dado mostras de que não está disposto a ter protagonismo. O que parece intransigência pode ser na verdade um posicionamento político estratégico. Por melhor que seja a condução da reforma da Previdência, haverá grupos insatisfeitos. Não se pode desconsiderar o ônus político que restará quando da aprovação. Bolsonaro pode estar trabalhando para transferir aos congressistas a conta do desgaste. Seu posicionamento contrário à reforma quando era deputado passa a ser extremamente oportuno, uma vez que lança dúvidas quanto à importância que dá ao assunto. Por outro lado, como há forte mobilização em torno do tema, por que haveria a necessidade de fornecer alguma vantagem aos congressistas para que votem a favor? Afinal, a maioria dos parlamentares deveria ao menos estar convencida da necessidade. O que justifica frases proferidas pelo presidente, tais como: ‘Fizemos nossa parte, a bola da previdência agora está com o Parlamento’. Um longo, tortuoso e intrincado caminho para reformar a previdência parece estar em curso.”

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Foi o Diário Oficial publicar ontem que foi suspensa a avaliação da alfabetização de crianças, até 2021, que a secretária de Educação Básica do MEC, Tania Leme de Almeida, pediu demissão. Ela sequer havia sido consultada. Hoje pela manhã, a portaria foi suspensa. Mas a nova crise deixou marcas. Foi um subordinado de Tania, o secretário de Alfabetização Carlos Nadalim, quem tomou a decisão em pedido para o Instituto Nacional de Estudos Educacionais. Nadalim é aluno de Olavo de Carvalho e vinha bombardeando a secretária. Sob tutela, o ministro Ricardo Vélez conseguiu, de Bolsonaro, autorização para demitir o presidente do Inep, Marcus Vinicius Carvalho. Tenta, também, a de Natalim para reverter a decisão de Tania. (Folha)

Na estratégia de ações para gerar ruído, Bolsonaro deu ordens para que os quartéis celebrem o golpe de 1964. “O presidente não considera o 31 de março um Golpe militar”, explicou o porta-voz Otávio Rêgo Barros.

Enquanto isso... O PT também está rachado. Não consegue se decidir sobre a sucessão da atual presidente, Gleisi Hoffmann, leal a Lula, informa Lauro Jardim. (Globo)

O desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, determinou ontem a soltura do ex-presidente Michel Temer. A informação foi antecipada pelo Estadão e logo tomou conta das redes sociais com ‘Soltaram o Temer’ figurando entre os principais tópicos do Twitter Brasil. A decisão também incluiu a liberdade do ex-ministro Moreira Franco e outras cinco pessoas, entre eles o Coronel Lima, amigo do ex-presidente. Athié é relator do habeas corpus dos advogados de Temer, que contestam o decreto de prisão do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, responsável pela Operação Lava Jato fluminense.

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HealthTech

Uma equipe do Belfast City Hospital apresentou, na última South by Southwest, um uso inédito de impressão 3D em cirurgia. O caso perante os médicos liderados pelo dr Tim Brown era peculiar. Uma jovem mãe, de 22 anos, precisava de um transplante de rim e seu pai de presto se apresentou a doar. Os órgãos eram compatíveis, mas o homem tinha um tumor benigno no interior do rim. Pela tomografia, dava para ver. A agilidade cirúrgica de retirar, extrair o tumor, e implantar, no entanto, exigiria uma destreza incomum. A partir do modelo 3D gerado pela tomografia, então, os médicos produziram uma cópia em tamanho real do rim. Nele, ensaiaram, combinaram. A cirurgia foi um sucesso. 3D já produz próteses ósseas e externas, ainda não permite a impressão de órgãos. Mas usos criativos começam a surgir.

Com frequência, a aposta dos grandes fundos parece apontar para o primeiro mundo. Mas há importantes exceções, e uma é o ramo de health tech. Startups do mundo em desenvolvimento apresentam soluções que atingem uma quantidade potencial muito maior de clientes. A japonesa SoftBank estuda colocar US$ 100 milhões na indiana PharmEasy. Num país populoso e empobrecido, a companhia se propõe a fazer, via internet, teleconsultas, encomenda para entrega de medicamentos e, até, coleta de material para medicina diagnóstica. Parece simples: mas, com uma boa interface por celular, a oferta pode revolucionar a saúde local — ampliando acesso, diminuindo custos, e virando bom negócio.

A osteoartrite é uma degeneração nas cartilagens da articulação. Atinge, principalmente, mãos, joelhos, o fêmur e a coluna. A Bright, uma startup brasileira, se propõe a tratar a doença com fototerapia: raios de luz bastante específicos podem energizar as células danificadas. O problema é que, para cada pessoa, a absorção dos raios é diferente. O que o algoritmo da empresa faz é jogar uma inteligência artificial para analisar aqueles dados que definem as ondas luminosas certas, como cor de pele e índice de gordura corporal. Ele busca os raios certos para cada paciente.

Cotidiano Digital

Esperava-se da Apple, ontem, um serviço concorrente da Netflix. Veio mais. Ou menos. Quando Tim Cook, o CEO da companhia, anunciou o serviço Apple TV+, abriu para um vídeo simpático com diretores como Steven Spielberg, J.J. Abrams, Sofia Coppola e M. Night Syamalan. Depois, para falar de forma genérica a respeito dos filmes e séries que apresentarão, vieram ao palco Oprah Winfrey, Reese Whitherspoon, Jennifer Aniston e até o Aquaman, Jason Momoa. Detalhes, ou mesmo trailers — isto não houve. Mas a estrutura do serviço foi anunciada. Serão investidos US$ 2 bilhões ao ano na programação exclusiva e, quando vier ao ar no segundo semestre, vai estrear em 100 países — o Brasil, provavelmente, incluso. Apple TV+ rodará na Apple TV, iPhones e iPads, computadores Mac, mas também na FireTV da Amazon e no sistema Roku, que só existe nos EUA. Por um dinheiro a mais, será possível também assinar alguns canais distribuídos normalmente por cabo, como HBO e Showtime.

Se foi pobre em detalhes, houve muitos outros anúncios. Apple News+, que era esperado, sai por US$ 9,99 ao mês, e traz a assinatura de 300 revistas e alguns jornais, como o Wall Street Journal. Mas a empresa também lançará um cartão de crédito. E, isso, foi inesperado. Na versão física, não tem número, CVV ou assinatura —‚ é branco e feito de titânio. Mas o cartão é essencialmente virtual, gera um número a cada uso para que seja sempre seguro online. Não tem milhas. Mas 2% de cada compra volta como desconto — 3% no caso de compras da Apple. Aceito onde se aceita Mastercard. E há, por fim, Apple Arcade — assinatura de games. Não é streaming. Permite que se jogue games que em geral são comprados na App Store.

Cultura

Na China, mais de dois minutos de ‘conteúdo LGBT’ foram retirados de Bohemian Rhapsody — o premiado filme que retrata a vida e a carreira do vocalista do Queen, Freddie Mercury. Movimentos pélvicos, homens se beijando e a sexualidade do cantor sendo confrontada pela sua namorada estão entre as cenas. O maior corte de todos é no final, quando o Queen filma o lendário videoclipe de I Want To Break Free, com os músicos de drag.

Assista: A apresentação histórica do grupo no Rock in Rio de 1985.

USP abre hoje inscrições para curso gratuito sobre Harry Potter. Os interessados devem entrar no site, a partir das 9h20, clicar na linha onde se lê Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, escolher a opção do curso e preencher os campos com as informações solicitadas. São apenas 60 vagas. É o segundo ano que a instituição apresenta o programa, aberto ao público geral. Para se inscrever, basta ser maior de 18 anos e ter lido a saga de J. K. Rowling.

Viver

O queniano Peter Tabichi ganhou o Prêmio Global de Professores, considerado o ‘Nobel da Educação’. O título é conferido pela Fundação Varkey, organização de caridade dedicada à melhoria da educação para crianças carentes, e premia vencedor com US$ 1 milhão (R$ 3,9 milhões). Ele venceu entre outros dez mil indicados de 179 países, entre eles a professora Debora Garofalo, que ensina matérias de tecnologia em uma área carente de São Paulo.

Ensinando ciências em uma região remota do Quênia para alunos de diversas etnias e religiões, em situações extremamente precárias, Tabichi doa 80% de seu salário para ajudar famílias mais pobres. Um terço de seus alunos é órfão. Seus estudantes, apesar de todas as dificuldades, foram bem sucedidos em competições científicas nacionais e internacionais, incluindo um prêmio da Sociedade Real de Química do Reino Unido.

Milhares de fósseis de espécies primitivas – como minhocas, águas-vivas, anêmonas e algas –, que viveram há aproximadamente 518 milhões de anos - foram descobertas por pesquisadores às margens do Rio Danshui, na província de Hubei, na China. Os paleontologistas consideraram a descoberta, publicada na revista científica Science, "surpreendente" pela quantidade de espécies novas - e também porque os tecidos moles de muitas criaturas, incluindo a pele, os olhos e os órgãos internos estão perfeitamente conservados.

Oslo se tornará a primeira cidade do mundo a instalar sistemas de recarga sem fio para táxis elétricos; objetivo é tornar a recarga rápida o suficiente para acelerar a chegada de táxis não poluentes. O projeto usará tecnologia de indução, com placas de carregamento instaladas em pontos de táxi ligados a receptores instalados no veículo. A Fortum, que está trabalhando com a empresa norte-americana Momentum Dynamics e a cidade de Oslo no esquema, disse que o maior obstáculo para a eletrificação de táxis até agora era a infraestrutura, já que é muito demorado para os taxistas encontrarem um carregador, plug-in, e depois têm de esperar o carro carregar.

A Noruega tem a maior proporção de carros elétricos do mundo, em parte graças a benefícios de longo prazo, como pedágios gratuitos ou com desconto, estacionamento e pontos de recarga. Em 2018, quase um em cada três carros novos vendidos foi elétrico. O governo também isenta os veículos elétricos de impostos.

A partir de 2023, todos os táxis em Oslo serão obrigados a ter emissão zero e a Noruega quer que todos os carros novos estejam com os índices zerados até 2025. Grã-Bretanha e França têm metas similares para 2040.

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