Ação do governo pode acabar com Fundo Amazônia

O governo alemão reteve R$ 151 milhões que seriam repassados ao Fundo Amazônia. Criado em 2008, o objetivo do fundo é recolher doações para investimentos que promovam a prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento da floresta. No total, os alemães já contribuíram com R$ 193 milhões. O principal colaborador, no entanto, é a Noruega, que já pôs R$ 3,186 bilhões no cofre. Quando o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles afirmou ter encontrado ‘inconsistências’ no trabalho da equipe gestora do fundo, no BNDES, pediu a extinção do Comitê Orientador do Fundo Amazônia. Pegos de surpresa, Noruega e Alemanha protestaram — suas auditorias jamais detectaram qualquer irregularidade e os dois governos estavam satisfeitos com o trabalho. Salles gostaria de usar os recursos para a indenização de proprietários cujas terras fazem parte de unidades de conservação. Os europeus discordam. Há risco concreto de o fundo acabar por conta da ação brasileira. “Esperamos que o BNDES continue a administrar o fundo e a aprovar os projetos planejados, de acordo com os entendimentos e diretrizes existentes”, puseram em carta os embaixadores Nils Martin Gunneng (Noruega) e Georg Witschel (Alemanha). Salles admitiu que o encerramento é possível. “Mas o que estamos falando aqui é de continuidade”, reiterou. “Queremos evitar o pior cenário”, acenou o diplomata alemão. (Deutsche Welle)

O desmatamento da Amazônia, entre agosto de 2018 e junho deste ano, atingiu uma área total de 4.565km2 — 15% mais do que os doze meses anteriores. Os números são do Inpe e os ambientalistas estão particularmente apreensivos com julho, quando o volume de desmatamento aumenta historicamente. Os pontos críticos são dois, ambos no Pará. Um é Altamira, onde foi erguida no governo Dilma a hidrelétrica de Belo Monte. O outro é na Floresta Nacional do Jamanxim, foco de madeireiros e grileiros. (Estadão)

Os números são do governo — mas são encarados com desconfiança no Planalto. “Esses índices de desmatamento são manipulados”, afirmou o general Augusto Heleno. “Se você somar os percentuais que já anunciaram até hoje de desmatamento, a Amazônia seria um deserto. Os países que nos querem cobrar o comportamento que eles acham correto nunca seguiram esse comportamento.” (BBC)

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Foi durante a madrugada: os deputados da comissão especial que analisa a reforma da Previdência derrubaram os cinco requerimentos para adiar a decisão. Parlamentares opositores tentaram adiar, não conseguiram. A proposta assinada pelo tucano Samuel Moreira, relator, será votada hoje em uma sessão que começa às 9h. Na sequência, os membros da comissão avaliarão, um por um, os 25 destaques de bancada e os 99 individuais. São propostas de alteração. Quando terminarem, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, poderá apresentar o texto ao plenário. Como se trata de uma emenda constitucional, será preciso o sim de 308 deputados em duas votações distintas. De acordo com Maia, ele tem uma lista com 325 deputados favoráveis ao texto. O objetivo é encerrar a passagem pela Casa até 17 de julho, véspera do recesso parlamentar. Aí começa no Senado. (Globo)

Não foi sem briga. O presidente Jair Bolsonaro se empenhou pessoalmente para desidratar o texto, oferecendo algumas vantagens a mais para policiais federais e rodoviários. Na proposta original, eles poderiam se aposentar com idade mínima de 55 anos desde que com 30 anos de contribuição. É dez anos menos do que o resto da população. Hoje, não há idade mínima — bastam 30 anos contribuindo. O presidente queria reduzir a faixa e chegar em 53 anos para homens e 52, para mulheres. Maia se queixou. “Uma concessão a policiais poderia gerar efeito cascata”, disse. Mas nada mudou. A categoria recusou o aceno presidencial. “Fiz uma excelente proposta, não aceitaram”, observou o presidente. “Agora vai para o voto. O problema é que ninguém quer perder nada.” (Estadão)

Bolsonaro se empenhou mesmo. Foi ele quem deu ordens ao líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo, para pressionar o relator Samuel Moreira. Chegou a ligar pessoalmente, conta Andréia Sadi, para Moreira. (G1)

Os deputados se queixam de que, com o empenho de Bolsonaro, caiu o discurso do governo de que a reforma tinha por objetivo acabar com privilégios. O ministro Paulo Guedes permaneceu em silêncio. (Folha)

O executivo Léo Pinheiro, que presidiu a OAS, escreveu da prisão carta à Folha de S. Paulo para responder a sua reportagem de domingo. Baseando-se nos vazamentos recebidos pelo Intercept Brasil, a Folha afirmou que a força-tarefa da Lava Jato hesitou em firmar acordo de delação premiada com o empreiteiro por ele mudar sua versão a respeito do tríplex que o MPF afirma pertencer ao ex-presidente Lula. “Minha colaboração premiada se deu em meados de 2016, quando estava em liberdade”, escreveu Pinheiro. “Não optei pela delação por pressão das autoridades, mas sim como forma de passar a limpo erros que cometi. Afirmo categoricamente que nunca mudei ou criei versão e nunca fui ameaçado ou pressionado pela Polícia Federal ou Ministério Público.” O executivo também diz que há provas para referendar seu depoimento. “O apartamento nunca tinha sido colocado à venda porque o ex-presidente era seu real proprietário e as reformas executadas foram realizadas seguindo suas orientações e de seus familiares.” (Folha)

No feriado do 4 de julho, nos EUA, a expectativa, conforme pedido do presidente Donald Trump, é de desfile com tanques e aviões de guerra. “Temos os aviões, temos os pilotos, o aeroporto é ao lado, tudo que precisamos é o combustível. Nós temos os tanques e tudo mais. Os fogos de artifício foram doados por dois dos grandes. Ótimo", escreveu no Twitter.

Cultura

A Disney escolheu a cantora Halle Bailey para viver a personagem Ariel no live-action de A Pequena Sereia. A informação foi confirmada pelo diretor Rob Marshall, por meio de um comunicado. O filme ainda não tem data de lançamento, mas o nome da personagem logo figurou nos principais assuntos do Twitter mundial.

Será sua estreia no cinema. Selecionamos duas performances de Bailey, que é conhecida por seu trabalho como cantora na dupla que tem com sua irmã mais nova. Neste vídeo cantando Unforgettable. E nesse outro cantando Diamonds.

Por falar em Disney, O Rei Leão divulgou imagens dos personagens encarando seus dubladores. Destaque para Beyoncé encontrando Nala.

Para curtir com calma. De Madri, a escritora venezuelana Karina Sainz Borgo acompanha com apreensão a situação política e social de seu país, cuja crise continua crescente. “Acredito que só em 20 anos teremos alguma esperança de recuperação”, disse ao Estado, em entrevista por telefone. Ela é a autora de Noite em Caracas, publicado aqui pela Intrínseca, e será uma das principais convidadas da 17.ª Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip. O romance originalmente se chama La Hija de la Española e conta a dolorosa trajetória de Adelaida Falcón, jovem cujo futuro promissor é apagado com a morte da mãe, vítima de uma doença que lhe consumiu as últimas economias. A desintegração da vida de Adelaida coincide com os acontecimentos de seu país. O que ela pensa sobre o título brasileiro? “Sim, gostei desse título, é mais crítico se pensarmos no agravamento da crise venezuelana. Também serve como ótima metáfora para a precária situação da democracia, se pensarmos que a escuridão da noite é propícia para se esconder coisas ou encobrir ações ilícitas”.

Viver

A final da Copa América será entre Brasil e Peru, mas a partida que desclassificou a Argentina ainda rende. O Comitê Organizador Local (COL) confirmou que a frequência do rádio de comunicação entre o árbitro e o árbitro assistente de vídeo (VAR) sofreu uma interferência no sinal, mas não informou motivo da queda temporária do sistema. Informações obtidas pelo GloboEsporte.com são de que o bloqueio de sinais da segurança do presidente Jair Bolsonaro geraram a interferência e a falha na comunicação do VAR - interrupção de frequência de sinal comumente usados em seguranças de autoridades, como chefes de estado e em visitas de papa, por exemplo. Dizendo-se prejudicada pela arbitragem, que deixou de analisar dois possíveis pênaltis a favor da seleção albiceleste, a Associação de Futebol da Argentina (AFA) enviou na tarde de ontem uma carta à Conmebol criticando a presença de Jair Bolsonaro no campo. “A imprudência na designação arbitral gerou um inevitável ambiente prévio à partida, agravado pela presença do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, no estádio Mineirão, de Belo Horizonte, que não passou imune aos jogadores, dirigentes e público em geral, já que foram evidentes suas manifestações políticas durante o desenvolvimento do jogo, não podendo deixar de mencionar que no intervalo ele deu uma verdadeira volta olímpica pelo estádio”, reclamou a entidade.

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O número de prisões no Paraná cresceu 334% nos primeiros quatro meses de 2019 em relação ao mesmo período do ano passado. A Secretaria da Segurança comemorou o resultado, apontando para as ações promovidas pelas polícias do estado, mas números também escancaram um gargalo para a administração pública: a superlotação carcerária.

Quatro ovos. E quatro maneiras criativas de prepará-los.

Galeria: Quioto, Japão, onde as antigas tradições se mantêm mesmo com o avanço da metrópole. O aluguel de quimono no inverno e de yukata no verão é uma tendência entre os turistas curiosos em participar de uma autêntica imersão na cultura popular.

Cotidiano Digital

A Huawei — e com ela inúmeras empresas americanas com as quais faz negócio — está no limbo. O presidente americano Donald Trump anunciou, após encontro com seu par chinês Xi Jinping durante o G20, que relaxaria o banimento. Na segunda-feira, seu assessor econômico, Larry Kudlow, foi mais específico. Afirmou que os EUA permitiriam a venda para a companhia de ‘chips diversos e software ou outros serviços que também podem ser encontrados noutros cantos do mundo’. Ou seja, voltaria a ser como era no início do ano. As empresas de telecomunicações americanas seguiriam proibidas de comprar equipamento de infraestrutura da companhia chinesa, assim como de vender seus celulares. Porém o acordo do Google com seu Android, e também a venda de chips, normalizaria a vida da Huawei no resto do mundo. E, desde então — nada aconteceu. Na Casa Branca, silêncio. A especulação é de que Trump sinalizou com a liberação da companhia de forma a retomar as conversas com a China. Agora, seria preciso um gesto por parte de Beijing na guerra comercial entre os dois países para que o presidente americano siga adiante com a liberação.

Um estudo publicado pelo Journal of Personality and Social Psychology, e assinado por Michal Kosinski e Yilun Wang, de Stanford, afirma que um computador é capaz de inferir a sexualidade de uma pessoa baseando-se numa fotografia do rosto. Os cientistas treinaram o algoritmo de aprendizado de máquina com pouco mais de 130 mil fotos distintas de 36 mil homens e uma quantidade equivalente de fotos de mulheres. Cada imagem estava marcada com a orientação da pessoa, se hetero ou homossexual. Tendo analisado as características de cada rosto e definido padrões em comum para um grupo e para o outro, puseram o software para teste. Sempre que recebia cinco fotografias de cada rosto, o computador foi capaz de atribuir a sexualidade correta para 91% dos homens e 83% das mulheres. Os índices de acerto são consideravelmente maiores do que os de humanos. Os cientistas acreditam que há mais informação num rosto do que nós possamos perceber. Sistemas de inteligência artificial, eles consideram, deverão poder avaliar, pelo rosto, também orientação política ou coeficiente de inteligência. (Economist)

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