MEC é pasta que recebe mais cortes no ano

O governo federal anunciou, ontem, quais ministérios serão atingidos pelo novo contingenciamento de recursos. Em primeiro, o da Cidadania, que terá R$ 620 milhões bloqueados. Na sequência, Educação (R$ 349 mi) e Economia (R$ 283 mi). No acumulado do ano, o MEC é o ministério que mais sofreu bloqueios — um total de R$ 6,2 bilhões. No total do orçamento, é a pasta que tem o o segundo maior. R$ 18,7 bi. Perde apenas para a Saúde, que tem R$ 25,2 bi em verbas destinadas pelo Orçamento. O valor total destinado aos dois ministérios é alto porque é assim obrigado a ser pela Constituição. Os critérios a respeito de onde se dá o contingenciamento são do governo. (Poder 360)

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O presidente Jair Bolsonaro pretende mudar as regras que envolvem trabalho análogo à escravidão. Seu objetivo é que produtores rurais não tenham suas propriedades confiscadas quando este crime for constatado. “A linha divisória entre trabalho escravo e análogo à escravidão é muito tênue”, afirmou o presidente, para quem o trabalho análogo não é equivalente à escravidão. Sua crítica é à Emenda Constitucional 81, que determina o confisco de terras onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou exploração de trabalho escravo na forma da lei. “O empregador tem que ter essa garantia”, seguiu Bolsonaro. “Não quer maldade para seu funcionário. Deixar com essa dúvida, se é análogo ou não é, você leva o terror para o produtor. Quem tem coragem de investir em um país como esse daqui?” O presidente não comentou se gostaria de mudar a regra também para terras com plantio de drogas. (Poder 360)

Leonardo Sakamoto: “Ironicamente, o presidente votou a favor dessa emenda em 2004, quando era deputado. A regulamentação é importante porque vai estabelecer qual o devido processo legal para o perdimento das propriedades. Não é a decisão da fiscalização, mas uma decisão judicial de última instância. ‘Trabalho análogo ao de escravo’ é a forma que nossa legislação se refere às formas contemporâneas de escravidão. A Lei Áurea aboliu a escravidão, o que significou que o Estado brasileiro não mais reconhecia que alguém fosse dono de outra pessoa. Persistiram, contudo, situações que transformam pessoas em instrumentos descartáveis de trabalho, cerceando sua liberdade com fraudes ou violência, prendendo-as a dívidas impagáveis, submetendo-as condições desumanas que colocam em risco sua segurança e vida. Desde a década de 40, nosso Código Penal prevê a punição a esse crime. ‘Quem tem coragem de investir num país como esse daqui?’, pergunta o presidente. Mas é justamente um pais que relativiza e afrouxa o conceito de trabalho escravo que o risco de se investir aumenta. Principalmente num cenário em que busca-se a validação de um acordo de peso, como aquele entre o Mercosul e a União Europeia, e de um pedido de entrada na OCDE — ambos ambientes bastante rigorosos com relação aos padrões trabalhistas. O Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer, diante das Nações Unidas, a persistência de formas contemporâneas de escravidão e o primeiro a criar uma política nacional efetiva de libertação de trabalhadores em 1995. Mas vem enfrentando dificuldades para levar adiante a política.” (UOL)

O presidente americano Donald Trump afirmou que pretende amarrar um acordo de livre comércio com o Brasil. “O Brasil é um grande parceiro”, ele afirmou nos jardins da Casa Branca. “Ele nos cobra muitas tarifas, mas nós amamos essa relação.” O secretário de Comércio, Wilbur Ross, está no país e deve se encontrar com o ministro da Economia, Paulo Guedes, hoje. O Brasil exportou para os EUA, em 2018, US$ 28,7 bilhões. em produtos. e US$ 16 bi. em serviços. E importou US$ 29 bi, em bens, no mesmo ano. (G1)

Então... A repórter Raquel Krahenbühl, da GloboNews, perguntou ao presidente americano sobre a indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada. “Acho que é uma grande indicação, não sabia disso”, afirmou Trump. “Considero o filho dele extraordinário”, seguiu, referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro. “Conheço o filho dele e provavelmente é por isso que o indicaram. Estou muito feliz.” Para Trump, não há nepotismo. (G1)

Os auxiliares mais próximos do presidente tentam descobrir qual a origem de suas declarações intempestivas dos últimos dias. O temor, segundo Thais Arbex, é de que as confusões façam o governo perder controle de uma agenda positiva, daí aliados em pautas específicas e, talvez, apoio na sociedade. Parte da agressividade de Bolsonaro se deve a uma reação às críticas feitas à indicação de seu filho, Eduardo, para a embaixada dos EUA. (Folha)

Mas... O PSDB já cruzou a linha no chão indicando de onde não passará, após dura crítica, pelo governador paulista João Doria, aos ataques contra o pai do presidente da OAB, desaparecido na ditadura. O DEM ainda se encontra dividido, mais de um cacique, porém, está incomodado, segundo o Painel. (Folha)

Em uma conversa privada com a jornalista Jussara Soares, o presidente afirmou que não mudará. “Sou assim mesmo”, ele afirmou, “não tem estratégia. Se eu estivesse preocupado com 2022 não dava essas declarações.” (Globo)

Os quatro suspeitos de violação do Telegram tiveram audiência, ontem, com o juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal do DF. O DJ Gustavo Elias Santos se queixou de que a Polícia Federal o impediu de entrar em contato com seu advogado e de ter sido levado algemado para Brasília. O juiz manteve os quatro presos — a temporária expira na quinta-feira, quando a PF pode decidir se pede prisão preventiva ou se os libera. (Globo)

José Casado tem o número exato: 976 linhas foram violadas no alto e médio comando da República pelos hackers de Araraquara. (Globo)

Pois é... A PF não quer nem tocar no material vazado que tem em mãos. Seu plano é, assim que terminar a investigação, lacrar tudo e enviar para a Justiça, conta Bela Megale. (Globo)

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, gravou vídeo em defesa do jornalista Glenn Greenwald, cofundador do Intercept. “A base desse debate”, diz Maia, “é o sigilo da fonte. No nosso Estado democrático de direito, é um direito constitucional. O meio de comunicação deu divulgação, está protegido pelo sigilo. Não é a favor do Glenn, é a favor da nossa liberdade de expressão.” (Folha)

Aliás... Maia também fez piada. Republicou em seu Facebook um meme que circula pelas redes. ‘Rodrigo Maia teve seu celular invadido por hackers. Todas as mensagens eram pro iFood.’ O presidente da Câmara arrematou: “Aviso aos engraçadinhos que já comecei minha dieta.”

Viver

Por falar em Maia anunciou ontem que pretende apresentar um projeto de lei para abrir o futebol brasileiro aos investidores estrangeiros. O deputado quer enviar ao Congresso um pacote para profissionalizar a estrutura dos clubes e contou que a intenção é torná-los mais fortes financeiramente para conseguir manter os jogadores no país. É o modelo adotado pelos grandes europeus, como o Paris Saint-Germain, o Liverpool e o Manchester City.

E a Anvisa realiza audiência pública nesta quarta para discutir a liberação do cultivo de maconha medicinal. Medida aprovada em junho fica em consulta pública até 19 de agosto.

Fato inédito na história de uma instituição ainda atrasada nas questões de gênero: duas mulheres participarão da reunião do Comitê de Política Monetária quando o Banco Central decidirá, hoje, a taxa básica de juros. Ao tomar posse no início do mês no comando dos Assuntos Internacionais, Fernanda Nechio tornou-se apenas a quarta mulher na diretoria do Banco Central em 55 anos, juntando-se a Carolina de Assis Barros, diretora de Administração, que assumiu o cargo em 2018. Apesar desse avanço de representatividade feminina no conselho de nove membros, menos de um quarto dos funcionários do BC são mulheres, uma percentagem que pouco cresceu última década. (Bloomberg)

Oito imagens de gangorras atravessando o muro na fronteira entre EUA e México. Calcula-se que a cada dia a cruzem legalmente para trabalhar, estudar ou de visita, um milhão de pessoas nas duas direções.

Cultura

Afinal, qual é a diferença entre histórias em quadrinhos e graphic novels? O MentalFloss fez um histórico interessante. As revistas em quadrinhos são, é claro, reconhecíveis como periódicos lançados regularmente que apresentam trabalhos de arte sequenciais. Os primeiros exemplos de quadrinhos americanos datam da década de 1920. Na década de 1930, os quadrinhos começaram a apresentar material original, e logo se tornaram o meio para o gênero emergente de super-heróis. Em 1964, um fã de quadrinhos chamado Richard Kyle usou os termos graphic story e graphic novel em um artigo sobre o futuro da mídia de quadrinhos para um fanzine. Kyle e outro fã, Bill Spicer, publicaram mais tarde um fanzine intitulado Graphic Story Magazine no que era provavelmente uma tentativa de modernizar o meio e talvez lhe dar um nível mais alto de credibilidade. Em 1971, a DC Comics declarou The Sinister House of Secret Love #2, uma história de 39 páginas, como “novela gráfica do terror gótico” na capa da edição. Em 1976, Bloodstar, do artista Richard Corben, de 104 páginas, declarou-se uma graphic novel, assim como A Contract with God, da lenda dos quadrinhos Will Eisner. Havia uma associação clara entre extensão e terminologia, com trabalhos mais longos cada vez mais sendo rotulados como graphic novels. No início dos anos 80, a Marvel lançou uma linha de romances gráficos como A Morte do Capitão Marvel, relançada em 2018 no Brasil, que eram maiores do que os quadrinhos comuns, com um preço mais alto de US$ 4,95. Os títulos eram representativos da tendência crescente em direção aos quadrinhos envoltos em embalagens mais elaboradas. “Uma graphic novel é como uma revista em quadrinhos, mas num formato mais denso e um final definido”, descreveu, em 1983, Mark Stevens, dono da Science Fiction.

Por falar... Editora Mino lançou Cannabis – A ilegalização da maconha nos Estados Unidos, graphic novel escrita e ilustrada pelo norte-americano Box Brown. Por meio de extensas pesquisas, o autor mergulha fundo na controvérsia histórica envolvendo a maconha e sua legalização para criar um “argumento em quadrinhos”.

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Ao longo das quase duas horas do documentário A Privacidade Hackeada, disponível na Netflix, é recorrente a expressão “os dados já valem mais do que o petróleo”. Em suma, é um panorama de como nossos dados podem ser manipulados em grande escala para fins políticos. Carole Cadwalladr, jornalista que revelou ao mundo o escândalo envolvendo a Cambridge Analytica, analisa as consequências do caso. Além dela, o documentário acompanha outras pessoas nos meses em que aconteceram as audiências nos EUA. Caso de David Carroll, um professor norte-americano, e Brittany Kaiser e Julian Wheatland, diretora de negócios e diretor operacional da empresa acusada de fornecer dados segmentados para a campanha de Donald Trump na eleição de 2016. A resposta é perturbadora, mas não uma surpresa, avalia a Vice. 

Cotidiano Digital

A Softbank, que está entre as principais investidoras de tecnologia do mundo, comprou quase R$ 1 bilhão em ações do Banco Inter, que após o fechamento do negócio deve ficar em cerca de 10% da empresa. É o primeiro investimento em banco da Softbank na América Latina, mas seu terceiro em fintechs.

Pela primeira vez, em 2018, o mundo investiu mais no desenvolvimento de tecnologias ligadas a inteligência artificial do que os EUA. Em 2013, 75% do dinheiro posto em startups de IA no mundo era americano. Em 2018, foi 40%. Decisão de Estado. Tanto governos europeus quanto o chinês adotaram uma estratégia de investimento concentrado na área.

A Apple se juntou, ontem, ao Data Transfer Project, iniciativa que já reunia Facebook, Google, Microsoft e Twitter. O objetivo é criar uma ferramenta comum que permitirá aos usuários que migrem seus dados entre dois serviços online quaisquer com facilidade.

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