Governo recusa ajuda do G7 para combater a queimadas

O presidente Jair Bolsonaro vai rejeitar a oferta de US$ 20 milhões, feita pelo G7, para auxiliar no combate aos incêndios na Amazônia. “Talvez esses recursos sejam mais relevantes para reflorestar a Europa”, afirmou ao jornalista Gerson Camarotti o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. “O Brasil nunca teve práticas colonialistas e imperialistas como talvez seja o objetivo do Macron”, ele seguiu, referindo-se ao presidente francês. (G1)

Não facilitou o fato de Emmanuel Macron, durante uma coletiva, ter especulado a respeito da internacionalização da Amazônia. “É uma questão que se coloca se um Estado soberano toma de maneira clara e concreta medidas que se opõem ao interesse de todo o planeta”, sugeriu. O porta-voz da Presidência brasileira, Oteavio do Rêgo Barros, foi quem respondeu. “Sobre a Amazônia brasileira fala o Brasil, suas Forças Armadas , a sua sociedade.” (Poder 360)

Um dado: Desde 1990, a área florestada da França cresceu em 7% e hoje ocupa 31% do território. Aliás, entre 1990 e 2015, os países da União Europeia reflorestaram uma área que equivale ao tamanho de Portugal. (Economist)

Na avaliação do diário francês Le Monde, Macron está fazendo um jogo de cenoura e vara. Ele foi muito criticando em seu país quando concordou com o acordo de livre-comércio da União Europeia com o Mercosul. “Não podemos nos portar como neo-protecionistas”, afirmou a respeito das preocupações da agroindústria local com a concorrência. Seu principal argumento em prol do acordo era a cláusula que obrigava o Brasil de Bolsonaro a preservar suas florestas. Sua virada repentina faz sentido: após a cenoura, perante as queimadas e a negação dos fatos pelo governo brasileiro, apresentou a vara. Ainda assim, há um debate legal acontecendo. Não está claro se Macron, ou a França, teriam direito a veto — se é preciso unanimidade dos Estados europeus ou basta maioria para que o acordo seja fechado. (Le Monde)

Macron ainda tem cartas nas mãos. Segundo o cientista político Mathias Alencastro, ele vem se aproximando do russo Vladimir Putin. A Rússia está fora do G7 e deseja voltar. Tem o apoio do presidente americano Donald Trump. No próximo encontro, o francês tem a possibilidade de condicionar seu aceite o retorno de Moscou ao grupo das maiores economias à punição do governo brasileiro. (Folha)

Rubens Ricúpero: “O Brasil vive a mais grave crise de imagem nos últimos 50 anos. Nem no governo militar assistimos um movimento em que todos os noticiários internacionais focalizassem a Amazônia como primeira notícia, com declarações de presidentes, jogadores de futebol, atores de cinema, chefes da ONU. Depois das diversas declarações do governo, em tom de ataque a países e líderes que pediram soluções para a questão ambiental brasileira, a situação no exterior ficou muito complicada. Como o mandato do atual governo ainda tem mais três anos, a não ser por milagre, não vejo possibilidade de recuperação da imagem.” (Globo)

José Paulo Kupfer: “O agronegócio e, indiretamente, a inserção do Brasil nas cadeias do comércio exterior sofreram prejuízos de imagem que custarão a ser superados. A crise reorientou as lentes dos importadores para a sustentabilidade das exportações brasileiras. São inúmeras as indicações de que os mercados externos, principalmente o europeu, rejeitam produtos fabricados e vendidos sem certificados de responsabilidade ambiental, social e trabalhista. Basta uma visita a qualquer supermercado para ter certeza dessa preocupação. A profusão de embalagens apregoando a produção orgânica, livre de agrotóxicos, respeito às normas trabalhistas e sob condições de bem-estar animal é suficiente para não deixar dúvidas. O tamanho do mercado externo do agronegócio brasileiro não permite manter atitudes irresponsáveis com o meio ambiente. Só de janeiro a julho deste ano, as exportações do agronegócio somaram perto de US$ 60 bilhões. Corresponde a cerca de metade das vendas brasileiras ao exterior.” (UOL)

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, deu ordens para que se abra inquérito — ela afirma ter elementos suficientes para suspeitar de ação orquestrada nas queimadas na Amazônia. A Polícia Federal entrará no caso. “Queremos sincronizar a atuação do Ministério Público brasileiro para que as queimadas e os incêndios cessem e aqueles estão cometendo crimes gravíssimos de pôr fogo na floresta sejam identificados e punidos”, afirmou. O Ministério Público dos Estados e o Federal agirão em conjunto. (G1)

Pois é... O Ibama foi informado com antecedência pelo MPF do Pará de que um grupo combinava, via WhatsApp, uma queimada à beira da BR-163. De acordo com o Ibama, nada foi feito por falta de apoio da PM local. Um pedido de ajuda ainda foi dirigido à Força Nacional de Segurança — que não respondeu. O grupo de WhatsApp, formado este ano especificamente para combinar o que batizaram “Dia do Fogo”, tinha 80 membros e nasceu de outro grupo, que existe desde 2016 e tem 246 participantes, todos na cidade de Novo Progresso. (Globo Rural)

Enquanto isso... O ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles mandou substituir toda a diretoria do ICMBio, instituto cuja responsabilidade é executar pesquisas, além de garantir a proteção, preservação e conservação da biodiversidade nas unidades de conservação federais. Todos os novos diretores são oficiais da PM paulista. Um dos diretores soube de sua exoneração pelo Twitter. (Globo)

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A pesquisa do MDA para a CNT, realizada entre 22 e 25 de agosto, indica que a reprovação pessoal de Bolsonaro chegou a 53,7%. Era de 28,2% em fevereiro. Seu governo é avaliado como ruim ou péssimo por 39,5% — era 19%. 29,4% consideram o governo ótimo ou bom, 29,1%, regular. De acordo com o levantamento, 72,7% dos entrevistados consideram inadequada a indicação de Eduardo Bolsonaro para embaixador nos EUA%. 21,8% acham adequado. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais. (UOL)

A Polícia Federal atribuiu ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e a seu pai, o vereador carioca Cesar Maia, os crimes de corrupção passiva, falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro. Segundo o relatório, pai e filho receberam doações de campanha registradas oficialmente como vindas do Grupo Petrópolis de cervejarias. O dinheiro, porém, em verdade viria da Odebrecht e teria sido assim camuflado — um processo que a PF batizou de Caixa Três. “Todas as doações que recebi foram solicitadas dentro da legislação e declaradas à Justiça”, afirmou o deputado. “A conclusão da PF não tem embasamento fático ou comprobatório, já que foi baseado exclusivamente em palavras e planilhas produzidas pelos próprios delatores.” A Procuradoria Geral da República terá de decidir se há indícios suficientes para uma denúncia. (Globo)

Hoje completa oito meses desde a última aparição de Fabrício Queiroz, lembra Lauro Jardim. (Globo)

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HealthTech

Poucos temas são tão palpitantes, na relação entre medicina e tecnologia, quanto o impacto da inteligência artificial. Se tudo der certo, IA pode diminuir custos e ampliar acesso a medicina de qualidade. Pode liberar médicos sobrecarregados para que foquem no paciente enquanto algoritmos fazem o trabalho automatizado. Mas este é o cenário otimista. Há outros. A tecnologia de aprendizado de máquina, se apressada, pode tirar conclusões erradas. É o caso, por exemplo, de os algoritmos serem alimentados apenas com os dados de uma população com um corte demográfico restrito — todos da mesma etnia, por exemplo. Neste caso, possíveis diagnósticos podem ter viés, só serão precisos para aquele grupo específico. Quanto mais massivos forem os bancos de dados com diagnósticos passados para alimentar estes sistemas, melhor. Mas é difícil encontrar tantos dados assim, por isso a pressa atrapalha. É um dos obstáculos para o desenvolvimento. Estas distorções de algoritmos levam alguns a cogitar a necessidade de auditorias contínuas do código para garantir que erros não estejam sendo comentidos.

A ideia do app brasileiro Docway é muito simples. Precisa de um médico? Lance o app, escolha a especialidade, o profissional, marque uma consulta. O médico vai à casa ou ao escritório e o pagamento, por cartão, é feito no próprio app. O convênio reembolsa as consultas, conforme o contrato.

Há dicas para buscar diagnóstico na internet. A primeira: foco no sintoma, não em suas desconfianças. Busque pelo conjunto de sensações físicas que tem. Atenção à fonte: que sejam sites ligados a instituições médicas respeitadas. Fique calmo, mesmo que encontre um possível diagnóstico alarmante. É possível que esteja errado. Ao fim do processo, busque um médico. Compartilhe o que descobriu — e confie nele para a palavra final.

Cultura

Seis detalhes do novo trailer de Star Wars que vêm atiçando a curiosidade dos fãs. Com a volta de J. J. Abrams na direção, o longa já confirmou que trará o retorno de personagens, incluindo o temido Imperador Palpatine, e apresentará novas caras e armas de destruição em massa.

E para os fãs de Breaking Bad... o filme que contará, em forma de suspense, o que aconteceu com o personagem de Jesse Pinkman, ganhou data de estreia na Netflix: 11 de outubro. Aaron Paul assume seu papel icônico em The Road: A Breaking Bad Movie pelas mãos do roteirista e diretor Vince Gilligan, criador da série original. O trailer.

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Primeiro no Nordeste... O filme A Vida Invisível, de Karim Aïnouz, que foi premiado durante sua passagem no Festival de Cannes 2019, vai estrear primeiro na região -  a partir de 19 de setembro. Já no restante do país, o lançamento ficou para 31 de outubro. Em comunicado oficial, o produtor Rodrigo Teixeira explicou a decisão: "Decidimos antecipar [...] porque o Karim é cearense, e também de modo a atender aos pré-requisitos da Academia para que o filme esteja qualificado a representar o Brasil no Oscar de 2020".

Viver

Espaço em órbita. Areia. Gás hélio. Terra agricultável. Fósforo. E bananas. O que esses seis recursos têm em comum? Estão caminhando para a escassez. "A maioria das bananas que cultivamos atualmente para a venda comercial está ameaçada por um fungo chamado de mal-do-Panamá. Consumimos, na maior parte das vezes, uma variedade chamada Cavendish. Como todas são clones, o mal-do-Panamá tem o potencial de se propagar rapidamente através da população das plantações de banana. E já aconteceu antes: na década de 1950, a mesma doença quase acabou com a colheita mundial, o que fez com que produtores mudassem da variedade Gros Michel para a Cavendish. Pesquisadores estão trabalhando para desenvolver novas variedades que sejam resistentes ao fungo e que sejam saborosas" (G1).

Cotidiano Digital

É possível que fique ainda mais difícil acompanhar todas as séries e filmes pelas plataformas de streaming. No último fim de semana, a Disney promoveu em Anaheim, na Califórnia, a D23 Expo, evento no qual a empresa mostra suas novidades ao público, de parques temáticos a futuros lançamentos do cinema. Na edição de 2019, boa parte das apresentações giraram em torno do Disney+, que ganhou um trailer de divulgação. Será lançado no dia 12 de novembro, mas não em todo mundo. Aqui na América Latina, a previsão de chegada é 2020, sem uma data precisa de estreia. O futuro serviço de streaming vai reunir o conteúdo de Disney Pixar, Star Wars, Marvel e National Geographic. E, assim como os seus concorrentes, também apostará em produções originais. Até Os Simpsons estarão por lá – no ano passado, a Disney concluiu a compra da divisão de entretenimento da Fox por US$ 71 bilhões.

Em 2018, a Netflix tinha aproximadamente 1.570 séries e quatro mil filmes. A Disney+ será lançada com 500 filmes e sete mil episódios. Não séries — episódios. Por isso mesmo, o desenho da interface do novo sistema de streaming será clean, enxuto. Veja telas.

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