Onyx cai e Bolsonaro se cerca de generais
Caiu mais um dos ministros palacianos que começaram o governo com o presidente Jair Bolsonaro. Ontem, após um longo processo de fritura, o chefe da Casa Civil Onyx Lorenzoni foi comunicado de que seria substituído. Assume seu lugar o general Walter Braga Netto, da ativa, atual Chefe do Estado-Maior do Exército e responsável pela intervenção militar no Rio durante o governo Temer. Agora, todos os ministros que trabalham no Planalto têm origem militar. A nova linha agrada Bolsonaro, que quer evitar pretensões eleitorais em sua antessala. Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, chegou a ser convidado, mas recusou. Enquanto isso, Onyx deve assumir o Ministério da Cidadania, hoje comandado por Osmar Terra. A saída do ex-Casa Civil já era esperada desde que viu suas funções serem esvaziadas. Após demissão de seu secretário-executivo, Vicente Santini, por abuso de vôos da FAB, ele perdeu o Programa de Parcerias de Investimentos, que foi transferido para o Ministério da Economia. E ficou restrito a função de mensageiro do presidente no Congresso. (Globo)
Para os militares o movimento causa, simultaneamente, preocupação e alívio. Um general de quatro estrelas ouvido pela Coluna do Estadão observou que o presidente deveria se cercar de uma pluralidade de visões. Só com fardados ao seu redor, isto não existe. Por outro lado, esvazia-se a ala ideológica, ligada ao escritor Olavo de Carvalho. É coisa que os militares vêem com bons olhos. (Estadão)
Pois Onyx foi para a pasta da Cidadania por conta da irritação de Bolsonaro com Terra. O ministro teria ignorado alertas de que uma empresa de tecnologia que contratou foi a mesma usada para desviar R$ 50 milhões entre 2016 e 2018 no antigo ministério do Trabalho. (BR Político)
Enquanto isso... o MP pediu ao TCU que investigue todos os contratos com empresas de tecnologia feitos durante a gestão de Terra. Num intervalo de seis meses, a pasta fechou mais de R$ 25 milhões em contratos sem abrir licitação. (Estadão)
O dólar fechou a quarta-feira avaliado em R$ 4,35 — o quarto recorde consecutivo, acumulando uma valorização de 8,5% desde o início do ano. Questionado sobre sua avaliação, o ministro Paulo Guedes optou pela ironia. “Não tem negócio de câmbio a R$ 1,80. Vou exportar menos, substituição de importações, turismo, todo mundo indo para a Disneylândia”, disse, para logo derrapar. “Empregada doméstica indo pra Disneylândia, uma festa danada. Mas espera aí? Espera aí. Vai passear ali em Foz do Iguaçu, vai ali passear nas praias do Nordeste”, declarou. O ministro percebeu que a declaração não iria bater bem e tentou consertar. “Antes que falem ‘ministro diz que empregada doméstica estava indo para a Disneylândia’, não. Ministro está dizendo que o câmbio estava tão barato que todo mundo estava indo para a Disneylândia, até as classes sociais mais baixas.” (G1)
Pois é... Guedes tem um problema com o Planalto. A reforma administrativa travou por conta de disputa entre sua equipe e o Palácio. O secretário-geral da Presidência, Jorge Oliveira e Lorenzoni convenceram o presidente de que o texto exige cautela antes de envio para o Congresso. No ministério da Economia se avalia que a trava é para blindar os servidores públicos. A proposta visa mudanças no regime de contratação e planos de carreira. Apesar dos pedidos de Guedes, Bolsonaro tem indicado a aliados que só pretende entregar o texto em março. Enquanto Guedes tem pressa para que a reforma seja analisada antes do segundo semestre, quando a maioria dos parlamentares estarão dedicados às eleições. (Globo)
Esta posição errática de Bolsonaro, que não parece convicto a respeito das reformas, gera receios também entre analistas. O medo é de que o crescimento econômico termine em voo de galinha. (Estadão)
Deputados federais da CPMI das Fake News administram grupos com notícias falsas. Filipe Barros e Coronel Tadeu, ambos do PSL e bolsonaristas, controlam grupos de WhatsApp que compartilham fake news e ataques contra integrantes do Congresso e do STF. Entre os principais alvos estão o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. e o presidente do STF, Dias Toffoli. Um dos grupos é chamado Militantes Bolsonaristas e também é usado para coletar assinaturas para o novo partido de Bolsonaro, Aliança pelo Brasil. (Folha)
Enquanto isso… Entidades de jornalistas repudiaram os ataques de Hans River, ex-funcionário de uma agência que faz disparos em massa por WhatsApp, à jornalista Patrícia Campos Mello. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, usou o seu Twitter para criticar o caso. (G1)
O miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega teria sido avisado pela sua namorada do cerco policial. A caminho para o Rio, Júlia Emília Mello Lotufo foi parada e revistada por agentes da Polícia Rodoviária. Depois de liberada, ela ligou para Nóbrega e avisou da mobilização. Para os policiais, o alerta da namorada teria influenciado na decisão de Adriano de mudar de esconderijo. O ex-PM foi morto num sítio pela Polícia Militar baiana. Suspeito de envolvimento nas mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes, também era investigado por participar da rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro. (Época)
Então... Flávio foi ontem ao Twitter. “Acaba de chegar a meu conhecimento que há pessoas acelerando a cremação de Adriano da Nóbrega para sumir com as evidências de que ele foi brutalmente assassinado na Bahia. Rogo às autoridades competentes que impeçam isso e elucidem o que de fato houve.” Foi a primeira vez em que um dos membros da família presidencial fez qualquer manifestação a respeito da morte do parceiro. (Twitter)
A Justiça do Rio vetou a cremação até que os laudos da perícia saiam. (G1)
Cultura
Dia de estreia nos cinemas. Um dos destaques é O Preço da Verdade (trailer). Inspirado em uma história real, um advogado descobre que a maior corporação do mundo está por trás de um número crescente de mortes inexplicáveis. O elenco é estrelado e traz nomes como Anne Hathaway, Mark Ruffalo, Bill Pullman e Tim Robbins. Já Sonic: O Filme (trailer) promete agradar também os novos fãs. O filme segue as aventuras de Sonic enquanto ele tenta se adaptar à sua nova vida na Terra com Tom, seu novo amigo humano. Eles unem forças para tentar impedir que o vilão, vivido por Jim Carrey, capture Sonic e use seus poderes para dominar o mundo. E pra fechar, tem ainda O Grito (trailer), uma história de terror em uma casa amaldiçoada.
Uma série da Netflix sobre o assassinato de Malcolm X motivou a promotoria de Manhattan a reabrir a investigação do caso. “Espero que essas investigações tragam clareza e transparência em relação a esse ato criminoso e devastador contra minha família e todos os seguidores de um amado Malcolm. Meu pai viveu sua vida em busca da verdade. Ele merece a mesma dedicação e de todos nós”, disse Ilyasah Shabazz, filha de Malcom.
O ativista dos direitos civis Malcolm X subiu ao palco no Audubon Ballroom em Nova York em 21 de fevereiro de 1965. Morreu pouco tempo depois após ser atingido por tiros. Três homens foram condenados em 1966 à prisão perpétua. Mujahid Abdul Halim (conhecido como Talmadge Hayer e Thomas Hagan), Muhammad Abdul Aziz (conhecido como Norman 3X Butler) e Khalil Islam (conhecido como Thomas 15X Johnson) foram condenados. A série Quem matou Malcom X?, lançada sexta-feira, apresenta o historiador Abdur-Rahman Muhammad procurando respostas sobre o assassinato mais de cinco décadas depois, incluindo se os verdadeiros criminosos foram pegos. Assista.
A décima terceira edição da Tupigrafia, revista especializada em tipografia e afins, foi lançada. E está bem bonita. São 128 páginas, impressão offset a quatro cores, com conteúdos que vão de um artigo sobre os tipos produzidos pela Olivetti para uso em máquinas de escrever a um ensaio visual com imagens de teclados. Editada por Tony de Marco, sempre presente no Meio das sextas-feiras, a revista ganhou o prêmio de Veículo de Design no Brasil Design Award, em 2019. Nossos leitores tem um cupom de desconto válido por uma semana. Basta digitar ‘meio’.
Cotidiano Digital
A Anatel deve seguir os passos do Reino Unido e limitar a participação da Huawei no 5G em até 35% do mercado. A Huawei também não poderá fornecer equipamentos para as operadoras de partes centralizadas da infraestrutura, nem instalar equipamentos em locais sensíveis, como bases militares.
O ícone do Google Maps agora é um pin de localização multicolorido com as cores da empresa. De acordo com o Google, o novo logotipo reflete a evolução na maneira de mapear o mundo, "de levá-lo ao seu destino e descobrir novos lugares e experiências". Mas não foi só o visual que mudou. Para comemorar os 15 anos do aplicativo, completados esse mês, o Google liberou uma nova atualização, disponível para os sistemas operacionais iOS e Android. Os recursos incluem uma nova aba na interface chamada "Dia a Dia", que permite estabelecer uma rota mais comum e acompanhar em tempo real atualizações sobre o trânsito e rotas alternativas. Outra função é a aba "Explorar", que mostra várias atrações locais divididas em categorias. A lista de lugares é atualizada semanalmente com base nas visitas mais recentes e nas avaliações de usuários. Já a aba Novidades traz uma lista de recomendações feitas por especialistas e editores. Conheça outras funções.