Preço do petróleo despenca e tensiona economia

O preço do petróleo despencou entre domingo e hoje, um colapso histórico que chegou a 34%. Esta segunda-feira deve ser a pior do mercado desde 1991, durante as negociações para o fim da Guerra do Golfo. A queda ocorre após o fracasso das negociações entre a OPEP e a Rússia, na sexta-feira. A organização dos grandes produtores gostaria que Moscou se juntasse para regular o volume de produção após a crise atiçada pelo coronavírus, que diminuiu a demanda internacional. O governo Putin não quis acordo, os sauditas responderam no domingo anunciando que venderão uma quantidade maior de petróleo no próximo mês, aumentando a oferta, fazendo cair o preço bruscamente com o objetivo de ampliar sua fatia no mercado internacional. O índice de futuros S&P 500 bateu numa queda de 5%, ainda domingo. Durante a madrugada, foram as bolsas asiáticas que caíram. O Nikkei 225, do Japão, caiu 5,1%, o Hang Seng, de Hong Kong, 4,2% e o Shanghai Composite, 3%. (CNN)

As bolsas europeias abriram com forte queda. O índice FTSE-100, de Londres, perdeu 8,52% de seu valor. Frankfurt Dax, 7,5%. (G1)

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Então... O momento já é tenso na economia brasileira. O PIB baixo e o aumento do dólar deixam incerto o futuro de Paulo Guedes como ministro. O Planalto estaria incomodado com a falta de resultados da pasta. E a disputa do governo com o Congresso promete deixar ainda mais difícil a aprovação das reformas administrativa e tributária, defendidas por Guedes como soluções. (Congresso em Foco)

Pois é. O Congresso prepara reação ao Executivo para depois das manifestações convocadas no dia 15 por Jair Bolsonaro. Segundo o Painel, o nível da resposta dependerá da adesão da população aos atos e da força política que Bolsonaro demonstrará. (Folha)

Então... Antes de sair em viagem para os EUA, o presidente conclamou a população a ir para as ruas. “Dia 15, agora, tem um movimento de rua espontâneo. E o político que tem medo de movimento de rua, não serve para ser político. Então, participem, não é um movimento contra o Congresso, contra o Judiciário. É um movimento pró-Brasil. É um movimento que quer mostrar para todos nós que quem dá norte para o Brasil é a população.” (Veja)

Merval Pereira: “O presidente Bolsonaro deu um salto triplo carpado e passou a convocar a manifestação do dia 15 retirando dela o caráter crítico aos poderes da República. Não quer dizer, e ele sabe disso, que não haverá bonecos infláveis do presidente da Câmara ou faixas contra o Supremo ou a imprensa. Apenas Bolsonaro lavou as mãos, dissociando-se da manifestação baseada do ‘foda-se’ o Congresso dito pelo General Augusto Heleno. Distorcendo o sentido original para ampliá-la em direção a uma improvisada advertência popular aos mandatários do país, inclusive ele próprio, Bolsonaro oficializa a manifestação e tira de seu apoio o caráter conspiratório. Ninguém faz marcha a favor de alguma coisa, mas contra. Marcha a favor do aborto é contra a legislação que o proíbe ou restringe. Marcha a favor do Governo é contra os que não o deixam atuar. E ao dizer que o presidente está encontrando resistências de grupos corruptos que combate, o General Heleno está endossando os manifestantes que acusam Congresso e Supremo de impedir o presidente de ir adiante. O presidente está criando um ambiente no país que obscurece sua incapacidade de gestão com a sombra de uma suposta manobra de ‘forças ocultas’ que o impedem de avançar. Já vimos esse filme antes, numa tentativa de golpe do então presidente Jânio Quadros. Mas Bolsonaro está tendo o cuidado de tentar criar um ambiente propício a um autogolpe, jogando seus seguidores — que hoje já não representam a maioria do povo brasileiro — contra as instituições que dão limites ao Executivo: imprensa independente, Legislativo e Judiciário. Haverá reações institucionais.” (Globo)

Patricia Campos Mello: “Quanto valerá uma foto em que uma mulher aparece pelada, de pernas abertas, em cima de uma pilha de notas de dólares, chamada de piranha? E outra em que essa mulher aparece com a frase: ‘Ofereço o cuzinho em troca de informação sobre o governo Bozo’? Peço desculpas pelas palavras grosseiras, mas estou apenas descrevendo alguns dos incontáveis memes que recebo todos os dias, compartilhados por milhares de pessoas. É o meu rosto e o meu nome que estão nesses memes. Muitas pessoas me perguntam quais as dificuldades que uma mulher jornalista enfrenta para cobrir guerras ao redor do mundo. Costumava responder que, na nossa profissão, ser mulher mais ajuda do que atrapalha. No Brasil, longe desses conflitos, ser mulher nos transforma em alvos. As agressões que sofremos têm sempre uma conotação preconceituosa: dizem que as jornalistas são feias, gordas, velhas ou prostitutas; expõem seus filhos, maridos ou pais. Não fui a primeira e não serei a última mulher a sofrer ataques misóginos simplesmente por fazer jornalismo no Brasil. Jornalista não é notícia. Queremos nos ater ao que é importante: apurar reportagens, investigar. As críticas são sempre bem-vindas. Mas que sejam críticas ao nosso trabalho, e não ataques sobre nossa aparência, nossas famílias, nem tentativas de nos expor ao escárnio nas redes sociais.” (Folha)

Vera Magalhães: “Minha relação com o feminismo vem mudando ao longo dos anos. Não sou nem serei militante. Não é da minha natureza militar por esta ou aquela causa, nem me encaixar em coletivos ou agremiações. Mas hoje compreendo melhor que há alguns anos os estigmas, os riscos e as dificuldades que, em pleno século 21, recaem sobre as mulheres pelo simples fato de sermos quem somos, do gênero feminino. Jornalistas mulheres que cobrem o dia a dia da residência oficial da Presidência sofrem agressões diárias e estão sendo poupadas pelas chefias da cobertura, pois são hostilizadas por uma claque feérica que se sente autorizada pelo comportamento do mandatário. E isso não é, de forma alguma, menor ou aceitável. Jornalistas são retratadas como prostitutas em vídeos, memes e na voz do presidente, em pessoa. Isso só ocorre pela sua condição feminina, e o método não é replicado com nossos colegas homens, por mais incômodas que sejam as reportagens que produzam. Isso não é tolerável. Esta coluna é para conversar com o leitor e dizer que, se ele minimiza esses ataques, ele relativiza o próprio valor da democracia e da igualdade de gêneros, tão duramente conquistadas.” (Estadão)

Cultura

Em sua primeira entrevista como secretária da Cultura, exclusiva para o Fantástico, Regina Duarte falou sobre os desafios do cargo. “Você percebe que tem pessoas que estão ocupando cargos e usando esses cargos pra fazer ativismo, pra se eleger nas próximas eleições. No nosso caso, meu e da equipe, o que a gente quer é fazer cultura”.

Sobre os primeiros dias: “Altos e baixos. Momentos maravilhosos onde eu me sentia muito viva, como há tempo eu não me sentia. E aí, ao mesmo tempo, momentos muito angustiantes, de perceber que eu tinha que lidar com situações bastante complicadas mesmo, de política, que é uma coisa que nem me passava pela cabeça”.

Dez grandes arquitetas que foram negligenciadas pela História.

Viver

Sobre o caso Ronaldinho Gaúcho, uma reviravolta aconteceu entre quinta-feira e o fim de semana. Depois de o ex-jogador e seu irmão, Assis, serem detidos, o Ministério Público paraguaio decidiu não acusá-los pelo uso dos documentos falsos. Na ocasião, o promotor público Frederico Delfino disse que ambos "foram enganados em sua boa-fé" e acabaram beneficiados pelo "critério de oportunidade", item do código penal paraguaio usado quando os suspeitos admitem delito e não têm antecedentes criminais. Delfino defendeu que os irmãos deveriam ser punidos com multa ou prestação de serviço comunitário. O promotor, no entanto, deixou claro que a decisão final seria tomada por um juiz. E foi o que aconteceu, como explicou o atual promotor do caso, Osmar Legal, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.“No Paraguai, a prisão preventiva é excepcional. Para que seja concedida, há alguns requisitos —requisitos esses que Ronaldo e Assis cumprem: são estrangeiros, não têm local de residência no Paraguai e corriam risco de fuga. Para nós, não existe nenhuma opção de medida cautelar, uma vez que eles não têm casa aqui. Não restava outra alternativa”. Questionado pela reportagem se Ronaldo pode receber algum tipo de medida cautelar, Legal diz que não é certeza. “O MP não tem a intenção de que eles fiquem em prisão preventiva o tempo todo. O que nós queremos é que eles sejam submetidos ao processo e que não saiam do país. Esse é o objetivo real, porque a presunção de inocência é uma garantia constitucional”.

Na manhã de sábado, ao ser encaminhado para o Palácio da Justiça de Assunção para prestar mais um depoimento, o ex-jogador e seu irmão foram vistos algemados. Ronaldinho escondeu suas algemas atrás de um pano.

Passo a passo, confira como se desenrolou o caso, os principais fatos e os personagens.

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O Brasil confirmou 25 casos do novo coronavírus (Sars-CoV-2) até a tarde de ontem. Três novos pacientes foram contabilizados pelos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Alagoas, de acordo com o Ministério da Saúde. São Paulo também apresentou mais três casos. Entre eles, 21 casos são importados, 4 são transmissão local, 663 casos ainda são suspeitos e 632 foram descartados. O número global de notificações de infecção pelo coronavírus é de 107.600 casos, com 3.656 óbitos, em 95 países e territórios - aponta o levantamento do The New York Times com base nos últimos dados de fontes oficiais.

Na última hora10 novos casos de coronavírus foram confirmados nas Filipinas, elevando o número total de pessoas infectadas para 20. (CNN).

A Itália colocou, no domingo, até 16 milhões de pessoas em quarentena enquanto luta para conter a disseminação do coronavírus em meio ao aumento nas últimas 24 horas do número de mortos (de 233 para 366) e de pessoas infectadas (de 5.883 para 7.375). O país europeu é o segundo com mais casos no mundo, depois da China. Qualquer pessoa que viva na Lombardia e em 14 outras províncias do centro e do norte precisará de permissão especial para viajar. Milão e Veneza foram afetadas. O primeiro-ministro Giuseppe Conte também anunciou o fechamento de escolas, academias, museus, boates e outros locais em todo o país. As medidas, as mais radicais tomadas fora da China, durarão até 3 de abril.

Para curtir com calma... A história do brasileiro que está indo até o Alasca com seu golden retriever a bordo de um fusquinha 1978.

Imagens fortes do Dia Internacional da Mulher pelo mundo.

Cotidiano Digital

Por causa do coronavírus, diversas empresas de tecnologia estão pedindo para os seus funcionários trabalharem de casa. Amazon, Facebook, Google, Twitter e Microsoft são algumas que estão fechando os seus escritórios ou dando a possibilidade de home office nos EUA. Tim Cook, CEO da Apple, encorajou os seus escritórios ao redor do mundo a oferecerem trabalho remoto por causa do vírus.

Por falar na Apple, o Procon notificou a empresa sobre a possibilidade de indenizar os clientes brasileiros. Nos EUA, a Apple aceitou pagar até US$ 500 milhões para resolver casos em que é acusada de tornar modelos antigos de iPhones mais lentos para levar consumidores a comprar novos dispositivos ou baterias.

A Huawei já estaria se preparando para uma queda de 20% nas suas vendas de smartphones. O efeito vem um ano depois da decisão do governo dos EUA de colocar a empresa na sua lista negra. O país proibiu companhias americanas, como o Google, de fazer parcerias com a chinesa. Eles alegam que o governo da China usa os equipamentos da Huawei para espionagem.

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