Biden larga na frente e deve ser candidato à Casa Branca

O ex-vice-presidente americano Joe Biden venceu, ontem, as prévias do Partido Democrata em Michigan, Missouri, Mississipi e Idaho. Até o fechamento desta edição, as contagens ainda estavam abertas no estado de Washington e na Dakota do Norte, mas são estados com um número menor de delegados para a convenção nacional. Ainda há alguns estados grandes que faltam votar, caso de Flórida, Illinois, Ohio e Arizona, mas em todos o número dois de Barack Obama é o favorito. Matematicamente, sua diferença em relação ao senador Bernie Sanders é tal que a temporada de escolha parece já estar decidida. Segundo o modelo estatístico do site FiveThirtyEight, Joe Biden tem 99% de chances de ser o homem a enfrentar o presidente Donald Trump na eleição de novembro. (FiveThirtyEight)

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O presidente Jair Bolsonaro mantem a pressão sobre o Congresso para que os parlamentares abram mão de controle sobre parte do orçamento. Ontem, acenou com a possibilidade de que as manifestações deste domingo percam força ou não aconteçam caso o Legislativo desista de acordo que lhe dá o controle de R$ 15 bilhões. A votação sobre a repartição dos valores está marcada para hoje. (Congresso em Foco)

O Congresso, por sua vez, avalia abrir mão do controle para desidratar discurso de Bolsonaro. Alguns parlamentares acreditam que, se mantiverem controle dos recursos, o presidente pode continuar com a narrativa de culpar o Legislativo pelos problemas econômicos. A tese de abrir mão, no entanto, ainda não é unânime. (Globo)

Bolsonaro chega hoje a Brasília, vindo dos EUA, e deve fazer uma reunião fechada com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre. O objetivo é que estejam na sala apenas os três, sem assessores ou ministros. (Poder 360)

Aliás… A maioria da população é contra as manifestações, segundo instituto Paraná Pesquisa. 52,2% das pessoas consideram errada a posição de Bolsonaro em apoiar o embate contra o Legislativo, enquanto 40% acreditam que ele age de forma correta. (BR Político)

Por falar na manifestação, Bolsonaro está sendo aconselhado a adiar novamente a entrega da reforma administrativa para depois dos protestos. Para o Planalto, ao apresentá-la hoje, como esperava a equipe econômica, desgastaria ainda mais o relacionamento com o Congresso. Eles acreditam que o envio poderia ser explorado pelos organizadores dos protestos. O presidente indicou que deve seguir o conselho e apresentar o texto até o final do mês. (Folha)

De acordo com Bolsonaro, Rodrigo Maia já garantiu que a Câmara aprovará as reformas do governo. (G1)

Em paralelo, outra crise. Um ministro do Supremo comentou ontem, sem se identificar, a respeito da afirmação, pelo presidente, de que sua eleição foi fraudada. Em sua opinião, Bolsonaro quer tirar foco dos problemas econômicos. “O problema é que a economia está fazendo água. Até o Michel Temer, que era um presidente temporário e governou no meio de um escândalo de corrupção, conseguiu colocar um PIB maior que o de 2019”, afirmou. O TSE chegou a rebater a acusação de Bolsonaro que, sem apresentar provas, disse que venceu no primeiro turno. Para os ministros, a afirmação também teria sido feita para aumentar a adesão para as manifestações. Mesmo sendo improvável caso de fraude, de acordo com o mesmo ministro, o procurador-geral da República deve abrir uma investigação para esclarecer a acusação. (Veja)

Vera Magalhães: “O que está em curso desde o advento Jair Bolsonaro, tem características inéditas e com pitadas de surrealismo. Ao mesmo tempo há pitadas de filme-catástrofe, com uma epidemia, a do novo coronavírus, que se espalha pelo planeta sem que se saiba ao certo sua gravidade e duração, e uma crise econômica também global, associada ao surto. Para fechar o clichê distópico, o Brasil tem no comando (sic) dessa situação caótica um presidente disposto a avançar dia a dia no propósito de implodir as instituições. Não há Posto Ipiranga que dê jeito numa pane dessas proporções. Ele está testando a aceitação de parte da população que lhe dá suporte a um arreganho golpista. E a resiliência ou o temor dos demais Poderes e das outras instituições a essa ameaça. É por isso que são francamente insuficientes e acovardadas as reações dos comandantes dessas instituições a tamanha ousadia autoritária. E a narrativa mentirosa da fraude eleitoral, se não for desmontada com vigor até aqui não visto em notas protocolares, pode ameaçar a realização dos próximos pleitos. E aí os cruzados bolsonaristas terão derrubado os portões da cidadela e chegado ao castelo a partir do qual pretendem tomar a democracia de assalto.” (Estadão)

Regina Duarte e Paulo Guedes disputam as mesas de apostas de quem cairá primeiro, segundo Tales Faria. O ministro da Economia está sob um prazo apertado para apresentar resultados mais positivos depois de um pibinho. Isso dentro de um cenário de disputa com o Congresso, crise nas bolsas, disparada do dólar e derrubada do preço do petróleo. Enquanto a atriz, que mal assumiu a Secretaria da Cultura, já está batendo de frente com olavistas, chamando-os de facção. A desaprovação do governo aos dois está evidente em Carlos Bolsonaro. O Filho Zero Dois tem usado sua rede social para atacar aqueles que cercam o presidente no Planalto, como o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Na visão de Carlos, o núcleo militar é o que sustenta Regina e Guedes. (UOL)

O computador do Senado foi usado para administrar página de fake news contra adversários do governo. O perfil do Instagram snapnaro divulgava notícias de blogs elogiosos a Bolsonaro e atacava parlamentares que romperam com o presidente. Em depoimento à CPMI das Fake News, Joice Hasselmann disse que a página integrava um grupo privado de conversas no Instagram do qual participavam outras cinco contas. Essa é a segunda ligação do Congresso com ataques virtuais. O gabinete de Eduardo Bolsonaro também foi apontado como administrador de página de fake news. (Globo)

Aliás... Joice, nova líder do PSL, substituiu aliados do presidente na CPMI por deputados alinhados à ela. (Globo)

Viver

Espaços públicos desertos em imagens. Salas de aula, praças, shoppings, quadras esportivas, cafés, igrejas e destinos turísticos vazios em regiões afetadas pelo coronavírus.

Metade dos países registraram o 1º paciente com coronavírus somente nos últimos 10 dias. A situação é a seguinte: 109 países afetados e a China; desses 109, 53 reportaram seus casos entre dezembro e 29 de fevereiro. O restante, 56 casos (51%), tiveram suas primeiras infecções nos últimos 10 dias.

Sobre a Olimpíada, um membro do conselho executivo do comitê organizador disse que os jogos provavelmente podem ser adiados de um a dois anos, se necessário, devido ao novo coronavírus. Haruyuki Takahashi, um dos 25 membros do conselho, disse ao The Wall Street Journal, disse que o assunto deve ser discutido seriamente em abril.

O número de casos confirmados no Brasil subiu de 25 para 35 ontem. Segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde há também 893 casos suspeitos. As operadoras de planos de saúde estão preparadas para a incorporação do teste de Coronavírus ao rol de procedimentos, diz a Federação Nacional de Saúde Suplementar, que representa as maiores empresas do setor.

E uma notícia boa. O segundo paciente do mundo curado do HIV sai do anonimato e revela sua história para injetar ânimo em infectados. O nome dele é Adam Castillejo, 40 anos. Nascido na Venezuela, vive em Londres há quase 20 anos. O anúncio da cura aconteceu no ano passado e animou a comunidade científica. A única outra pessoa que foi curada, 12 anos antes, é Timothy Ray Brown, conhecido como o "paciente de Berlim". (NYT)

Cultura

O Coachella, um dos maiores festivais anuais de música nos EUA, foi adiado. O Stagecoach, voltado para a música country, também foi adiado. Além do Miami Ultra Music Festival e da Calle Ocho. “Embora essa decisão chegue em um momento de incerteza universal, levamos muito a sério a segurança e a saúde de nossos hóspedes, funcionários e comunidade . Instamos todos a seguir as diretrizes e protocolos apresentados pelas autoridades de saúde pública”, disse o comunicado da Goldenvoice. Na semana passada, a decisão dos organizadores do SXSW foi vista como um ponto de inflexão. “O show deve continuar’ está no nosso DNA, e essa é a primeira vez em 34 anos que o evento em março não acontecerá.”

O coronavírus pode fazer a temporada de festivais de música desaparecer, avalia Sonia Rao, do The Washington Post. O jornal entrou em contato com diversos festivais agendados para os próximos meses nos EUA. Os dois que responderam, BottleRock Napa Valley and D.C.'s Broccoli City Festival, ocorrem em maio e disseram, ontem, que planejam seguir em frente enquanto continuam em contato com as autoridades de saúde.“Esse é o começo do vírus”, disse David Chidekel, advogado de entretenimento baseado em Nova York. Mesmo se uma cidade não declara calamidade pública ou limita o tamanho de ajuntamentos autorizados, Chidekel diz que há a ameaça de um “desastre de relações públicas” sobre os eventos de grande escala. Dessa posição, ele continua, não há tanto prejuízo em cancelar. Se o surto piorar, os organizadores vão estar na linha de frente daqueles tentando impedi-lo; se não, eles ainda serão “aqueles que de maneira prudente colocaram seus interesses financeiros em banho-maria pela segurança das pessoas”.

A perda financeira de jogar fora um festival pode chegar aos milhões. Os organizadores do SXSW confirmaram para o Austin Chronicle que não tinham seguro cobrindo cancelamento por “infecções bacterianas, doenças contagiosas, vírus e pandemias”. Mas há um argumento a favor do adiamento de festivais que encontra paralelo no que provavelmente aconteceu com o último filme de James Bond, No Time to Die, cujo lançamento foi adiado de abril para novembro. Os produtores devem recuperar o dinheiro gasto no outono, quando os cinemas na China, o segundo maior mercado de cinema do mundo, devem estar abertos novamente. De maneira similar, os fãs de música podem estar mais inclinados a participar de festivais em outubro.

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Alice Guy-Blaché foi a primeira mulher a dirigir um filme. Foram mais de 1.000 - além de roteirizar, editar e produzir vários deles. Guy-Blaché também escalou atores inter-raciais muito antes de Hollywood falar sobre isso e foi uma das primeiras a utilizar close-ups e sons sincronizados em seus filmes. Seu lema: "seja natural". Assim como muitas mulheres, seu nome não é familiar e a maioria das pessoas não conhece seu legado. Muitos trabalhos foram perdidos.

Seu primeiro filme, La Fée aux Choux, foi um curta de 60 segundos lançado em 1896. Assista.

Patti Smith escolheu suas músicas favoritas. As de todos os tempos. E a lista inclui The Girl Can’t Help It (Little Richard), It’s Alright, Ma (Bob Dylan) e If I Can’t Have You (Etta & Harvey James).

A seleção completa em uma playlist. (Spotify).

Cotidiano Digital

O Facebook quer dar mais um passo para integrar suas redes sociais. A empresa está testando um recurso que permitirá postar nos Stories do Instagram a partir do app do Facebook. O contrário já era possível desde 2017. Mesmo sem previsão de quando a novidade vem, a medida faz parte do plano de Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, de unificar todos os apps da empresa, que inclui WhatsApp, Messenger e Instagram.

A Adidas e a Jacquard, empresa do Google, criaram uma palmilha inteligente que vai interagir com o jogo FIFA versão mobile. Sem revelar muito, a palmilha conta com um tipo de chip que transmitirá informações sobre o desempenho dos usuários. A ideia, segundo as empresas, é a seguinte: quanto mais jogar na vida real, melhor será a pontuação no mundo virtual. Confira a prévia com o jogador argentino Paulo Dybala.

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