Prezadas leitoras, caros leitores —

Temos uma novidade, hoje. Novidade para todo o período de quarentena: é que ganhamos, no Meio, uma ajuda séria na cozinha: conteúdo do Panelinha, o site da Rita Lobo.

Pois é. Estamos todos tendo de lidar mais com fazer comida. Alguns poucos têm a manha, mas nem todo mundo. Então a ajuda é bem-vinda. Para nós, faz toda diferença.

Todas as terças e quintas, na editoria Viver, enquanto estivermos em casa.

— Os editores.

Planalto opera para tirar foco de Mandetta

A imprensa foi tomada de surpresa, ontem, com mudanças no rito da entrevista coletiva diária do Ministério da Saúde a respeito do curso da pandemia no país. No meio da tarde, foi transferida para o Palácio do Planalto, passou a ser dirigida pelo ministro da Casa Civil, general Walter Braga Netto, e a contar com o alto-escalão da Esplanada — Onyx Lorenzoni (Cidadania), Tarcísio Freitas (Infraestrutura), André Luiz de Almeida Mendonça (Advogado-Geral da União), além de Luiz Henrique Mandetta, da Saúde. Oficialmente, a mudança se deu porque a crise é séria, multidisciplinar, e portanto envolve o trabalho de todos. Mas, nos bastidores, o argumento é outro. “Só tem um governo”, disse um ministro a Natuza Nery. “E, queiram ou não, é o governo Bolsonaro.” É uma tentativa de tirar os holofotes de Mandetta. “Não tem ‘governo do Ministério da Saúde’.” Mas a divisão permanece. “Mantenho as recomendações dos estados”, afirmou Mandetta. “A gente deve manter o máximo grau de distanciamento social.” (G1)

Em dado momento da coletiva, um repórter perguntou a Mandetta sobre sua possível demissão. Braga Netto intercedeu de presto. “Não existe essa ideia de demissão do ministro Mandetta”, afirmou sisudo. “Isso aí está fora de cogitação.” O responsável pela Saúde então pegou o microfone com sorriso no canto do rosto. “Em política quando a gente fala não existe as pessoas falam, ‘existe’.” Assista. Não foi o único momento de deboche. A última pergunta da coletiva foi sobre o passeio do presidente Jair Bolsonaro pelas cidades-satélites de Brasília. Imediatamente Braga Netto interrompeu e a locutora do Palácio anunciou o fim. Mandetta abriu um sorriso largo. (G1)

Não é só Mandetta que incomoda Bolsonaro. O ministro da Justiça, Sergio Moro, é outro visto com desconfiança, de acordo com o Painel. Em um tuíte, Moro recomendou que “prudência, no momento, é fundamental”. O presidente está dividindo os ministros entre quem o defende e quem não o defende. (Folha)

Então... Tampouco é só Bolsonaro quem está incomodado com Mandetta. O protagonismo do ministro da Saúde e as muitas cobranças feitas à pasta de Economia, segundo o Painel Econômico, estão perturbando Paulo Guedes. (Folha)

Aliás... Não ficou só no Twitter. Facebook e Instagram também apagaram posts do presidente. (Poder 360)

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PT, PDT, PSB, PCdoB, PSOL, Rede e PCB ingressaram com notícia-crime junto ao STF, contra Bolsonaro. As legendas acusam o presidente de crime comum por ter colocado em risco a saúde da população ao descumprir, em seu passeio de domingo, as orientações das autoridades sanitárias. É uma tentativa de buscar caminho alternativo ao impeachment para afastamento temporário. (Estadão)

O senador Antonio Anastasia apresentou, ontem, um longo projeto de lei construído em conjunto por técnicos do Congresso e com pitacos do Supremo. O texto altera regras de despejo de inquilinos residenciais, suspende prazos de prescrição, restringe o direito de devolução de mercadorias, permite a empresas e condomínios que realizem assembleias virtuais e posterga a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados — fica para daqui a 18 meses. A maioria das mudanças tem prazo de validade: tudo volta a como era antes na virada do ano. O objetivo é dar segurança jurídica neste período adverso. O Poder Executivo foi alijado da elaboração. (Poder 360)

Em dado momento da entrevista com o chanceler Ernesto Araújo, que foi ao ar domingo, o jornalista Fernando Rodrigues lhe perguntou se considerava correto o posicionamento do escritor Olavo de Carvalho, que defende não haver pandemia em curso no planeta. Araújo respondeu que depende de como se define pandemia. Araújo é um dos mais próximos ministros do presidente. (Poder 360)

O americano Trump, o italiano Conte, o mexicano López Obrador e o russo Putin. Eles relutaram em apoiar isolamento social contra o coronavírus, mas mudaram de ideia. Bolsonaro e nicaraguense Ortega seguem sem apoiar o isolamento geral. (G1)

Viver

O número de mortes pelo novo coronavírus no Brasil subiu para 159, segundo dados do Ministério da Saúde. Em 24 horas, a pasta registrou 23 óbitos em decorrência da Covid-19, o maior incremento em apenas um dia. No domingo, eram 136 mortes, e o país havia registrado, pelo segundo dia consecutivo, 22 mortes em 24 horas. Agora, o Brasil tem ao todo 4.579 casos confirmados da doença. O número representa um salto de 7,6% com relação a domingo, quando eram contabilizadas 4.256 infecções. (Folha)

Não dá para saber qual o tamanho da subnotificação no Brasil, então apenas os casos sérios que batem nos hospitais vêm sendo contados. Mas funerárias particulares, em São Paulo, perceberam aumento na quantidade de mortes da ordem de 10 a 20%. (Estadão)

A Itália ultrapassou a marca de 100 mil infectados pelo novo coronavírus, totalizando 101.739. Nas últimas 24 horas, foram 4.050 novos casos da doença, segundo o centro de monitoramento da Universidade Johns Hopkins, nos EUA. A taxa de novos casos diários foi a mais baixa desde o dia 17 de março, segundo a Reuters. Apesar da aparente boa notícia, a agência de notícias afirma que a queda pode estar relacionada ao número menor de testes disponíveis para detectar a doença —o mais baixo dos últimos seis dias. (Folha)

A curva italiana de crescimento de casos da Covid-19 é semelhante à brasileira. A Itália ultrapassou a marca dos mil casos no dia 29/02, registrando 1.128 infectados e 29 mortes. Um dia depois, eram 1.694 casos com 34 mortes e, no dia seguinte, 2.036 casos com 52 mortes. No dia 21/03, o Brasil registrou 1.194 casos e 18 mortes. Um dia depois, tinha 1.593 casos e 25 mortes. No dia seguinte, 1.958 casos, com 34 mortes. Cinco dias depois do milésimo caso, a Itália tinha 3.858 infectados e 148 mortes; o Brasil, 2.989 casos e 77 mortes. Vinte e cinco dias depois, em 25 de março, a Itália somava 74 mil casos e 7,5 mil mortos. No Brasil, 25 dias depois cai em 15 de abril. (Piauí)

Nos EUA, o número de mortes ultrapassou 3.000. Atualmente, existem 160.714 pessoas infectadas, de acordo com a CNN Health. O total inclui todos os 50 estados, o Distrito de Columbia e outros territórios dos EUA, além de todos os casos repatriados. Havaí e Wyoming são os únicos estados que não relataram mortes.

O navio-hospital USNS Comfort, o sexto maior do mundo, chegou ontem ao Pier 90 em Nova York para aliviar o sistema hospitalar da cidade, onde já há quase 60.000 casos confirmados de Covid-19 e mais de mil mortes. O navio tem capacidade para 1.000 leitos, 12 salas de operações e necrotério, entre outros compartimentos. Não receberá pessoas infectadas pelo surto de coronavírus, mas servirá como hospital para pacientes com outras patologias ou cirurgias pendentes. (El País)

Bill de Blasio, prefeito de Nova York: “Precisávamos deste impulso, precisávamos desta esperança criada por nossos irmãos e irmãs da Marinha”.

Cerca de 60% dos brasileiros estão respeitando o isolamento social. É o que indica um software que usa dados a partir da geolocalização.

Para ler com calma... Um bebê que nasce no meio de uma pandemia, o marido que trabalha em uma das frentes de combate ao coronavírus, a nova rotina de divisão de tarefas em casa, as dificuldades extras enfrentadas por cadeirantes e deficientes visuais. Histórias em meio às mudanças para se adaptar ao chamado “novo normal”. Mas que também pode ser uma oportunidade para descobrir novas formas de se alimentar, de treinar, de relaxar. É isso que você encontra nesta reportagem especial do Estadão.

Por falar em ‘novo normal’, vale a pena ver a sensível capa da New Yorker de abril.

A Justiça dos Estados Unidos decidiu que o ex-dirigente de futebol brasileiro José Maria Marin, que está preso no país, poderá sair da prisão por motivo de compaixão. Ele havia feito um pedido em que citou sua idade avançada (87 anos), saúde em deterioração, risco de consequências graves pelo surto de Covid-19, situação de estrangeiro não-violento e cumprimento de 80% da pena. Marin vai ficar mais alguns dias na prisão em Allenwood, na Pensilvânia, até que seja finalizado todo o processo burocrático da libertação. (G1)

E a Justiça de Goiás concedeu prisão domiciliar a João Teixeira de Faria, o João de Deus, de 77 anos. A informação foi confirmada ao UOL pela defesa do médium. A decisão de soltá-lo foi expedida pela juíza Rosângela Rodrigues Santos, da Comarca de Abadiânia (GO), a mesma que o condenou em janeiro, em razão da idade avançada e o histórico de problemas de saúde. (UOL)

Do Panelinha: Menos louça. Solução simples para o dilema de cozinhar o almoço, comer e arrumar tudo na mesma 1 hora de intervalo: receitas em uma panela só. No Panelinha, tem uma coleção com mais de 40 opções. E ainda tem vídeo com dicas para lavar a louça em menos tempo.

Cultura

Diversas empresas e marcas estão incentivando seus consumidores a ficar em casa durante um tempo. Recentemente a Apple disponibilizou grátis e por 90 dias seu software de edição de áudio e vídeo, o Final Cut Pro X. Agora é a vez de o Cirque du Soleil. O grupo circense disponibilizou vários espetáculos gratuitamente em sua plataforma. Há até mesmo um guia de maquiagem inspirado nos visuais dos espetáculos do grupo. Para ter acesso aos espetáculos, basta clicar aqui.

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Uma prévia do documentário Coachella: 20 Years In The Desert.

O sambista Clementino Rodrigues, o Riachão, morreu de causas naturais em Salvador, na madrugada desta segunda-feira. Ele tinha 98 anos. Um dos seus maiores sucessos foi Cada Macaco no seu Galho, lançada em 1972 nas vozes de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Além disso, Riachão é compositor de sambas como Vá morar com o diabo, apresentado em disco em 2000, em dueto dele com Caetano, mas popularizado no ano seguinte com a gravação feita pela cantora Cássia Eller (1962 – 2001) para o álbum e DVD ao vivo da série Acústico MTV. Relembre.

Cotidiano Digital

A China e a Huawei querem mudar a internet. As duas apresentaram para a ONU um novo modelo de IP que suportaria um mundo mais digital com tecnologias para carros autônomos, internet das coisas e hologramas. A Huawei disse que já está desenvolvendo partes da nova rede com ajuda de países e empresas, que não quis nomear. E poderá testar no começo de 2021. O novo sistema ganhou apoio da Rússia e Arábia Saudita, mas outros países ocidentais estão desconfiados. Governos poderiam ganhar recursos de rastreamento responsáveis pela autenticação e autorização de novos endereços e controle sobre informações enviadas pela web. O sistema ainda teria uma função de desconectar um endereço.

Aliás... O governo brasileiro liberou a participação da Huawei no leilão do 5G. A decisão contraria o aliado EUA e foi feita depois da crise diplomática causada por Eduardo Bolsonaro. Pelo Twitter, o Filho 03 fez acusações contra o governo chinês pela disseminação do novo coronavírus.

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