Bolsonaro: ‘Acabei com a Lava Jato porque não tem mais corrupção’

Enquanto lançava um programa para desburocratizar o setor de aviação, o presidente Jair Bolsonaro escolheu comentar sobre os ataques de seu governo à Lava Jato. “É um orgulho e uma satisfação que tenho em dizer, para essa imprensa maravilhosa que nós temos, que eu não quero acabar com a Lava Jato”, afirmou o presidente no Planalto, em tom de ironia. “Eu acabei com a Lava Lato, porque não tem mais corrupção no governo”, seguiu. “Eu sei que isso não é virtude, é obrigação. Fazemos um governo de peito aberto. Quando indico qualquer pessoa, para qualquer local, eu sei que é uma boa pessoa tendo em vista a quantidade de críticas que ela recebe em grande parte da mídia.” Assista. (Poder 360)

O ex-ministro Sérgio Moro reagiu. “As tentativas de acabar com a Lava Jato representam a volta da corrupção”, ele disse. “É o triunfo da velha política e dos esquemas que destroem o Brasil e fragilizam a economia e a democracia. Esse filme é conhecido. Valerá a pena se transformar em uma criatura do pântano pelo poder?” Os movimentos de Bolsonaro, porém, não são apenas de extinção por obsolescência. A indicação do desembargador Kassio Marques ao Supremo indica mais do que isso. Bem recebido pelos ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli, severos críticos da Operação Lava Jato, Nunes é alguém que pode vir a dar votos favoráveis a réus passados da investigação. (Estadão)

Até então adversário de Bolsonaro, o senador Renan Calheiros saiu em sua defesa. “Não estou apoiando, não sou da base do governo, mas eu acho que o Jair Bolsonaro, para além das diferenças que nós temos, ele pode deixar um grande legado para o Brasil que é o desmonte desse estado policialesco.” (Correio Braziliense)

Roberto Freire: “Bolsonaro desmanchou o COAF; colocou o amigo do amigo dos filhos no comando da PF; pôs na PGR um inimigo da Lava Jato; forçou a demissão de Moro; mudou a Receita pra blindar o enriquecimento familiar; indicou pro STF um aliado do Centrão. O que acabou foi combate à corrupção.” (Twitter)

Então... O momento de popularidade de Bolsonaro é festejado pelo Centrão. Ela blinda o presidente para que bloqueie o combate à corrupção, que atinge o grupo, conta a Coluna do Estadão.

Pois é... Mas o presidente do Supremo, Luiz Fux, teve ao menos uma vitória, ontem. Ele propôs que os inquéritos e ações penais em trâmite sejam discutidos por todo o plenário, e não apenas pelas turmas. A medida foi aprovada por unanimidade. A maior parte das ações relacionadas à Lava Jato estão na Segunda Turma, que com a saída do ministro Celso de Mello ganhou maioria anti-lavajatista. Ao puxar para o plenário, Fux ganhou tanto o poder de pautar o que será avaliado ou não, quanto contará com ministros de seu grupo. (Valor)

Aprovada com unanimidade — mas o ministro Gilmar Mendes se irritou, sentiu-se posto contra a parede. “Estou recebendo essa notícia agora. Não vejo problema, acho importante, mas é preciso solenizar essa reforma regimental”, se queixou. “Não faz sentido a gente chegar do almoço e receber a notícia de que tem uma reforma regimental que será votada.” (Carta Capital)

Enquanto isso... A revista Crusoé descobriu que trechos e mais trechos da tese de mestrado do desembargador Kassio Marques foram copiados de outro advogado. Copia e cola literal — até erros se repetem. O plágio foi detectado com uma ferramenta online. (Crusoé)

O advogado Saul Tourinho Leal, de quem Kassio copiou, afirma que não houve bem cópia. “Há anos nutro uma relação acadêmica com o desembargador Kassio Marques”, firmou em nota. “Os artigos acadêmicos citados na referida reportagem são frutos de debates, discussões e troca de informações acadêmicas, que, em conjunto com o desembargador Kassio Marques, constituíram um acervo doutrinário comum para ser utilizado na produção acadêmica de ambos.” Um detalhe: em momento algum Marques cita Tourinho como co-autor. (Estadão)

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De acordo com pesquisa realizada pela CNN, 59% do público considerou que a senadora Kamala Harris venceu o debate entre os candidatos à vice-presidência, nos EUA. O atual vice, Mike Pence, foi visto como melhor por 38%.

Viver

Foram registradas 733 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas, chegando ao total de 148.304 óbitos desde o começo da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos sete dias foi de 631, uma variação de -9% em relação aos dados registrados em 14 dias. É o 15º dia seguido com essa média abaixo da casa dos 700. Também é a menor média móvel de mortes desde o dia 11 de maio. Em casos confirmados, desde o começo da pandemia 5.002.357 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus, com 31.404 desses confirmados no último dia.

As medidas restritivas foram prorrogadas no Rio de Janeiro até o dia 20 de outubro. Todos os eventos que envolvam aglomerações como shows, comícios e passeatas seguem suspensos. Segundo o decreto, a volta dos torcedores aos estádios de futebol terá uma legislação específica e pode ser realizada seguindo os protocolos avaliados pela autoridade sanitária municipal e a Secretaria estadual de Saúde. No mesmo contexto se encaixam apresentações de música ao vivo, mas sem pistas e espaços de dança.

O uso de máscaras e o distanciamento social não só têm ajudado no controle do novo coronavírus, mas também fizeram praticamente desaparecer ocorrências de outras doenças respiratórias no país. A influenza, que até 2019 matava cerca de 6 mil pessoas por ano no Brasil, em 2020 atingiu até agora 1.672 (somadas influenza A e B).

E ontem 200 mil alunos voltaram às aulas nas escolas estaduais de São Paulo. Como nas escolas particulares, devem funcionar apenas com 35% da capacidade para atividades extracurriculares. Segundo Edson Aparecido, secretário municipal da Saúde, as escolas serão monitoradas e terão que entrar em quarentena caso algum aluno ou funcionário teste positivo.

Então… Para três em cada cinco brasileiros o novo coronavírus terá influência nas eleições municipais, segundo o Ibope. O peso é maior entre os que se consideram de esquerda e entre os eleitores do Rio e São Paulo, as duas capitais com os maiores números absolutos de mortes pela Covid-19.

Os EUA endureceram os requisitos para aprovar uma vacina. Um deles, segundo o guia da FDA, prevê o monitoramento dos voluntários por pelo menos dois meses após a aplicação da dose final durante a fase de teste, o que pode atrasar o lançamento no mercado das candidatas atuais.

Aliás… Já são 34 contaminados no entorno de Donald Trump. O presidente americano e a primeira-dama, Melania, anunciaram que estão com Covid-19 na última sexta-feira (2). Desde então, novos casos de coronavírus têm surgido entre membros da Casa Branca e líderes do Partido Republicano.

Apenas em setembro 14% do Pantanal virou cinzas. Quase 33 mil km² foram queimados, o que equivale à soma do território do Distrito Federal e de Alagoas. O número já supera a área queimada de todo o ano passado e é a maior devastação anual do território desde o início das medições, em 2002, pelo governo. Segundo a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no ano, 26% de todo o bioma já foi consumido pelo fogo.

Panelinha no Meio. Bacalhau é daqueles ingredientes que somem da mesa por longos períodos. Faz duas aparições por ano, se tanto: Páscoa (sempre) e Natal (para algumas famílias). Mas não precisa (nem deve) ser assim! O peixe salgado, que já foi muito caro, hoje tem versões bem acessíveis e é do tipo que dura muito e resolve refeições. Aliás, vai além: resolve a refeição e traz um ar festivo à mesa. A brandade de bacalhau é um preparo cremoso que mistura bacalhau desfiado, creme de leite e purê de batata. Superversátil, a brandade pode servir como entradinha, servida com fatias de pão, ou prato principal. É só mudar o tamanho das porções e os acompanhamentos.

Cultura

O remake da novela Pantanal, que deve ser exibido pela TV Globo no ano que vem, provavelmente incluirá na história a queimada que assola a região neste ano. A obra original, escrita por Benedito Ruy Barbosa, tinha no ambiente pantaneiro talvez sua principal personagem. A adaptação está sendo escrita por Bruno Luperi, neto de Benedito, que aos 90 anos supervisionará o trabalho. Pantanal, que estreou na Rede Manchete em março de 1990, surpreendeu um público que ainda se habituava com a liberdade da democratização, por conta das cenas de nudez, do ritmo bem mais lento da narrativa, e de uma fotografia que consistentemente retratava em longos planos fauna e floras mato-grossenses. Desde então, o Pantanal perdeu 10% de sua vegetação nativa. Uma das atrizes da equipe original, Ingra Liberato, viajou recentemente para apresentar o filho ao lugar que a marcou. Descobriu no rio em que tomou banhou um número muito menor de peixes, assim como demorou dias até ver o primeiro tuiuiú — a ave-símbolo da região. (Estadão)

Em vídeo: Assista ao primeiro capítulo de Pantanal.

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O Prêmio Nobel de Literatura de 2020 será anunciado hoje, mas após o fechamento desta edição do Meio. Provavelmente por volta das 8h. Acompanhe.

Cotidiano Digital

A Apple fará no próximo dia 13, terça-feira, seu evento anual para lançamento do iPhone 12. A expectativa é de um desenho radicalmente diferente, com as bordas mais quadradas do que arredondadas. Ao invés de três, este ano devem ser apresentados ao público quatro modelos. Um menor do que os atuais, de 5,4 polegadas. Este deve ser chamado de iPhone 12 mini. Dois modelos de 6,1 polegadas, equivalente ao atual iPhone 11, um mais barato e o outro mais caro. E, por fim, um de 6,7, ainda maior do que o iPhone 11 Pro Max.

A G Suite, conjunto de apps de produção colaborativa do Google, está sendo rebatizada. Google Workplace. Em parte, o objetivo da operação de branding é destacar a nova integração entre Gmail, Chat e o serviço de videoconferência Meet, que se encontrarão numa única interface. “Este é o fim dos ‘offices’ como os conhecemos”, afirmou Javier Soltero, o executivo responsável pela suíte. A pandemia forçou que muitos se familiarizassem com apps de nuvem. Google Workplace pretende fazer com que o fluxo de um para o outro — o pacote ainda inclui Calendar, Docs, Sheets e Slides — seja simples, intuitivo, e conectado. A meta é ganhar espaço no ambiente Microsoft. O Google tem 11,5% do mercado de offices. A Microsoft, 87,6%.

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