Prezadas leitoras, caros leitores —

Aos poucos, o mercado publicitário começa a se mexer. Hoje, vocês estão vendo aqui, temos a companhia da 99.

A lógica da gente aqui no Meio com publicidade é a tentativa de torna-la um valor para quem lê. Não aquele banner com um reclame e sim informação.

A turma da 99 acreditou.

Todas as quartas-feiras, nos próximos meses, teremos uma editoria nova: Para onde vamos. Vamos mergulhar em um tema que nos fascina e nos é caro. O como mobilidade urbana está se transformando, por conta da pandemia, por conta do digital. E temos patrocínio para fazê-lo.

Poucas áreas vão mudar tanto nos próximos anos. Poucas áreas reinventarão as cidades como o transporte.

— Os editores

STF deve manter prisão de André do Rap ainda hoje

O conjunto dos ministros do Supremo Tribunal Federal deve manter a decisão do presidente da Corte, Luiz Fux, de reinstaurar a prisão de André de Oliveira Macedo, o André do Rap, um dos líderes do Primeiro Comando da Capital. Mas temem o precedente — Fux suspendeu num despacho o habeas corpus do também ministro Marco Aurélio Mello. O plenário não deseja dar ao presidente o poder de sair anulando decisões dos outros ministros. Uma das possibilidades estudadas é a de alterar o regimento ainda hoje, tornando a revisão de despachos individuais pelo plenário virtual automática e obrigatória. (Folha)

Pois é... Fux recebeu ontem a visita do presidente Jair Bolsonaro. É o primeiro encontro dos dois como chefes de Poderes. (G1)

Merval Pereira: “O caso da soltura do traficante André do Rap pelo ministro Marco Aurélio Mello reacendeu um debate sobre segurança pública que estava adormecido desde que o presidente Bolsonaro livrou-se do ex-juiz Sérgio Moro para adotar posição de leniência no combate ao crime organizado. A ida ontem do presidente ao Supremo mostra que ele sabe como lidar quando as circunstâncias são adversas. Não há dúvida que a escolha do momento, quando está sendo criticado o novo artigo do Código de Processo Penal que deu base à soltura do traficante, sancionado por ele, é um sinal de que Bolsonaro procura não se afastar do novo estilo implantado por Fux na presidência do Supremo. Seu grande fantasma político, o ex-ministro Sérgio Moro, ressuscitou no debate provocado pelo caso, lembrando que pediu por escrito ao presidente Bolsonaro que vetasse tal artigo. O galardão do combate à corrupção continua com Moro, e é o ponto fraco de Bolsonaro no momento.” (Globo)

Vera Magalhães: “É inútil tentar explicar à opinião pública o intrincado novelo legislativo, interpretativo e jurídico que permite que, num intervalo de um dia, um ministro do Supremo mande soltar um dos mais perigosos traficantes do País, e outro mande prender. O que salta aos olhos é a barafunda da mais alta Corte do país, uma situação que vem sendo construída a muitas mãos, tijolo a tijolo, ao longo dos últimos anos. O sabor das conveniências e os alinhamentos de ocasião, políticos e jurídicos têm levado a que o STF aja, sistematicamente, de maneira disforme, disfuncional e, sobretudo, política. Houve um momento em que o vento soprava a favor do punitivismo, e por ele se guiaram antes históricos garantistas. A maré virou, e não adianta negar, depois do impeachment de Dilma Rousseff. Foi só ali, depois de o axioma de Romero Jucá (aquele do acordão com o Supremo, com tudo) se tornar conhecido, que os hoje propalados reparos à Lava Jato vieram à baila e o assim chamado garantismo voltou à moda entre os togados. O grupo antilavajatista colecionou vitórias na gestão Dias Toffoli. À frente da Corte está Luiz Fux, alguém que não goza de popularidade interna nem entre os antilavajatistas nem particularmente entre os apoiadores da operação. Este é o pano de fundo político que permitiu a que se chegasse a um papelão nacional como esse da soltura de André do Rap. O jogo de gato e rato iniciado entre os ministros depois da decisão e de sua revogação, com direito a indignidades de troças quanto ao penteado do presidente da Corte, é sinal de que foi longe demais o esgarçamento da institucionalidade na cúpula do Judiciário.” (Estadão)

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O ex-governador cearense Ciro Gomes, presidenciável do PDT, contraiu o novo coronavírus. Tem sintomas leves de Covid-19 e está em casa, isolado. (Twitter)

Então... O ministro Dias Toffoli, também. Ele é o terceiro no Supremo diagnosticado com a doença. (Estadão)

Para Onde Vamos

Para Onde Vamos

As cidades têm mudado com a pandemia. Por medo do possível contágio no transporte público, mais pessoas planejam usar carros no pós-quarentena, por exemplo. Ao mesmo tempo, que ainda procuram alternativas mais sustentáveis e dentro do orçamento, no qual os aplicativos de transporte, o compartilhamento de automóveis e as caronas se tornam mais atrativos. Algumas ideias já têm sido levantadas para preparar as cidades para esse cenário. Uma delas é o projeto Cidade de 15 minutos, que prevê os serviços e oportunidades dentro desse tempo de deslocamento, aproximando a moradia do trabalho. A prefeitura de Londres ainda tem considerado usar mais tecnologia digital nas ruas, como wi-fi para ajudar os trabalhadores a ficarem conectados fora de um ambiente de escritório.

Depois de dois anos, o serviço de táxi sem motorista do Google foi lançado ao público. A Waymo irá operar inicialmente em apenas alguns bairros em Phoenix, nos EUA, e apenas para aqueles que já possuem o Waymo One, aplicativo criado para o grupo de teste. Mas a ideia é que nas próximas semanas mais pessoas possam acessar pelo app e esteja disponível para mais áreas da cidade. A expansão para outras cidades, no entanto, deve demorar, principalmente para grandes centros que representam mais obstáculos, como carros e pedestres, para o desenvolvimento do sistema autônomo.

Os restaurantes da cidade de São Paulo devem ser liberados para colocarem mesas em calçadas e em vagas de estacionamento. Reivindicado pelo setor gastronômico desde a retomada do atendimento presencial, em julho, a medida prevê uma série de protocolos e deve responsabilizar os estabelecimentos pela prevenção a possíveis aglomerações. Esses espaços públicos ganharam novas funções em grandes cidades, como Buenos Aires, Paris e Nova York, que incentivaram o atendimento ao ar livre na pandemia. Mas medidas do tipo têm sido pouco adotadas no Brasil.

Viver

O Brasil registrou 354 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas, chegando ao total de 151.063 óbitos desde o começo da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias foi de 499, uma variação de -28% em relação aos dados registrados em 14 dias. Essa é a média mais baixa registrada desde o dia 7 de maio. É o segundo dia seguido com a curva de mortes apontando queda, após 28 dias em estabilidade. Em casos confirmados, são 5.114.823, com 12.220 desses confirmados no último dia.

Pela terceira semana consecutiva, a taxa de transmissão no Brasil está em desaceleração. Segundo o Imperial College London, o índice está em 0,93. Ou seja, cada grupo de 100 pacientes com o vírus infecta outras 93 pessoas.

Um estudo da URFJ apontou que os números da pandemia são piores onde Bolsonaro teve mais apoio. Para cada 10 pontos percentuais a mais que Bolsonaro teve no primeiro turno das eleições de 2018, a cidade teria 11% mais casos de coronavírus e 12% mais mortes. Outro estudo da FGV, USP e UFAbc concluiu ainda que em praticamente todas as ocasiões em que o presidente minimizou a pandemia, a taxa de isolamento social no Brasil diminuiu — e mais pessoas se contaminaram e morreram, proporcionalmente, nos municípios em que Bolsonaro obteve uma melhor votação na eleição de 2018.

Os casos estão voltando a crescer em Manaus. Em 1º de outubro, a média diária de novos casos chegou a 456 — o maior número desde 5 de junho. Esse aumento tem levantado dúvidas sobre o estudo que apontou, em setembro, que a cidade foi a primeira do mundo a atingir a imunidade de rebanho. Segundo especialistas, no entanto, essa “imunidade” teria sido alcançada entre os mais pobres, que não tinham condições de cumprirem o distanciamento social. Agora, a maioria dos novos casos são entre os moradores das classes A e B, que têm flexibilizado o isolamento social.

O quinto caso de reinfecção no mundo foi registrado nos EUA. Segundo o Lancet Infectious Diseases, a segunda infecção desse paciente é mais grave do que a primeira. Outros casos foram confirmados em Hong Kong, Bélgica, Holanda e Equador. Aliás, a paciente holandesa se tornou a primeira pessoa a morrer após ser reinfectada. Ela tinha 89 anos e tinha um raro tipo de linfoma que comprometia seu sistema imunológico.

E uma tabela feita por pesquisadores da Universidade de Oxford e do MIT que avalia o risco de infecção pra cada tipo de evento social.

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O Neymar ultrapassou o Fenômeno e se tornou o segundo maior artilheiro da seleção, ficando atrás apenas de Pelé. O camisa 10 chegou a 64 gols com os dois gols de pênalti, mais um no fim da partida, na vitória do Brasil por 4 a 2 contra o Peru ontem, pela segunda rodada das Eliminatórias da Copa de 2022. Na comemoração de um dos dos gols, Neymar homenageou o Fenômeno, que tem 62 gols pela Seleção. Já Pelé marcou 77, considerando jogos oficiais, critério adotado pela Fifa.

Os melhores momentos do jogo. Assista.

Cotidiano Digital

Quatro novos iPhones chegarão às lojas este ano, todos capazes de encarar redes 5G. Como esperado, lembram o iPhone 4, com suas bordas retilíneas e as quinas curvas. A tela tem algo que a Apple batizou escudo de cerâmica e, diz a empresa, é quatro vezes mais resistente a quedas. O iPhone 12 Mini tem uma tela de 5,4 polegadas e seu corpo é menor do que muitos modelos antigos do aparelho. Vem em preto, vermelho, verde ou azul. O iPhone 12, com tela de 6,1 polegadas, tem duas câmeras e vem nas mesmas cores. Os outros dois modelos são maiores do que iPhones costumam ser. iPhone 12 Pro e iPhone 12 Pro Max têm três lentes — grande angular, ultra grande angular e uma tele de 65 mm. Estes dois vêm também com um sensor lidar, que permite mapear tridimensionalmente um espaço físico para alavancar aplicações de realidade aumentada. Além de ajudar com o foco quando a luz é pouca. O modelo mais barato sairá por US$ 699 e, o mais caro, por US$ 1099. Lá. iPhone Pro Max chega às lojas em 23 de outubro. Os outros, em 13 de novembro.

Aliás... Os iPhones 12 comprados nos EUA funcionarão nas redes 4G e 5G do Brasil, informa a turma da MacMagazine.

A Apple também anunciou ontem o novo HomePod Mini, uma versão menor de sua caixa de som inteligente. Vem com preço agressivo para o mercado americano — US$ 99. O exterior é de tecido em trama como o modelo maior, o aparelho pode ser comprado em preto ou branco. Tem a forma de uma esfera. Além de seu próprio serviço de música, aceita Pandora, Amazon Music e iHeartRadio. Só não aceita Spotify.

Cultura

Paris Rivers era especialista em efeitos especiais de cinema londrino quando a pandemia apareceu. Ficou sem emprego, um amigo tinha algo a oferecer. Num dos necrotérios provisórios que estavam sendo construídos. Ele topou. E gostou. Agora está numa agência funerária onde dirige carros, carrega caixões, veste corpos. “Comecei com filmes de terror, então acho tudo fascinante”, ele comenta. Tumi Williams, um músico de hip-hop de Gales, sempre cozinhou para os amigos. Durante a quarentena começou a fazer um prato a pedidos aqui, outro ali, mostrou no Instagram. Explodiu. Faz entregas toda quinta, sexta e sábado aos clientes que conquistou. Maya Medvesek é uma DJ na Escócia. Em Glasgow, vem oferecendo serviços de aromaterapia, reflexologia, massagem — e usa o veneno de um sapo amazônico para cerimônias intensas. Tornou-se xamã. “Me lembra do papel de uma DJ”, ela conta. “Você media a relação entre a música e a plateia. Um xamã também provê o encontro entre dois mundos para criar uma experiência.” O Guardian foi atrás de artistas vários para descobrir como estão vivendo 2020.

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