EUA abrem processo antitruste contra Google

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu um processo de antitruste contra o Google. Acusa a companhia de fazer “acordos exclusivistas e conduta anticompetitiva” para se tornar dominante no mercado de busca e, a partir daí, abusar do domínio sobre este espaço para impedir o nascimento de rivais que possam provocar ameaça. “O Google paga bilhões de dólares anualmente a distribuidores como Apple, LG, Motorola e Samsung; a operadoras americanas de telefonia como AT&T, T-Mobile e Verizon; a browsers como Mozilla, Opera para garantir que a busca padrão em seus aparelhos e serviços seja a sua.” Ainda não está claro qual o objetivo dos advogados do governo americano — se desejam dividir a empresa ou impor restrições ao seu comportamento. (Verge)

Tudo indica que é apenas o início. A acusação, afinal, ainda é tímida. O processo não entra por exemplo no domínio que o Google exerce sobre o mercado da publicidade digital, como apontou no início do mês um extenso relatório da Câmara dos Deputados americana. Assim como o uso da plataforma Android para amarrar com o conjunto de apps a companhia. Tudo indica que este processo deve se expandir com o tempo. (Ars Technica)

Diferentemente do que ocorreria nos casos de Amazon e Facebook, em que republicanos e democratas divergem a respeito de quais são as práticas anticompetitivas, o processo contra o Google não é polêmico. Tanto Bill Barr, equivalente a ministro da Justiça e procurador-geral da República, um dedicado trumpista, quanto a senadora Elizabeth Warren, que disputou a candidatura à presidência pela esquerda do Partido Democrata, concordam com esta briga. Portanto, mesmo com uma vitória do democrata Joe Biden, ele deve continuar. Empresas que passam por lutas assim costumam ser inteiramente transformadas, mesmo quando ganham. (Recode)

No Brasil, o Google enfrenta três processos no Cade. Um sobre o seu sistema de buscas, outro sobre suposta conduta anticoncorrencial no Android e um sobre a suposta prática de “scraping” (uso não autorizado de conteúdo pelo buscador).

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O ministro Alexandre de Moraes é o novo relator do inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro tentou intervir na autonomia da Polícia Federal. É o caso que culminou com a demissão do então ministro da Justiça, Sérgio Moro, e que vinha sendo tocado pelo agora aposentado Celso de Mello. O normal seria que o substituto de Celso herdasse seus casos — mas o indicado, Kassio Marques, ainda está sendo sabatinado pelos senadores. Os advogados de Moro pediram redistribuição com urgência pois a investigação parou sem uma definição a respeito de como deve ser o depoimento do presidente Jair Bolsonaro. Mello defendia que fosse presencial. A Advocacia-Geral da União queria um depoimento por escrito. (G1)

Apesar das inúmeras farpas disparadas pelo Palácio do Planalto contra o governo paulista, o Ministério da Saúde assinou um protocolo de intenções para comprar 46 milhões de doses da vacina que está sendo desenvolvida no Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac contra o novo coronavírus. O ministério já havia realizado parcerias semelhantes com AstraZeneca, a vacina de Oxford, e Covax. Para este acordo com São Paulo, vai ser disponibilizado um crédito de R$ 1,9 bilhão. (Poder 360)

O senador da cueca, Chico Rodrigues, pediu licença por 121 dias após pressão de colegas. Assume em seu lugar no Senado o suplente, que é também seu filho — Pedro Arthur Rodrigues. Com o movimento, no STF o ministro Luís Roberto Barroso suspendeu os efeitos de sua decisão que havia determinado o afastamento do senador do mandato por 90 dias. Rodrigues segue proibido de fazer contato de qualquer natureza com outros investigados ou testemunhas do caso sobre desvios de recursos públicos para combate à pandemia. (Globo)

O governo americano se ofereceu para subsidiar a compra, no Brasil, de equipamento de concorrentes da chinesa Huawei — as europeias Ericsson e Nokia. Isto vale para o maquinário da infraestrutura da rede 5G, para substituição dos equipamentos atuais e outras possibilidades. (Globo)

Atualmente, a China subsidia o equipamento da Huawei assim como facilita o financiamento.

Meio em vídeo: Cientista político do CPDOC da Fundação Getúlio Vargas, Jairo Nicolau acaba de lançar O Brasil Dobrou à Direita, o mais detalhado estudo nos números que mostram como se comportou o eleitor brasileiro em 2018. Jairo mostra, por exemplo, que não foi a Lava Jato que tirou o PT do governo — os eleitores que votaram preocupados com corrupção já não votavam mais no partido. Mostra, também, que o voto em Jair Bolsonaro é um fenômeno principalmente urbano — quanto maior a cidade, maior a tendência de eleger o presidente. E que se há dois estados que de fato entregaram esta vitória, ora, estes foram Rio de Janeiro e Minas Gerais. Assista.

Para Onde Vamos

Para Onde Vamos

As cidades mais adaptadas à mudanças são justamente aquelas que têm, entre outros fatores, os seus principais meios de transporte conectados. Isso que aponta o ranking de 2020 de melhores sistemas de mobilidade urbana feito pela consultoria Oliver Wyman e a Universidade de Berkeley. No Brasil, no entanto, a integração de diferentes transportes ainda é um desafio. Em São Paulo, por exemplo, mais de 60% das estações de ônibus, metrôs e trens contam com infraestrutura cicloviária próxima. Nas demais cidades do país, esse número cai para menos de 20%. Essa falta de conexão impacta diretamente no dia a dia da cidade. Um sistema integrado, com espaço para carros, bicicletas e aplicativos de compartilhamento, não só ajuda a cobrir rotas, mas também diminui o tempo entre os bairros e o centro.

A Embraer criou uma nova startup focada em carro voador. A Eve nasceu dentro da EmbraerX, braço de inovação da fabricante brasileira, com foco em mobilidade aérea urbana, incluindo um veículo elétrico de decolagem e pouso vertical (eVTOL), uma rede de suporte e serviços associados e soluções de gestão de tráfego aéreo urbano. O eVTOL já passou por testes iniciais de simuladores e a previsão é lançá-lo ainda nesta década. (Estadão)

As cidades brasileiras estão bem atrás de metrópoles sul-americanas em mobilidade de pedestres. Segundo o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento, menos da metade da população das principais capitais do Brasil consegue acessar serviços de saúde e educação a pé em uma distância de até um quilômetro. Brasília é a que se sai melhor, com 62%. Mas ainda muito distante das demais capitais sul-americanas, Lima, no Peru (81%), Santiago do Chile (79%), e Bogotá, na Colômbia (78%). (Globo)

Então… Com a pandemia, a preferência por andar a pé subiu de 9% para 23%. Mas a alta coloca em evidência um antigo problema nas cidades: 80% das calçadas do país apresentam irregularidades como buracos, obstruções e estreitamentos, segundo a ONG Corrida Amiga. (Folha)

Viver

A Europa voltou a ser o epicentro da pandemia. Segundo a OMS, mais de 927 mil novos casos foram registrados na região nesta última semana — a maior taxa do mundo nos últimos sete dias. Mas, apesar da rápida expansão, as mortes na Europa continuam sendo apenas um quinto do que foram no pico da pandemia, em abril.

Mesmo em queda, as mortes no Brasil ainda estão acima das registradas na Europa. Um levantamento do Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças aponta que o Brasil é o terceiro com o maior número de mortes por 100 mil habitantes nas últimas duas semanas. O primeiro é a República Tcheca, com uma taxa de 6,53 por 100 mil habitantes. Em seguida aparecem a Romênia (4,76) e o Brasil (3,58).

Pois é… A Europa Central, que fechou-se rapidamente no começo do ano e foi poupada na primeira onda, tem sofrido com esse novo surto no continente. (Estadão)

Existem cerca de 50 países e territórios que não têm restrições expressas a entradas de viajantes brasileiros a lazer, em voos que partem do Brasil. Confira.

Um estudo do Ibre/FGV apontou que os países com as maiores taxas de mortalidade de Covid-19 foram aqueles com os piores desempenhos econômicos. A Espanha lidera com a maior taxa de mortalidade da amostra e a maior diferença entre as projeções da taxa de crescimento do PIB. (Folha)

Foram registradas 662 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas no Brasil, chegando ao total de 154.888 óbitos desde o começo da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias foi de 546, uma variação de -13% em relação aos dados registrados em 14 dias. Apenas um estado apresenta indicativo de alta de mortes: Rio Grande do Norte. Em casos confirmados, desde o começo da pandemia 5.274.817 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus, com 23.690 desses confirmados no último dia.

No Rio de Janeiro, a prefeitura liberou os restaurantes e bares para funcionarem sem horário fixo para o fechamento. (Globo)

Cultura

Após quatro décadas na Disney, Glen Keane, animador de A Bela e a Fera e Tarzan, está na Netflix. E esta semana chega ao streaming seu A Caminho da Lua. É a história de Fei Fei, uma menina chinesa contemporânea que, após a perda da mãe, descobre que o pai tem planos de se casar de novo. Então constrói um foguete para viajar até Chang’e, a deusa da Lua. Fei Fei tem esperança de contar com sua ajuda para inspirar seu pai a se manter um viúvo leal ao amor eterno da mãe. A animação, mais ambiciosa aposta da Netflix neste campo até hoje, é uma co-produção com o estúdio chinês Pearl e, ora, se parece com um desenho Disney. A música âncora do filme — pois é, tem música — em português vai se chamar Vou Voar. Assista um pequeno vídeo sobre os bastidores. (Folha)

O filme estará disponível no dia 23, na Netflix.

Pois é... Vai ter briga e já tem vídeo publicitário no ar. Porque não está longe, em 17 de novembro próximo chega ao Brasil a Disney Plus, streaming da Disney. O catálogo incluirá os filmes e animações com os selos Disney, Marvel, Star Wars e National Geographic e chegará às TVs e celulares do país junto com o filme live-action de A Dama e o Vagabundo. Assista ao trailer.

Errata: Há erros, e há erros. O editor ia escrever ‘o single Dreams’, mas escreveu ‘a música Single’. Vá entender. Pois é Dreams, e não Single, o nome do velho sucesso da banda anglo-americana Fleetwood Mac citada ontem cá neste Meio. Como bem o destacaram muitos leitores. Muitos.

Mais: É também curadora dos painéis da Bienal do Livro Joselia Aguiar.

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