Bolsonaro pede pacto de silêncio a ministros

Em reunião com todos os ministros menos o da Saúde, Eduardo Pazuello, o presidente Jair Bolsonaro cobrou dos auxiliares um “pacto de silêncio”, apurou a jornalista Jussara Soares. (Pazuello está de quarentena em casa pela Covid.) A queixa veio após o ataque público do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, contra o da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos. Bolsonaro estuda fazer uma minirreforma ministerial na virada do ano para acomodar mais indicados do Centrão na Esplanada. Neste desejo, o general Augusto Heleno poderia deixar o Planalto e pegar uma embaixada. E Salles pode deixar a pasta do Meio Ambiente, substituindo Marcelo Álvaro Antônio no Turismo. (Estadão)

Então... Bela Megale ouviu que o presidente cobrou dos ministros que não vazem mais informação em off para a imprensa, dando apenas declarações oficiais. E que “lavem a roupa suja internamente”. (Globo)

Aliás... O ex-porta-voz de Bolsonaro o atacou num artigo. “É doloroso perceber que os projetos apresentados nas campanhas eleitorais, com vistas a convencer-nos a depositar nosso voto nas urnas eletrônicas, são meras peças publicitárias, talhadas para aquele momento”, escreveu o general Otávio do Rêgo Barros, que não citou o nome do presidente. “A autoridade muito rapidamente incorpora a crença de ter sido alçada ao olimpo por decisão divina, razão pela qual não precisa e não quer escutar as vaias. Não aceita ser contradita. Basta-se a si mesmo.” (Correio Braziliense)

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Meio em vídeo: Nesta edição do Conversas com o Meio recebemos o jornalista e escritor Bruno Paes Manso, autor de A República das Milícias, Dos Esquadrões da Morte à Era Bolsonaro. Um retrato assustador do crime organizado com ideologia e laços até os altos escalões da República. Assista.

Não acredita em fantasmas? Pois saiba que pelo menos cinco pessoas que já morreram doaram R$ 6.800 a candidatos nas eleições municipais. E em plena crise, 3.793 desempregados desembolsaram R$ 15,9 milhões em doações eleitorais. As descobertas inusitadas constam de um levantamento do TSE e vão agora para investigação pelo MP.

Pois é... Está no ar A Verdade da Mentira, bom documentário brasileiro sobre o impacto das fake news nas eleições por aqui. No Now, Vivo Play, Looke a History — assista ao trailer. Ou alugue agora, gratuitamente.

Já passa de 69,5 milhões o número de eleitores que votou antecipadamente no pleito americano. É mais do que metade dos que votaram nas eleições passadas, em 2016 — nos EUA, o voto não é obrigatório. O comparecimento neste 2020 deve ser recorde. Em alguns estados, como o Texas, já votaram quase 90%. Na Flórida, mais de dois terços. No Wisconsin e em Michigan, metade. São, os quatro, estados disputados. E com o voto antecipado, muito dele em cédulas enviadas por correio, aumenta a apreensão democrata com a Suprema Corte. Ontem, uma decisão proibiu o Wisconsin de receber cédulas depois do dia da eleição, 3 de novembro, mesmo que tenham sido enviadas antes do prazo — como a praxe. O receio é de que decisões judiciais terminem por anular quantidades grandes de votos. (New York Times)

Para Onde Vamos

Para Onde Vamos

Homens e mulheres se locomovem de forma diferente. Vários estudos mostram que enquanto os homens fazem uma viagem mais linear, casa-trabalho, com um único meio de transporte (normalmente o carro), a mobilidade feminina é caracterizada pelo encadeamento de viagens e mais pressionada pelo tempo, já que são normalmente responsáveis pelas tarefas domésticas e familiares, além do trabalho. E a segurança ocupa um papel fundamental na viagem delas. A falta de ciclo faixas e ruas pouco iluminadas, por exemplo, ainda fazem com que os homens ciclistas sejam a maioria. Algumas cidades já tem levado em conta essas diferenças, para não só melhorar a mobilidade urbana, mas também melhorar o acesso das mulheres a outros direitos.

Com a pressão para alternativas mais sustentáveis, ônibus e bicicletas se tornarão os principais meios de transporte urbano. Essa é avaliação de mais de 340 especialistas de 56 países. Eles defendem que, para se preparar para uma mobilidade urbana descarbonizada até 2050, os gestores devem focar em investimentos no transporte público, meios de transporte ativos, serviços de mobilidade compartilhados, bem como planejamento urbano sustentável, junto com a promoção do ciclismo e da caminhada.

Então… A pandemia tem impulsionado as vendas de motos e scooters em cidades ao redor do mundo, como Nova York e Rio de Janeiro. (Bloomberg)

E cada vez mais surgem novas versões sustentáveis. A Universidade de Tóquio criou os veículos Poimo (Portable and Inflatable Mobility, algo como mobilidade portátil e inflável). Os protótipos de motos, bicicletas e scooters são movidos por um pequeno motor elétrico e construídos a partir de várias peças infláveis interligadas que podem ser dobradas e colocadas em uma mochila. (Globo)

A Bosch, junto com a Ford, apresentou um sistema de estacionamento automatizado, que interliga a direção autônoma do carro à infraestrutura de comunicação da garagem e a um aplicativo de celular. Pelo sistema, o motorista desce do carro em um ponto específico para desembarque e aciona os comandos pelo celular para que o veículo busque uma vaga e estacione automaticamente. Quando quiser retornar, só acionar novamente o app para o carro buscá-lo em um determinado ponto. A ideia é economizar até 20% no espaço das garagens. No entanto, ainda deve demorar para ser implantado de forma concreta. (Estadão)

Viver

Ser infectado pelo Sars-CoV-2 e se curar ou mesmo ficar assintomático não garante imunidade. Segundo um estudo do Imperial College de Londres em parceria com a Ipsos Mori, a quantidade de anticorpos em pessoas que tiveram Covid-19 cai drasticamente em poucos meses. A pesquisa, feita com 350 mil britânicos ao longo de três meses, mostrou que 6% deles tinham anticorpos em julho, mas esse número caía para 4,4% em setembro. A diminuição nos anticorpos é mais comum nos idosos que nos jovens e muito mais séria nos assintomáticos. Os cientistas dizem que não é possível afirmar que essas pessoas podem voltar a contrair a doença, já que o organismo se protege também de outras formas, mas isso ajuda a explicar os casos já documentados de reinfecção. (Globo)

Com estudos ressaltando a gravidade da Covid-19 e uma segunda onda da doença já varrendo a Europa, a Rússia pediu à OMS nesta terça a licença para uso emergencial da Sputnik V, sua vacina em estágio de testes mais avançado. No Brasil, o governo do Paraná tem parceria para testar e produzir essa vacina. A OMS ainda não deu prazo para responder ao pedido russo.

Pela primeira vez desde 6 de maio a média móvel de mortes em sete dias por Covid-19 no Brasil ficou abaixo de 450. De acordo com os dados apurados pelo consórcio de veículos de comunicação, o país teve ontem 530 novos óbitos, o que trouxe a média móvel para 442 mortes. Esse número, porém, dizem os especialistas, indica estabilidade. Desde o início da pandemia, 157.981 brasileiros perderam a vida para a Covid-19. O total de infectados já passa de 5,44 milhões de pessoas.

Trump e Bolsonaro destruíram as defesas da América Latina contra a pandemia. A afirmação é do New York Times, listando medidas da dupla como a repatriação de dez mil médicos cubanos do Brasil e (por pressão dos EUA) de países como Equador, Bolívia e El Salvador. A maioria atuava em áreas muito pobres e não foi substituída. Além disso, segue a matéria, Trump, com apoio de Bolsonaro, praticamente levou à falência a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Por fim, patrocinaram tratamentos sem eficácia comprovada, como a hidroxicloroquina, e combateram as medidas de isolamento social recomendadas por especialistas.

Com pelo menos três ações sobre a obrigatoriedade de vacinação para Covid-19 tramitando no STF, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), conclamou nesta terça-feira que o Legislativo e o Executivo discutam e resolvam a questão antes que o Judiciário o faça. “Nós não devemos deixar um espaço aberto, esse vácuo, para que mais uma vez o Supremo decida, e que tanto o Executivo e o Legislativo fiquem reclamando de algum ativismo do Poder Judiciário”, disse ele. (Poder 360)

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Qualquer usuário do Instagram sabe que mamilos (femininos) são terminantemente proibidos, mas não faltam fotos em que modelos, celebridades ou mesmo anônimas exibem parcialmente os seios. Até que a modelo plus size inglesa Nyome Nicholas-Williams acusou a rede de derrubar fotos suas por ela ser gorda e negra, dando início a uma campanha que reuniu 22 mil assinaturas. Com isso, o Instragram anunciou que, a partir de hoje, vai tornar menos rígidas as normas para esse tipo de foto. Segundo a empresa, a regra era banir fotos em que a mulher estivesse apertando ou puxando os seios, o que é associado a pornografia. Só que é difícil fazer essa diferenciação em casos de mulheres com seios grandes. A ordem agora é manter fotos em que a mulher esteja abraçando, segurando, acariciando ou cobrindo os seios. Na dúvida, diz a empresa, a foto fica.

O Meio errou. Na nota ontem sobre a descoberta de água na Lua, informamos que o telescópio SOFIA estava acoplado a um “Boeing 474”. Como bem apontaram os leitores, o avião, conhecido como Jumbo, é um Boeing 747.

Cultura

Considerado a mais importante honraria da literatura em língua portuguesa, o Prêmio Camões desde ano foi concedido ao escritor, pesquisador e teórico da literatura português Vítor Aguiar e Silva, de 81 anos, um dos criadores do Instituto Camões. Especialista em literatura portuguesa dos séculos XVI e XVII, em particular na obra do mestre que dá nome ao prêmio, Aguiar e Silva é um dos críticos mais enfáticos ao acordo ortográfico de 1990. Sua obra inclui títulos como Teoria da Literatura (1967), A Estrutura do Romance (1974) e Camões: Labirintos e Fascínios (1994). Foi ainda o coordenador do Dicionário de Luís de Camões (Amazon).

O Prêmio Camões é uma parceria entre Brasil e Portugal, que pagam juntos 100 mil euros (R$ 670 mil) ao vencedor, escolhido por um conselho de representantes dos dois países e de outras nações de língua portuguesa. O vencedor do ano passado foi Chico Buarque, mas o presidente Jair Bolsonaro se recusou a assinar o diploma da premiação.

Visitar um grande museu histórico europeu, em especial o Museu Britânico, em Londres, é fazer uma viagem no tempo e no espaço, contemplando obras das mais diferentes épocas e lugares. O problema é que a maior parte dessas peças foi obtida nas Américas, na Ásia e na África durante o período do colonialismo europeu – num processo que para muitos é melhor definido como pilhagem. Agora essas nações querem seu patrimônio cultural de volta. A França já começou um processo de devolução de peças ao Benin e ao Senegal e, assim como Reino Unido, Alemanha e Holanda, faz um levantamento para identificar o que foi de fato pilhado e o que foi obtido de forma legítima. (Folha)

Cotidiano Digital

Preparadas para audiência de hoje no Senado americano, Facebook, Twitter e Google alinharam os seus discursos. A estratégia dos CEOs é dizer que a seção 230 da Lei de Decência nas Comunicações é crucial para garantir a liberdade de expressão na internet, segundo depoimentos escritos vistos pela Reuters. Mark Zuckerberg, do Facebook, vai alertar, por exemplo, que, com a remoção da seção, as empresas de tecnologia provavelmente censurariam mais para evitar riscos legais ou até seriam responsabilizadas por fazer moderação básica, como remover discursos de ódio e assédio. Sem a cláusula, que protege as empresas de tecnologia da responsabilidade pelo conteúdo gerado pelos usuários, Jack Dorsey, do Twitter, dirá que a comunicação na internet ficará sob controle de um pequeno número de grandes empresas.

Depois de ter anunciado em junho, o Zoom finalmente lançou criptografia de ponta a ponta para todos os usuários. A novidade, no entanto, vem com alguns detalhes. Os usuários em uma chamada criptografada, por exemplo, não poderão entrar na ligação pelo celular ou usar o bate-papo individual. Todos os participantes devem usar o aplicativo Zoom, pois a versão do navegador não funcionará. Ainda deverão verificar um número de telefone e adicionar informações de pagamento.

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