Prezadas leitoras, caros leitores —

O mais difícil dos anos em muitas gerações está chegando ao fim, não que isso signifique o término dos problemas que ele trouxe. Mesmo assim, em todo o mundo, bilhões de pessoas, de preferência em suas casas, vão celebrar a renovação e a esperança dentro das mais diversas crenças. Aliás, não é uma coincidência curiosa que tantas culturas tenham celebrações parecidas na mesma época do ano?

Não, não é.

Na edição do Meio neste sábado, a última edição exclusiva para assinantes premium deste ano, vamos ver como o Solstício de Inverno no Hemisfério Norte deu origem a essas celebrações, que foram ganhando contornos próprios, muitas vezes abandonando sua origem astronômica, à medida que as civilizações se desenvolviam.

Para nossos antepassados na Europa, no Oriente Médio e na Ásia, a noite mais longa do ano marcava a promessa de que, lentamente, a luz, o calor e a vida iam voltar para mais um ciclo. No fundo, estamos mesmo precisando dessa lembrança.

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— Os editores.

STF: vacina pode ser obrigatória mas não forçada

A vacinação contra a Covid-19 será obrigatória, mas ninguém será forçado a tomá-la, de acordo com o Supremo Tribunal Federal. Nove ministros seguiram o voto de Ricardo Lewandowski: impor a vacina seria inconstitucional, mas União, estados e municípios podem aplicar medidas restritivas, definidas em lei, a quem não quiser se imunizar. A única divergência, embora parcial, foi de Nunes Marques, para quem a obrigatoriedade é “último recurso” e o Ministério da Saúde deveria ser ouvido. Marques foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro, crítico feroz da obrigatoriedade. Lewandowski também concedeu liminar autorizando estados e municípios a comprarem vacinas aprovadas no exterior se a Anvisa não expedir liberação em 72 horas. A medida já estava prevista em lei, mas apenas para o governo federal. (Poder 360)

O STF decidiu ainda, e por unanimidade, que pais não podem deixar de vacinar seus filhos por “convicções filosóficas, religiosas, morais e existenciais”. Os autores da ação, cujos nomes foram mantidos em sigilo, são adeptos de alimentação vegana e alegavam que não vacinar os filhos era “excesso de zelo”, não negligência. A decisão tem repercussão geral, ou seja, vale para qualquer ação semelhante no país. (G1)

Pois é... Mas Bolsonaro não gostou. O presidente voltou a dizer que não tomará vacina de jeito algum, alegando que já contraiu o vírus. Especialistas, porém, dizem que quem já teve Covid-19 também precisa ser imunizado. Entre outros motivos, para impedir a propagação da doença. (G1)

De acordo com o presidente, não vai ter vacina para todo mundo. “Com todo respeito ao Supremo, tomou medida antecipada”, disse em sua live tradicional das quintas. “Nem vacina tem. Não vai ter vacina para todo mundo.” Bolsonaro se queixou, igualmente, de a Anvisa ser obrigada a se posicionar em até 72 horas a respeito de vacinas aprovadas nos EUA, Japão, Europa e China. (BR Político)

Então... Como anda, vacina deve demorar, mesmo. A da Pfizer, que já está imunizando gente no Reino Unido, EUA e Canadá, não deve chegar tão cedo ao Brasil. O laboratório afirma que a Anvisa faz exigências, para o registro de emergência, que não são comuns noutros cantos. Pergunta, por exemplo, sobre o número de doses que estarão à disposição e exige o cronograma de vacinação a ser estabelecido no país. (O mesmo cronograma que o Ministério da Saúde afirma não ter como estabelecer.) Sem negociação seguida de contrato, informa a Pfizer, não é possível oferecer de antemão estes dados. Então, como as informações são exigências da Anvisa para antes do contrato e o laboratório só pode oferecê-las após estabelecer os termos do contrato, será preciso esperar o registro definitivo da vacina. (UOL)

O Brasil voltou ontem a ultrapassar a marca de mil mortes por dia, o que não acontecia desde 15 de setembro. Foram 1.054 óbitos, elevando o total a 184.876. Foram registrados ainda 68.832 novos casos, segunda maior marca desde o começo da pandemia – a maior foi 70.869 em 29 de julho. Ao todo, 7.111.527 brasileiros contraíram a doença. Os números são apurados juntos às secretarias de Saúde dos estados por um consórcio de veículos de comunicação.

Entre os mortos está a atriz Christina Rodrigues, de 47 anos. Ela apresentava sintomas de Covid-19, mas os exames não ficaram prontos. Atriz morreu num pronto socorro na Zona Norte do Rio após aguardar vaga em CTI por pelo menos dois dias.

Quem é você na fila da vacina? Faça este teste e descubra se está qualificado para alguma das quatro fases iniciais do programa de vacinação ou se vai ficar com mais 120 milhões de pessoas esperando uma data futura. (Globo)

O imunizante do laboratório Moderna ganhou ontem aval de um comitê científico nos EUA e aguarda a liberação pela FDA (equivalente à Anvisa) e do Centro de Controle de Doenças. O país, que está vacinando a população com o produto da Pfizer poderá ter duas vacinas em distribuição ao mesmo tempo.

E nunca foi uma “gripezinha”. Estudo de laboratório francês mostra que a Covid-19 mata três vezes mais que uma gripe comum.

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Merval Pereira: “O ex-presidente Tancredo Neves afirmava que voto secreto ‘dá uma vontade danada de trair’. Nada mais certo quando vemos as traições sendo negociadas à luz do dia, em troca de emendas e cargos. Traições dignas do nome, e traições travestidas de ação política, como os partidos de esquerda que cogitam lançar candidaturas próprias quando sabem que, com isso, estarão selando a vitória do candidato do Palácio do Planalto. Se a esquerda se unir em torno do grupo de Rodrigo Maia, a disputa fica parelha. A esquerda, como sempre, é o fiel da balança. Cada disputa para a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado tem sua própria importância, mas esta está revertida de um significado especial, pois o presidente Jair Bolsonaro está empenhado pessoalmente. Toda vez que um presidente da República se mete na disputa interna da Câmara, a chance de ser derrotado é grande. Já deu em Severino Cavalcanti, já deu em Aécio Neves quebrando um acordo com o então PFL, que teve consequências graves para o governo Fernando Henrique. Desta vez, está em jogo a agenda política do governo, que tem predominância nos temas regressivos de valores da sociedade e do meio-ambiente, em detrimento das reformas estruturais necessárias.” (Globo)

Gilberto Kassab estava há dois anos como secretário licenciado da Casa Civil do estado de São Paulo — deixou o cargo, o anúncio oficial será hoje. Seu partido, o PSD, foi um dos que cresceram nas eleições municipais. Aliados percebem algum mal estar entre Kassab e o governador João Doria — a negociação no entorno da candidatura de 2022 está em curso. (Folha)

Meio em vídeo: Ao menos quatro ministros do governo de Jair Bolsonaro mentiram no currículo para deixar suas experiências acadêmicas mais pomposas e interessantes. Teve desde mestrado bíblico até títulos internacionais. É claro que a inflada curricular não é uma exclusividade da gestão atual, mas a quantidade de inconsistências chama a atenção. Assista.

A deputada estadual paulista Isa Penna, do PSOL, registrou boletim de ocorrência por importunação sexual contra o também deputado Fernando Cury, do Cidadania. Na sessão de quarta à noite, enquanto votavam o Orçamento de 2021, Cury chegou por trás da parlamentar passando a mão em seu seio. A cena foi registrada em vídeo. (G1)

Ministério da Saúde batendo cabeça

Tony de Marco

 
Ze-Gotinha

Viver

A Câmara aprovou nesta quinta-feira a regulamentação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) sem a emenda que os próprios deputados haviam incluído permitindo o repasse de dinheiro público para instituições ligadas a igrejas. Na véspera, o Senado havia rejeitado a mudança, que, na prática retirava R$ 12,8 bilhões das escolas públicas e repassava para instituições filantrópicas privadas, comunitárias e religiosas. Com a alteração feita pelos senadores, o assunto voltou à Câmara. O Partido Novo ainda tentou aprovar emenda para que essas escolas privadas pudessem usar recursos do Fundeb nos ensinos fundamental e médio, mas a proposta foi rejeitada. (Folha)

Se ganhou no Congresso, o ensino público perdeu no Planalto. O presidente Jair Bolsonaro vetou o trecho da regulamentação do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) que previa a instalação, até 2024, de internet em banda larga em todas as escolas públicas, em particular fora dos grandes centros. Na justificativa para o veto, ele reconheceu o mérito da medida, mas disse que ela acarretava “renúncia de receita”. Esse e outros cinco vetos só serão analisados pelo Congresso no ano que vem.

Quem leu o clássico Duna (trailer do novo filme em produção), de Frank Herbert, é familiarizado com a ideia, mas para os demais pode soar estranho. A companhia Dinamarquesa Aquaporin aprimorou o sistema de filtragem da Estação Espacial Internacional usando uma proteína que permite, por exemplo, um par de rins humanos filtrar 45 litros de fluido por dia. No espaço, água não pode ser desperdiçada, assim, o sistema recicla qualquer umidade, incluindo urina humana, que se torna água potável. A tecnologia já está sendo usada na Dinamarca e na Hungria para retirar resíduos plásticos da água, e a empresa espera utilizá-la para suprir parte da demanda por água potável em países pobres. (CNN)

Cotidiano Digital

Mais um. Pela terceira vez, o Google foi processado por práticas anticompetitivas. Agora, a ação foi aberta por 38 estados americanos que alegam que a big tech mantém ilegalmente seu poder de monopólio sobre os mecanismos de busca. O Google é acusado de diminuir o alcance de sites de pesquisas em áreas especializadas, como avaliações de viagens. Também é acusado de usar acordos exclusivos com fabricantes de smartphones como a Apple para dar preferência pro serviço de busca do Google a rivais como Firefox. Essa nova acusação é mais ampla do que a feita em outubro pelo Departamento de Justiça e a intenção dos procuradores-gerais é combinar esse caso com o processo federal pra ampliar o número de acusações. O processo pede à Justiça a suspensão das condutas consideradas ilegais e também pede a neutralização de quaisquer vantagens que o Google obteve, incluindo a alienação de ativos. Já o processo feito na quarta (16), por outro grupo de 10 estados, vai em outra linha e ataca o mercado de publicidade online da empresa. (New York Times)

Enquanto… Mesmo sob pressão dos órgãos antitruste, a compra do Fitbit pelo Google, feita em 2019, foi aprovada ontem pela UE. Só que veio com ressalvas. A big tech aceitou armazenar os dados do usuário do Fitbit separadamente dos dados do Google usados para publicidade e não usará os dados dos dispositivos para o Google Ads. O usuário que decidirá se quer armazenar seus dados em sua conta do Google ou do Fitbit.

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Meio em vídeo: Que ano foi este, o de 2020. Nossas relações, nós as tivemos por intermédio das telas. De uma hora para outra o mundo mudou e a gente teve que se adaptar a fazer quase tudo de forma virtual. Trabalho, encontros com a família, os happy hours com os amigos. No último Pedro+Cora deste ano, Cora Rónai e Pedro Doria recebem a jornalista e roteirista Mariliz Pereira Jorge para conversar sobre o que aprendemos. Disponível nas principais plataformas de podcast — ou, para assitir, no YouTube.

Cultura

Um dos achados jornalísticos de 2020 foi o podcast serializado Praia dos Ossos. Pois o formato — jornalismo em áudio que conta uma história em narrativa — tem origem e um mestre. É This American Life, que nasceu como programa na National Public Radio dos EUA, e ainda hoje é apresentado e editado por Ira Glass. Neste dezembro, This American Life faz 25 anos de idade e Glass preparou a lista de seus sete programas favoritos. Continua no mesmo formato em todo este quarto de século: toda semana, uma hora de áudio com uma ou mais histórias intercalando diálogos e trilhas, por vezes suspense, sempre alguma emoção. Histórias reais. Para quem entende inglês, os sete programas surpreendem e entretêm. Em um, contam da vida de dois bebês trocados na maternidade 43 anos antes. Noutro, ocorre uma separação dolorosa — mas também engraçada. E Phil Collins aparece do nada. Num terceiro, histórias de amor reais que parecem comédias românticas daquelas de cinema. Ouça. (New York Times)

A plataforma Stage2View, recém-lançada, coloca à venda musicais da Broadway filmados para assistir quando desejar. Entre as peças em cartaz estão clássicos como An American in Paris, de George Gershwin, Daqui até a Eternidade e 42nd Street, assim como Kinky Boots, que marcou o retorno ao sucesso de Cindy Lauper.

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