Trump incita turba contra Congresso para travar democracia
Já se aproximava das 6h no Brasil, agora na manhã de hoje, quando no exercício ritual de comando do Senado o vice-presidente americano Mike Pence declarou eleitos Joseph R. Biden Jr e Kamala D. Harris. Na Geórgia, enquanto isso, o reverendo Raphael Warnock e o documentarista Jon Ossoff foram eleitos senadores, confirmando assim que o Partido Democrata terá maioria na Câmara e no Senado durante o biênio 2021-22. Há vinte anos o estado só elegia republicanos — ontem foram dois da oposição, de uma só tacada. E assim o processo eleitoral americano enfim terminou. Não há mais passos ou possibilidade de reverter, o Congresso Nacional sancionou o resultado da corrida presidencial. Mas não era para ter sido tão tarde. Deputados e senadores tiveram de parar por várias horas seu trabalho pois tiveram a vida posta em risco. Também ontem, pela primeira vez em mais de 200 anos de história, um presidente americano incitou uma turba em fúria para que invadisse o Parlamento de forma a impedir que a escolha popular fosse confirmada. (The Hill)
Justamente quando o Congresso se reunia para homologar a eleição presidencial, Trump foi à frente dos jardins da Casa Branca de onde discursou para a turba, repetiu sua afirmação sem qualquer prova de fraude eleitoral, e a incitou. “Nós vamos agora andar até o Capitólio”, ele disse, “e vamos celebrar nossos bravos senadores e deputados e deputadas, e talvez não celebremos alguns deles.” A multidão atravessou então os quase três quilômetros que separam a residência presidencial do Congresso e, após pressionar, vários ganharam acesso ao prédio pegando a segurança desprevenida. Mike Pence foi o primeiro evacuado às pressas, depois por ordem os senadores e os deputados — mas ainda havia parlamentares no plenário do Senado quando os vândalos o invadiram. Um homem desfilou com uma bandeira confederada — símbolo daqueles que, nos anos 1860, quiseram cindir o país. Uma dupla substituiu a bandeira nacional no exterior do Parlamento por uma na qual se inscrevia apenas o nome do líder em letras garrafais — Trump. Outro circulou com na camiseta a estampa Campo Auschwitz. Invadiram gabinetes de deputados e senadores, fotografaram o que estava nas telas dos computadores largados às pressas, ocuparam sem ter sido eleitos os assentos no plenário incluindo aquele dedicado ao presidente da Casa. Discursaram. Quando a prefeitura de Washington pediu ao Departamento de Defesa ajuda da Guarda Nacional, ouviu não. O assalto ao Capitólio já durava duas horas quando Joe Biden apareceu. “Este é um assalto ao que há mais sagrado na América”, afirmou. “O trabalho de debater os temas do povo.” E então chamou Trump à responsabilidade. “Apareça em cadeia nacional, cumpra seu juramento, defenda a Constituição e exija o fim do cerco.” Poucos minutos depois, nas redes sociais, veio o vídeo do presidente. “Vão para casa”, pediu. “Nós amamos vocês.” Demorou ainda mais de hora para que a Guarda Nacional, agora convocada pelo vice-presidente, pudesse evacuar enfim o prédio.
Ao todo quatro pessoas morreram por conta da invasão ao Capitólio. (Estadão)
Há um debate ocorrendo nos altos escalões do Partido Republicano a respeito de Mike Pence invocar a 25a Emenda. Com sua assinatura, de metade dos ministros, e o voto de dois terços do Congresso podem destituir o presidente por incapacidade. (Axios)
Facebook e Twitter suspenderam o direito de Trump publicar posts em suas redes, temerosos de siga incitando violência. (Vox)
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Baleia Rossi (MDB-SP) lançou oficialmente na quarta sua candidatura à sucessão do aliado Rodrigo Maia (DEM-RJ) na presidência da Câmara. Porém, durante o seu discurso, chamou a atenção a ausência de representantes do PT e do PDT, que, formalmente, fazem parte do grupo de 11 partidos que o apoia.
Já o candidato do centrão e do Planalto, Arthur Lira (PP-AL), abriu uma nova frente de disputa ao condenar a votação remota, via aplicativo, na eleição na Câmara, marcada para o dia 1º de fevereiro. Rodrigo Maia defende que ao menos os deputados em grupos de risco possam votar remotamente, mas Lira argumenta que os eleitores tiveram a obrigação de comparecer pessoalmente para votar no pleito municipal, e que é de se esperar que os deputados façam o mesmo.
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Um dia depois de dizer que o Brasil estava “quebrado” e que não “conseguia fazer nada”, o presidente Jair Bolsonaro deu uma curva de 180º e afirmou que o país “está bem, uma maravilha”. Para ele, a culpa da repercussão de sua fala foi da “imprensa sem vergonha”. À tarde, ele se reuniu fora da agenda com 17 ministros, incluindo Paulo Guedes, que estava de férias.
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Mas o dia terminou com uma notícia ruim para Bolsonaro e seus filhos. Segundo Lauro Jardim, o governador em exercício do Rio, Cláudio Castro, escolheu para procurador-geral do MP estadual Luciano Mattos, primeiro colocado na eleição interna da categoria. O Planalto pressionava Castro a nomear o quarto colocado, Marcelo Monteiro, abertamente ligado à família do presidente. Caberá a Mattos dar andamento a processos contra Flávio e Carlos, os filhos mais velhos de Bolsonaro. (Globo)
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Acompanhar a criação da charge animada de Tony de Marco via Twitch é parada obrigatória da quinta-feira, mas hoje a programação é diferente. Às 15h ele vai redesenhar e animar uma charge em defesa da vacinação feita por Artur Belmok Porto, de 10 anos. Para assistir, basta apontar seu browser para este link.
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Tech no próximo nível
Além de ser uma das soluções mais simples de inteligência artificial, o chatbot também traz muita funcionalidade. Automatiza tarefas repetitivas e elimina filas de atendimento, liberando colaboradores para realizarem demandas mais complexas. Para Janelle Hil, vice-presidente e analista da Gartner, os chatbots não precisam ser criados do zero e podem ser copiados de outras empresas. Conheça três casos inspiradores.
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Com a pandemia, o investimento em nuvem se tornou prioridade entre as empresas brasileiras, segundo pesquisa da Dell e da Intel. A migração foi acelerada tanto entre as que ainda não tinham e precisavam manter suas operações em home office, como aquelas que já estavam em transformação digital. Mas a pressa pode ser ruim para os negócios. Um estudo da IDC sobre adoção de nuvem híbrida, mostrou que 49% das empresas não têm abordagem clara de modernização de aplicações, e pelo menos 22% pensam em levar suas aplicações como estão para a nuvem, o que não é aconselhável. (Valor)
Outra barreira para as empresas é encontrar mão de obra capacitada para essa transformação. Estima-se que até 2024 sejam necessários mais de 300 mil profissionais na área. Atualmente, o Brasil tem a maior diferença entre a demanda e a oferta entre 10 avaliações na América Latina. Para especialistas os problemas estão nos custos, na evasão escolar e no acesso ainda restrito às novas tecnologias. (Estadão)
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A Qualcomm tornou a sua própria sede em San Diego, na Califórnia, em um local de teste de tecnologias para uma cidade inteligente. O campus agora possui 20 sistemas diferentes e sensores para otimizar de tudo. Postes de luz funcionam como pontos de acesso à internet, por exemplo. Segundo a empresa, várias cidades dos EUA já estão em negociações para a adoção de algumas dessas tecnologias. (Época Negócios)
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Viver
Com os 1.266 mortos pela Covid-19 nesta quarta-feira, o Brasil está no limiar de ultrapassar os 200 mil óbitos pela pandemia. Já são 199.043 vítimas fatais, segundo dados apurados por um consórcio de veículos de comunicação juntos aos estados. O total de ontem foi o maior desde 18 de agosto. Foram registradas ainda 62.532 novas infecções, elevando o total a 7.874.539. Em setembro, o então já ex-ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta revelou que, nas avaliações mais pessimistas, o governo previa até 180 mil mortos no país.
E a situação não é grave só aqui. Os Estados Unidos ultrapassaram a marca de 21 milhões de casos de Covid-19, mais que a soma de Índia, Brasil e Rússia, os seguintes no “ranking”. Cerca de 130 mil pessoas estão internadas neste momento em todo o país, com os sistemas de saúde, em particular na Califórnia, entrando em colapso. Segundo médicos, esse pode ser apenas o início de uma onda provocada pelas viagens e reuniões das festas de fim de ano. (CNN)
O governo de São Paulo divulgou nesta quarta-feira seu plano de vacinação contra a Covid-19, e os números são ambiciosos. A imunização deve começar no próximo dia 25, aniversário da cidade, com postos funcionando das 7h às 22h em dias úteis e das 7h às 17h nos fins de semana e feriados. Até agora, o estado recebeu o equivalente a 10,8 milhões de doses da CoronaVac, parte produzida na China e parte em insumos para envasamento pelo Instituto Butantan. Embora sejam necessárias duas doses, há a ideia de retardar a aplicação da segunda, aumentando o número de pessoas imunizadas.
Ao todo, o estado terá três mil postos de vacinação, inclusive em shopping centers, terminais rodoviários e estações do metrô. Se tudo der certo, o governo estima vacinar nove milhões de pessoas até o fim de março. (Folha)
Representantes do Instituto Butantan se reuniram com técnicos da Anvisa nesta quarta-feira para fornecer informações sobre a CoronaVac. A expectativa é que o governo paulista anuncie hoje a eficácia do imunizante e que o pedido de liberação para uso emergencial seja feito até o fim da semana.
Após o anúncio de São Paulo, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi à TV dizer que a vacinação nacional começará "ainda este mês", mas sem dar uma data. Disse ainda que os estados receberão vacinas simultaneamente e em quantidades proporcionais à população. O Planalto baixou ainda MP que permite a compra de vacinas e insumos sem licitação, mesmo aquelas sem aprovação da Anvisa.
E passada a guerra das vacinas, temos a guerra das seringas. Após o fracasso no pregão para compra desses insumos e das restrições às exportações, o governo federal suspendeu a compra, com o presidente Jair Bolsonaro acusando os fabricantes de elevarem os preços. O setor nega. Ao mesmo tempo, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) zerou a tarifa, anteriormente em 16%, para importação de agulhas e seringas. E, por fim, o Ministério da Saúde requisitou esses insumos já comprados por estados, municípios e até clientes privados. Levantamento estima que os estados têm ao menos 116 milhões de seringas e agulhas em estoque.
Enquanto isso, a União Europeia aprovou a vacina da Moderna, que já está em uso nos EUA.
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Panelinha no Meio. O ano começou tenso aqui e lá fora. Então vamos com uma musse de maracujá perfumado, para deixar as pessoas calminhas e, quem sabe, serenar os ânimos.
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Cultura
Artistas internacionais, especialmente os veteranos, descobriram um novo filão monetário: negociar suas canções. Depois de Bob Dylan e de Stevie Nicks (ex-vocalista do Fleetwood Mac), agora o roqueiro canadense Neil Young, de 75 anos, anunciou a venda de 50% dos direitos sobre 1.180 canções para o fundo britânico Hipgnosis Songs Fund. Os valores não foram revelados, mas Dylan, por exemplo, faturou US$ 300 milhões pelos direitos completos de 600 músicas. Young é autor e intérprete de clássicos como Harvest Moon (Youtube), Cortez The Killer (Youtube) e Rockin’ In The Free World (Youtube). (Estadão)
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Qualificado para tentar uma vaga na disputa pelo Oscar de Melhor Curta de Animação, Umbrella, filme brasileiro dirigido por Helena Hilario e Mario Pece, estreia hoje no Youtube e fica em cartaz na plataforma até o dia 21. Ambientado em Nova York e sem texto, o curta mostra a história de um menino refugiado que se encanta por um guarda-chuvas amarelo.
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Cotidiano Digital
A Microsoft pediu ajuda da fabricante de chips AMD para disponibilizar mais unidades do Xbox. Segundo o vice-presidente executivo de jogos da Microsoft, Phil Spencer, o pedido foi feito como tentativa para suprir a alta demanda dos novos consoles. Os Xbox Series X e Series S estão atualmente em falta em todos os varejistas onde são vendidos, de acordo com o site do Xbox. A Sony também foi atrás da AMD para acelerar sua produção do processador do PlayStation 5. O console, que está sendo vendido exclusivamente online devido à pandemia, ainda está com poucas unidades disponíveis ou com entregas prometidas para daqui dois ou três meses.
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