Banco Central a uma assinatura de se tornar independente

A Câmara dos Deputados aprovou ontem o projeto de autonomia do Banco Central, que vai agora à sanção do presidente Jair Bolsonaro. Antiga reivindicação da equipe econômica a autonomia garante ao presidente do BC um mandato de quatro anos, não coincidente com o do presidente da República. O objetivo é blindar as decisões da autoridade monetária, como o estabelecimento da taxa Selic, de pressões políticas. Os diretores também terão mandatos fixos e escalonados para que um governo não possa mudar de uma vez toda a diretoria do BC, como acontece hoje. O projeto aprovado desvincula a instituição do Ministério da Economia e estabelece uma quarentena remunerada de seis meses antes que ex-diretores possam trabalhar na iniciativa privada. (G1)

Míriam Leitão: “O Brasil está sem orçamento, no meio de um recrudescimento da pandemia, milhões de brasileiros não sabem que dinheiro terão no fim do mês, mas para a equipe econômica e o novo comando da Câmara o fundamental é a autonomia do Banco Central. Mesmo para quem sempre defendeu esse formato institucional para a autoridade monetária, parecia delirante. O texto aprovado é ruim e o relator Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) não entendeu ainda qual é o papel do Banco Central. Mas para o Ministério da Economia o importante é dar a impressão de que o encalacrado projeto de reformas está andando.” (Globo)

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A aliança do DEM com o governo Bolsonaro, que provocou uma crise entre o presidente da legenda, ACM Neto, e o deputado Rodrigo Maia (RJ), tem como objetivo o respaldo federal ao partido em disputas regionais. Neto busca o governo da Bahia e terá como provável adversário o senador petista Jaques Wagner. Governadores de perfil conservador, como Ronaldo Caiado (GO) e Mauro Mendes (MT), também acham mais fácil a reeleição ao lado do presidente. (Folha)

Levantamento mostra que a maioria da bancada do DEM na Câmara, por exemplo, apoia as pautas do governo federal. E nenhum dos ouvidos disse que acompanhará a prometida saída de Rodrigo Maia. (Estadão)

E o movimento do governador de São Paulo, João Doria, para assumir o controle do PSDB e consolidar sua candidatura ao Planalto enfrenta cada vez mais resistência. Apontado como alternativa a Doria, o governador gaúcho Eduardo Leite partiu para o ataque, dizendo, por exemplo, que jamais associou seu nome ao de Bolsonaro. O paulista disputou a eleição em 2018 pregando voto “BolsoDoria”. (Globo)

Painel: “O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), avisou a líderes partidários que criará em breve duas comissões para discutir mudanças na lei eleitoral. Um dos pontos que devem entrar em debate é a flexibilização da cláusula de barreira, que ameaça diversas legendas na eleição de 2022. A criação de federações partidárias e o modelo do ‘distritão’, em que são eleitos os mais votados nos estados para o Congresso, também estão entre os temas que devem ser analisados. Para valerem no ano que vem, mudanças precisam ser aprovadas até outubro. A discussão do voto impresso, bandeira de bolsonaristas, não está prevista, mas nada impede que seja incluída por algum parlamentar.” (Folha)

O Alto Comando do Exército participou diretamente da elaboração das polêmicas mensagens divulgadas via Twitter em 2018 pelo então comandante da Arma, general Eduardo Villas Bôas, na véspera de o STF julgar um habeas corpus do ex-presidente Lula. A mensagem, na qual o general dizia que o Exército julgava “compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade”, foi interpretada como uma pressão sobre o tribunal. A revelação está no livro General Villas Bôas: Conversa com o Comandante (FGV). Segundo o militar, a manifestação foi motivada pela pressão por intervenção militar da parte de “empresários e pessoas da sociedade civil”. (Globo)

A implosão do DEM será o tema da charge que publicamos às sextas cá neste Meio. Veja ela sendo desenhada e animada hoje, às 15h, por Tony de Marco na PixotoscoTV, na Twitch.

Embratel

Tech no próximo nível

A Coreia do Sul voltou a ser o país mais inovador do mundo. A nação asiática, que liderou o ranking da Bloomberg por sete dos nove anos de publicação, recuperou a coroa da Alemanha, que caiu para o quarto lugar. O top 3 se fecha com Cingapura e Suíça, respectivamente, que subiram uma posição cada. Esses países se destacam por diversos fatores, como aumento de patentes, investimento em economia digital e forte desempenho em P&D. E o Brasil? Como no ano passado, continuou na 46ª posição. (Bloomberg)

Pois é… A indústria brasileira, sem estímulo para lançar produtos, reverteu a tendência de alta dos últimos anos, e o índice de inovação voltou ao patamar de janeiro de 2003. (Estadão)

Com o home office em alta, empresas têm investido em ferramentas e inovações cada vez mais com a ideia de reunir tudo em um ambiente só. A Microsoft lançou uma nova plataforma, dentro do Teams, que integra diferentes áreas dos negócios, como gestão de bem-estar, engajamento e cultura corporativa, além de oferecer ferramentas para o desenvolvimento profissional. Já a Nissan levou o conceito de remoto bem a sério e apresentou um carro-escritório. O modelo é uma versão adaptada do NV350 Caravan, tem um teto habitável, com guarda-sol e área de repouso, e seu porta-malas se estende para fora do veículo, com espaço para um escritório. O carro ainda não tem valor definido e nem data de lançamento.

Investir na experiência do colaborador significa também aperfeiçoar o serviço ao cliente. E a tecnologia continua sendo um fator-chave que liga essas duas pontas. De um lado, criar uma experiência omnichannel para os clientes quase que virou regra. Ou seja, criar plataformas para alcançá-los em qualquer ponto de contato digital a qualquer momento, como voz, chat, SMS, vídeo etc. Ao mesmo tempo, essa maior adoção tecnológica também pode contribuir do outro lado. Existem integrações tecnológicas que ajudam aprimorar a produtividade dos colaboradores, como compreender melhor a capacidade, os conjuntos de habilidades, os horários e muito mais de suas equipes. Ao ter todos esses recursos em uma plataforma, fica mais fácil prever e planejar com mais precisão – garantindo que os atendentes com as qualificações apropriadas estejam disponíveis em um momento específico.

Viver

Pelo menos três municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro tiveram que interromper a vacinação contra Covid-19 por falta de doses. (Folha)

Salvador também enfrenta estoques baixos. A prefeitura decidiu restringir a imunização neste momento a maiores de 85 anos. A previsão é que outras 13,2 mil doses sejam enviadas pelo governo federal para a capital baiana até o final da próxima semana. (Folha)

São Paulo suspendeu o envio de 50 mil doses da CoronaVac para o Amazonas por “falta de planejamento e controle” do governo amazonense. A Justiça local já havia interrompido a imunização devido a denúncias de fura-filas e outras irregularidades. Já o governo do Amazonas diz que ainda não foi comunicado e que segue vacinando de acordo com os protocolos do Ministério da Saúde. (UOL)

O caso do Amazonas não é isolado nem o mais grave. Em três semanas de vacinação, o país tem mais de 3 mil denúncias de desrespeito à lista de prioridades. Rio Grande do Norte (640 acusações), Minas (589) e Rio de Janeiro (413) são os líderes. (Globo)

Contrariando países como Alemanha, França e África do Sul, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou a aplicação da vacina Oxford/AstraZeneca em maiores de 65 anos e em áreas onde haja incidência de variantes do vírus. (UOL)

Documentos mostram que o governo usou verbas de combate à Covid para que a Fiocruz produzisse 4 milhões de comprimidos de cloroquina, remédio sem eficácia comprovada contra a doença. A fundação diz que o medicamento era para malária, mas não comenta o uso da verba. (Folha)

Há exatas três semanas a média móvel de mortes no Brasil por Covid-19 em sete dias se mantém acima de mil. Foram 1.357 óbitos na quarta-feira, com o total desde o início da pandemia chegando a 234.945. Oito estados estão com alta nas mortes: GO, AC, PA, RR, TO, BA, MA e PE. (G1)

Ficar curado da Covid-19 não significa ficar bem de saúde. Segundo estudo da USP, oito em cada dez pacientes apresentaram problemas cognitivos após se livrarem da doença. Danos à percepção visual, lapsos de memória, sonolência e falta de atenção são os mais comuns. (Folha)

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Os militares que hoje atuam no combate aos crimes ambientais na Amazônia vão deixar a região, conforme previsto, no dia 30 de abril. Além disso, o governo federal vai concentrar em 11 municípios, que não foram divulgados, dos quatro estados da Região as ações contra o desmatamento. A informação é do vice-presidente Hamilton Mourão, que preside o Conselho Nacional da Amazônia. Segundo ele, a ação passará a ser feita por órgãos civis, como o Ibama e o ICMBio. (G1)

Meio em vídeo. Com menos de um mês no ar, o Big Brother Brasil não economizou em acontecimentos polêmicos. Logo no início, o reality foi palco de confusões, discussões e cancelamentos, com destaque para as tensões entre o ator Lucas Penteado e a rapper Karol Conká. E é sobre esta tensão e a “cultura do cancelamento” que a gente vai falar no #MeioExplica Assista no YouTube.

Panelinha no Meio. Uma boa forma de poupar dinheiro ao montar um cardápio é prestar atenção nos produtos da época, em especial das frutas. Por isso, nossa sugestão hoje é uma salada de folhas com carambola. A fruta não é brasileira, veio da Índia, mas se adaptou facilmente ao nosso clima. Não é doce demais — está mais para ácida —, tem uma ótima textura para saladas e, fatiada, forma estrelas que dão um charme a mais ao prato.

Cultura

O longa A Última Floresta, de Luiz Bolognesi, foi selecionado para a mostra Panorama do próximo Festival de Berlim, marcado para começar no dia 1º de março. Com estreia no Brasil prevista para o segundo semestre, o filme conta a luta de uma aldeia ianomâmi isolada que luta para proteger seu território, legalmente demarcado, de garimpeiros. Além do longa, o Brasil estará representado pela série Os Últimos Dias de Gilda. (Folha)

Sorte em Berlim, azar em Los Angeles. O documentário Babenco: Alguém Tem Que Ouvir o Coração e Dizer: Parou, dirigido por Bárbara Paz, ficou de fora das indicações ao Oscar de Melhor Filme de Língua Estrangeira e Melhor Documentário. (G1)

Após quatro meses fechado, o Museu de Arte do Rio reabre hoje com uma exposição em homenagem ao muralista Paulo Werneck (1907-1987), responsável por icônicos painéis de ladrilhos na capital fluminense como os do Clube Monte Líbano, na Lagoa, e do Edifício Marquês de Herval, no Centro. Por questões de segurança sanitária, só é permitida a entrada de cem pessoas por hora. (Globo)

Intérprete de Cara Dune, principal personagem feminina de Mandalorian, Gina Carano foi demitida da Disney após comparar, num tuíte, a situação dos republicanos hoje nos EUA à dos judeus na Alemanha nazista. (Hollywood Reporter)

Cotidiano Digital

Quase cinco meses depois de que foi anunciada, a venda das operações do TikTok nos EUA para a Oracle e o Walmart foi paralisada indefinitivamente. Segundo o Wall Street Journal, o novo governo Biden quer revisar os potenciais riscos de segurança por parte de empresas chinesas. A insistência de Trump para a venda do app era porque alegava tanto questões de segurança de dados quanto pelo potencial de seu algoritmo servir aos políticos chineses. Apesar da paralisação, as autoridades não descartaram uma venda, mas provavelmente seria em termos diferentes. Uma alternativa pode ser o envio de dados a um terceiro “mais confiável” para impedir que o governo chinês obtenha informações de americanos.

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