Justiça fecha o cerco sobre filho Zero Dois

Nem STF, nem TSE, nem CPI. Quem tirou o sono do presidente Jair Bolsonaro foi o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que determinou ontem a quebra dos sigilos bancário e fiscal do vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos), o filho Zero Dois, e de outras 26 pessoas e sete empresas. Todos são investigados desde 2019 por um suposto esquema de contratação de funcionários fantasmas e de “rachadinhas”, quando o parlamentar fica com parte dos salários dos assessores, na Câmara Municipal do Rio. Em setembro do ano passado já havia surgido a informação de que o gabinete do filho do presidente teria gastado R$ 7 milhões com funcionários fantasmas – entre eles parentes de uma ex-mulher de Jair Bolsonaro. (G1)

O presidente temia que seu filho acabasse preso por ordem do STF na esteira do inquérito das fake news. Como conta o Radar, ele chegou a traçar estratégias de reação. Numa delas, Carlos se refugiaria no Palácio da Alvorada, e o pai se recusaria a entregá-lo. Em outra, a Polícia Federal se recusaria a cumprir a ordem. (Veja)

A sombra das rachadinhas também paira sobre o Zero Um, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), mas este recebeu um alento, ontem. O ministro do STF Gilmar Mendes adiou para o dia 14 de setembro o julgamento do foro do senador. A defesa alega que, como o crime teria acontecido quando Flávio era deputado estadual no Rio, o processo deve ser julgado pelo TJ, enquanto o MP diz que a ação foi iniciada quando ele estava sem mandato, portanto, sem foro privilegiado. (Poder360)

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O Supremo Tribunal Federal (STF) decretou ponto facultativo no próximo dia 6 para montar um esquema de segurança com vistas à manifestação bolsonarista marcada para o Sete de Setembro na Esplanada dos Ministérios. Além da segurança própria, a Corte quer apoio do governo do Distrito Federal. (Metrópoles)

Pois é... Jair Bolsonaro segue acirrando os ânimos para os atos no feriado. Nesta terça-feira, dia útil, ao participar de uma motociata em Uberlândia (MG), ele disse que o Sete de Setembro será o momento de o Brasil se tornar “independente para valer”. “Vamos dizer que não aceitamos que uma ou outra pessoa em Brasília queira impor a sua vontade. A vontade que vale é a vontade de todos vocês. Vocês estarão mostrando no próximo dia 7 que quem manda no Brasil são vocês”, afirmou. (Poder 360)

Então... O radicalismo no discurso de Bolsonaro está incomodando cada vez mais as Forças Armadas, como conta Vicente Nunes. “Fazer barulho é do jogo. O que não pode é tentar desestabilizar o país”, dizem generais. Eles garantem ter o controle da tropa e que “não há espaço para retrocessos”. (Correio Braziliense)

Os industriais seguem sem saber se há ameaças há democracia. Após a Fiesp adiar a publicação de um manifesto leve e a Firjan afirmar que não assinaria qualquer documento contra o governo, a Fiemg assinou algo. Uma nota em defesa de sites bolsonaristas e contra a decisão do Supremo de cortar seu financiamento. (Poder 360)

Enquanto isso… A Febraban está rachando. Bancos favoráveis à assinatura de um texto pedindo democracia, casos de Itaú-Unibanco e Credit Suisse, se colocam de um lado. Outros, como o BTG, acham que não vale o atrito com o Planalto. (Poder 360)

Meio em vídeo. Em um Conversas com o Meio diferente, o jornalista Pedro Doria recebe três convidados: a pesquisadora associada do Wilson Center, em Washington DC, e cientista política da Fundação Getúlio Vargas, Daniela Campello, o economista e professor da Johns Hopkins University, Filipe Campante, e o professor da UERJ, Christian Lynch. Eles debatem o que quer Jair Bolsonaro, tentam responder se o presidente tem de fato um plano para além do caos político. Confira no YouTube.

Revoltados com a decisão do ministro do STF Kássio Nunes Marques, que desobrigou o motoboy da empresa VTCLog Ivanildo Gonçalves da Silva de depor, os integrantes da CPI da Pandemia exibiram vídeos em que o funcionário supostamente fazia pagamento de ao menos quatro boletos em benefício de Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde. Dias, que foi demitido, é suspeito de negociar propinas com empresas. A VTCLog tem contratos com o ministrério para transporte de vacinas e medicamentos. Os senadores querem usar as imagens para recorrer da decisão de Nunes Marques. (G1)

Lauro Jardim: “Renan Calheiros avisou a senadores que não vai mais apresentar seu relatório no próximo dia 21, como havia anunciado. Segundo ele, os indícios de corrupção sobre a VTClog são elementos suficientes para prorrogar os trabalhos do colegiado até meados de outubro.” (Globo)

Finanças em Dia

Finanças em Dia

Aumento no preço da gasolina, inflação dos alimentos e crise hídrica. Com a pandemia, o consumidor brasileiro tem sentido os impactos da crise econômica no país. O custo da cesta básica, por exemplo, já aumentou em pelo menos 15 capitais nos últimos meses, e a crise energética por conta do baixo nível dos reservatórios de hidrelétricas vão encarecer a conta de luz. Com tantos gastos básicos aumentando, economizar custos e reduzir o consumo em casa podem fazer a diferença no seu bolso. Confira algumas dicas.

Uma pesquisa do Instituto Axxus revelou que 76% dos brasileiros não estão administrando bem suas contas durante a pandemia. Além disso, 86% dos entrevistados tiveram as finanças muito prejudicadas nos meses de isolamento social. Outro dado alarmante é que o número de pessoas que se consideram muito endividadas subiu, e 83% dos brasileiros acham que a situação financeira vai ficar pior do que era em 2019. (CNN Brasil)

E a média de preços das despesas básicas das famílias brasileiras aumentou 33% nos últimos 12 meses, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Em julho deste ano, os gastos básicos influenciaram 18% no orçamento dos lares. Ou seja, para cada R$ 20, no mesmo período do ano passado, agora equivale a quase R$ 27. Principais alimentos, combustíveis e residência estão entre os itens básicos que, por serem essenciais, são mais difíceis de economizar. (UOL Economia)

Viver

O governo de São Paulo confirmou ontem a primeira morte no estado causada pela variante delta do Sars-Cov-2. A vítima, moradora de Piracicaba, foi uma mulher de 74 anos que tinha comorbidades e havia recebido duas doses de vacina. (G1)

A prefeitura do Rio de Janeiro adiou de hoje para o dia 15 a entrada em vigor do decreto que exige comprovante de vacinação para entrada em locais de uso público, como academias, cinemas, teatros etc. A justificativa foi a instabilidade no aplicativo ConecteSUS, que emite a carteira virtual de vacinação. (Poder360)

O adiamento vem justo quando a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alerta para a tendência de aumento do número de casos na capital fluminense, contrariando a tendência nacional. No interior do Estado do Rio, diz a fundação, já há oito municípios com 100% de ocupação das UTIs por Covid-19. (UOL)

Nesta terça-feira o Brasil ultrapassou a marca dos 580 mil mortos, segundo dados apurados pelo consórcio de veículos de comunicação junto aos estados. Foram registradas 882 mortes, elevando o total a 580.525, com média móvel de óbitos em sete dias de 671, o mesmo número apurado na véspera. (Estadão)

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O destaque de hoje dos Jogos Paralímpicos de Tóquio vai acontecer quando você estiver lendo esta edição do Meio. O nadador Daniel Dias, dono de 27 medalhas, disputa sua última final paralímpica agora de manhã: os 50m nado livre. A mulher e os filhos de Daniel gravaram mensagens de incentivo. O Brasil também está nas finais de duas provas de atletismo. Confira o quadro de medalhas. (Globo Esporte)

A Justiça do Distrito Federal determinou que a funcionária pública Patrícia Nogueira deve receber uma indenização de R$ 3 mil por danos morais da empresa que administra o Pontão do Lago Sul, um parque público na capital. Em maio, Patrícia foi repreendida por um segurança do parque por passear no local de bicicleta vestindo um short e a parte de cima de um biquíni, enquanto homens circulavam livremente sem camisa. A empresa não se pronunciou sobre a decisão. (UOL)

Alunos de 86% das escolas do país tiveram o aprendizado prejudicado durante a pandemia por falta em casa de equipamento com acesso à internet, como computadores, celulares e tablets. O levantamento foi feito pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br). (G1)

Cultura

Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, parece não ter limites na busca por polêmicas. Investigado na Justiça do Trabalho por assédio moral, discriminação e perseguição ideológica, ele foi tema no domingo de uma longa reportagem no Fantástico que detalhava o caso, trazia depoimentos e relembrava as polêmicas de sua gestão. (G1)

Nas redes sociais, Camargo ontem desqualificou a reportagem, como era de se esperar, e tentou criar uma cortina de fumaça atacando uma profissional negra da TV Globo de grande empatia, a apresentadora Maju Coutinho – que, aliás, não tinha relação com a matéria ou o Fantástico. “Não sou um preto de coleira. Não sou como a Maju…”, escreveu, antes de apagar a mensagem e substituí-la por outra sem o nome da jornalista. (Metrópoles)

Vista como uma das últimas trincheiras da ala olavista no governo, a Secretaria de Cultura, à qual responde a Fundação Palmares, não perdoa sequer ex-aliados. Exonerado nesta terça-feira, o ex-secretário de Desenvolvimento Cultural Mauricio Noblat Waissman diz que a secretaria vive “um eterno delírio de caça às bruxas” e faz um mea culpa de ter se aliado ao “olavismo cultural”. (Globo)

O cantor Erasmo Carlos, de 80 anos, foi internado no Rio com Covid-19. Segundo publicação em sua conta no Instagram, ele “está em observação e recebendo todos os cuidados” para superar a doença. (UOL)

Hora de exorcizar essas energias nefastas. Começou e ontem e vai até domingo a Bienal de São Paulo, adiada do ano passado devido à pandemia e Covid-19. Um dos olhares desta edição é a sobreposição de passado e presente, como explica o curador Jacopo Crivelli Visconti. E temas que parecem saídos do noticiário de hoje, como a escalada autoritária do governo e as ameaças aos povos indígenas, já estavam previstos na edição adiada. (Folha)

O Meio errou. No exterior, o serviço Star+ não faz parte automaticamente da assinatura da Disney+, ao contrário do que foi publicado na edição de ontem.

Cotidiano Digital

Nesta quarta-feira, uma série de canais na Twitch organizam uma paralisação em protesto a discursos de ódio e assédio que infestaram a plataforma nas últimas semanas. Criado pelos streamers ShineyPen, Lucia Everblack e RekitRaven, #ADayOffTwitch quer chamar a atenção para a falta de proteção dos usuários na Twitch e ao aumento repentino de “hate raids”. Embora a ação de bombardear chats de transmissões com mensagens sexistas, racistas e transfóbicas infelizmente não seja novidade, um fenômenos de bots tem sobrecarregado bate-papos com centenas de mensagens automáticas. Leia a entrevista com os organizadores da greve. (The Verge)

E finalmente o Nubank liberou a tão aguardada compatibilidade com o Apple Pay. Agora, clientes do banco digital que usam iPhone, Apple Watch, iPad e Mac podem utilizar seus cartões em pagamentos. (Canaltech)

O novo sistema operacional da Microsoft já tem data para lançamento. A companhia confirmou o Windows 11 no dia 5 de outubro. A partir desta data, os usuários do Windows 10 terão direito a uma atualização gratuita, liberada gradativamente. A Microsoft também prometeu suporte, com atualizações de segurança, até 2025. Saiba como verificar os requisitos mínimos. (G1)

 

Meio em vídeo. Um novo serviço de streaming ou mais uma assinatura de portal de notícias são alguns exemplos dos custos que estão se tornando cada vez mais comuns no mundo digital. Pedro Doria e Cora Rónai discutem os caminhos da internet e o valor do conteúdo em um espaço já habituado ao acesso gratuito à informação. Confira no YouTube.

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