Bolsonaro chama momento político de ‘guerra’

Jair Bolsonaro parece usar todas as oportunidades para reforçar o discurso beligerante. Numa homenagem a atletas militares medalhistas em Tóquio, o presidente entregou uma comenda “pessoal” ao pugilista Herbert Conceição, vencedor do ouro olímpico. “É uma medalha pessoal, tenho certeza que ele vai guardar para a vida toda, não posso dar para todo mundo… Foi tiragem bastante reduzida”, afirmou. “Não pode mostrar para ninguém.” Em seguida, ainda falando com Conceição mas tendo os ouvidos de todos os presentes, Bolsonaro emendou: “Enfia a porrada, guerreiro, é isso aí. Com flores não se ganha guerra não, pessoal. Quando se fala em armamento, quem quer a paz, se prepare para a guerra.” (Poder360)

A guerra a que ele se refere parece começar pelas manifestações em São Paulo e Brasília no Sete de Setembro. Se for, não poderá contar com tropas regulares — ao menos não uniformizadas. A ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Laurita Vaz arquivou dois pedidos de habeas corpus preventivo de um PM da ativa e um militar reformado para que fardados pudessem participar dos atos sem sofrerem punições das corporações. (Metrópoles)

Pois é... Sem uniforme, porém presentes. Uma pesquisa feita pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que adesão ao extremismo governista aumentou 29% nas Polícias Militares. Cresceu mais, diga-se, entre oficiais do que entre praças. 27% dos PMs do país interagiram nas redes compartilhando, curtindo ou comentando postagens do que a pesquisa caracteriza como “bolsonarismo radical”. O índice na população geral é de 17%. Em 2020, 62% dos PMs não interagiam com páginas ligadas ao presidente. Neste ano, o número caiu para 52%. (Estadão)

Enquanto isso... A mobilização também aumentou entre evangélicos e caminhoneiros. Um relatório da consultoria AP Exata dá conta de que, no Twitter, esses grupos representavam 16,7% e 10,5% das menções a respeito do evento. É um índice maior do que nas duas manifestações governistas mais recentes. (Estadão)

Bela Megale: “A equipe do ministro Tarcísio de Freitas, da pasta da Infraestrutura, tem buscado amenizar os ânimos por meio de diálogos com movimentos que representam os caminhoneiros. O diálogo busca evitar qualquer tipo de mobilização da categoria. Por ora, a análise da pasta é que não haverá grande adesão entre os caminhoneiros.” (Globo)

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Se um eventual segundo turno das eleições presidenciais acontecesse hoje entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o petista venceria por 55% a 30%, segundo pesquisa do PoderData. A diferença de 25 pontos é a maior registrada pelo instituto até o momento. Na simulação de primeiro turno, Lula tem 37%, contra 28% de Bolsonaro. Nenhum outro nome citado na pesquisa chegou a 10%. Ciro Gomes (PDT) tem 8%; Luiz Henrique Mandetta (DEM), 5%; o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o presidente da Câmara, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), 4%; e o jornalista José Luiz Datena, 3%. (Poder360)

Na CPI da Pandemia, o lobista Marconny Albernaz de Faria é apontado como intermediário da Precisa Medicamentos, empresa investigada na compra suspeita da vacina indiana Covaxin. Mas documentos indicam que a ligação dele com o governo é mais estreita. O lobista teria ajudado Jair Renan Bolsonaro, filho Zero Quatro do presidente, a abrir uma empresa de eventos em Brasília. Há pelo menos uma centena de mensagens trocadas entre os dois que estão com os senadores. (Folha)

Faria deveria depor hoje à CPI, mas enviou um atestado médico. No Twitter, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que o médico responsável pelo documento entrou em contato para dizer que “notou simulação” e cancelou o atestado. (Twitter)

Então... Ontem quem também usou um atestado para não depor ontem foi o empresário Marcos Tolentino, suposto sócio oculto do FIB Bank, fiadora da Precisa. Mas Tolentino está internado em São Paulo, e a CPI convocou uma junta  para avaliar o estado de saúde dele. (Poder 360)

No lugar de Tolentino a CPI ouviu o motoboy Ivanildo Gonçalves. Ele admitiu ter feito pagamentos de boletos e saques de até “R$ 400 e poucos mil” em contas da VTCLog, empresa contratada pelo Ministério da Saúde para transporte de vacinas e insumos. Segundo o Coaf, Ivanildo sacou R$ 4,7 milhões em dois anos. Ele também teria feito pagamentos de contas do ex-diretor do departamento de logística do Ministério da Saúde Roberto Dias, demitido após denúncia de cobrança de propina. Ivanildo admitiu ter estado no ministério e no departamento de Dias, mas negou conhecê-lo. (UOL)

A quebra de sigilos bancário e fiscal na investigação sobre rachadinhas e funcionários fantasmas na Câmara do Rio não atingiu apenas o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), como conta Juliana Dal Piva. Determinada pelo Tribunal de Justiça fluminense, a medida inclui a advogada Ana Cristina Valle, segunda mulher de Jair Bolsonaro, e seis parentes dela que constavam como assessores do Zero Dois. (UOL)

Funcionários lotados no gabinete de Carlos já admitiram que não trabalhavam. A investigação quer apurar se eles repassavam parte ou a totalidade dos salários ao vereador. (Globo)

Embratel

Tech no próximo nível

Uma pesquisa da Infosys, empresa global de consultoria e serviços digitais, mostrou que cerca de 40% das empresas planejam migrar mais da metade de seus sistemas para a nuvem em 2022. Além disso, a adoção da tecnologia pode agregar US$ 414 bilhões por ano no lucro das empresas. Serviços financeiros e seguros, alta tecnologia, manufatura e saúde são alguns dos setores mais beneficiados. O estudo contou com mais de 2.500 executivos de negócios e de TI em cinco países e setores e, entre as análises, aponta como o uso da tecnologia de nuvem tem acelerado no mundo todo, dobrando a cada dois anos. Confira outros insights da pesquisa. (Forbes)

E com adoção acelerada e o avanço de tecnologias como a nuvem, por exemplo, as empresas precisarão reorganizar as estratégias de inovação em 2021 e nos próximos anos, principalmente quando o foco do negócio é a tecnologia. Se 2020 foi um ano em que as companhias agilizaram os planos de transformação digital, agora é momento de pensar nos reajustes da jornada. Realizar somente melhorias incrementais e repetir processos burocráticos estão entre os principais erros no caminho da inovação. Veja o que não fazer.

 

 

Viver

Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) retomava o julgamento do marco temporal de 1988 para demarcação de terras indígenas, uma marcha de representantes dos povos originários teve momentos de tensão na Praça dos Três Poderes. Segundo a polícia, pessoas com cartazes de atos antidemocráticos insultaram um grupo de indígenas, que avançou na direção delas. Os policiais intervieram e chegou a haver confronto, mas os líderes da manifestação, em um carro de som, pediram que o grupo voltasse. (G1)

No julgamento, ontem foi dia de sustentações de partes interessadas. Advogados de entidades ligadas à causa indígena afirmaram que o marco temporal é inconstitucional. Já o advogado-geral da União, Bruno Bianco Leal, defendeu o marco e disse que esse debate cabe ao Congresso, onde a bancada ruralista, com apoio explícito do governo, corre com projetos para regulamentá-lo. Por essa tese povos nativos só podem reivindicar demarcação de terras ocupadas até a promulgação da Constituição de 1988. O julgamento será retomado hoje com os votos dos ministros. (G1)

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O governo federal cortou em 85% a previsão de verba para compra de vacinas contra a Covid-19 em 2022, de acordo com o Orçamento apresentado ao Congresso na terça-feira. Serão R$ 3,9 bilhões para a compra apenas de doses da AstraZeneca e seringas, contra R$ 27,8 bilhões este ano. O novo valor não garante uma dose para cada cidadão maior de 18 anos, em caso de necessidade de reforço. O Ministério da Saúde justificou o corte dizendo que o cenário da pandemia é incerto para o ano que ver e que podem sobrar doses de 2021. (Folha)

Enquanto isso... A prefeitura do Rio de Janeiro suspendeu a partir de hoje a aplicação da segunda dose da CoronaVac e a imunização de adolescentes. O município alega não ter recebido sequer uma dose de imunizantes do Ministério da Saúde. (UOL)

E a variante delta, originária da Índia, segue avançando por aqui. Em uma semana, o total de diagnósticos dessa nova cepa subiu 86% no país, e ela já responde pela maioria dos casos no Estado do Rio. (Estadão)

Nesta quarta-feira foram registradas no Brasil 703 mortes pela doença, totalizando 581.228 desde o início da pandemia, com média móvel em sete dias de 643 óbitos. Quatro estados (AC, AM, AP e RO) não registraram nenhuma vítima fatal ontem. (G1)

Graças, entre outros, à atuação brilhante da nadadora Carol Santiago, que conquistou três ouros, o Brasil já quebrou em Tóquio o recorde de topos de pódio: 17, contra os 14 dos Jogos Paralímpicos do Rio em 2016. Mas o ouro não ficou só em Carol, não. Depois de dois bronzes, Talisson Glock conquistou a primeira medalha dourada nos 400m livres S6. E fora das piscinas Alessandro da Silva foi bicampeão paralímpico no arremesso de disco classe F11. Confira o quadro de medalhas. (UOL)

Panelinha no Meio. Carne saiu do cardápio há tempos. O gás para cozinhar está pela hora da morte. E, pelo menos na conta de luz, nossa bandeira será vermelha, sim. Na crise, mas sem abrir mão do sabor, vamos com uma salada crua de alho-poró com pepino e tomate. O alho-poró precisa de uma marinada no azeite e no limão, porque de ardida já basta a economia.

Cultura

Pedro Almodóvar abriu ontem o Festival de Veneza – em versão compacta por conta da pandemia - com seu novo longa, Madres Paralelas. Estrelado com a competência de sempre por Penélope Cruz, o filme traz o que Almodóvar faz de melhor, o dramalhão over e tragicômico das relações familiares, e uma não tão bem-sucedida tentativa de revolver as feridas da Guerra Civil Espanhola (1936-1939). Esse desequilíbrio talvez explique os aplausos tímidos com que Madres Paralelas foi recebido. (Folha)

Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis (trailer no YouTube), aposta da nova geração de heróis do Universo Cinematográfico da Marvel, é o principal destaque dos lançamentos nos cinemas hoje. Criado durante a febre das artes marciais nos EUA, Shang-Chi teve uma revista própria, Master of Kung Fu, entre 1974 e 1983. O longa altera a versão dos quadrinhos, tirando elementos racistas, e traz um elenco asiático de olho num mercado em franca expansão. Para quem quer filmes um tantinho mais adultos, Bagdá Vive em Mim (trailer no YouTube), conta a história de exilados iraquianos em Londres em face ao radicalismo islâmico. Confira as estreias na sua cidade. (Adoro Cinema)

Cotidiano Digital

O WhatsApp Pay? Travou. A funcionalidade de pagamentos no aplicativo de mensagens foi lançada em maio, mas ainda não caiu no gosto dos brasileiros. Uma pesquisa da Mobile Time/Opinion Box revelou que apenas 7% dos usuários do WhatsApp no país cadastraram um cartão na opção que permite enviar dinheiro entre amigos e familiares, mas 70% sabem que o recurso existe. É aquele “visualizado” e não respondido. (Mobile Time)

Em tempo. Divulgar conversas de WhatsApp sem o consentimento dos participantes ou autorização judicial pode gerar indenização, segundo o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Cuidado com o print. (Agência Brasil)

Descanse em paz, LinkedIn Stories. Um ano após o lançamento do recurso na rede social profissional, o LinkedIn vai encerrar a função stories. Segundo a empresa, o stories permanecerá ativo até o final de setembro. A diretora sênior de produto da plataforma, Liz Li, explicou que o motivo seria o fato de os usuários quererem que os vídeos continuem em seus perfis e não desapareçam. Além de encerrar o recurso, o LinkedIn trabalha em uma nova experiência de vídeos para a rede. (Gizmodo Brasil)

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