Prezadas leitoras, caros leitores —

O Meio abre hoje o seminário ‘De que Estado precisamos’, que receberá alguns dos principais pensadores do campo democrático para elaborar suas concepções.

Às 17h, a economista e ex-diretora do Programa Nacional de Desestatização, Elena Landau, se junta a Carlos Ari Sundfeld, da FGV Direito.

Na sequência, às 18h30, será a vez do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga.

O evento é uma iniciativa do grupo apartidário Derrubando Muros e conta também com a parceria do Jota.

Na quarta e na quinta falarão Pérsio Arida, André Lara Resende, representando a campanha de Ciro Gomes, Nelson Marconi e, encerrando, Fernando Haddad.

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— Os editores

Bolsonaro usa fracasso do MBL para reanimar sua base

Assustado com o tombo em sua popularidade após a “carta de recuo” retórica redigida por Michel Temer e a desmobilização da greve de caminhoneiros, o presidente Jair Bolsonaro ganhou uma ferramenta para reaglutinar sua base: o fracasso de público dos atos pelo impeachment convocados por MBL e Vem Pra Rua. “Dignos de dó”, foi como Bolsonaro definiu os manifestantes, enquanto seus ministros e aliados mais próximos iam fundo na ironia. “Mandetta, pode ir para a manifestação que o distanciamento social está sendo ‘totalmente respeitado’ em todas as manifestações”, escreveu Fábio Faria, ministro das Comunicações. Igualmente importante, na avaliação dos palacianos, é que o fiasco mostrou que uma terceira via eleitoral é artificial e fortaleceu o duelo entre Bolsonaro e Lula. (Folha)

Em reação, dez partidos de esquerda e centro-esquerda e até direita (PT, PDT, PSB, PSOL, Solidariedade, PCdoB, PV, Rede, Novo, Cidadania) se reúnem amanhã para planejar protestos no dia 2 de outubro. Apesar de ter se declarado oposição, o PSDB não participa. Já o MBL e o Vem Pra Rua, que têm na conta o fiasco no dia 12, resistem a entrar em qualquer iniciativa com o PT. (Estadão)

Vera Magalhães: “As ruas do Brasil neste dia 12 mostram o maior paradoxo da construção de uma ou mais candidaturas viáveis à dianteira de Lula e Bolsonaro em 2022: não faltam nomes a listar ou até mesmo a reunir; o que falta é convencer o eleitor da sua viabilidade.” (Globo)

Meio em vídeo. Ruas vazias não fazem impeachment. Sozinhos, MBL e Vem Pra Rua não vão trazer multidões pelo impeachment. Precisam do PT. Mas o PT precisa dessa direita que hoje tem repulsa por Bolsonaro? Se deseja sepultar o bolsonarismo, sim. Confira o Ponto de Partida no YouTube.

No Twitter, Guilherme amado reclama da agressividade petista contra pessoas identificadas com a esquerda que subiram no carro de som do MBL. O cantor Tico Santa Cruz fez um vídeo no Instagram denunciando a perseguição.

Enquanto isso... Bolsonaro fez mais um movimento para cortejar sua base armada ao criar, via medida provisória, o Habite Seguro, um programa habitacional subsidiado para policiais, bombeiros, agentes penitenciários, peritos e guardas municipais. A União vai entrar com R$ 100 milhões. (G1)

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O procurador-geral da República, Augusto Aras, recomendou ontem ao STF que suspenda liminarmente a validade da MP que alterou o Marco Civil da Internet até que o mérito das ações contra ela seja julgado. Editada por Jair Bolsonaro no dia 6 e apelidada de MP das Fake News, a medida impede que provedores e redes sociais retirem do ar conteúdo que viole suas regras, como discurso de ódio e propagação de notícias falsas. Paralelamente, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que o Legislativo deve se manifestar ainda nesta semana sobre a constitucionalidade da MP. (CNN Brasil)

O movimento de Aras não tem nada de rebelião contra Bolsonaro, pelo contrário, e deve ser entendida no pacote da “carta de recuo” que Michel Temer escreveu para o presidente, como explica Carolina Brígido. A MP foi editada na véspera dos atos pró-governo para agradar a militância bolsonarista, de onde vem a maioria dos blogueiros e youtubers atingidos por bloqueios. Já perdeu sua utilidade, e é certo que o Supremo vai derrubá-la. Ao se antecipar, Aras posa de independente dentro da PGR. Até porque continua namorando a vaga no STF que parece escorregar dos dedos de André Mendonça. (UOL)

Então... Aras acredita que o Senado vai rejeitar Mendonça ou embromá-lo até que Bolsonaro desista da indicação, abrindo caminho para ele. Nos bastidores, explica Bela Megale, o PGR estaria vendendo a tese de que, no Supremo, poderia funcionar melhor como um aparador de arestas com o Executivo. (Globo)

O ministro Kássio Nunes Marques, presidente da Segunda Turma do STF, retirou da pauta a ação do MPRJ contra a decisão do TJ fluminense que concedeu ao hoje senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) foro privilegiado na investigação da racahadinha na Alerj. O MP quer que o caso vá para a primeira instância. Marcado para do último dia 31, o julgamento havia sido adiado para amanhã, mas a pedido da defesa, foi suspenso. (UOL)

Enquanto isso... A Justiça Federal de São Paulo arquivou a investigação sobre o ex-presidente Lula por tráfico de influência em favor da OAS em obras na Costa Rica. Além de os supostos crimes já estarem prescritos, a juíza federal Maria Carolina Ayoub, da 9ª Vara Federal de São Paulo, avaliou que não há elementos para continuar a investigação. (G1)

A ministra do STF, Cármen Lúcia negou o pedido para que o advogado Mário Tolentino não comparecesse à CPI da Pandemia e ainda manteve a sua condução coercitiva. Ele é apontado como “sócio oculto”" do FIB Bank, empresa que ofereceu fiança para a negociação suspeita entre a Precisa Medicamentos e o Ministério da Saúde para compra da vacina indiana Covaxin. Quem também será forçado pela Justiça a depor é o lobista Marconny Albernaz de Faria, tido como intermediário da Precisa. (G1)

A investigação de Faria preocupa particularmente o Planalto. Vídeos e fotos apreendidos na casa dos lobistas mostram uma relação estreita com a família Bolsonaro, com direito a churrascos e passeios de lancha. (Folha)

E o TCU suspendeu o auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, acusado de ser o autor de um documento paralelo que colocava em dúvida o número de mortes por Covid-19 no Brasil. Rejeitado pelos técnicos do tribunal, o documento informal reapareceu, num papel timbrado da Corte, nas mãos de Jair Bolsonaro, que o utilizou para atacar governadores. (Globo)

Após um relatório da Controladora Geral da União apontar sobrepreço na compra de tratores outros equipamentos agrícolas, o governo federal suspendeu os contratos de até R$ 3 bilhões que seriam movimentados por emendas parlamentares do “orçamento secreto”. (Estadão)

Viver

Depois de São Paulo e Rio, a Bahia anunciou que vai exigir o certificado de vacinação para acesso a locais públicos. A medida ainda não tem data para entrar em vigor porque o ritmo de imunização no estado ainda está lento. Como admitiu o governador Rui Costa (PT), “quem tem menos de 40” ainda não tomou a segunda dose. (Poder360)

Hoje a Fiocruz deve entregar um novo lote de vacinas da AstraZeneca, segundo o Ministério da Saúde. Nem a pasta nem a fundação informaram o total de doses. A escassez de AstraZeneca fez com o que a cidade de São Paulo misturasse vacinas, usando a Pfizer como segunda dose. O ministério é contra, mas cientistas dizem que não há risco. (UOL)

Não custa lembrar que a pandemia não acabou, e que a variante delta esculhambou vários mitos sobre a Covid-19, especialmente o da imunidade natural de crianças. Nos EUA, o número de casos entre menores de 12 anos saltou 240% desde julho, e já responde por 29% das infecções, segundo a Academia Americana de Pediatria. (CNN Brasil)

Nesta segunda-feira foram registradas 256 mortes por Covid-19 no Brasil, elevando o total desde o início da pandemia a 587.138. A média móvel de óbitos em sete dias foi de 467. (G1)

Por ordem do STF, o Ministério da Educação reabriu inscrições para candidatos que tiveram direito à isenção de taxa de cadastro e não compareceram à última edição da prova. Esse novo grupo, porém, deverá fazer a prova nos dias 9 e 16 de janeiro do ano que vem, e não em 21 e 28 de novembro próximo, quando o teste será aplicado aos que já estavam inscritos. (Estadão)

Nos últimos cinco anos, 12.555 armas de fogo desapareceram no Brasil, segundo dados da Polícia Federal. Em geral revólveres e pistolas, elas foram extraviadas de empresas privadas de segurança, seja por roubo, furtou ou perda sem maiores explicações. Pelo menos nos dois primeiros casos as armas têm como destino certo o crime. (Poder360)

Panelinha no Meio. Os tempos estão tão bicudos que até o brócolis é ninja. Mas nessa receita ele é um ninja de bom coração. Sai do forno crocante, graças à castanha, por fora e maciozinho por dentro. Queijo gruyère, noz moscada e bacon elevam à categoria de paraíso.

Cultura

O efeito Scarlett Johansson deu certo. A Disney anunciou que seus lançamentos ainda este ano vão acontecer primeiro nos cinemas, chegando ao streaming somente 45 dias depois. A atriz processou o estúdio por ter lançado Viúva Negra direto na telinha. Como é normal com superastros, o contrato de Johansson previa que o grosso da remuneração viria da participação nas bilheterias, que foram pífias diante do lançamento simultâneo. (Globo)

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Com a plateia lotada, mas de máscaras, o MTV Video Music Awards retomou no fim de semana sua exuberância habitual. Lil Nas X ganhou o astronauta mais importante, Vídeo do Ano, por Montero (Call Me by Your Name) (YouTube), clipe que fez os conservadores arrancarem as calças pelas cabeças. Já a estrela adolescente da Disney Olivia Rodrigo debutou levando três estatuetas, incluindo Artista Revelação e Canção do Ano, por Drivers License (YouTube). (Estadão)

A emoção de levar o prêmio principal foi demais para Lil Nas X. O rapper de 22 anos tomou todas na festa de premiação e terminou a noite carregado por seguranças. (Extra)

A ainda rolou polêmica envolvendo Anitta. Vendeu-se que ela seria a primeira brasileira a se apresentar no VMAs, com seu hit Girl From Rio (YouTube). Mas era fake news. Sua “performance” era parte de um anúncio e só foi vista no intervalo da transmissão americana. Os fãs aqui ficaram no “ora, veja”. (Globo)

Escrito em 1872 por José Hernández, Martín Fierro é uma espécie de definidor da identidade argentina. Não a do “italiano que fala espanhol e pensa que é inglês”, mas a do gaúcho viril e heroico que lutou na independência contra a Espanha e expandiu as fronteiras do novo país, com métodos em nada diferente dos nossos bandeirantes. Agora, Gabriela Cabezón Cámara reconta essa história sob a ótica feminista em As Aventuras da China Iron. A protagonista é uma mulher de 14 anos cujo marido é arrastado para a guerra e tem de se virar num mundo machista e violento. (Folha)

Cotidiano Digital

Nesta terça-feira, às 14h (horário de Brasília), está previsto o evento de lançamento de novos produtos da Apple. O momento mais esperado é o anúncio de novos iPhones, mas a empresa deve apresentar outras novidades, como uma nova geração do relógio inteligente Apple Watch e dos fones de ouvido sem fio de AirPods. Grande estrela do evento, o iPhone 13 deve manter um visual parecido com o do iPhone 12, e as câmeras também devem ganhar um upgrade. Além disso, o celular deve ter quatro novas versões, como o mini e o Pro Max. (G1)

Falando em Apple, Steve Wozniak, cofundador da gigante de tecnologia ao lado de Steve Jobs, anunciou sua nova empresa, desta vez no mercado de exploração espacial. Wozniak, em parceria com Alex Fielding, presidente-executivo da empresa de robótica Ripcord, lançaram a startup Privateer Space. Ainda não se sabe quais produtos ou serviços a empresa deve oferecer, mas a startup foi projetada para “manter o espaço seguro e acessível”, segundo um vídeo promocional do novo negócio. (Canaltech)

A SpaceX, de Elon Musk, fará história esta semana ao lançar a primeira tripulação totalmente civil à órbita da Terra. A equipe de turismo espacial será levada a bordo da cápsula de um foguete da SpaceX e terá quatro pessoas. Um dos tripulantes é Jared Isaacman, fundador e executivo-chefe da empresa de comércio eletrônico Shift4 Payments. A viagem deve durar três dias, desde a decolagem em Cabo Canaveral, na Flórida, até o desembarque no Atlântico. O lançamento acontecerá nesta quarta-feira no Kennedy Space Center da Nasa. (CNN Brasil)

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