Dupla derrota para Bolsonaro, Senado e STF sepultam MP das Fake News

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), devolveu ontem ao Executivo a medida provisória que alterava o Marco Civil da Internet. Editada na véspera dos atos de 7 de setembro e apelidada de MP das Fake News, ela proibia redes sociais e provedores de retirarem do ar conteúdos como discurso de ódio e notícias falsas. Pacheco argumentou o tema já tramita em projetos no Congresso. Com isso, todos os efeitos da MP ficam anulados. (G1)

Ao mesmo tempo em que Pacheco fechava a fatura, a ministra do STF Rosa Weber seguiu o parecer do procurador-geral da República, Augusto Aras, e suspendeu a MP da Fake News, em ação proposta pelo PSB. Nos bastidores, a versão é que o presidente editou a MP para inflamar a militância no 7 de setembro, já sabendo que a medida teria vida curta, daí a recomendação de Aras. (Poder360)

Antes da dupla derrota, Bolsonaro minimizou o peso das notícias falsas: “Fake news faz (sic) parte de nossa vida. Quem nunca contou uma mentirinha para a namorada? Não precisamos regular”, disse. (UOL)

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Durou menos de uma semana a lua de mel entre Jair Bolsonaro e seu antecessor, Michel Temer, chamado às pressas para apagar o incêndio das falas golpistas do presidente no 7 de setembro. Primeiro, o Planalto não gostou de Temer ter usado a situação para se promover, soltando vídeos com todo o ar de campanha eleitoral. Mas o pior foi o vazamento da gravação de um jantar em que o ex-presidente e seus comensais riram de rachar de uma imitação, digamos, pouco gentil de Bolsonaro. (Poder360)

O convescote aconteceu em São Paulo, na casa do investidor Naji Nahas, e, para Bolsonaro, a lista de convidados adicionou insulto à injúria. O imitador era o influenciador digital André Marinho, e a seu lado estava o pai, o empresário carioca Paulo Marinho. Bolsonarista de primeira hora e suplente de Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) no Senado, Paulo rompeu com o clã em 2019 e hoje são inimigos jurados. Também riu a valer Gilberto Kassab, presidente do PSD e defensor da terceira via nas eleições de 2022. (UOL)

Mônica Bergamo: “Temer telefonou nesta terça para Jair Bolsonaro e explicou a sátira que André Marinho fez dele na casa de Naji Nahas. Ele disse ao presidente que Marinho também o imitou e que ninguém no encontro estava tirando sarro de Bolsonaro. ‘Não esquenta a cabeça’, respondeu Bolsonaro.” (Folha)

Mas a irritação do Planalto vai muito além das piadas sobre “as perucas do Fux”, como conta Malu Gaspar. Temer cometeu uma série de inconfidências à mesa. Por exemplo, contou que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) acompanhou quase toda a reunião dele com o pai, saindo apenas quando o presidente conversou com o ministro do STF Alexandre Moraes. A conversa, aliás, revelou Temer, foi tensa. (Globo)

E, claro, o Twitter foi à loucura. (Poder360)

Sem confiança que o Senado mantenha a volta das coligações proporcionais e com a cláusula de desempenho nos calcanhares, partidos com pouca representação no Congresso batalham pela derrubada do veto de Bolsonaro às federações partidárias. O mecanismo permite a legendas pequenas atuarem em conjunto para escapar da cláusula de barreira, e sem ele, partidos como Rede, PCdoB e Cidadania temem uma debandada de seus parlamentares. (Estadão)

De um lado, a cúpula da CPI da Pandemia acredita já ter farto material para acusar Bolsonaro de crime de responsabilidade. De outro, sabe que o presidente da Câmara, Artur Lira (PP-AL), não moverá uma palha para iniciar um processo de impeachment. Por isso, o relator da Comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse que vai propor mudanças na lei estabelecendo um tempo máximo para que os pedidos de afastamento sejam analisados. Se o presidente da câmara não o fizesse no prazo, a denúncia iria para o plenário. (Estadão)

Hoje a CPI ouviu advogado Marcos Tolentino, apontado como sócio oculto da Fib Bank, que teria avalizado a negociação suspeita entre a Precisa Medicamentos e o Ministério da Saúde para importação da Covaxin. Ele negou as acusações, mas encarou uma saia justa. Com base em documentos oficiais da Receita Federal, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), acusou Tolentino de ter seis registros de CPF, sendo dois ativos, o que é ilegal. O advogado negou, ao que o senador perguntou se ele acusava a Receita de má-fé. Tolentino não respondeu. (Metrópoles)

A economista Elena Landau defendeu, ontem, uma visão de Estado “progressista, inclusivo socialmente, com mobilidade social”. O difícil, para ela, é encontrar um caminho de convergência. “Nem a esquerda tem o monopólio do social, nem a direita da capacidade de fazer políticas modernizantes.” Ela falou no primeiro seminário sobre o papel do Estado promovido pelo grupo apartidário Derrubando Muros, co-produzido pelo Meio e pelo Jota. Também falou, no segundo painel, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga. “Quase 80% dos nossos recursos são gastos com folha de pagamento e previdência”, ele lembrou. “Esse número supera em uns 20% o topo dos demais países.” Para Armínio, será preciso rever o RH do Estado. Os dois paineis, com Elena e Carlos Ari Sunfeld um, e Armínio o outro, podem ser assistidos no YouTube.

Hoje continua com os dois pais do Plano Real. Às 17h falará Pérsio Arida (YouTube). E, às 18h30, será a vez de André Lara Resende (YouTube). Amanhã será a vez de Nelson Marconi, da equipe de Ciro Gomes, e Fernando Haddad, candidato à presidência pelo PT.

Cotidiano Digital

Veio aí. Ontem aconteceu o tão aguardado lançamento do iPhone 13 durante o evento da Apple transmitido pela internet. A linha sucessora do iPhone 12 tem quatro versões: o iPhone 13, 13 Mini, 13 Pro e 13 Pro Max. As novidades incluem a bateria com duração de pelo menos 1,5 hora a mais do que na geração passada e a performance do sistema de câmeras. São duas câmeras traseiras, ambas com 12 MP de resolução, e um modo retrato também para vídeos, com o nome de “modo cinematográfico”. Já o processador, batizado A15 Bionic, é 50% mais rápido que o concorrente mais veloz, segundo a Apple. Tanto o 13 quanto o 13 Mini têm suporte à internet 5G e aos acessórios MagSafe com imãs da empresa. O principal modelo da nova linha chega em cinco cores — rosa, azul, branco, preto e vermelho — e três opções de memória: 128 GB, 250 GB e 512 GB. A novidade ainda não foi lançada no Brasil, mas é possível conferir os preços oficiais para o país no site da companhia. O mais barato começa e R$ 6.599 em o mais caro chega a R$ 15.499 na opção com o máximo de armazenamento. (UOL Tilt)

E também teve a divulgação de novos produtos e atualizações do AppleWatch, iPad, AirPods, entre outros. O Apple Watch Series 7 virá em dois tamanhos de tela maiores e com design ligeiramente ajustado, assim como o iPad Mini, que teve o design atualizado. Além disso, a Apple anunciou as próximas atualizações do novo sistema operacional da companhia, o iOS 15. Confira as novidades do evento. (The Verge)

Não tem grana para comprar o iPhone 13? Pelo menos o iPhone 12 ficou mais barato no Brasil após o lançamento da nova linha. O “desconto” pode chegar a R$ 1.500. (TechTudo)

'The Facebook Files'. Uma nova investigação do 'Wall Street Journal' revelou que o Facebook mantém um grupo de usuários, que inclui celebridades e políticos, fora de suas regras de conduta. Segundo o jornal americano, a rede social criou um sistema chamado XCheck para poupar a lista de algumas ou, em certos casos, de todas as regras que se aplicam aos demais usuários. A denúncia foi feita com base em documentos que o WSJ diz ter obtido. Em 2020, o XCheck chegou a ter ao menos 5,8 milhões de nomes, entre eles Neymar e Donald Trump. (Wall Street Journal)

Na segunda reportagem da série de investigações sobre o Facebook, o WSJ obteve acesso à uma apresentação que circulou entre os funcionários em março de 2020, dizendo que as comparações no Instagram podem mudar a maneira como os jovens se viam. Em outra apresentação, de 2019, a rede social teria sido informada de que o Instagram piorava as questões de imagem de 1 em cada 3 meninas. Além disso, as adolescentes também culpariam a plataforma por problemas com ansiedade e depressão. Os resultados foram obtidos a partir de pesquisas feitas pelos próprios funcionários do Facebook com grupos focais, pesquisas online e acompanhamentos voltados para a saúde mental dos adolescentes. Hoje, 40% dos usuários do Instagram têm 22 anos ou menos. (Wall Street Journal)

Viver

Após seis dias, a média móvel de mortes por Covi-19 no Brasil voltou a ficar acima de 500. Com os 709 óbitos registrados na terça-feira, a média subiu para 520. Ainda assim, na comparação com o período anterior, houve recuo de 19% o que confirma tendência de queda. (G1)

Em 2020, a Covid-19 matou mais que a soma de infarto, diabetes e pneumonia no Brasil. Foram 190,2 mil vítimas dessas três doenças, contra 194,9 mortos pelo coronavírus, segundo dados apurados pelo consórcio de veículos de comunicação junto aos estados. Dentro do DataSUS, do Ministério da Saúde, a Covid foi jogada na categoria “vírus não especificados”, mas os números dos estados permitiram chegar a um resultado. (Globo)

Mas há algo a celebrar. Pela primeira vez este ano o Brasil não está entre os cinco locais com mais novos casos de Covid-19 segundo o informe semanal da OMS. Os números continuam elevados, mas tem gente pior: EUA, Reino Unido, Índia, e Turquia lideram. O Brasil, ainda bem, caiu para a 9ª posição. (UOL)

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Uma boa notícia, pois estamos precisando. Pelé deixou ontem a UTI do Hospital Albert Einstein e foi transferido para um quarto, onde se recupera da remoção de um tumor no cólon. O ex-jogador, de 80 anos, havia se internado para exames de rotina marcados para o ano passado e adiados pela pandemia, e os médicos identificaram o problema em seu aparelho digestivo. Após deixar a UTI, o Rei do Futebol usou as redes sociais para agradecer o apoio dos fãs. “Continuo cada dia mais alegre, com muita disposição para jogar 90 minutos, mais a prorrogação. Estaremos juntos em breve!”, disse. (CNN Brasil)

Cultura

Afinal, Capitu traiu ou não traiu Bentinho com Escobar? O acalorado debate que divide o Brasil alfabetizado desde a publicação de Dom Casmurro, em 1899, pode ter chegado ao fim. E a pista deixada por Machado de Assis estava o tempo todo escondida no juridiquês. Em Código de Machado de Assis, o jornalista e advogado Miguel Matos analisa as referências jurídicas na obra do Bruxo do Cosme Velho e diz ter achado a resposta. Ela está escolha da terminologia jurídica usada por Machado para descrever um quase flagrante de Bentinho no amigo. Qual a resposta? Não, assinantes do nosso coração, Meio não dá spoilers. (Globo)

Considerado o Nobel das Artes, o Prêmio Imperial do Japão teve anunciados ontem os vencedores de sua 32ª edição. Um dos agraciados este ano foi o fotógrafo e ativista brasileiro Sebastião Salgado, que usa sua câmera e suas imagens em preto e branco para denunciar as desigualdades e a pobreza (e não raro a beleza) nos quatro cantos dos mundo. É a terceira vez que um brasileiro recebe o prêmio de 15 milhões de ienes (cerca de R$ 715 mil). Os outros foram os arquitetos Paulo Mendes da Rocha, em 2016, e Oscar Niemeyer, em 2004. (Folha)

Em 1989, aos 12 anos, Kristen Dunst nos encantou e assustou como Claudia, na Entrevista com o Vampiro (trailer). De lá para cá se tornou uma das atrizes mais premiadas de sua geração, professora de artes e mãe. Após um ano e meio cuidando do filho caçula e enfrentando a quarentena, voltou ao circuito em grande estilo no Festival de Veneza, com The Power of The Dog (trailer), de Jane Campion, aplaudido de pé. “Ela te leva à empatia imediatamente”, diz a cineasta. “Eu não tenho medo de compartilhar minha dor, completa a atriz.” (Estadão)

Desculpe Kristen, mas para nós você vai sempre ser Mary Jane com seu beijo de cabeça pra baixo. (YouTube)

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