Câmara aprova PEC que derruba teto

Numa vitória importante para o governo e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), os deputados aprovaram na noite de ontem, em segundo turno, a PEC dos Precatórios, abrindo uma folga de R$ 91,6 bilhões no Orçamento e viabilizando a concessão do Auxílio Brasil de R$ 400, uma das principais ferramentas do presidente Jair Bolsonaro em busca da reeleição. A proposta teve 323 votos a favor e 172 contra, uma margem mais folgada do que os 312 do primeiro turno. O texto aprovado adia o pagamento de precatórios, dívidas do governo que a Justiça ordenou pagar. O Planalto também venceu ao manter reajuste do teto de gastos pela inflação do ano anterior, mas viu rejeitada a proposta de estouro da regra de ouro, que impede o governo de se endividar para pagar despesas correntes, como salários. Agora o texto vai para o Senado, onde o presidente Jair Bolsonaro prevê dificuldades. (UOL)

A chave para a aprovação da PEC por uma margem ainda maior foi o aumento do quórum. Partidos de oposição, em particular o PDT, conseguiram virar 17 votos favoráveis no primeiro turno, enquanto Lira virou apenas três contra. Mas desta vez 496 deputados apareceram para votar, 40 a mais do que no primeiro turno. (Poder360)

Entre promessa de perdão a dívidas de estados e a liberação de R$ 900 milhões do proibido orçamento secreto, veja as manobras usadas por Arthur Lira para aprovar a PEC. (Globo)

Confira como votou cada partido e deputado. (Poder360)

Míriam Leitão: “Os números mostram que a aprovação da PEC dos Precatórios pode virar uma bola de neve, com um orçamento paralelo de R$ 1,8 trilhão até 2036, quando a regra do teto de gastos perde a validade. Esse é o volume de recursos que podem deixar de ser pagos e não contabilizados nas estatísticas fiscais pelo Banco Central. Isso explica por que a reação do mercado foi tão forte a essa matéria nas últimas semanas.” (Globo)

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A votação eletrônica só termina mesmo no último minuto de hoje, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) já formou maioria de 6 a 1 para manter a liminar da ministra Rosa Weber proibindo o pagamento de emendas do chamado “orçamento secreto”. São as emendas do relator, uma parte do Orçamento da União empenhada sem que se saiba o parlamentar beneficiado pela liberação de verbas. Essa falta de transparência e o uso das emendas como moeda de troca no Congresso fizeram a ministra conceder a liminar. Até o momento, concordaram com Rosa os ministros Cármen Lúcia, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Ricardo Lewandowski e Alexandre Moraes. A única divergência é do ministro Gilmar Mendes, para quem a suspensão poderia interromper recursos para obras e investimentos de interesse público. Ainda faltam votar Dias Toffoli, Nunes Marques e o presidente da Corte, Luiz Fux. (UOL)

O Planalto sinalizou ao Congresso que as verbas, estimadas este ano em R$ 16,5 bilhões, estão mantidas, e que os deputados devem remanejá-las em outras rubricas, como emendas de bancadas ou de comissões. (CNN Brasil)

Um dos problemas da derrubada do orçamento secreto para a articulação do governo é que a transparência também vale da porta do Congresso para dentro, como explica Gerson Camarotti. Sem ele, deputados sabem quando outros parlamentares são agraciados com verbas, o que pode gerar atritos dentro da base aliada. (g1)

Bolsonaro criticou a decisão do STF e reclamou que hoje “tem somente 10%” dele na Corte, referindo-se ao ministro Nunes Marques. E, se depender do presidente da CCJ do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), não vai ter 20% tão cedo. O senador continua irredutível na intenção de barrar a indicação de André Mendonça para o Supremo. (Folha)

Sérgio Abranches: “O orçamento secreto, paralelo, anônimo, tenha o nome que tiver, é o mais escabroso caso de manipulação política do orçamento em 28 anos. É uma deformação que fere não apenas os princípios republicanos da impessoalidade, publicidade e probidade, mas atinge a própria democracia, pervertendo as votações de matérias relevantes.”

A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça anulou todas as decisões do juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, na investigação contra o filho Zero Um, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), no caso das ‘rachadinhas’ na Alerj. Os ministros concluíram que, como Flávio era deputado estadual na época dos supostos crimes, não podia ser investigado por um juiz de primeira instância. (g1)

A entrada de Jair Bolsonaro no PL está esbarrando em resistências provocadas por questões regionais. Integrantes da legenda exigem autonomia para se aliarem localmente a partidos como o MDB e mesmo o PT. O futuro partido de Bolsonaro participa de governos oposicionistas em estados como Piauí (PT) e Alagoas (MDB). (UOL)

Enquanto isso... O presidente reagiu ontem a críticas de apoiadores por se filiar a um partido do Centrão. “Quer que eu converse com o PSOL? Com o PCdoB? Se você tirar o Centrão, tem a esquerda. Para onde é que eu vou?”, indagou. (Folha)

Hoje o ex-ministro Sérgio Moro assina a ficha de filiação ao Podemos, de olho numa candidatura ao Planalto. Além de reavivar o lavajatismo, ele terá de buscar alianças para se firmar como candidato da terceira via. (Folha)

Meio em vídeo. Fernando Mello, sócio-fundador do Jota, tem uma ferramenta que compila milhares de pesquisas de intenção de voto e faz uma leitura profunda das chances de uma reeleição de Bolsonaro ou até mesmo a não chegada dele ao segundo turno. Confira no Conversas com o Meio. (YouTube)

A Câmara dos Deputados chilena aprovou na manhã de ontem a abertura do processo de impeachment do presidente Sebástian Piñera, acusado de irregularidades na venda de uma mineradora realizada num paraíso fiscal. O caso foi revelado na investigação conhecida como Pandora Papers. O impeachment será julgado no Senado, onde é necessário o voto de dois terços dos parlamentares para que Piñera seja deposto. (g1)

Transforme a experiência do seu time

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Mais do que criar estratégias e chefiar os rumos do negócio, o papel do líder é fundamental para as organizações. Por ser uma figura de alta representatividade, ele precisa estar alinhado com os valores, a missão e os objetivos da empresa para que seus funcionários também estejam. Novos estudos feitos com base no setor público mostram que o comprometimento do gestor com os valores da instituição também impacta diretamente na retenção de talentos nas equipes. Além disso, um líder carismático está associado à redução da tendência dos funcionários de mudar de local de trabalho. Entenda como liderança pode impactar positivamente na retenção da equipes.

Segundo a legislação francesa, empresas com mais de 50 empregados precisam criar acordos formais com a força de trabalho sobre uso de meios eletrônicos – como e-mails e aplicativos de mensagens – fora do horário de expediente. No Brasil não existe uma regulamentação específica sobre esse assunto. Não à toa que, com a adoção do home office intensificada pela pandemia, os processos trabalhistas que envolvem o trabalho remoto aumentaram 270% entre março e agosto de 2020. (Você RH)

Parte dos nascidos entre 1995 e 2020, a geração Z, já está pronta para ingressar no mercado de trabalho. Entretanto, não será nos mesmos moldes que as gerações anteriores conhecem. Profissionais mais jovens têm a característica de ficarem menos presos aos seus empregos, enquanto estão mais dispostos a deixarem trabalhos de baixa qualidade, caso suas necessidades não sejam atendidas. Esse fenômeno também tem liderado a onda de demissões nos EUA, chamada de Great Resignation. (Época Negócios)

Viver

Se o tom na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP26) era de otimismo na semana passada, um relatório publicado ontem no evento esfriou a animação. Segundo especialistas, as ações de curto prazo prometidas pelos países são insuficientes e provocarão a elevação da temperatura média do planeta em catastróficos 2,4ºC, muito acima do 1,5ºC buscado na COP26. (Guardian)

Enquanto isso... O Brasil aderiu a acordos de corte nas emissões de metano e no fim do desmatamento, mas ontem, em entrevista em Glasgow, onde participa da COP26, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, se recusou a dizer se o governo vai retirar o apoio ao “combo da poluição”. São projetos no Congresso que, entre outros pontos, legalizam ocupação irregular de terras e desmatamento e mineração em áreas protegidas. (BBC Brasil)

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O Instituto Butantan divulgou nesta terça-feira um estudo feito pela SinoVac em quatro países mostrando que a CoronaVac é segura para aplicação em crianças e adolescentes entre três e 17 anos. Em agosto, a Anvisa negou um pedido da instituição paulista para liberar a CoronaVac para menores sob a alegação de falta de dados sobre segurança e eficácia. No Brasil, somente a Pfizer está liberada para jovens entre 12 e 17 anos. (g1)

E por falar... Em Pfizer, a empresa e sua sócia BioNTech pediram à agência reguladora dos EUA, a FDA, autorização para aplicar a terceira dose da vacina em toda a população acima de 18 anos. Atualmente, a dose de reforço só está liberada para maiores de 65 anos no país. (UOL)

Confira os números da vacinação, dos casos e das mortes por covid-19 no Brasil ontem. (g1)

Cultura

Com participações em sucessos como Legalmente Loira (trailer no YouTube) e Segundas Intenções (trailer) e o principal papel feminino na franquia original Hellboy (trailer), Selma Blair era um rosto familiar e querido de Hollywood. Mas, em 2018, ela revelou sofrer de esclerose múltipla, uma doença autoimune degenerativa que lhe causava problemas no sistema nervoso central anos antes de ser diagnosticada. Selma, de 49 anos, conta como é convier com a doença e como decidiu desmistificá-la com o documentário Introducing, Selma Blair (trailer), já disponível na Amazon Prime. (Estadão)

Salvador (BA) é considerada a cidade mais negra fora da África. Não é à toa, portanto, que tivesse sido escolhida para sediar no ano passado a primeira versão brasileira do Afropunk. A pandemia impediu que o festival acontecesse, mas agora o evento está confirmado para o próximo dia 27, tendo Mano Brown e Margareth Menezes como atrações principais. Os shows no espaço Marés, no Centro de Convenções de Salvador, serão transmitidos pelo site oficial do festival.  (Folha)

Cotidiano Digital

Pois é… O rebranding para salvar o Facebook, com a empresa controladora passando a se chamar Meta, ainda não convenceu. Um estudo da consultoria Harris Brand mostrou que a companhia perdeu uma quantidade significativa de usuários desde o anúncio de mudança no nome. Mais: o nível de confiança na big tech caiu 5% no mesmo períoro. Mas esse não é o único problema que Mark Zuckerberg vem enfrentando. Desde o vazamento de documentos internos que deram origem a uma série de investigações do Wall Street Journal, chamada Facebook Papers, o índice de confiança da rede Facebook caiu 16%. (Época Negócios)

Mesmo assim, a companhia segue firme no desenvolvimento do metaverso, um mundo digital futurista com realidade aumentada. Para isso, a Meta pode contar com lojas físicas de varejo para promover interações do público com dispositivos de realidade aumentada, uma maneira de aproximar as pessoas da nova tecnologia. (New York Times)

Mas Frances Haugen, a ex-funcionária que denunciou o Facebook e deu início ao Facebook Papers, já alerta: o metaverso será “viciante e roubará ainda mais informações pessoais”. (Associated Press)

E chegou ontem ao mercado o Windows 11 SE, uma versão leve do sistema operacional da Microsoft projetada para notebooks de entrada. O software pretende competir diretamente com o Chrome OS, do Google, com venda exclusiva para estudantes e instituições de ensino. (Canaltech)

Meio em vídeo. Alexa, feliz aniversário! Uma das assistentes virtuais mais conhecidas e charmosas faz dois anos no Brasil. Nestes dois anos, diversas frases, pedidos e avisos foram dados por ela. Você sabe qual o comando mais popular dela? Sabe quantos “Bom dia, Alexa” ela já recebeu? Pedro Doria e Cora Rónai respondem. (YouTube)

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