Brasil e EUA vivem terça sangrenta

Pelo menos 22 pessoas, incluindo uma moradora atingida por bala perdida, morreram numa operação da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal na Vila Cruzeiro, uma das favelas do complexo da Penha, na Zona Norte do Rio. Foi a terceira ação policial mais letal na história do estado. A PM identificou dez dos mortos, incluindo a moradora Gabrielle Ferreira da Cunha, de 41 anos, baleada dentro de casa. Somente quatro deles tinham anotações policiais. A Defensoria Pública do Estado protestou contra ação, justificada pela PM ao Ministério Público pela suposta movimentação de 50 líderes de uma facção criminosa. Após a operação, moradores fizeram um protesto. (UOL)

Para o comando da PM do Rio, a responsabilidade pela violência é do Supremo Tribunal Federal (STF), que limitou operações em favelas devido à pandemia da covid-19. Os policiais alegam que criminosos de outros estados passaram a se esconder no Rio após a decisão do Supremo. (Folha)

Bernardo Mello Franco: “O governador Cláudio Castro assumiu a cadeira de Wilson Witzel em agosto de 2020. Em 21 meses, sua gestão já é responsável por duas das três maiores chacinas policiais registradas no Rio. Em campanha à reeleição, o bolsonarista parece buscar dividendos políticos no incentivo à violência fardada.” (Globo)

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Armado com uma pistola e um fuzil, um jovem de 18 anos assassinou 18 crianças e uma professora numa escola de ensino fundamental frequentada predominantemente por latinos na cidade de Uvalde, no Texas. Segundo as autoridades, o assassino, que foi morto por policiais, agiu sozinho. Foi o mais mortífero ataque a uma escola fundamental desde 2012, quando um homem matou 20 crianças e seis adultos num colégio de Newton, Connecticut. (New York Times)

No Twitter, o governador republicano Gregg Abbot disse que os texanos estavam “de luto pelas vítimas desse crime sem sentido”. Mas, como na rede nada é esquecido, críticos recuperaram um tuíte dele de 2015 lamentando que o Texas estivesse atrás da Califórnia no número de novas armas de fogo vendidas. (Twitter)

Em pronunciamento na TV, o presidente Joe Biden disse que é hora de agir contra o lobby da indústria armamentista no país. Os EUA colecionam massacres ao longo dos anos. (g1)

David Frum: “Nós já sabemos a resposta para uma pergunta: Quem colocou uma arma de assalto nas mãos de um assassino de 18 anos? A resposta é que as políticas públicas deste país o armaram. Todas as outras democracias se esforçam para manter armas longe de pessoas perigosas e pessoas perigosas longe de armas. Por muitos anos, os EUA puseram mais e mais armas em mais e mais mãos: 120 armas para cada 100 pessoas neste país.” (The Atlantic)

Enquanto o PSDB se engalfinha em brigas internas, MDB e Cidadania confirmaram ontem, em reuniões separadas, o apoio à candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) à presidência. A decisão foi tomada separadamente pelas Executivas Nacionais das legendas. Segundo o presidente do MDB, Baleia Rossi, 90% dos emedebistas apoiam Tebet e que a candidatura dela está consolidada, mesmo que os tucanos não a referendem. Com uma ala defendendo a candidatura própria, PSDB marcou para o dia 2 de junho a reunião na qual pretende decidir seu rumo nas eleições. (CNN Brasil)

Enquanto isso... Derrotado nas prévias do PSDB e apontado tanto como possível candidato do partido ou vice de Tebet, o ex-governador gaúcho Eduardo Leite disse não ter planos de integrar a chapa da senadora. Ele disse também que o apoio tucano a ela não é “algo consolidado”, mas afirmou que, se quisesse ser candidato a presidente, poderia ter aceitado convites de partidos que o procuraram após a derrota nas prévias. (UOL)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) entrou ontem com um recurso para que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli reconsidere a decisão de rejeitar uma notícia-crime por abuso de autoridade contra seu colega Alexandre de Moraes. Caso Toffoli mantenha a recusa, Bolsonaro quer que o Plenário do Supremo julgue o recurso. O advogado do presidente alega que Toffoli deveria ter encaminhado a notícia-crime à Procuradoria-Geral da República. (Metrópoles)

No Legislativo, Bolsonaro se viu contrariado pelo próprio partido. Por 21 votos a 19, a bancada do PL indicou o deputado Lincoln Portela (MG) ao cargo de vice-presidente da Câmara, derrotando o bolsonarista Major Vitor Hugo (GO). (Poder360)

A ameaça de golpe paira no ar — mas que ‘golpe’ é esse? O que pode realmente acontecer? No Meio Político de hoje, que circula às 11h, o cientista político Christian Lynch esmiuça os três diferentes ‘golpes’ que Jair Bolsonaro ameaça tentar. O conteúdo é exclusivo para assinantes premium, que recebem ainda a Edição Especial de Sábado e cá este Meio diário antes de todo mundo. O que está esperando? Assine.

O ex-ministro Sérgio Moro (UB) é agora réu de uma ação popular movida por quatro deputados do PT na Justiça Federal de Brasília. Os parlamentares o acusam de causar prejuízo à Petrobras em sua atuação na Lava-Jato e cobram uma indenização não estipulada na ação. O juiz federal Charles Renaud Frazão de Morais recebeu a ação e mandou que “o réu” seja citado. Em nota, Moro classificou a ação como risível. “Todo mundo sabe que o que prejudica a economia é a corrupção e não o combate a ela.” (Folha)

Mas o ex-juiz teve ontem uma boa notícia. A Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo deu parecer considerando regular sua mudança de domicílio eleitoral de Curitiba para a capital paulista. O PT entrou com ação alegando que Moro não tinha vínculo com São Paulo e que sua mudança tinha apenas objetivos eleitorais. (Poder360)

O procurador-geral da República, Augusto Aras, mandou às favas a dignidade do cargo e partiu para cima de um colega ontem, durante sessão do Conselho Superior do Ministério Público Federal. Aras bateu boca com o procurador Nívio de Freitas, que, segundo o PGR, estava interrompendo um colega e criando uma “bagunça”. “Bagunça, Vossa Excelência também interferiu quando o colega estava falando. Então se Vossa Excelência quer respeito, me respeite também”, reagiu Freitas, ao que Aras respondeu “Vossa Excelência não é digno de respeito”, já se levantando em direção ao colega. Outros conselheiros e seguranças se colocaram entre eles. Toda a confusão foi registrada em vídeo. (g1)

Meio em vídeo. O Conversas com o Meio recebe o psicólogo social norte-americano Jonathan Haidt, professor da Stern School of Business da New York University (NYU). Preocupado com as tendências autoritárias que têm surgido nas sociedades democráticas nos últimos tempos, o professor publicou na última edição da revista The Atlantic um artigo que descreve em que momento acontece uma transformação no tipo de diálogo das redes. Haidt revela quando e por que as conversas foram substituídas pela cultura do cancelamento. Ele explica por que redes sociais e democracia não combinam e mostra como podemos resolver esse problema. (YouTube)

“Vá buscar ajuda, Lassie!”

Marcelo Martinez

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Viver

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara começou a discutir nesta terça-feira uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que estabelece a cobrança de mensalidade em universidades públicas. De autoria do deputado General Peternelli (UB-SP), a PEC prevê que as universidades montem comissões para decidir quais estudantes teriam direito à gratuidade, hoje geral, sem apontar critérios. Ela não vai ser votada nesta semana porque o relator, Kim Kataguiri (UB-SP), não estará em Brasília. Caso passe na CCJ, a proposta ainda terá de tramitar numa comissão especial e ser votada duas vezes pelo Plenário, com quórum qualificado. Se aprovada, irá ao Senado, onde seguirá a mesma tramitação. (g1)

A pedido de deputados da oposição, o presidente da CCJ, Arthur Maia (UB-BA), convocou audiências públicas para discutir a PEC, e a votação na comissão só acontecerá após sua realização. (Veja)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nota na tarde de ontem negando que tenha recomendado isolamento social e uso de máscaras para evitar a transmissão da varíola do macaco. Há um surto inédito da doença, endêmica na África, em 19 países, especialmente na Europa. Segundo a nota, a Anvisa reforçou apenas “medidas já vigentes em aeroportos e aeronaves” para proteger contra covid-19 e outras doenças. A varíola do macaco é transmitida principalmente pelo contato com a pele afetada, mesmo se marcas, mas também por respiração e pelas mucosas.

Então... Ainda não há casos de varíola do macaco confirmados no Brasil, mas o país não tem, no momento, remédios para tratar a doença. O único medicamento já reconhecido pela Anvisa, o cidofovir, está com o registro vencido desde 2010. (Globo)

Cultura

Com os cofres por aqui fechados pela pandemia e a patrulha ideológica, mais de 30 projetos cinematográficos brasileiros inéditos batalham no Marché du Film (literalmente Mercado de Filme) de Cannes por financiamento ou distribuição. Segundo André Sturm, diretor do Cinema do Brasil, programa de promoção do setor, a crise na Ancine e a covid-19 são as principais explicações para a ausência de produções nacionais na mostra competitiva de Cannes este ano, mas os projetos que estão sendo apresentados no “mercadão” podem representar o país nos próximos anos. (Globo)

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No momento em que os EUA assistem a uma cruzada conservadora na área de educação e cultura, a escritora canadense Margaret Atwood fez um protesto bem-humorado: lançou uma edição à prova de fogo de seu mais famoso livro O Conto da Aia. Retratando uma distopia patriarcal baseada no fanatismo religioso na qual as mulheres não têm direitos reprodutivos, o livro é, por motivos óbvios, um dos alvos preferenciais dos novos censores. (Folha)

Quando foram divulgadas as primeiras imagens de Thor: Amor e Trovão, muitos fãs reclamaram da ausência de Gorr, o vilão da história. Seus problemas acabaram. O novo trailer, lançado ontem com o pôster do filme, traz fartamente Christian Bale no papel do malvado e ainda nos permite admirar melhor Natalie Portman, que volta à série como Jane Foster, agora Deusa do Trovão. (Omelete)

Criado em 2019, o Museu Virtual Rio Memórias celebra seus três anos lançando um mapa interativo que permite ao usuário descobrir fatos curiosos sobre locais históricos na cidade. Também entram no ar quatro novas galerias: Rio da Independência, que mostra a importância da capital da separação de Brasil e Portugal, Rio Literário, Rio Cultural e Rio Religioso, abordando esses três aspectos da vida carioca.

Cotidiano Digital

O Airbnb anunciou ontem que vai encerrar suas operações na China a partir de 30 de julho. Sem detalhar as razões por trás da decisão, o cofundador da empresa de aluguel por temporada, Nathan Blecharczyk, disse que os usuários chineses ainda poderão fazer reservas no exterior. A saída do Airbnb acontece como consequência dos custos crescentes de manutenção do serviço no país, além da concorrência de empresas locais. O negócio na China tornou-se complexo e caro para operar, principalmente com a manutenção de lockdowns no país desde o início da pandemia. Assim como o Airbnb, outras empresas ocidentais de internet, como Linkedin e Yahoo, decidiram sair da China nos últimos meses. (CNBC)

A Uber liberou o uso do PIX como forma de pagamento para viagens na plataforma em todo o Brasil. Com a novidade, o usuário faz a transação diretamente para o aplicativo e não para o motorista, protegendo dados pessoais de ambas as partes no processo. Disponível desde maio para a maioria dos usuários, a opção agora será expandida no país até o início de junho. (Estadão)

Meio em vídeo. Elon Musk veio ao Brasil, no último dia 20, e sua passagem de algumas horas trouxe mais questionamentos do que respostas. Ele se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro, além de empresários e ministros. Mas qual a razão da sua vinda? O que traz o bilionário para o Brasil no atual momento que o país vive? Pedro Doria e Cora Rónai comentam. (YouTube)

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