Prezadas leitoras, caros leitores —

Em função do dia de Corpus Christi, feriado em boa parte do país, cá este Meio não circulará amanhã. Mas estaremos de volta na sexta-feira. Um bom descanso a todos.

— Os editores

Preso mais um suspeito pelo desaparecimento de Bruno e Dom

A Polícia Federal prendeu ontem Oseney da Costa de Oliveira, de 41 anos, conhecido como ‘Dos Santos’, segundo suspeito de envolvimento no desaparecimento do indigenista Bruno Araújo e do jornalista inglês Dom Phillips, no último dia 5. Ele é irmão de Amarildo da Costa de Oliveira, o ‘Pelado’, que já está preso em Atalaia do Norte (AM). Em relatório encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PF informou que Amarildo teria ameaçado o indigenista e que uma testemunha apontava a participação de uma segunda pessoa no desaparecimento. No domingo, mergulhadores dos bombeiros encontraram uma mochila e uma lona com objetos pessoais de Araújo e Phillips amarrados em uma árvore num igapó perto da casa de Amarildo. (g1)

Ontem, o embaixador do Brasil em Londres, Fred Arruda, pediu desculpas à família de Dom Phillips pela informação errada de que os corpos dele e de Bruno Araújo haviam sido encontrados. Segundo ele, a equipe da embaixada interpretou incorretamente informações dos responsáveis pelas investigações. (Guardian)

Para ler com calma. Ao longo dos governos Temer e Bolsonaro, a União abandonou projetos no Vale do Javari, em particular o assentamento rural e o plano de manejo sustentável do peixe pirarucu. O fim deste teria estimulado a caça e a pesca ilegais na região, que, segundo uma linha de investigação, estariam por trás do desaparecimento de Araújo e Phillips. (Folha)

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O ministro Alexandre de Moraes foi eleito ontem para presidir o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de acordo com o sistema de rodízio da Corte. Ele assumirá o cargo em agosto, tendo Ricardo Lewandowski como vice. Alvo constante de ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL), Moraes disse em seu discurso que não tolerará a ação de milicias digitais contra a democracia. (UOL)

Moraes vem intensificando as conversas com militares, com quem tem bom trânsito, a fim de aparar arestas que existem entre as Forças Armadas e o atual presidente do TSE, Edison Fachin. A partir desse diálogo, ele tem dito a colegas na Justiça Eleitoral e no STF não haver possibilidade de os militares embarcarem numa ruptura institucional caso Bolsonaro perca as eleições de outubro. (CNN Brasil)

O Centrão quer tirar do Supremo Tribunal Federal (STF) a última palavra sobre questões constitucionais. Uma proposta de emenda à Constituição (PEC) apresentada pelo grupo prevê que o Congresso possa usar decretos legislativos para revogar decisões não unânimes da Corte. Um dos alvos, por exemplo, é a criminalização da homofobia, tema-chave da bancada evangélica, decida pelo Supremo por oito votos. Na prática, bastaria que um dos ministros indicados por Bolsonaro, Kassio Nunes Marques e André Mendonça, divergisse para que um acórdão pudesse ser revogado pelo Legislativo. (Estadão)

Igor Gadelha: “Por enquanto, a oposição na Câmara não está preocupada com a PEC que permite revisão pelo Congresso de decisões do STF com divergências. Isso porque a aposta é que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não irá comprar essa briga com a Corte.” (Metrópoles)

E por falar em STF... O ministro Luís Roberto Barroso apresentou queixa-crime por calúnia contra o pastor e ex-senador Magno Malta. Durante um congresso de conservadores no fim de semana, Malta, que chegou a ser cotado como vice de Jair Bolsonaro em 2018, disse que Barroso “batia em mulher” e tinha “dois processos na Lei Maria da Penha”. Relator da ação, o ministro Alexandre de Moraes deu 15 dias para que o político se explique. (Poder360)

Enquanto isso... A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu que o Supremo declare extinta a pena de 8 anos e 9 meses imposta ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). Ele foi condenado por pregar o fechamento da Corte e atos de violência contra os ministros, mas recebeu um indulto do presidente Bolsonaro no dia seguinte. (g1)

Painel: “Em que pese o pedido da subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, Alexandre de Moraes indicou a interlocutores que não tem a menor pressa em aplicar o indulto concedido por Bolsonaro a Silveira. Ele sinalizou a interlocutores entender que só poderá revogar a pena e seus efeitos após o trânsito em julgado da ação penal, ou seja, depois de vencidas todas as etapas. E isso pode demorar.” (Folha)

Aparentemente pacificada, a escolha do general Walter Braga Netto como vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL) já não é tão pacífica assim. Entre elogios ao colega da Academia Militar, o presidente deixou claro que ainda há um movimento forte para emplacar a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP-MS), até o momento candidata ao Senado. A favor dela estaria o apelo ao eleitorado feminino, foco de rejeição a Bolsonaro. Entre os principais presidenciáveis, o único ainda sem qualquer indício de vice é Ciro Gomes (PDT), que pretende usar a vaga para negociar apoios a sua candidatura. Enquanto isso, o PSDB deve indicar o senador Tasso Jereissati (CE) para compor a chapa com Simone Tebet (MDB-MS), e o ex-presidente Lula (PT) já sacramentou o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB). (Globo)

Após ter a mudança de domicílio eleitoral para São Paulo negada pelo TRE paulista, o ex-ministro Sérgio Moro (União Brasil) disse ontem que pretende “circular pelo Paraná” para decidir, junto a eleitores, a qual cargo deve se candidatar. Ele afirmou ainda que a mulher, Rosângela, pode representá-lo em São Paulo, já que a transferência de domicílio dela não foi questionada. (UOL)

Mas o PT, autor da ação que impediu Moro de concorrer na eleição paulista, quer barrá-lo no Paraná também. O partido vai entrar com uma ação no TRE-PR, alegando que o ex-juiz da Lava-Jato filiou-se ao União Brasil em São Paulo e que sua transferência para seu estado de origem se deu após o prazo da Justiça Eleitoral. Os advogados de Moro dizem que a decisão da Justiça Eleitoral paulista não afeta sua condição de filiado, e que ele pode votar e ser votado no Paraná. (Globo)

Meio Político: Há 30 anos assistíamos ao fim da Rio-92, grande celebração e marco inaugural de uma era de esforços pró ciência e meio ambiente no Brasil. Esse cenário se desertificou. A paisagem atual na política ambiental brasileira é de devastação, e os candidatos nas eleições de outubro serão cobrados por suas ações e planos ambientais. “São pelo menos 50 anos de retrocesso”, diz o climatologista Carlos Nobre, recém-eleito para a Royal Society, a mais antiga academia de ciência no mundo. Com quatro décadas de estudo dedicado à Amazônia, Nobre lamenta que o agronegócio mais atrasado do Brasil tenha se fortalecido tanto politicamente e não enxergue que a floresta em pé é mais rentável. A entrevista com o cientista está no Meio Político de hoje, que os assinantes premium recebem a partir das 11h. Assine!

TSE atento

Marcelo Martinez

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Viver

Em decisão inédita, os ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizaram ontem, por unanimidade, três pessoas a plantarem maconha para fins medicinais. Embora valha somente para esses casos, a decisão da turma deve influenciar instâncias inferiores, livrando pessoas que cultivam a planta para uso em tratamento de saúde de serem enquadradas na Lei de Drogas. Segundo o subprocurador-geral da República José Elaeres Marques, o cultivo para fins medicinais pode ser qualificado como “estado de necessidade”, o que impediria punição. Já o relator de um dos processos, ministro Rogério Schietti, criticou a Anvisa e o Ministério da Saúde por empurrarem um para o outro a regulamentação desse tipo de medicamento, enquanto “milhares de famílias brasileiras ficam à mercê da omissão, inércia e desprezo estatal por algo que implica a saúde e bem-estar de muitos brasileiros, a maioria incapacitados de custear a importação dessa medicação”. (g1)

Meio em vídeo. Convidado desta semana no Conversas com o Meio, Paulo Blikstein, é professor da Universidade de Columbia, cientista da educação e especialista em tudo o que há de mais inovador em ensino no mundo. Ele fala sobre inovação, como o Brasil está atrasado no uso da tecnologia para educação e até sobre como o presidente Jair Bolsonaro usa métodos avançados de ensino para agitar sua base. (YouTube)

Quando se acha que a vida na Terra não guarda mais surpresas... Cientistas da Nova Zelândia descobriram indícios de um ecossistema desconhecido em um rio de água doce sob quilômetros de gelo na Antártida. Quando os equipamentos atravessaram a barreira congelada, os pesquisadores foram surpreendidos por animais nunca vistos semelhantes a camarões. “Pensamos que havia algo errado com a câmera, mas quando o foco melhorou, percebemos um cardume de pequenos artrópodes”, disse o cientista Craig Stevens, do Instituto Nacional de Água e Atmosfera da Nova Zelândia. (UOL)

Cultura

Em 1982 Gilberto Gil aceitou a sugestão do então presidente da WEA brasileira, André Midani, e gravou um segundo disco em inglês, dando sequência a Nightingale (Spotify), de 1979. Gravado em Nova York e produzido pelo percussionista e arranjador Ralph MacDonald (1944-2011), o álbum com nove canções, tendo como título somente o nome do artista, jamais foi lançado, e seu registro em fita ficou perdido por 38 anos. Em 2020, porém, uma pesquisa coordenada pela jornalista Chris Fuscaldo no acervo de Gil descobriu a joia, que chegou ontem ao público na plataforma Arts & Culture do Google. Entre as curiosidades estão a participação da cantora americana Roberta Flack e Moon And Star, versão da clássica Lua e Estrela (Spotify), composta por Vinícius Cantuária e imortalizada por Caetano Veloso em 1981. (g1)

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Entrou no ar o primeiro dos quatro episódios de O Som do Rio, uma ambiciosa série do YouTube que pretende refletir sobre a Amazônia. Os filmes têm como protagonistas a música Maria Gadú e a ativista indígena Val Munduruku, que fazem uma lenta jornada de barco pelo Rio Tapajós. Ao longo da viagem, se encontram com outros indígenas, cientistas, youtubbers, conforme são apresentadas à Amazônia e à cultura que vem da floresta. Os filmes, que não chegam a vinte minutos cada, se tornam rápido oportunidades para compreensão e música, com inúmeros momentos tocantes. A produção é da Maria Farinha Filmes e, a direção, de Carol Quintanilha. Assista. (YouTube)

A produção do Popload Festival, cuja oitava edição acontece no dia 12 de outubro, em São Paulo, anunciou ontem suas sete atrações: Pixies, Jack White, Chet Faker, Years & Years, Cat Power, Perotá Chingó e Jup do Bairro. Os ingressos, que variam de R$ 190 a R$ 680, já estão à venda no site oficial. (UOL)

Marighella (trailer) lidera a relação de indicados à edição de 2022 do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. O filme de Wagner Moura concorre em 17 categorias, incluindo melhor longa de ficção, primeira direção de longa, para o próprio Moura, e ator, em dose dupla, com Seu Jorge e Bruno Gagliasso. Os vencedores serão anunciados no dia 10 de agosto, em cerimônia no Rio. Confira a lista completa de competidores. (Omelete)

Cotidiano Digital

O bilionário Elon Musk vai se reunir com os funcionários do Twitter pela primeira vez desde que lançou sua oferta de US$ 44 bilhões pela rede social. O encontro acontece nesta quinta-feira, e Musk responderá a perguntas diretamente dos colaboradores, segundo um e-mail interno do próprio CEO da empresa, Parag Agrawal. Desde a oferta de aquisição, muitos funcionários expressaram preocupação de que o comportamento do bilionário poderia desestabilizar os negócios da empresa e até prejudicá-la financeiramente. Ainda sem acordo, a compra do Twitter pelo CEO da Tesla será votada por acionistas no início de agosto. (The Guardian)

O Instagram lançou uma iniciativa para afastar os usuários adolescentes de possíveis conteúdos que podem prejudicá-los. O recurso foi anunciado pela primeira vez no ano passado e agora chega oficialmente aos Estados Unidos e Canadá. O aplicativo emitirá avisos por notificação quando adolescentes passarem muito tempo na página Explorar visualizando um tipo de conteúdo com tema específico. O objetivo é “excluir certos tópicos que podem estar associados à comparação de aparência”. (The Verge)

Meio em vídeo. A ficção científica sempre ajudou a estimular pessoas, seja para perseguir carreiras na área da tecnologia ou para questionar o nosso futuro, mas às vezes o estímulo vai além do necessário. Um engenheiro da Google acredita veementemente que uma IA tem alma, e isso trouxe de volta o questionamento para quem curte o assunto: robôs têm alma?  Pedro Doria e Cora Rónai buscam responder. (YouTube)

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