Depois do Exército, agora a PF é arma de pressão do Planalto sobre TSE

O governo federal abriu mais uma frente na guerra com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), agora usando o Ministério da Justiça e a Polícia Federal, conta Bela Megale. Em ofício, o ministro Anderson Torres, informou à Corte que a PF participará de todas as etapas de fiscalização das urnas e dos sistemas das eleições, inclusive “usando programas próprios”. O tom duro do documento causou estranhamento no TSE porque a PF já é parceira de longa data da Justiça Eleitoral, participando de todos os passos da fiscalização. O ofício foi visto como mais uma tentativa de intimidação por parte do Planalto. (Globo)

Em outra frente, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, avisou que as Forças Armadas enviarão representantes para participar da fiscalização do processo eleitoral e pediu ao TSE a indicação de um funcionário para ser o “ponto de contato”. O comunicado de Nogueira foi visto como desnecessário, já que os militares são integrantes da Comissão de Transparência Eleitoral (CTE), o que os torna entidades fiscalizadoras. (CNN Brasil)

Enquanto isso... Em público faz barulho, na hora da conversa sequer um pio. O general Helber Portella, representante das Forças Armadas na comissão, “entrou mudo e saiu calado” da reunião virtual do colegiado ontem, como conta Malu Gaspar. Durante as mais de duas horas em que o processo eleitoral foi discutido, o general sequer se dignou a ligar a câmera. (Globo)

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Após críticas, inclusive de aliados, o PT anuncia hoje um novo conjunto de diretrizes para um eventual governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma das principais modificações é a suavizada na proposta de revogação da reforma trabalhista, reduzida à revisão de “marcos regressivos da atual legislação”. Entre outras mudanças, o texto prevê a volta do acesso gratuito à Justiça do Trabalho. O fim do teto de gastos e o combate à grilagem de terras foram mantidos nas diretrizes. (UOL)

Ontem, o presidente Jair Bolsonaro (PL) atacou o petista usando uma fala do próprio ex-presidente. Durante evento em Maceió, Lula disse ter procurado, em 1998, o então presidente Fernando Henrique Cardoso e pedido a libertação dos homens que haviam sequestrado, dez anos antes, o empresário Abílio Diniz. “Agora, por que o Lula tocou nesse assunto? Alguém tem ideia? Ele deu um recado para todos os narcotraficantes e bandidos do Brasil que ‘estamos juntos’”, disse Bolsonaro. (Poder360)

Meio em vídeo. A democracia dos Estados Unidos tem um herói. É o ex-vice-presidente de Donald Trump, Mike Pence. Parece surpreendente? Agora que começamos a conhecer os detalhes do golpe de Estado que Trump tentou, podemos entender também o que foi preciso para evitá-lo. No Brasil de Bolsonaro, a lição é importante. Confira a análise de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

Senadora pelo Mato Grosso do Sul, quinto maior produtor agrícola do Brasil, a pré-candidata Simone Tebet (MDB) disse ontem não ver contradição entre o agronegócio e a proteção ao meio ambiente e defendeu a meta de desmatamento zero. Ela foi a segunda presidenciável entrevistada por Renata Lo Prete para o podcast O Assunto (íntegra). Além de zerar a derrubada de árvores com ações de fiscalização, em especial na Amazônia, a senadora defendeu uma iniciativa de reflorestamento, inclusive em fazendas. Sobre política, Tebet criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL), mas enfatizou que o considera “fruto dos erros do PT”. Ela defendeu a recriação dos ministérios da Cultura, do Planejamento e da Segurança Pública e afirmou que, em qualquer cenário de segundo turno, estará no palanque defendendo a democracia. (g1)

Primeiro suspeito preso pelo assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, voltou atrás na confissão do crime. Ele agora admite somente ter ocultado os corpos e diz que os tiros que mataram a dupla foram disparados por Jéferson da Silva Lima, que também está preso. (UOL)

A lancha em que Bruno e Dom viajavam quando foram mortos foi levada ontem para um galpão em Atalaia do Norte (AM). Segundo a polícia, a embarcação, encontrada afundada na noite de domingo, vai passar por reconhecimento feito por líderes indígenas e será encaminhada para perícia. (g1)

Oficialmente, a Câmara tem 124 deputados pretos e pardos, mas pelo menos 38 deles não passariam por uma banca de heteroidentificação, como as que atestam cotistas em universidades públicas. Procurados, oito se disseram brancos e alegaram erro na ficha do TSE, enquanto 30 sequer responderam. Equívocos burocráticos são possíveis, mas há a suspeita de que parte desses não-exatamente-negros esteja de olho em benefícios de ações afirmativas, como a contagem em dobro dos votos para fins de fundos eleitoral e partidário. O TSE reconhece o problema, mas diz que a Justiça Eleitoral nos estados deve agir para coibir eventuais fraudes. (Folha)

Um dia após se tornar o primeiro presidente de esquerda eleito na Colômbia, Gustavo Petro fez acenos aos empresários e à direita, dizendo que pretende “desenvolver o capitalismo” no país. “Não porque o adoramos, mas porque primeiro temos que superar a pré-modernidade, o feudalismo e as novas escravidões”, ressaltou. As atenções da elite colombiana estão agora voltadas para o Ministério da Fazenda, cujo futuro titular dará uma ideia dos planos de Petro para a economia. (Globo)

Como virou hábito, o governo brasileiro ainda não felicitou Gustavo Petro. Indagado por uma apoiadora na porta do Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro limitou-se a classificar o novo colega como “um ex-guerrilheiro de esquerda”, além de associá-lo erroneamente ao grupo chileno MIR — Petro foi do colombiano M-19. Já o vice Hamilton Mourão foi mais diplomático e desejou sorte ao eleito, “porque administrar um país na situação que o mundo está enfrentando não é simples”. (Metrópoles)

Viver

Para ler com calma. Pela lei brasileira, o aborto é um direito legal de toda mulher vítima de estupro ou que corra risco na gestação. Mas exercer esse direito está longe de ser simples, especialmente quando a própria Justiça e os médicos se tornam uma barreira. Como contam as jornalistas Paula Guimarães, Bruna de Lara e Tatiana Dias, uma menina de 11 anos, grávida em decorrência de um estupro, está sendo mantida em um abrigo em Santa Catarina para que não faça um aborto legal. A equipe médica que deveria realizar o procedimento alegou que não poderia fazê-lo porque a criança (a mãe) está na 22ª semana de gestação, e o hospital só autorizava o aborto até a vigésima. O caso foi parar com a juíza Joana Ribeiro Zimmer, que, embora a gravidez fosse de risco, equiparou a segurança da mãe à do feto e disse que a realização do aborto seria uma “autorização para homicídio”. Em vídeo obtido pelas repórteres, ela e a promotora Mirela Dutra Alberton pressionam a criança e sua família a manterem a gravidez. “Você suportaria ficar mais um pouquinho?”, questiona a juíza. Em outro momento, Zimmer se refere ao estuprador como “pai da criança” e indaga se ele não aceitaria entregá-la para adoção. (Intercept Brasil)

A Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça de Santa Catarina instaurou uma sindicância para avaliar a conduta da juíza Zimmer no caso. A ação corre em segredo de Justiça. Segundo juristas, não há qualquer base legal para o posicionamento da magistrada nem do hospital. “O Código Penal não cita um prazo para a realização do aborto legal nos casos previstos em lei. Isso não existe”, diz a advogada criminalista Tania Maria de Oliveira. Segundo a mestre em Ciência da Religião Tabata Tesser, integrante da organização Católicas pelo Direito de Decidir, a audiência pode ser equiparada a uma tortura psicológica. (UOL)

Mais de 111 milhões de doses de vacina contra covid-19 deixaram de ser aplicadas porque pessoas aptas a recebê-las não compareceram aos postos de imunização, segundo o Ministério da Saúde. Pelo menos 22 milhões de brasileiros não tomaram sequer a segunda dose, ou seja, não completaram o esquema vacinal primário. Ontem a pasta formalizou a liberação da quarta dose para maiores de 40 anos e ampliou o reforço para quem tomou a dose única da Janssen. (Estadão)

Panelinha no Meio. Hoje é dia de homenagear nossa vizinha Colômbia com uma variação de um tradicional prato da culinária popular local, as arepas de mandioca. Tradicionalmente feita com farinha de milho, esta versão da panquequinha colombiana é preparada com pedaços de mandioca cozidos e amassados com o garfo. Versátil, vai bem com mel, salada de abacate, carne seca refogada etc.

Cultura

Os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips mexeram com artistas dos mais diversos estilos, que exigem Justiça. No fim de semana, durante show em Brasília, Caetano Veloso estendeu uma faixa com o rosto dos dois e questionou: “Por que pararam as investigações?” Em Salvador, o rapper Emicida cobrou justiça. “Isso não pode ser normal.” E os protestos chegaram aos palcos do exterior. Durante apresentação no Hellfest, na França, o guitarrista do Sepultura, Andreas Kisser, dedicou a Dom e Bruno a canção Guardians of the Earth (Guardiões da Terra). “Justiça para eles, é tudo o que pedimos. Justiça”, afirmou. (Rolling Stone)

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Livro favorito de dez entre dez candidatas a Miss, O Pequeno Príncipe completa 75 anos, comemorados com uma exposição em Paris homenageando seu autor, o escritor, aviador, ilustrador e jornalista Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944). Um dos destaques é o manuscrito original, escrito em Nova York em 1942 e nunca exposto na terra natal do autor. A disposição das aquarelas mostra que Saint-Exupéry ilustrou sua obra à medida que a escrevia e que dedicava às pinturas um tempo muito maior do que à escrita. Até hoje, O Pequeno Príncipe já ganhou versões em 498 idiomas e dialetos, perdendo apenas para a Bíblia como obra mais traduzida. (Folha)

O cientista político e escritor Sérgio Abranches participa hoje, às 19h, do programa online Sempre Um Papo, com transmissão ao vivo pelo YouTube e o Facebook, para falar de seu mais novo livro, O Intérprete de Borboletas. Embora seja uma obra de ficção, trata de temas que dolorosamente presentes em nossa realidade, a polarização política e a consequente intolerância com opiniões divergentes em praticamente todos os aspectos do convívio social. Abranches vai debater com o jornalista Afonso Borges, apresentador do programa, e com o também escritor Itamar Vieira Júnior, autor do premiado Torto Arado.

Cotidiano Digital

Mirando o metaverso, a Meta, controladora do Facebook, apresentou ontem novos protótipos de óculos de realidade virtual e aumentada. Segundo Mark Zuckerberg, presidente da empresa, o objetivo é tornar o virtual tão realista quanto o mundo físico. Os projetos estão sendo desenvolvidos pela Reality Labs, divisão de metaverso da companhia. São quatro protótipos, entre eles o Butterscotch, que mostra imagens com resolução próxima à de uma tela de retina e permite ler textos com letras pequenas. Como estão em fase de desenvolvimento, nenhum dos produtos está pronto para comercialização. Embora a companhia queira mostrar avanço na criação dos óculos de RV, existe uma série de obstáculos e desafios que mostram um caminho longo até o metaverso ultrarrealista. E aqui estão alguns deles. (Estadão)

O Telegram lançou oficialmente sua versão paga com novos recursos exclusivos aos usuários. Com assinatura de R$ 24,90, o pacote de novidades inclui limites dobrados, como a possibilidade de participar de até mil canais, envio de documentos de até 4 GB (na versão gratuita o limite é 2 GB) e downloads mais rápidos e conversão de voz para texto. Veja o que muda. (g1)

E a companhia de carros elétricos Tesla pode se aventurar pela fabricação de smartphones com o lançamento de um primeiro modelo ainda em 2022. Confira as especulações sobre o desenvolvimento do chamado Tesla Model Pi. (Época Negócios)

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