Bolsonaro pede multidão nas ruas em 7 de setembro contra TSE

Enfrentamento com as instituições e mobilização de sua base de apoio. O presidente Jair Bolsonaro confirmou o tom de sua campanha à reeleição diante de um Maracanãzinho lotado na tarde de ontem, onde a convenção nacional do PL homologou sua candidatura, tendo o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto como vice. Durante um discurso de cerca de uma hora, Bolsonaro conclamou seus apoiadores para irem às ruas “pela última vez” no dia 7 de setembro. O alvo, mais uma vez, é o Supremo Tribunal Federal, a quem se referiu como “esses poucos surdos de capa preta”, dizendo que os ministros do STF “têm que entender que quem faz as leis é o Poder Executivo e o Legislativo”. Ele também não poupou ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem chamou de “bandido” e “ex-presidiário”. (g1)

Ao longo de seu discurso, Bolsonaro repetiu sete alegações enganosas sobre assuntos que vão da pandemia de covid-19 às urnas eletrônicas. Confira. (Estadão)

Como prova de que não vai mesmo ouvir os pedidos de moderação da ala política, Bolsonaro ignorou um discurso mais leve preparado por um empresário da área de comunicação. Segundo Igor Gadelha, o texto havia sido revisado e aprovado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e por Braga Netto. Mas, para o presidente, o discurso “não tinha sua cara” e não agradaria a base. Ele falou de improviso. (Metrópoles)

Bolsonaro não foi o primeiro a falar. A primeira-dama Michelle, que vinha resistindo aos apelos do PL para se integrar à campanha e atrair o voto feminino, abriu os discurso. Falando em tom religioso, ela apresentou o marido como “um escolhido de Deus”. (Poder360)

Além de Michelle, estavam no palco, entre outros, o ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB), o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), vaiado pela plateia, mas apresentado por Bolsonaro como “enorme aliado” e “amigo de longa data”. Junto a eles, o presidente garantiu que não houve corrupção em seu governo. Duas ausências, porém, foram notadas: Carlos e Eduardo Bolsonaro, filhos Zero-Dois e Zero-Três do presidente. Ambos estão nos EUA, Carlos passeando com a namorada e Eduardo participando de um evento conservador. (Metrópoles)

Malu Gaspar: “O discurso de Bolsonaro ontem contrastou com o tom antissistema adotado em 2018. Ele defendeu feitos do governo ao lado de outros expoentes do Centrão. Em 2018, Bolsonaro chamou o grupo que hoje lhe dá base política no Congresso Nacional de ‘escória’, o que inclui seu atual partido.” (Globo)

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Cortejado pela ala do MDB que aderiu à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o também ex-presidente Michel Temer acha improvável que seu partido apoie o petista, no primeiro turno, conta Andréia Sadi. “Eles mandam emissários, mas como vamos apoiar se eles falam que é golpe? Se falam que a reforma trabalhista, que eu fiz, é escravocrata? Querem destruir com meu governo”, diz. Temer se ressente de ter sido chamado de golpista por Dilma Rousseff, cuja deposição o levou ao Planalto. (g1)

A tumultuada relação entre Temer e o PT mostra o dilema de Lula diante da necessidade de ampliar sua base de apoio, na avaliação do cientista político da Tendências Consultoria Rafael Cortez. Segundo ele, há uma percepção de que, se eleição se encerrar no primeiro turno, haverá menos espaço para o questionamento do resultado, o que implica o PT buscar alianças com quem participou ativamente de sua retirada do poder. (CNN Brasil)

O Supremo Tribunal Federal (STF) tem marcado para o mês que vem um julgamento crucial para dezenas de políticos. Os ministro vão decidir se a nova e muito mais branda Lei da Improbidade pode retroagir para beneficiar pessoas condenadas antes de sua promulgação. Condenados com base na versão anterior da lei, políticos como o ex-governador do DF José Roberto Arruda (PL) e do Rio Anthony Garotinho (União Brasil), conseguiram recuperar os direito políticos graças a decisões do STJ, embora Garotinho siga inelegível devido a outra condenação no TRE-RJ. (Globo)

Quem também está de volta ao páreo é o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PTB). Em decisão monocrática, o desembargador Carlos Augusto Pires Brandão, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), anulou a parte da resolução da Câmara que cassou o mandato de Cunha em 2016 determinando sua inelegibilidade por oito anos. Segundo a defesa do ex-deputado, houve “vícios no processo”. (g1)

Principal estrategista da eleição de Donald Trump em 2016 e conselheiro da família Bolsonaro, Steve Bannon foi condenado na sexta-feira nos EUA por desacato ao Legislativo. Ele ignorou uma intimação para depor diante da comissão a Câmara que investiga a invasão ao Capitólio em 6 de janeiro do ano passado. “Perdemos a batalha hoje, mas não vamos perder a guerra”, disse Bannon após o julgamento. A sentença será proferida no dia 21 de outubro. (CNN)

Elio Gaspari: “A comissão que investiga o comportamento de Donald Trump durante a insurreição de 6 de janeiro fechou o foco em 187 minutos durante os quais o presidente permaneceu em silêncio cúmplice. Ele havia estimulado a marcha para o Capitólio, sugerindo que a acompanharia. Foi para a Casa Branca, onde ficou grudado nas televisões.” (Globo e Folha)

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Viver

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a varíola dos macacos como a nova emergência de saúde global, a mais alta categoria de alerta da entidade. O anúncio ocorreu neste sábado após reunião do Comitê de Emergência. Por precaução, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, tomou a decisão para melhorar a resposta internacional ao vírus, que já contabiliza mais de 16 mil infecções em 75 países, incluindo cinco mortes. Até sábado, o Ministério da Saúde registrou 696 casos confirmados da doença no Brasil. São Paulo é o estado mais infectado, com 506 pessoas. (g1 e Poder360)

Aliás, o Ministério da Saúde anunciou que 86 medicamentos como antibióticos, analgésicos e antitérmicos, ou substâncias como contrastes, utilizados em exames de imagens, estão em falta ou com baixo estoque no país. A pasta culpou o lockdown feito pela China, principal fornecedor, pela falta dos produtos e prevê a regularização do estoque até setembro. (Folha)

E… Dados da OMS e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com informações de 177 países, mostram que o Brasil apresenta queda na taxa de vacinação infantil para a BCG, tríplice bacteriana, hepatite B e poliomielite, essenciais para crianças, ficando abaixo da média mundial. O levantamento das organizações também aponta para o maior retrocesso na imunização infantil dos últimos 29 anos no mundo todo. (g1)

A Assembleia Nacional cubana aprovou uma ampla reforma de sua lei de família, que poderá legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, permitir a adoção de crianças por casais LGBTQIA+ e a contratação voluntária de barrigas de aluguel. O texto tem aprovação de 62% dos participantes de reuniões comunitárias, que debateram a proposta no início deste ano. Para entrar em vigor, o Código de Famílias precisa ser aprovado em referendo marcado para 25 de setembro. O projeto é combatido por organizações religiosas, que defendem apenas o matrimônio entre pessoas heterossexuais. (Folha)

O governo do Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência para os próximos seis meses em 14 municípios, após incêndios que voltaram a atingir o Pantanal na semana passada. Segundo o Centro de Proteção Ambiental dos Bombeiros, 84 mil hectares de vegetação pantaneira e mais de 132 mil hectares em todo o estado foram consumidos pelo fogo nos 17 primeiros dias deste mês. Dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) estimam um aumento de 215,5% de áreas queimadas nas unidades de conservação do Rio Paraguai e de 400% em terras indígenas, comparados ao mesmo período do ano passado. (Estadão)

Cultura

Dois quadrinistas brasileiros levaram para casa neste fim de semana o cobiçado Prêmio Eisner, considerado o Oscar das HQs. Fido Nesti venceu na categoria Melhor Adaptação de Outro Meio por George Orwell's 1984: The Graphic Novel. Ele publicou em sua conta no Instagram uma foto do prêmio e se disse “ainda atordoado”. Já o desenhista Mike Deodato ganhou o prêmio de Melhor Publicação de Humor por Nem Todo Robô, feita em parceria com o roteirista Mark Russell. No Twitter, ele agradeceu com o que faz de melhor: um desenho. (g1)

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A cantora brasileira Bebel Gilberto foi alvo de uma saraivada de críticas após a viralização de um vídeo em que ela aparece sambando sobre uma bandeira do Brasil durante um show na Califórnia. Bebel, filha dos também cantores João Gilberto e Miúcha, recebeu a bandeira de um fã e desfilou com ela no palco, até dizer “Eu não gosto de fazer isso porque não sou Bolsonaro.”, colocar a bandeira no chão e sambar em cima. A cantora percebeu que havia exagerado e pediu desculpas ainda no palco: “Desculpa, eu não devia fazer isso. Mas estou orgulhosa de ser brasileira ou não?” (CNN Brasil)

Uma professora dá início a um projeto para “simplificar” clássicos da literatura brasileira e adequá-los à ordem politicamente correta dos nossos tempos. Chocados no Além, Machado de Assis e José de Alencar decidem descer à Terra para tirar satisfações. Assim começa a trama de A Vida Futura, novo livro de Sérgio Rodrigues, narrado em primeira pessoa pelo assustado Bruxo (agora Fantasma) do Cosme Velho. “Aí entra uma coisa bem do nosso tempo. Eles não estão interessados em simplificação, mas numa certa formatação moral”, diz o escritor, que encarou de frente um aspecto de Machado só recentemente resgatado, a negritude. (Folha)

Terminou ontem, nos EUA, a San Diego Comic-Con, um dos mais importantes eventos do universo geek internacional. E a grande estrela foi a Marvel, que anunciou uma enxurrada de lançamentos. A começar pelo trailer de Pantera Negra: Wakanda Forever, com uma homenagem ao ator Chadwick Boseman, morto em 2020, e estreia nas telas de Namor, o Príncipe Submarino, um dos mais antigos personagens da editora. Também foram divulgados o calendário da Fase 5 do MCU e os projetos de dois novos filmes dos Vingadores. Confira todos os anúncios feitos pela Marvel no evento. (Omelete)

Cotidiano Digital

Após ganhar a atenção do mundo ao dizer que a Inteligência Artificial do Google, a LaMDA, teria ganhado consciência, Blake Lemoine, engenheiro da gigante de tecnologia, disse que foi demitido pela companhia na sexta-feira. Ele teria recebido um e-mail de rescisão juntamente com um pedido de videoconferência. Trabalhando há sete anos no Google, Lemoine afirmou em junho em uma entrevista ao Washington Post que o chatbot, espécie de ferramenta computacional que tenta simular o comportamento humano em conversas, teria ganhado consciência quando começou a falar sobre seus direitos e personalidade. O Google, que afastou o engenheiro no mês passado, disse que ele violou as políticas da empresas e que considerou suas alegações sobre o LaMDA “totalmente infundadas”. (g1)

Em meio à aquisição malsucedida por Elon Musk e prestes a iniciar uma batalha judicial com o bilionário, o Twitter amargou prejuízo no segundo trimestre de 2022. Segundo o balanço financeiro da companhia, a perda foi de US$ 270 milhões. O resultado reverte o lucro de US$ 66 milhões registrado no mesmo período do ano passado. Com os números aquém das expectativas em relação aos crescimento de usuários e receitas, o Twitter também informou que gastou US$ 33 milhões por conta das negociações com Musk. Após o fundador da Tesla desistir do acordo, a companhia tenta forçar a aquisição por meio de um processo na Justiça, cujo julgamento está marcado para outubro. (TechCrunch)

E o lançamento de 53 satélites da Starlink na última sexta-feira marcou a 32º missão da SpaceX de 2022 e quebrou o recorde da própria companhia. O voo feito com o foguete Falcon 9 a partir da base de Cabo Canaveral, na Flórida, superou os 31 lançamentos realizados durante 2021. A empresa de viagens espaciais de Elon Musk espera ultrapassar a marca de 50 voos até o fim do ano. (The Verge)

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