China entra em alerta militar com visita de Pelosi a Taiwan

A China colocou suas forças militares em alerta e iniciou exercícios com munição verdadeira nas águas em torno de Taiwan em resposta ao desembarque na capital, Taipé, da presidente da Câmara dos EUA, a democrata Nancy Pelosi, e de uma comitiva de parlamentares. A visita acontece a despeito do conselho da Casa Branca para que ela evitasse a escala na ilha em sua viagem pela Ásia. Na semana passada, o presidente chinês Xi Jinping mandou um recado a Washington, para que os americanos “não brincassem com fogo” na relação com Taiwan. A despeito de todo esse cenário, Pelosi disse, ao chegar em Taipé, que sua visita “reafirma o apoio inabalável dos Estados Unidos à vibrante democracia” da ilha. O Ministério da Defesa taiwanês disse estar “acompanhando com atenção” as manobras militares chinesas. (CNN)

A tensão entre a China e Taiwan remonta 1949, quando os comunistas tomaram o poder em Pequim, e os nacionalistas de Chiang Kai-shek se refugiaram na ilha, que tem hoje 24 milhões de habitantes. A China considera Taiwan uma província rebelde e combate qualquer forma de reconhecimento do governo local, com o qual os EUA adota uma política de “ambiguidade estratégica”. Não reconhece como um país independente, mas mantém relações. (g1)

Guga Chacra: “Nancy Pelosi demonstrou enorme irresponsabilidade ao visitar Taiwan nesse momento. Sua viagem servirá apenas para acirrar os ânimos, além de fornecer argumentos para o regime de Pequim voltar a intensificar a narrativa de reunificação, como ficou claro nas declarações de autoridades chinesas.” (Globo)

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) está em pé de guerra com manifestos pela democracia. Na noite de ontem, em entrevista ao SBT, ele disse que não assinará o documento elaborado pela Fiesp, já endossado por outros candidatos que visitaram a entidade. “Essa carta é política, não preciso dizer se sou democrático ou não”, afirmou. (Estadão)

Mais cedo, falando a uma rádio, Bolsonaro chamou de “caras de pau” e “sem caráter” os mais de 660 mil signatários do manifesto lançado pela Faculdade de Direito da USP. Embora o documento contenha a assinatura de empresários e banqueiros, o presidente afirma que quem o assinou “defende o regime político em Cuba”. (CNN Brasil)

Confira e assine o texto do manifesto.

No Meio Político, que chega aos assinantes premium a partir das 11h, o cientista político Carlos Melo, do Insper, analisa o impacto eleitoral das cartas em defesa da democracia e da adesão de setores empresariais e financeiros ao movimento. Ele alerta que o bolsonarismo, caso seja derrotado nas eleições, ou outras vertentes da extrema-direita podem ressurgir facilmente se os novos governantes não apresentarem uma visão de futuro que acalme o mal-estar pós-pandêmico. O assinante premium ainda tem acesso à Edição de Sábado e recebe a newsletter diária mais cedo. Assine!

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) confirmou ontem sua colega Mara Gabrilli (PSDB-SP) como candidata a vice-presidente em sua chapa. Tetraplégica devido a um acidente de carro em 1994, Gabrilli destacou a representatividade das pessoas com deficiência. “Um estado ou um país que é bom para a pessoa com deficiência é maravilhoso para as pessoas normais”, afirmou. (g1)

Com um pé fora da candidatura ao Planalto, o deputado André Janones (Avante-MG) foi cassado, junto com toda a bancada mineira do partido, pelo TRE de Minas. O tribunal aceitou a denúncia do Ministério Público Eleitoral de que a legenda fraudou a cota de candidatas mulheres na eleição de 2018. Com a decisão, da qual cabe recurso ao TSE, Janones e seus colegas ficam inelegíveis. (Metrópoles)

E o União Brasil anunciou a senadora Soraya Thronicke como pré-candidata à presidência da República, com a saída de Luciano Bivar. A convenção nacional do partido, que deve homologar a decisão, será na sexta-feira. De acordo com Guilherme Amado, o objetivo é que o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, filiado ao Podemos de Sérgio Moro, ocupe a vice na chapa. (Metrópoles)

Aliás... O programa #MesaDoMeio entrevistou Santos Cruz, ontem. Ele afirmou que a decisão de aceitar o convite passa, antes, por seu partido. Na conversa com Mariliz Pereira Jorge, Christian Lynch e Pedro Doria, Santos Cruz descartou também a possibilidade de generais da ativa colocarem suas carreiras em risco por qualquer aventura com Bolsonaro. Tratou como mirabolante a ideia de que as Forças Armadas tenham algum tipo de poder sobre os Três Poderes. Quando perguntado, porém, a respeito do passado de golpes de Estado com participação do Exército, negou que tenham sido interrupções da democracia. Assista. (YouTube)

O aumento da temperatura política em vistas ao Sete de Setembro faz com que órgãos de inteligência do próprio governo investiguem a possibilidade de ataques de extrema-direita durante os desfiles do feriado, revela o repórter Matheus Leitão. Numa estratégia semelhante à do fracassado atentado do Riocentro, o objetivo seria provocar mortes e pânico e depois responsabilizar a esquerda. (Veja)

Enquanto isso... O presidente Jair Bolsonaro (PL) quer que PMs, bombeiros, cadetes da Aman e alunos de colégios militares participem da parada militar de Sete de Setembro no Rio, transferida por ele do Centro para Copacabana. Falando a apoiadores em São Paulo, ele voltou a atacar a Justiça Eleitoral e as urnas eletrônicas. (Extra)

Ex-presidente do TSE, o ministro do STF Luís Roberto Barroso reagiu a mais um ataque de Bolsonaro, que em entrevista a uma rádio, o acusou de interferir na Câmara durante a votação da PEC do voto impresso, que não foi aprovada. “Mentir precisa voltar a ser errado de novo”, escreveu o ministro no Twitter. (Jota)

Técnicos da Forças Armadas vão hoje ao TSE examinar o código-fonte das urnas eletrônicas. Na segunda-feira, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, enviou ofício à Corte pedindo acesso “urgentíssimo” ao sistema. Não precisava. O código-fonte está disponível desde outubro do ano passado e já foi examinado, entre outras entidades, pela Controladoria Geral da União, o Ministério Público Federal e o Senado. (Poder360)

O PT do Rio de Janeiro propôs ontem romper a aliança em torno da candidatura do deputado Marcelo Freixo (PSB) ao governo do estado. O motivo é a vaga para disputar o Senado pela coligação. Mais bem colocado nas pesquisas, o deputado Alessandro Molon (PSB) reivindica o posto, enquanto os petistas querem o presidente da Alerj, André Ceciliano. Após o anúncio da proposta de ruptura, Molon pediu “bom senso” ao PT fluminense. A aliança havia sido costurada pessoalmente pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com Freixo trocando o PSOL pelo PSB para concorrer ao governo. (UOL)

Ao mesmo tempo em que esconde no Nordeste a ligação com o presidente Jair Bolsonaro (PL), o PP, principal partido do Centrão, cancelou o apoio ao petista Camilo Santana no Ceará e vetou alianças regionais com o PT. (Globo)

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Viver

Na primeira votação após a Suprema Corte dos EUA derrubar a garantia constitucional ao aborto, os eleitores do conservador Kansas rejeitaram uma emenda à Constituição estadual banindo a prática. Com isso, o aborto continua a ser legal no estado até a 22ª semana de gestação. O resultado indica um descompasso entre a maioria reacionária da Suprema Corte e a média da população. Um referendo semelhante está marcado para novembro no igualmente conservador Kentucky, enquanto os progressistas Califórnia e Vermont vão votar para garantir ou não o direito ao aborto nas constituições estaduais. (The 19th)

Pesquisa DataFolha mostra que um em cada três brasileiros não tiveram comida suficiente para alimentar sua família nos últimos meses, e 17% dos entrevistados disseram ter vendido algum bem ou objeto de valor para comprar alimentos ou itens básicos de supermercado. O percentual entre os que alegam ter alimentação insuficiente em casa é maior entre mulheres, famílias com renda de até dois salários mínimos, pretos autodeclarados e moradores do Nordeste. De acordo com o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia, divulgado em junho, 33 milhões de pessoas passam fome no Brasil. (Folha)

A pobreza não afeta apenas a alimentação, mas também está diretamente ligada à saúde das pessoas. Um estudo publicado na revista científica Nature Reviews Disease Primers mostra que pessoas mais pobres começam a apresentar duas ou mais doenças crônicas dez anos antes que as mais ricas. A pesquisa foi realizada por cientistas de nove países, incluindo o Brasil. Segundo eles, “a pobreza e as dificuldades socioeconômicas influenciam diferentes aspectos da vida dos indivíduos, sendo consideradas ‘as causas das causas’ da situação de saúde”. O trabalho ainda aponta que há mais chances de multimorbidades em grupos menos escolarizados e moradores de áreas mais pobres. (Folha)

A Nasa, em parceria com as agências espaciais do Canadá e da Europa, divulgou mais um registro feito pelo telescópio James Webb, uma galáxia a cerca de 500 milhões de anos-luz da Terra, chamada de “Roda de Carro” — é o que sua estrutura lembra. A imagem também mostra outras duas galáxias espirais menores. Segundo a Nasa, a “Roda de Carro” era uma espiral como a nossa Via Láctea, antes de colidir com uma galáxia menor há 400 milhões de anos, resultando na formação registrada pelo telescópio. (g1)

Cultura

Filme obrigatório para quem ama a sétima arte, Cinema Paradiso (trailer), de 1988, vai se tornar uma série pelas mãos do mesmo diretor, o italiano Giuseppe Tornatore. No longa, o cineasta Salvatore Di Vita lembra a infância, boa parte passada na sala de projeção do cinema de sua cidadezinha na Sicília, na companhia do projecionista Alfredo. Ali o menino Totó aprendeu a amar o cinema. Na série, que ainda não fechou com alguma plataforma de streaming, Tornatore aborda o cotidiano do mundo ao redor do protagonista, os tabus, as relações sociais etc. Tudo amarrado pelo cinema. (Omelete)

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A Netflix desmentiu ontem os boatos de que tivesse alterado cenas da atriz Klara Castanho na segunda temporada da série Bom Dia, Verônica (trailer) após ter se tornado público que ela foi vítima de um estupro, engravidou e entregou o bebê para adoção. Os novos episódios chegam hoje à plataforma. Klara interpreta a filha de um inescrupuloso líder religioso (Reynaldo Gianecchini), que a assedia sexualmente. Nesta temporada, a personagem-título (Tainá Müller) luta para denunciar os crimes do vilão. (Folha)

Se não tivesse morrido em 2010, o escritor português José Saramago completaria cem anos em novembro. Para celebrar o único autor de língua portuguesa a ganhar o Nobel de Literatura, em 1998, o Arquivo Nacional Torre do Tombo inaugurou a exposição José Saramago e uns Documentos do ‘Diabo’. Entre as peças inéditas expostas está uma carta que ele escreveu em 1973 para a filha Violante, então presa pela ditadura salazarista. (Globo)

Não é comum um estúdio jogar no lixo US$ 90 milhões (R$ 470 milhões), mas foi o que a Warner fez ao cancelar o filme Batgirl, que já estava em fase de pós-produção. Estrelado por Leslie Grace no papel-título e com participações de J.K. Simmons como comissário Gordon e Michael Keaton como Batman, Batgirl era parte de uma estratégia de produzir longas para a HBO Max. A fusão da Warner com a Discovery, porém, fez o planejamento virar 180 graus, com a prioridade voltando para os lançamentos em cinema. Estouros no orçamento também contribuíram para que o projeto fosse engavetado. (Variety)

Cotidiano Digital

Após um período difícil de retomada depois da pandemia, a Uber deu indicações de força e conseguiu atingir performance positiva pela primeira vez na história, com lucro de US$ 382 milhões no segundo trimestre. Apesar do prejuízo de US$ 2,6 bilhões, a companhia registrou US$ 8 bilhões em receita, uma alta de 105% em relação ao ano passado. A busca pela lucratividade vem sendo o principal desafio da Uber desde que realizou a abertura de capital, em 2019. Nos últimos tempos, o ambiente econômico e a inflação elevada têm aumentado a base de motoristas da plataforma, reduzindo as taxas de espera e elevando o potencial de receita da empresa. (Estadão)

Meio em vídeo. Pedro Doria e Cora Rónai começam esta edição falando sobre microchips, mas percebem que manter o foco não é bem sua praia. Passeando por fábricas ultramodernas de Taiwan à Coreia, a viagem os levou à guerra tecnológica, reserva de mercado no Brasil e sobre como os Estados Unidos tentam disfarçar, mas continuam fazendo política industrial. (YouTube)

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