Prezadas leitoras, caros leitores —

Em função do feriado nacional de Nossa Senhora Aparecida, a newsletter diária do Meio não vai circular nesta quarta-feira. Estaremos de volta no dia 13, com a informação fundamental para você começar o dia.

— Os Editores

Militares não acham fraude eleitoral; Bolsonaro veta relatório

O presidente Jair Bolsonaro (PL) vetou a divulgação do relatório do Ministério da Defesa sobre a fiscalização feita por militares do primeiro turno das eleições. O motivo, conta Malu Gaspar, foi que o documento aponta que não houve fraudes nas urnas eletrônicas, contrariando uma das obsessões do presidente. O relatório não foi divulgado ao público, mas um resumo foi apresentado informalmente ontem a Bolsonaro pelo ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. O presidente determinou que fosse feito um “relatório completo” englobando o segundo turno, alegando que a ausência de fraudes em um turno não descartava a possibilidade em outro, afirmando que os militares deveriam se esforçar mais. As Forças Armadas analisaram uma amostra de ao menos 385 boletins de urna e um projeto-piloto com uso da biometria para testar 58 aparelhos, sugerido pelos próprios militares. (Globo)

E o presidente em exercício do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, determinou que o Ministério da Defesa encaminhe à Corte uma cópia das conclusões sobre a fiscalização das urnas. A decisão atendeu a um pedido do subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado. Segundo este, “a segurança do Estado sairá fortalecida com a divulgação de tais informações”. (g1)

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Líderes do governo no Congresso embarcaram ontem nas ameaças à independência do Judiciário iniciadas na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e o vice-presidente e senador eleito Hamilton Mourão (Republicanos). Na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) disse ver a proposta de aumentar o número de ministros da Corte como “necessidade de enquadramento de um ativismo do Judiciário”. Já no Supremo, o movimento foi visto como uma “cartilha autoritária” para submeter a Justiça ao Executivo, conta Andreia Sadi. O aumento do número de ministros permite ao presidente criar uma maioria no STF e foi usado tanto pela ditadura militar brasileira quanto pelo venezuelano Hugo Chávez. (g1)

No Senado, o também líder do governo Carlos Portinho (PL-RJ) cobrou do Judiciário uma “autocrítica” e disse que, sem ela, os parlamentares têm o direito de intervir “dentro da harmonia entre os Poderes”. Ele defende a criação de uma comissão para avaliar no ano que vem mudanças como o fim das decisões monocráticas e o estabelecimento de mandato para os ministros do STF. (Estadão)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou o mote para alfinetar Bolsonaro. “Eu tive a sorte de indicar seis ministros da Suprema Corte e não indiquei nenhum amigo. Os que eu indiquei foi por currículo e nunca pedi um favor”, afirmou. Lula, na verdade, indicou oito ministros: Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e Dias Toffoli, que ainda estão na corte, além de Cezar Peluso, Ayres Brito, Joaquim Barbosa e Eros Grau, já aposentados, e Menezes Direito, que morreu em 2009. (Folha)

Dois ex-ministros do Supremo se manifestaram contra os planos de Bolsonaro. Marco Aurélio Mello, um dos poucos a declarar voto no presidente, classificou como “saudosismo da ditadura” a ampliação no número de integrantes da Corte. Celso de Mello, que manifestou apoio a Lula, foi na mesma linha, afirmando que a iniciativa visa “perversa e inconstitucional finalidade de controlar o STF e de comprometer o grau de plena e necessária independência”. (UOL)

Valdo Cruz: “Interlocutores de Bolsonaro avaliaram que foi um ‘erro político grave’ do candidato à reeleição fazer novas ameaças ao STF. Reservadamente, um assessor do presidente disse que, para ultrapassar Lula, Bolsonaro precisa buscar o voto do eleitor moderado, que se considera de Centro e que se posiciona contra ameaças à democracia e às instituições.” (g1)

Meio em vídeo. Agora o próprio Bolsonaro já fala em aumentar o tamanho do Supremo. Não importa se você quer chamar de método Hugo Chávez ou Viktor Orbán ou Recep Erdogan. É tudo a mesma coisa. É tomar todo o poder para si. É desmontar a Democracia Liberal. Confira a análise de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

Diante da pressão para antecipar nomes de eventuais ministros, especialmente na área econômica, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu ontem paciência a seus apoiadores. “Se eu fosse bobo e indicasse um ministro antes de ganhar as eleições, eu perderia outros 30 que ainda não indiquei. Então, tenham paciência quem estiver querendo”, disse ele, durante evento com o grupo Derrubando Muros, que inclui cientistas sociais, economistas, diplomatas e outras personalidades. Estavam também presentes três ex-presidentes do PSDB. (g1)

Enquanto isso... Terceira colocada no primeiro turno, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) disparou mensagens a aliados dizendo que “alguém tem que colocar juízo na campanha do Lula”, revela Monica Bergamo. Tebet, que declarou apoio ao ex-presidente, comentou, por exemplo, o coro de “vai dar PT” durante comícios do ex-presidente. “Não é vai dar PT. O povo está votando contra Bolsonaro, e não no PT”, avaliou. (Folha)

A disputa pelo segundo turno da eleição presidencial apresenta tendência de estabilidade, de acordo com a pesquisa Ipec divulgada na tarde de ontem. Segundo o levantamento, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera com 51% das intenções de voto, o mesmo número da semana passada, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) recuou de 43% para 42%, dentro da margem de erro. (g1)

Meio em vídeo. Mais que Economia, Saúde e Educação, o que parece definir as Eleições 2022 é o nível de cristandade dos candidatos à presidência. Neste cenário, parece difícil pensar em propostas para o país, mas o #MesadoMeio de hoje, ao vivo, às 19h, pode trazer algumas respostas. Na conversa com a deputada reeleita Tabata Amaral (PSB-SP), Pedro Doria, Mariliz Pereira Jorge e Christian Lynch discutem os bastidores da campanha do campo democrático. Logo depois, no segmento exclusivo para assinantes premium, os três vão responder às perguntas do público. Ainda não é premium? Assine! (YouTube)

O Ministério Público Federal (MPF) cobrou ontem da Secretaria Executiva do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos explicações sobre supostos crimes sexuais contra crianças na Ilha de Marajó denunciados pela ex-ministra e senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF) durante culto evangélico. Sem apresentar provas, ela falou que a Pasta ficou sabendo, por exemplo, de menores tendo os dentes arrancados “para não morderem durante o sexo oral”. O MPF quer saber se as denúncias são verdadeiras, por que não foram divulgadas e quais providências foram tomadas pelo ministério. (Congresso em Foco)

Viver

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou uma nova vacina brasileira contra a covid a avançar para segunda fase de testes clínicos, a penúltima antes de concluir os estudos e pedir autorização para uso no país. A nova etapa vai avaliar a capacidade do receptor do imunizante a produzir anticorpos e células de defesa contra o coronavírus. A vacina utiliza tecnologia RNA mensageiro, semelhante aos produtos da Pfizer e da Moderna, e é desenvolvida pelo Senai Cimatec, na Bahia, com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com uma empresa americana e uma farmacêutica indiana. (O Globo)

Um estudo realizado por pesquisadores da UFPE aponta que filhos de pais que estão entre os 20% mais pobres no Brasil têm apenas 2,5% de chance de ascender ao topo da pirâmide social e 46,1% de permanecer no mesmo grupo, enquanto os filhos dos 20% mais ricos têm 48,5% de chances de manterem sua condição financeira e apenas 4% de cair para a base. A situação é mais desfavorável para negros, com 52,8% de probabilidade de permanecer na pobreza, ante os 33,7% para pessoas brancas. Ser mulher ou morar nas regiões Norte e Nordeste do país também reduz as chances de ascensão social. (Folha)

Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Cruz Vermelha, nesta segunda-feira, alerta que regiões inteiras do planeta estarão completamente inabitáveis nas próximas décadas por causa das ondas de calor, que já atingem países em diferentes partes do globo. As entidades pedem que as nações se preparem para episódios cada vez mais frequentes e intensos de temperaturas extremas para evitar um grande número de mortes. Segundo o documento, as taxas de óbitos ligados ao calor intenso serão comparáveis a todos os cânceres até o final do século. (g1)

Panelinha no Meio. Saladas são normalmente vistas como acompanhamento. Algumas, mesmo se prestando para isso, também valem como uma refeição completa. É o caso da salada de abóbora assada com agrião e lascas de parmesão.

Cultura

Os fãs cariocas do trio americano Paramore ficaram revoltados com o rápido sumiço dos ingressos para o show que a banda fará no Rio, no dia 9 de março do ano que vem. Em 20 minutos, os cerca de 8 mil tíquetes para venda online se esgotaram — a casa de shows Qualistage, onde acontecerá a apresentação, tem capacidade para 9 mil pessoas. No Twitter, os fãs iniciaram um movimento por um show extra na cidade. Melhor sorte tiveram as pessoas que resolveram passar a noite numa fila para comprar presencialmente. (Globo e Extra)

Enquanto isso... O Coldplay anunciou ontem as novas datas de sua turnê brasileira. A banda britânica toca em São Paulo, no Morumbi, nos dias 10, 11, 13, 14, 17 e 18 de março de 2023. No Rio, os shows acontecem no Engenhão, nos dias 25 e 26 de março. As apresentações marcadas para este mês foram canceladas devido a uma forte infecção pulmonar do vocalista Chris Martin, mas os ingressos já comprados valem para os shows de 2023. (Rolling Stone)

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Amanhã é feriado, mas o Centro Cultural Banco do Brasil do Rio funciona para comemorar seus 33 anos. Uma das atrações será a participação do imortal da ABL Godofredo de Oliveira Neto no Clube de Leitura CCBB, que aborda este mês a obra do francês Alexandre Dumas (1802-1870). O livro escolhido via Twitter pelo público será O Conde de Monte Cristo, publicado como folhetim entre 1844 e 1846. O bate papo começa às 16h, e a entrada é gratuita, mediante ingresso retirado no local. O evento estará disponível no canal do BB no YouTube a partir o dia 19.

Domínio público ma non troppo. A galeria Uffizi, de Florença resolveu processar a grife francesa Jean Paul Gaultier pelo uso não autorizado em roupas de uma das mais famosas obras de seus acervo: O Nascimento de Vênus, do renascentista italiano Sandro Boticelli (1445-1510). A instituição alega que Gaultier “se aproveitou da imagem da obra-prima que se conserva no museu para fazer várias peças de vestuário, das quais publicou fotos em seu site e nas redes sociais”. A pintura é protegida pelo Código do Patrimônio Cultural italiano. (Folha)

Cotidiano Digital

De acordo com o portal WABetaInfo, o WhatsApp ampliará o número máximo de integrantes permitidos em um único grupo para 1.024 usuários. O recurso ainda está em fase de testes com alguns poucos usuários tendo acesso à nova atualização. Também não é possível saber quando a novidade será disponibilizada para todos no aplicativo de mensagens instantâneas. O aumento do número de pessoas em grupos pode ser uma tentativa do WhatsApp de aumentar a competitividade com rivais importantes, como Telegram e o Discord. (WABetaInfo)

Após voltar atrás e decidir novamente cumprir o acordo e adquirir o Twitter, o bilionário Elon Musk disse logo depois em seu perfil na plataforma que “comprar o Twitter é um acelerador para criar o X, o aplicativo para tudo.” Com a mensagem, o dono da Tesla e da SpaceX teria a intenção de levar a rede social a um novo patamar, semelhante ao bem-sucedido aplicativo WeChat da China. O “super app” reúne uma série de serviços, incluindo troca de mensagens, redes sociais, pagamentos e entrega de comida. Saiba como funcionam os superaplicativos e o que pode vir pela frente com o X, o misterioso app que Musk quer criar se comprar o Twitter. (BBC)

E a Foxconn, taiwanesa fabricante de eletrônicos e famosa por produzir o iPhone, da Apple, apresentou o Model B, carro elétrico para rivalizar com o Tesla Model Y, atualmente o veículo elétrico mais vendido do mundo. Os primeiros modelos devem chegar em 2023, e posteriormente, em 2024, devem ser lançados nos Estados Unidos. (Canaltech)

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