Lula assume hoje negociação da PEC da Transição

Após viagens internacionais e descanso devido a uma cirurgia na garganta, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retornou ontem à noite a Brasília para comandar as negociações em torno da PEC da Transição, ferramenta para manter o Bolsa Família em R$ 600. Ele chegou à capital acompanhado da futura primeira-dama Janja e do ex-ministro Fernando Haddad, aumentando a expectativa de que este seja confirmado para o Ministério da Fazenda. Aliados vinham se queixando que a ausência de Lula e falta de um nome à frente da equipe econômica têm travado o andamento da PEC. A expectativa do relator-geral do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), é que o texto final da proposta seja apresentado amanhã. (g1)

A finalização do ministério de Lula vem enfrentando um entrave: o grande número de aliados a serem contemplados. Além de Haddad, há pelo menos quatro caciques petistas de olho numa pasta: Gleisi Hoffmann, Aloizio Mercadante, Alexandre Padilha e Jaques Wagner. Gleisi, por exemplo, quer um ministério voltado para a área social, com políticas públicas de grande visibilidade. O problema é que esta é a mesma pretensão da senadora Simone Tebet (MDB-MS), que jogou todo seu capital político na campanha de Lula durante o segundo turno. (Globo)

Malu Gaspar: “Uma das pretensões de Lula é anunciar a indicação de Haddad junto com outros nomes, para não passar a impressão de improviso, ou de que esteja cedendo à pressão tanto dos políticos como do mercado para dizer o quanto antes quem será seu ministro da Fazenda. Lula tem ainda uma preocupação: formar consenso em torno de Haddad, que também sofre resistência de algumas correntes da frente ampla.” (Globo)

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A equipe que prepara a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já trata como certo que o atual ocupante do cargo, Jair Bolsonaro (PL), não participará da cerimônia, mas se preocupa agora com outra ausência, a de verba. Não há dinheiro suficiente para pagar diárias de agentes da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) responsáveis por dar segurança à posse, para a qual se espera um público de 150 mil pessoas. O assunto foi tema de uma reunião da última quinta-feira entre a equipe de transição e do governo do DF, diante da perspectiva de os manifestantes golpistas acampados em portas de quartéis tentarem atrapalhar a posse. (Folha)

A divisão interna no PL entre militantes de extrema direita que entraram com o presidente Jair Bolsonaro e políticos tradicionais da legenda vem se aprofundando, revela o Painel. Fazendo coro ao pedido do partido para que fossem anulados os votos de 59% das urnas, bolsonaristas como os deputados Carla Zambelli (SP), Filipe Barros (PR), Gustavo Gayer (GO) e Nikolas Ferreira (MG), além do senador Magno Malta (ES), dizem que aceitariam disputar uma nova eleição “em nome da transparência”. Para a ala política, a ideia é risível. (Folha)

Enquanto isso... Bolsonaro saiu da toca, mas manteve o silêncio. No sábado ele participou da formatura de cadetes do Exército na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) acompanhado do vice e senador eleito Hamilton Mourão (Republicanos), mas não discursou nem falou com os jornalistas. Em um momento, ele acenou para manifestantes com faixas de teor golpista. (UOL)

Farideh Moradkhani é sobrinha do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo da ditadura religiosa que domina o Irã há mais 40 anos. Mesmo assim, ela foi presa neste fim de semana após a divulgação de um vídeo em que pede aos países ocidentais que rompam todos os laços com o “regime assassino de crianças”, que, segundo ela, “não é leal a qualquer um de seus princípios religiosos”. O Irã vem sendo sacudido por protestos desde a morte sob custódia da jovem Mahsa Amini, presa por não usa corretamente o véu islâmico. (CNN)

Protestos contra as rígidas medidas do governo chinês contra a covid-19 se espalharam pelas principais cidades do país, com manifestantes em Xangai chegando a exigir que o Partido Comunista e o presidente Xi Jinping deixem o poder. Os protestos começaram na sexta-feira, após o incêndio em um prédio na cidade de Urumqi deixar dez mortos. A chegada dos bombeiros teria sido dificultada pelas medidas de isolamento e barreiras nas ruas, o que o governo nega. (Guardian)

Olho por olho no lance

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Viver

O Brasil ficou aterrorizado após os ataques a duas escolas em Aracruz, no Espírito Santo, quando um jovem de 16 anos matou quatro pessoas e feriu outras 12, nesta sexta-feira. Era mais de 9h da manhã, quando o adolescente, vestido com roupas camufladas e usando uma suástica nazista no braço, uma pistola automática e um revólver calibre 38, arrombou o cadeado da escola estadual Primo Bitti e abriu fogo na sala dos professores. Duas educadoras morreram no mesmo dia e a terceira faleceu no sábado. De lá, o menor infrator seguiu para uma escola particular, onde atirou contra três estudantes. Uma menina de 12 anos morreu no local. O atirador utilizou o carro e as armas do pai, tenente da Polícia Militar, que também já havia compartilhado a imagem do livro Minha Luta, de Adolf Hitler, em uma rede social. Ele foi apreendido pela polícia horas depois dos atentados na companhia de seus pais, em uma casa de praia da família. (UOL e Folha)

Em depoimento à polícia, o atirador disse que sofria bullying na escola Primo Bitti, onde estudou até junho, e que planejou a ação por dois anos. A polícia vai investigar se ele teve ajuda para planejar o ataque, se foi incentivado a cometer as infrações e se participa de algum grupo na internet que promove extremismo e discurso de ódio. Os investigadores também vão apurar se o pai do jovem sabia de seu interesse por armas. (Folha)

Uma profissional que sempre sonhou em ser professora; uma pernambucana que havia se mudado há pouco tempo para dar aulas em Aracruz; uma ativista que pedia reparação às vítimas de Brumadinho e dava aulas de sociologia. E uma aluna exemplar, que estava prestes a se mudar com a família para a Bahia. Conheça as quatro vítimas de Aracruz. (g1)

O Canadá fez história ontem, ao marcar seu primeiro gol em uma Copa do Mundo. A marca só não foi mais comemorada porque a Croácia acabou vencendo a partida por uma goleada de 4 a 1. Melhor sorte do dia foi do Marrocos, que venceu a Bélgica por 2 a 0 e quebrou um tabu de 24 anos sem vencer na competição. A Costa Rica ainda venceu o Japão por 1 a 0, e, em partida muito disputada, Espanha e Alemanha empataram em 1 a 1. (Estadão)

A seleção do Qatar também entrou para a história das Copas, ao fazer a pior campanha de um anfitrião em todas as edições do Mundial. Ao perder para o Senegal por 3 a 1 na sexta-feira, a equipe foi a primeira eliminada da competição. (UOL)

E o Brasil pode se classificar hoje para a segunda fase. A Seleção enfrenta a Suíça às 13h. (Globo Esporte)

A primeira vacina brasileira contra a covid-19 começou a ser testada em humanos nesta sexta-feira pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Batizado como SpiN-Tec, o imunizante é produzido em parceria com a Fiocruz Minas e utiliza tecnologia e insumos desenvolvidos no país. Após a aprovação da Anvisa para o início dos testes clínicos, os pesquisadores receberam mais de mil inscrições de voluntários para participar dos estudos em menos de dez dias. (Estadão)

Cultura

O cantor e compositor Gilberto Gil agradeceu ontem nas redes sociais a solidariedade de outros artista e personalidades à divulgação no sábado de um vídeo gravado na quinta-feira, antes do jogo Brasil e Sérvia, em que bolsonarista fazem agressões verbais a ele e a mulher e empresária Flora. “Obrigado a todos pela corrente de solidariedade, aos amigos que ligaram e se manifestaram nas redes sociais. Amanhã estaremos torcendo pela seleção brasileira e por um Brasil sem ódio”, disse o cantor. Na gravação, um grupo aborda Gil, de 80 anos, e Flora num corredor do estádio Lusail, no Qatar, e começa a gritar frases como “Vai, Lei Rouanet” e “Vai Bolsonaro” além de palavrões e ofensas. (g1)

Além de se solidarizar com Gil, a cantora Daniela Mercury começou um movimento para identificar os agressores, oferecendo ingressos em shows e abadás. Mais tarde, o empresário fluminense radicado nos EUA Ranier Lemache, de 47 anos, divulgou nota admitindo ter participado do grupo e gritado, mas negando ter ofendido Gil, que agora chama de “nobre artista”. (Globo)

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Terminou ontem a edição 2022 da Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), que marcou a volta das mesas ao vivo após dois anos de atividades remotas. Um dos destaques foi a francesa Annie Ernaux, vencedora do Nobel de Literatura. Apesar do sucesso, a organização do evento e os comerciantes de Paraty, cidade turística o litoral sul-fluminense, querem que a FLIP 2023 volte para seu calendário habitual, entre junho e julho. Eles alegam que, no inverno, a festa cria uma segunda “alta temporada”, que já acontece em novembro. De acordo com a organização, a mudança depende de revisões na Lei Rouanet que agilizem a liberação de recurso, processo enfrentou contratempos e boicote durante o governo Bolsonaro. (Folha)

Fim de semana triste para a cultura. Na sexta-feira morreu, aos 63 anos, a cantora e atriz americana Irene Cara. Ela despontou para a fama em 1980 com o papel de Coco no musical Fama (trailer), de Alan Parker, e por interpretar sua célebre canção-título. Três anos depois, ganhou o Oscar e o Globo Ouro de Melhor Canção e os Grammys de Melhor Cantora e Melhor Trilha Sonora com a música Flashdance... What A Feeling, tema do filme Flashdance (trailer). A causa da morte não foi informada. (BBC)

No sábado, morreu atropelada por um motociclista em São Paulo a artista visual gaúcha Rochelle Costi, de 61 anos. Participante da Bienal de São Paulo, era considerada um dos nomes mais destacados da arte contemporânea do país, especialmente por conta de fotografias em que desafiava as proporções de objetos cotidianos. (Folha)

Cotidiano Digital

Após suspender o Twitter Blue, Elon Musk, presidente-executivo da plataforma, anunciou que vai relançar o serviço de assinatura nesta semana. Além do polêmico serviço cobrado para o selo azul, Musk lançará marcas de verificação douradas e cinzas. Segundo o empresário, o selo dourado será usado para identificar empresas, e o cinza, governos nacionais e locais. A já tradicional checagem azul ficará reservada a indivíduos. O serviço de assinatura foi suspenso pela empresa nos últimos dias, por conta do aumento de contas falsas após o lançamento inicial. O bilionário disse que o problema foi resolvido, e a verificação será relançada nesta terça-feira. (TechCrunch)

E o Twitter que se cuide, pois a rede indiana Koo está de olho no Brasil. Após conquistar 2 milhões de usuários no país, o aplicativo ganhou uma equipe de comunicação no Brasil e também uma versão em português. Além disso, a empresa planeja contratar funcionários no país. Com as polêmicas envolvendo o Twitter e seu novo dono, o Koo se tornou uma alternativa para muitos usuários, e, claro, um convite para piadinhas no Brasil. O cofundador Mayank Bidawatka disse que quer que o Koo seja diferente do Twitter e que tem a missão de “unir o mundo”. Ele também negou as acusações de que, na Índia, a rede promova propagandas do governo. (g1)

E os Estados Unidos proibiram a Huawei Technologies, a ZTE Corp e outras empresas chinesas de venderem produtos eletrônicos no país. A decisão foi aprovada pela Comissão Federal de Comunicações americana (FCC) por 4 votos a 0, sob a justificativa de “risco inaceitável” à segurança nacional dos EUA. A proibição inclui equipamentos de telecomunicações e vigilância feitos por empresas chinesas. (The Verge)

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