STF rejeita pedido, e deputados bolsonaristas tomarão posse

Alexandre de Moraes rejeitou neste domingo um pedido feito pelos advogados do Grupo Prerrogativas e manteve a posse, na próxima quarta-feira, de deputados bolsonaristas acusados pelo grupo de envolvimento com os atos golpistas de 8 de janeiro. O ministro do Supremo atendeu à recomendação da Procuradoria-Geral da República defendendo o arquivamento da ação contra os 11 parlamentares — nove do PL, um do PP e um do PRTB. Segundo a PGR, até o momento não há provas concretas de que os deputados tenham participado ou mesmo incitado os ataques. (g1)

Então... O relatório apresentado pelo interventor federal na segurança do DF aponta mais um indício de, pelo menos, negligência das autoridades. Segundo Ricardo Cappelli, o comando da PMDF entregou a tarefa de montar a barreira que deveria conter os golpistas a policiais que ainda estavam no curso de formação, enquanto os agentes com experiência estavam “de prontidão em casa”. (UOL)

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Ex-ministros e auxiliares de Jair Bolsonaro estão furiosos com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, conta Bela Megale. Na tentativa de minimizar a minuta de um decreto golpista encontrado pela PF na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, Costa Neto afirmou que projetos para impedir a posse de Lula circularam pelo governo e que havia propostas do tipo “na casa de todo mundo”. Além de negarem ter recebido tais documentos, antigos colaboradores dizem que presidente do PL coloca todos “no mesmo saco” de Torres e pode abrir espaço para que sejam processados. (Globo)

Enquanto isso... Em conversa com jornalistas ontem, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse não haver previsão para o retorno de seu pai ao Brasil. “Pode ser amanhã, pode ser daqui uns seis meses, pode não voltar nunca. Não sei”, declarou. O ex-presidente viajou para os EUA no dia 30 de dezembro para não participar da posse de Lula. (CNN Brasil)

Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL) devem se reeleger presidentes do Senado e da Câmara na próxima quarta-feira, quando começa a nova legislatura, mas o cenário nas duas casas indica situações bem diversas. Pacheco diz contar com os votos de pelo menos 50 dos 81 senadores, mas enfrenta a candidatura do bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN), que busca, pelo menos, levar a disputa para um segundo turno. Ele afirma ter 34 votos, indicando que alguns senadores estão fazendo jogo duplo. Já Lira montou uma rede de apoio de 20 partidos que somam 496 dos 513 deputados e vai enfrentar Chico Alencar (PSOL-RJ), que não tem o respaldo nem dos demais partidos de esquerda. Lira vem jogando pesado. Distribuiu 263 cargos entre aliados e mais que dobrou o complemento do auxílio-moradia dos deputados. (Poder360)

Candidata a vice-presidente na chapa de Simone Tebet (MDB-MS), a senadora paulista Mara Gabrilli anunciou ontem que estava deixando o PSDB, no qual militou por 19 anos, e se filiando ao PSD de Gilberto Kassab. E, embora diga que continua “se sentindo tucana”, ela saiu atirando, dizendo que o partido virou um “nanico moral” com bancadas irrisórias e acusando a atual direção de boicotar candidaturas femininas. O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, reagiu e, segundo o Painel, disse que a senadora traiu sua história e vai fazer parte “da base de apoio do PT”. Com a entrada de Gabrilli e de Eliziane Gama (Cidadania-MA), o PSD chega a 15 cadeiras no Senado, ultrapassando o PL, com 13, como a maior bancada. (Folha)

O site oficial do PT foi hackeado na manhã de ontem. No lugar do conteúdo normal, os invasores publicaram mensagens contra o partido e o presidente Lula e uma foto do ex-ator pornô Clóvis Basílio dos Santos, conhecido como “Kid Bengala”. A página oficial do presidente e outros sites ligados à legenda não foram atingidos. (Metrópoles)

“Tinha na casa de todo mundo”

Marcelo Martinez
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Viver

Garimpeiros não se limitam ao tráfego aéreo no estado de Roraima para acessar o território ianomâmi, mas vêm também pela Venezuela, que faz fronteira com a terra indígena. É o que mostram mapas obtidos pelo Estadão. Além de transportar o minério extraído ilegalmente, os aviões são utilizados no local para levar insumos aos invasores, como combustível, peças e alimentos. Durante os meses de cheias, eles também utilizam os rios como meio de transporte clandestino. As aeronaves utilizadas pelos garimpeiros, como os helicópteros modelos Robinson 44 ou 66, chegam a custar mais de R$ 3 milhões. As ações de emergência em saúde realizadas pelo governo federal não intimidaram as movimentações desses grupos na região, que seguem ocorrendo com cerca de 40 voos diários. (Estadão e Folha)

Mais seis ianomâmis morreram, na sexta-feira, por malária e desnutrição na comunidade de Surucucu, em Roraima, uma das áreas mais afetadas pela crise humanitária. Entre as vítimas estão uma mulher, que também tinha duas crianças desnutridas, uma criança de nove anos e quatro homens adultos. Um deles era uma liderança na comunidade local. (UOL)

Os repórteres Sônia Bridi e Paulo Zero acompanharam a chegada da equipe da Funai à terra ianomâmi e trouxeram imagens de impacto para o Fantástico. (g1)

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que foram desmatados 232 hectares de floresta amazônica na terra ianomâmi em 2022, um aumento de 24,7% em relação ao ano anterior. Até 2018, não eram registrados desmate por garimpo ilegal no território, mas desde 2019 o sistema do Inpe tem apontado essa atividade em todos os anos. (Folha)

Criticado por lideranças indígenas, ONGs, ex-servidores e membros do atual governo pela situação dos ianomâmis durante sua gestão, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou em suas redes sociais uma mensagem no sábado, dizendo que “nunca um governo dispensou tanta atenção e meios aos indígenas” como o dele. (Folha)

O governo Lula vai recriar o Conselho Nacional de Combate à Discriminação LGBTQIA+, órgão participativo para auxiliar na construção de políticas públicas para a comunidade. Nas próximas semanas deve ser publicado um decreto instituindo o conselho, que foi extinto em 2019 por meio de um decreto do então presidente Jair Bolsonaro, mas recriado em seguida, após pressão da sociedade civil e do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao definir, na época, o Conselho Nacional de Combate à Discriminação, para a defesa de minorias étnicas e raciais, o governo excluiu referências à comunidade LGBTQIA+ e reduziu o número de representantes sociais, de 15 para três. (Folha)

Dados da Secretaria de Segurança Pública apontam para uma queda de mais de 39% no número de mortes cometidas por policiais militares em serviço no estado de São Paulo entre 2021 e o ano passado. Esse é o menor patamar desde 2001. Foram 256 mortes em 2022 ante os 423 casos no ano anterior. Especialistas apontam o uso de câmeras nas fardas como a principal causa da queda da mortalidade por agentes de segurança. (Estadão)

O Palmeiras venceu o Flamengo por 4 a 3 neste sábado e conquistou seu primeiro título da Supercopa no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Veja os melhores momentos da partida. (ge)

Cultura

Os dois anos de hiato que a covid-19 impôs ao Festival de Verão de Salvador, que retornou neste fim de semana, parecem ter aumentado o ímpeto de plateia e artistas. Foi um evento de encontros. Criolo, que protestou contra a tragédia dos ianomâmi, recebeu Ney Matogrosso; Margareth Menezes deixou de lado as formalidades de ministra e voltou a ser a cantora eletrizante de sempre ao lado de Majur e Larissa Luz. Ivete Sangalo, ao lado de Luedji Luna, deu uma prévia do vai ser o carnaval baiano, e vai ser quente. E, culminando, Gilberto Gil chamou ao palco Caetano Veloso para homenagearem a amiga e parceira Gal Costa. (Estadão)

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Que o rock ’n’ roll nasceu preto nos EUA, não resta dúvida, que o digam pioneiros como Sister Rosetta Tharpe e Ike Turner, mas foram poucos os que conseguiram, ainda nos anos 1950 romper as barreiras do racismo e do embranquecimento do estilo e se tornarem grandes ídolos. Agora, um documentário joga luz sobre um desses gênios. Little Richard: I Am Everything, dirigido por Lisa Cortés, mostra não só um artista único, mas uma pessoa em permanente conflito entre a religiosidade — era pastor — e a própria arte e sexualidade. (Folha)

E, já que estamos por aqui mesmo, vamos ouvir Little Richard em Keep A-Knockin’, de onde John Bonham, do Led Zeppelin, pegou emprestada a introdução de bateria de Rock and Roll. (Spotify)

A Academia de Hollywood está estudando cancelar a indicação de Andrea Riseborough ao Oscar de melhor atriz por seu papel em To Leslie (trailer). Segundo a imprensa, a produção do filme violou as regras de promoção e lobby. A atriz Mary McCormack, casada com Michael Morris, diretor do filme, teria mandado mensagens a colegas famosos pedindo que fizessem campanha no Instagram pela indicação de Riseboroungh e sugerindo hashtags — gente de peso, como Jane Fonda e Liam Neeson, atendeu. O perfil oficial do filme ainda publicou (e apagou em seguida) uma crítica que comparava o trabalho da atriz ao de Cate Blanchett em Tár (trailer), o que é proibido pelas regras do Oscar. A decisão da Academia deve sair até amanhã. (Globo)

Morreu no sábado, aos 73 anos, Tom Verlaine, vocalista e guitarrista da banda americana Television. Atração costumeira no lendário bar de rock CGBG, foi um dos pioneiros do punk rock, e seu álbum Marquee Moon, de 1997, é considerado um dos mais influentes do gênero. A causa da morte não foi divulgada. (Rolling Stone)

Cotidiano Digital

O Google publicou artigo sobre o MusicLM, uma inteligência artificial (IA) que cria música complexas a partir de descrições em texto. A IA foi treinada com dados de 280 mil horas de música e cerca de 1% deste material é protegido por direitos autorais e, portanto, não será disponibilizada ao público. Da sua parte, a Microsoft vem investindo pesado em IA, inclusive aliando a tecnologia ao seu buscador, o Bing, o que acendeu um sinal de alerta no Google. Na Amazon, funcionários têm usado o ChatGPT no trabalho e a empresa se pronunciou para que não sejam compartilhados dados sigilosos com a IA, já que a ferramenta conseguiu mimetizar fielmente materiais internos da companhia. (TecMundo e Estadão)

O TikTok tem futuro incerto nos EUA e, agora, na Europa. O aplicativo foi acusado de coletar dados de cidadãos americanos e influenciar usuários com conteúdo pró-China. Com reforço no lobby e mudança de processo, o problema parecia contornado, mas a ferramenta foi acusada de espionar jornalistas americanos. Na Europa, há grande debate sobre o uso do TikTok por jovens e também uma investigação em curso sobre transferência de dados de cidadãos europeus para a China. (Núcleo Jornalismo)

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, chamou as plataformas de mídia social de cúmplices da divulgação do discurso de ódio ao não moderarem seus algoritmos. E convocou a todos para que trabalhem na criação de proteções que sejam respeitadas. (UOL)

Influenciadores que tiveram suas redes sociais suspensas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por divulgação de discursos considerados antidemocráticos têm se refugiado no Rumble, uma plataforma de vídeos autointitulada “imune à cultura do cancelamento”. (UOL)

Playdate é o nome de um videogame portátil que cabe na palma da mão com uma pequena manivela que funciona como um dos controles dentro dos jogos. Assim que foi lançado, o Playdate vendeu 20 mil unidades em 20 minutos, a US$ 179 cada. Uma inovação do aparelho é que você não compra os jogos, mas assina o serviço (em um modelo semelhante à Netflix). A cada duas semanas, o assinante recebe um novo jogo surpresa. Além disso, a empresa criou um kit de desenvolvimento de jogos aberto e qualquer desenvolvedor pode criar games para o aparelho, e a linguagem de programação é a brasileira Lua, criada no Tecgraf da PUC-Rio. (Folha)

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