Relator quer Bolsonaro inelegível por oito anos

“Declaro sua inelegibilidade por oito anos seguintes ao pleito de 2022.” Esse foi o primeiro voto do julgamento de Jair Bolsonaro (PL) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, por atacar o sistema de votação e as urnas eletrônicas em reunião com embaixadores em julho do ano passado. O relator, ministro Benedito Gonçalves, disse não ser possível fechar os olhos para discursos antidemocráticos, criticou a banalização do golpismo e destacou os ataques do ex-presidente com uso da imagem das Forças Armadas. Ele pediu a condenação de Bolsonaro por “sua responsabilidade direta e pessoal pela conduta ilícita em benefício de sua candidatura à reeleição”. O general Braga Netto, candidato a vice, foi absolvido pelo ministro. “A reunião [com os embaixadores] não é uma fotografia na parede, mas um fato inserido em um contexto”, afirmou. Ele defendeu a inclusão da “minuta do golpe” entre as provas, criticada pela defesa de Bolsonaro. Segundo o ministro, o ex-presidente assumiu uma “antagonização injustificada” ao TSE. O relator defendeu que seu voto seja encaminhado ao Tribunal de Contas da União e a inquéritos criminais em curso no Supremo Tribunal Federal para apurar se cabem investigações das condutas em debate fora da Justiça Eleitoral. (Folha)

A sessão foi suspensa e será retomada amanhã às 9h. A votação continuará na seguinte ordem: Raul Araújo (pressionado por bolsonaristas a pedir vista), Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, Cármen Lúcia, Kássio Nunes Marques e Alexandre de Moraes. Os ministros devem ler seus votos em até 30 minutos para que o julgamento seja encerrado antes do recesso do Judiciário. (Globo)

Para proteger Bolsonaro, o deputado Sanderson (PL-RS) apresentará um projeto de lei para anistiar todos os políticos que cometeram crimes eleitorais em 2022. Para ele, o julgamento do TSE é uma perseguição ao ex-presidente e a políticos de direita. O deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) também seria beneficiado. (Estadão)

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“Seja homem e admita seu erro.” O mais duro ataque ao coronel Jean Lawand Júnior durante seu depoimento à CPMI do 8 de Janeiro partiu de um senador bolsonarista, Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG). Ele se revoltou quando o militar tentou negar ter pedido um golpe de Estado em conversas com o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, interceptadas pela Polícia Federal. Nas mensagens, Lawand insistia que o então presidente tinha de “dar a ordem”, pois o Comando do Exército não agiria sozinho. Ontem, ele alegou que “a ordem” seria para que os manifestantes acampados nas portas dos quartéis voltassem para casa a fim de “pacificar o país”. A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-AM), disse que a explicação não fazia sentido. “O senhor não pode infantilizar essa comissão”, ressaltou. Lawand disse ainda que foi “infeliz” e se desculpou com o Exército. (Poder360)

E a comissão marcou para terça-feira um dos mais esperados depoimentos, o do tenente-coronel Mauro Cid, que está preso por suspeita de fraude para emissão de certificados de vacinação contra covid-19 para Bolsonaro e outras pessoas. A ministra do STF Cármen Lúcia determinou que Cid deve comparecer à CPMI, mas pode ficar em silêncio. (Metrópoles)

Enquanto isso... Ministério Público Federal (MPF) pediu ontem a cassação de três outorgas de radiodifusão da Jovem Pan por disseminar desinformação durante as eleições e atacar a democracia. Em nota, a empresa disse que só se manifestaria nos autos e reafirmou “seu compromisso com a sociedade brasileira e a democracia”. (UOL)

Em tom mais ameno do que o do comunicado pós-reunião, a Ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada ontem, abre espaço para a queda dos juros em agosto. O item 19 da ata mostra que houve divergência sobre o corte entre os nove integrantes: um grupo indica que a redução pode começar na próxima reunião e outro destaca a necessidade de mais evidências de desinflação. A ata também manda um recado para reunião do Conselho Monetário Nacional, que acontece amanhã, afirmando que mudança na meta de inflação pode segurar a flexibilização da política monetária. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou estar muito confiante na queda dos juros. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que a ata veio mais realista, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a sinalização de queda está em linha com as medidas do governo. A previsão do mercado é que a Selic caia para 13,50% ao ano em agosto, fechando 2023 em 12,25%. (g1)

Ainda ontem, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou novo convite, ainda sem data, para que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, esclareça a política monetária e a definição da Selic. Os requerimentos foram apresentados por Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), Ciro Nogueira (PP-PI), Rogério Marinho (PL-RN) e Plínio Valério (PSDB-AM). (Globo)

O centrão quer o Ministério da Saúde. Mas Lula já disse que, pelo menos por ora, não vai tirar Nísia Trindade do posto. Para amenizar a pressão, o governo pretende entregar ao centrão, provavelmente ao PP, partido do presidente da Câmara, Arthur Lira, o comando da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). O órgão foi extinto no início deste ano por meio de MP, que acabou caducando. Seu fim foi incluído na MP dos Ministérios, mas, na última hora, uma emenda foi aprovada evitando seu encerramento de vez. Após ser recriada, disse uma fonte do governo, a fundação, que faz obras de saneamento e tem capilaridade nacional, vai ser toda loteada. (Globo)

A política brasileira da última década teve um efeito perceptível na sociedade brasileira, um resultado que foi capturado pelos números frios dos resultados do censo demográfico que o IBGE divulgará hoje, pela manhã. Não foi um censo fácil de conduzir. Houve a pandemia e a má vontade do governo de Jair Bolsonaro, mas também ocorreu resistência da população. Esses números já foram analisados pelo editor do Meio, Pedro Doria, e a leitura será distribuída a todos os assinantes premium logo após a divulgação do censo. No Meio Político. Assine e conheça.

Depois do motim de mercenários que ameaçou Moscou, a Guarda Nacional da Rússia anunciou que receberá equipamento militar pesado, enquanto o Grupo Wagner, de Yevgeny Prigozhin, terá de devolver os blindados usados na Ucrânia. “Vocês pararam uma guerra civil”, afirmou Vladimir Putin a militares ontem. Segundo o presidente, o Grupo Wagner recebeu US$ 1 bilhão (R$ 4,75 bilhões) em um ano, e esse gasto vai ser investigado. Prigozhin chegou ontem a Minsk, em Belarus. (Folha)

Por que Prigozhin se rebelou contra Putin? Tatyana Stanovaya, membro sênior do Carnegie Russia Eurasia Center, diz que o motim não foi uma busca pelo poder ou uma tentativa de dominar o Kremlin. “Surgiu de uma sensação de desespero; Prigozhin foi forçado a sair da Ucrânia e se viu incapaz de sustentar o Wagner como fazia antes, enquanto a máquina estatal se voltava contra ele.” (New York Times)

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Viver

Cansado de ouvir vários “alarmes irritantes”, um zelador do Rensselaer Polytechnic Institute, no interior do estado de Nova York, decidiu desligar um freezer do laboratório de pesquisa. O problema é que o congelador abrigava culturas e amostras de células que faziam parte de estudos há mais de 20 anos. Segundo informações que constam no processo movido pela universidade contra a empresa de limpeza, a maioria das amostras foi “comprometida, destruída e tornada irrecuperável”. O instituto pede mais de US$ 1 milhão em indenização pelo incidente. (CNN Brasil)

Para ler com calma. Uma iniciativa financiada pelo Ministério da Saúde e realizada por dois hospitais de São Paulo auxilia a reduzir o tempo de diagnóstico e início de tratamento do infarto agudo do miocárdio em 300 Unidades de Pronto Atendimento (UPA) nas cinco regiões do país. Por meio de teleconsulta, os cardiologistas de plantão atendem e orientam as equipes das UPAs, analisando exames e emitindo laudos 24 horas por dia, sete dias por semana. (Folha)

O relatório anual da Global Forest Watch, divulgado ontem, mostra que o planeta perdeu 10% de suas florestas tropicais em 2022 em comparação com o ano anterior. Foram destruídos 4,1 milhões de hectares de florestas, o equivalente a 11 campos de futebol por minuto. A devastação lançou 2,7 gigatons de CO2 na atmosfera, semelhante às emissões anuais da Índia por combustíveis fósseis. O Brasil foi o país líder em desmatamento, sendo responsável por 43% do total global no período. (O Eco)

Quer saber como a Inteligência Artificial vai impactar o setor financeiro em áreas como concessão de crédito, prevenção a fraudes, atendimento e marketing? Nosso editor Pedro Doria conversa hoje sobre tudo isso com o CDO do Banco Pan, Samir Migliani, às 14h30 na Febraban Tech 2023. Acompanhe a cobertura completa do evento e a programação do estande pelo site da Embratel.

Cultura

Hoje é o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, e uma das formas de celebrar a data é assistindo a filmes (tanto documentários quanto ficcionais) que abordam esse tema. Estão disponíveis em streaming, entre outros, títulos como Carol (trailer), estrelado por Cate Blanchett e Rooney Mara, e o doc Divinas Divas (trailer), dirigido por Leandra Leal, enquanto nos cinemas há opções como Seus Ossos e Seus Olhos (trailer), de Caetano Gotardo. (Folha)

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A parada cardíaca que matou Michael Jackson (Spotify) em 25 de junho de 2009 calou o Rei do Pop, mas não encerrou suas polêmicas. O Tribunal de Apelação da Califórnia aceitou o processo do coreógrafo Wade Robson, de 40 anos, contra a MJJ Productions, que pertencia ao cantor. Ele alega ter sido molestado por Michael quando tinha entre sete e 14 anos. Robson chegou a depor a favor do artista em um processo por pedofilia em 2005, mas, oito anos depois, alegou ter sido manipulado a mentir em juízo. O coreógrafo, que já perdeu ações contra o espólio de Jackson, acusa a empresa de aliciar crianças e acobertar os abusos no rancho Neverland, onde o cantor morava. (Globo)

A polícia da Califórnia confirmou ontem que os restos humanos encontrados em uma trilha no monte Baldy pertencem ao ator britânico Julian Sands, de 65 anos, que desapareceu na região em janeiro. A causa da morte ainda não foi divulgada. (g1)

Elogiado por sua participação na série The Politician, o ator americano David Corenswet, de 29 anos, foi anunciado ontem como o novo Homem de Aço no filme Superman: Legacy, previsto para 2025. Rachel Brosnahan, de A Maravilhosa Sra. Maisel, será Lois Lane. (The Wrap)

Cotidiano Digital

O Google lançou ontem uma ferramenta de visualização imersiva para o Google Maps no Brasil. A novidade conta com inteligência artificial (IA) e dados do Street View para criar sobrevoo realista em pontos turísticos e locais famosos do país, como o Palácio do Planalto, o Cristo Redentor e a Pinacoteca de São Paulo. O recurso pode ser acessado no Google Maps pelo computador e também nos apps para Android e iPhone. O Visualização Imersiva foi lançado pelo Google no ano passado em algumas cidades do mundo. Em breve, também será possível olhar detalhes de locais internos com o Indoor Live View, que tem foco em aeroportos, shoppings e estações de metrô. (Olhar Digital)

Clone do BeReal, o TikTok Now será descontinuado pela rede social chinesa menos de um ano após seu lançamento. O TikTok começou ontem a notificar os usuários sobre o fim da função, que estimulava usuários a fazerem publicações espontâneas a qualquer momento do dia. Nos EUA, o recurso está disponível no próprio aplicativo do TikTok, enquanto em outras regiões do mundo a ByteDance lançou um app exclusivo do TikTok Now. O motivo do encerramento da função não foi divulgado. (The Verge)

A empresa de turismo espacial Virgin Galactic revelou ontem os passageiros que estarão na primeira viagem comercial da empresa ao espaço, prevista para acontecer amanhã. Batizada de Galactic 01, a viagem terá fins científicos e levará três integrantes da Força Aérea Italiana e do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália, que vão conduzir uma pesquisa sobre microgravidade durante o voo. Além dos passageiros, a empresa divulgou quem serão os comandantes e pilotos do avião e do “porta-aviões”, apelidados de VSS Unity e VMS Eve. Entre a tripulação, há apenas uma mulher, a comandante Kelly Latimer. (g1)

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