Cúpula da Amazônia termina sem metas de desmatamento ou petróleo

O texto final da Declaração de Belém, documento aprovado ontem pelos oito países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), na Cúpula da Amazônia, deixou de fora metas claras para o desmatamento e a exploração de petróleo na região, restando apenas intenções sobre esses pontos. O objetivo de zerar o desmatamento ilegal do bioma até 2030, proposto pelo Brasil, não foi incluído por falta de consenso entre os países. Isso já era esperado, devido à resistência da Bolívia. Já o obstáculo imposto pelo governo brasileiro foi sobre a adoção de um veto à exploração de petróleo, por defender a atividade pela Petrobras. O documento fala sobre “consciência quanto à necessidade urgente de cooperação regional para evitar o ponto de não retorno na Amazônia” e do lançamento da Aliança Amazônica de Combate ao Desmatamento a partir das metas nacionais adaptadas a cada país. (Metrópoles)

De reafirmação dos direitos indígenas a críticas aos países ricos, oito pontos para entender a Declaração de Belém. (Globo)

Durante a abertura do evento, em Belém (PA), o presidente Lula disse que “nunca foi tão urgente retomar e ampliar” a cooperação entre os países que compartilham a floresta amazônica em seus territórios. Também afirmou que a “história da Amazônia será medida entre antes e depois” da cúpula, que termina hoje, e tem como objetivo fortalecer os oito países que compõem a OTCA, superar “desconfianças”, além de discutir e promover um novo desenvolvimento sustentável “combinando proteção ambiental com empregos dignos”. (g1)

Já o presidente colombiano, Gustavo Petro, criticou os países vizinhos pela falta de compromisso contra a exploração de petróleo. “A política não consegue se destacar dos interesses econômicos que derivam do capital fóssil. Por isso, a ciência se desespera, porque ela não está vinculada nesses interesses tanto quanto a política”, afirmou. A reunião dos chefes de Estado não contou com a presença do ditador venezuelano, Nicolás Maduro, impedido de participar devido a uma infecção nos ouvidos. (g1)

Então... Quem não conseguiu falar com Lula pela segunda vez foi o cacique Raoni. O principal líder indígena do país queria pedir ao presidente que não explorasse petróleo na Amazônia. O Planalto argumentou que Lula não tinha agenda. (BBC)

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Agora é oficial. Julho foi o mês mais quente já registrado no planeta. Segundo o observatório europeu Copernicus, a temperatura na Terra aumentou 0,33ºC frente ao último recorde para o mês, registrado em 2019. Também houve uma elevação de 0,72ºC na temperatura da atmosfera na comparação com as médias registradas em julho de 1991 a 2020. Para o secretário-geral da ONU, António Guterres, “a humanidade saiu da era do aquecimento global para entrar na era da ebulição global”. A rede científica World Weather Attribution afirma que as ondas de calor na Europa e nos Estados Unidos seriam “praticamente impossíveis” sem o efeito da atividade humana. (g1)

Meio em vídeo. Pedro Doria e Cora Rónai discutem a iniciativa da Secretaria de Educação de São Paulo de eliminar os livros físicos das escolas públicas do estado em favor dos livros digitais. E Cora ainda comenta O Livro do Clima, organizado pela ativista Greta Thumberg. (YouTube)

Centrão

Orlando Pedroso

Centrão 560

Política

De tornozeleira eletrônica, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, depôs ontem na CPMI do 8 de janeiro. A expectativa era que ele desse detalhes sobre a minuta do golpe, mas isso não aconteceu. “É fantasioso isso aí. Jamais saiu da minha casa, não conversei sobre isso com ninguém, e é um documento que estava pronto para ir ao lixo para descarte”, afirmou, acrescentando que não sabe quem fez o texto. Também tentou se eximir de responsabilidade, defendendo seu plano para o 8 de janeiro e dizendo que houve “falha grave” na execução do protocolo definido pela secretaria dois dias antes. Disse que só viajou para os EUA, em 6/1, após enviar o protocolo a todos os envolvidos e que “não havia informação de inteligência”. Ele também foi questionado sobre a atuação da Polícia Rodoviária Federal no segundo turno, dificultando o acesso às urnas em algumas cidades. (Folha)

A sessão de ontem foi marcada por confusão entre parlamentares: o deputado Marco Feliciano (PL-SP) acusou o senador Rogério Carvalho (PT-SE) de ter cuspido nele. O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), pediu à secretaria da comissão que pericie as imagens. (g1)

Com as recentes revelações sobre a negociação de um Rolex pelo tenente-coronel Mauro Cid, aumentou a pressão para que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro faça uma delação premiada. Militares amigos de Cid defendem que ele explique quem ficaria com o dinheiro da venda do relógio, conta Andréia Sadi. Além disso, investigadores da PF encontraram na nuvem do celular de Cid indicações de que negociou e vendeu joias neste ano nos EUA, segundo o Blog do Valdo Cruz. (g1)

A CPMI analisou e-mails de Cid que indicam três “agendas privadas” à noite no Palácio da Alvorada, reunindo Bolsonaro, o procurador-geral da República, Augusto Aras, e sua vice, Lindôra Araújo. Uma das reuniões ocorreu em 10 de agosto do ano passado. Dias depois, em 24 de agosto, Lindôra defendeu no STF o arquivamento de pedido de parlamentares para abrir uma investigação contra Bolsonaro por atacar o sistema eleitoral em reunião com embaixadores — episódio que acabou levando à inelegibilidade do ex-presidente pelo Tribunal Superior Eleitoral. (Globo)

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), avisou ontem que não vai votar a nova regra fiscal antes do lançamento do Novo PAC, previsto para esta sexta-feira. Com isso, o governo terá de lançar o programa sem saber qual o espaço que pode ocupar no orçamento. Lira deve se reunir apenas na segunda-feira com deputados e técnicos para discutir as mudanças no texto do arcabouço fiscal feitas no Senado, conta Igor Gadelha. (Metrópoles)

E por falar... O Palácio do Planalto encaminhou ao Congresso pedido de alterações na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024. O governo propõe que até R$ 5 bilhões que serão usados no Novo PAC sejam descontados da meta fiscal do ano que vem. O texto precisa ser avaliado pelos parlamentares. (CNN Brasil)

Sem a minirreforma ministerial, a Câmara segue no clima de “operação tartaruga”, sem votações. E deve continuar assim pelos próximos dias, segundo o Blog do Camarotti. Lula está fora de Brasília nesta semana e a expectativa de que ele definisse as trocas no fim de semana não se concretizou. (g1)

A alíquota básica total dos impostos que serão criados com a reforma tributária pode chegar a 27%, caso as exceções incluídas na Câmara sejam mantidas. Com a carga atual, a alíquota seria de 25,45%, e, se não houvesse exceções, ficaria entre 20,73% e 22,02%. Esses números foram divulgados ontem pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e encaminhados ao relator da reforma no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), que pretende concluir a análise em outubro. A reforma prevê a criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), substituindo o ICMS (estadual) e o ISS (municipal), e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que unificará PIS, Cofins e IPI (federais). (Estadão)

Já o líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR) afirmou ontem que a bancada do partido está disposta a “abrir mão”, por ora, de uma eventual proposta de aumento da tributação de pessoas com renda milionária, mas não de bilionários. A meta é concluir o quanto antes as principais reformas em tramitação. (Poder360)

Para ler com calma. Em entrevista à revista Marie Claire, a ministra Cármem Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, fala dos desafios que enfrentou ao longo da carreira e defende uma mulher negra na Corte. “Como cidadã, acho uma coisa luxuosa, maravilhosa e necessária uma mulher negra no STF. Numa sociedade em que a maioria é negra, e que essa maioria tem uma história tão torturante, tão injusta e sofrida, é realmente imprescindível.” (Marie Claire)

O voto de Minerva do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi essencial para o corte na taxa básica de juros na semana passada. A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada ontem, tentou dar um ar de normalidade à divisão, conta Míriam Leitão: “O documento apontou que, apesar da decisão final ter sido por uma redução de meio ponto, os integrantes do colegiado julgaram ‘haver mérito’ em uma queda de 0,25 ponto, e que qualquer das opções pode levar a inflação à meta no futuro.” A ata detalha os pontos de divergência entre os oito diretores e o presidente do BC. (Globo)

O cientista político Christian Lynch, nosso colunista, dispõe-se a analisar a fala de Romeu Zema para além da carga ideológica. No Meio Político desta quarta, ele provoca o leitor a examinar se há mudanças estruturais nas configurações socioeconômicas do Brasil que pressionem por alterações na correlação de forças entre as regiões. Se você é assinante premium, o texto estará na tua caixa a partir das 11h. Se não é, assine!

Cultura

É difícil não falar de Taylor Swift. A MTV divulgou ontem a lista de indicados ao Video Music Awards de 2023, e a cantora aparece em oito categorias, por conta da canção Anti-Hero (YouTube). Atrás dela, com seis indicações, está SZA, concorrendo em seis categorias com Kill Bill (YouTube) e Shirt (YouTube). E o Brasil está representado mais uma vez por Anitta, indicada a melhor clipe latino com Funk Rave (YouTube), cantado em espanhol, mas filmado numa comunidade do Rio. Ela tenta a dobradinha, pois venceu nesta categoria no ano passado com Envolver (YouTube). Os vencedores do VMAs serão anunciados no dia 12 de setembro em Newark, nos EUA. (g1)

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Para ler com calma. Na opinião de Paulinho da Viola, Wilson Batista foi “o maior sambista de todos os tempos”, mas o artista, muito popular entre 1930 e 1950, morreu pobre e esquecido em 1968. Agora, sua obra é resgatada no álbum duplo Eu Sou Assim (Spotify), organizado pelo pesquisador e músico Rodrigo Alzuguir, e por um show de Mônica Salmaso, que interpreta no álbum a inédita Calúnia (Spotify). (Globo)

Em 1986, Laerte Coutinho, já então um dos nomes mais importantes do quadrinho e do cartum nacionais, apresentou aos leitores O Condomínio, tirinha que ironizava a vida em prédio com personagens antológicos como os gatos, o Zelador, o Síndico e Fagundes, o Puxasaco (assim, com um s só mesmo). Agora, todas as tiras desse ciclo estarão disponíveis no sétimo volume da coleção Laerte Total, que reúne sua obra em ordem cronológica. A cartunista está fazendo uma promoção de pré-venda via Catarse.

Cotidiano Digital

Após críticas dos usuários, o Zoom anunciou alterações em seus termos de serviço. A atualização que estava em vigor há cinco meses passou a permitir o treinamento de modelos de inteligência artificial (IA) com dados dos clientes. As mudanças anunciadas sem aviso concediam à empresa um controle abrangente sobre os dados dos usuários para fins de treinamento de IA. Em postagem no blog oficial, o Zoom informou que atualizou seus termos e que não treina mais modelos de IA em vídeo, áudio ou bate-papo “sem o consentimento do cliente”. (Época Negócios)

Aliás... A empresa, cujo nome se tornou sinônimo de trabalho remoto durante a pandemia, ordenou que seus funcionários voltem ao escritório. A Zoom disse acreditar que uma “abordagem híbrida estruturada” é mais eficaz e que as pessoas que moram a 80 quilômetros de um escritório devem trabalhar presencialmente pelo menos duas vezes por semana. (g1)

A partir desta semana, usuários do WhatsApp terão a opção de compartilhar a tela do celular ou do computador enquanto fazem videochamadas. Até então, não era possível compartilhar nenhuma mídia na mesma tela da chamada no app, bem como fazer ligações de vídeo em modo paisagem. Com a atualização anunciada ontem pelo presidente da Meta, Mark Zuckerberg, a ferramenta também vai estar disponível em todas as modalidades de chamada, mesmo aquelas que não tenham nenhum elemento de apresentação conjunta. (Estadão)

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