Edição de Sábado: Doze presentes

Estava com nove anos, pulei o muro do estádio para ver o jogo do Palmeiras, mas um guarda me flagrou, fui colocado para fora. Fiquei magoadíssimo. Por que eu não era como aqueles meninos cujos pais entravam com eles para assistir aos times de São Paulo que vinham à minha terra?
Meio Perspectiva: Energia em transição

A tarefa de migrar de uma economia baseada em combustíveis fósseis — petróleo, carvão, gás natural — para uma matriz de energia renovável, que resulte em menores emissões de gases de efeito estufa, é o desafio deste século. A chamada transição energética, como esse processo foi batizado, está em curso, mas em velocidade muito aquém do necessário para evitar os piores cenários das mudanças climáticas, o objetivo central do Acordo de Paris.
Senado aprova PEC do Corte de Gastos

Resta apenas a votação do último projeto do pacote, sobre salário mínimo e concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Apesar de avanço, versão final do texto se afastou do que o governo pretendia, “desidratando” alguns pontos relevantes como controle de supersalários. Superior Tribunal Militar reduz penas de militares condenados por morte de catador e de músico no Rio de Janeiro. “Ainda Estou Aqui” é indicado a prêmios da crítica londrina e paulista. E Google prepara aba com Modo IA para seu mecanismo de buscas.
Câmara desidrata pacote fiscal e votação é adiada para hoje

Apesar de concessões que reduzirão a contenção de gastos prevista, governo não consegue votos suficientes para aprovar PEC do pacote fiscal e presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), adia análise do projeto para a manhã de hoje. Diante de incertezas, dólar dispara 2,82%, maior alta diária em dois anos, cotado a R$ 6,26. Senado aprova lei que proíbe uso de celulares durante as aulas. Disney volta ao universo do Rei Leão com “Mufasa”. E Suprema Corte americana vai avaliar lei que pode proibir o TikTok nos EUA.
Jovens lideranças evangélicas

Quando falamos sobre a interface da religião e política, especialmente sobre evangélicos, é importante dar rosto a esses atores e atrizes. Temos destacado que mulheres são a maioria entre o segmento evangélico e que esse e outros fatores como renda, território e raça dizem muito sobre suas realidades, demandas, valores, preocupações e críticas sobre o atual cenário político. Ao fazer esse recorte de gênero, pode-se questionar: quem são as mulheres evangélicas atuantes na política? Como elas enxergam a ligação entre a fé e a vida pública? O que elas destacam como principais desafios para as eleições de 2026?
Câmara aprova primeiro projeto do pacote de corte de gastos

Após reunião fora da agenda entre ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), texto-base que limita benefícios fiscais e despesa com pessoal em caso de déficit recebe aval de deputados e deve ser votado até sexta-feira no Senado. Vini Jr. é eleito melhor jogador do mundo pela Fifa. “Ainda Estou Aqui” é pré-indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro. E Meta recebe multa de € 251 milhões por violação de segurança no Facebook.
Com alta recorde do dólar, governo cede para votar pacote fiscal

Executivo acelerou nomeações de indicados pelo Congresso para agências reguladoras. Em troca, Lira uniu as PECs da reforma tributária, a ser votada hoje, e do ajuste de gastos. Tensão no mercado levou o dólar ao maior valor da História, R$ 6,09. Prisão de Braga Netto eleva pressão por delações. Áreas queimadas no Brasil aumentaram 90% este ano. Justiça manda tirar das redes canção de Adele suspeita de plagiar samba. E o TikTok vai à Suprema Corte dos EUA tentar reverter banimento no país.
Após prisão, PF quer saber quem financiava Braga Netto

Preso por tentar obstruir investigações, general entregou dinheiro a major para planejamento de ações golpistas, afirmam o delator Mauro Cid e agentes federais. Presidente Lula recebe alta antes do previsto, mas segue em São Paulo até quinta-feira, quando fará nova tomografia. Taxa de mortalidade por Aids no Brasil é a menor em uma década. Ruth Rocha, uma das maiores autoras infantis do Brasil, planeja novos livros aos 93 anos. E conheça as startups mais disruptivas de 2024.
Edição de Sábado: Senhor Coragem

Tem um caso que me angustia mais que todos. Heleny Telles Guariba. Ela era artista de teatro, era socióloga. E ela entrou para a VPR, Vanguarda Popular Revolucionária. Foi presa. Heleny acabou se envolvendo com um rapaz da VAR-Palmares, uma organização próxima da VPR, que era o José Olavo Leite Ribeiro. Me tornei advogado do Zé Olavo, contratado pelo pai dele, e o Zé me pediu para defender também sua companheira. Eles se conheceram na clandestinidade, namoraram com nomes de guerra [Luci e Alcides]. A prisão dela foi relaxada. Ela era um encanto de pessoa. Eu era pombo-correio e levava cartinhas para o Zé Olavo, que seguia preso. A imposição era de que, nas cartas, não se falasse de política, só se fizesse amor. Alguns meses depois, eu estava na auditoria, e o procurador Durval Airton Moura Araújo, que era muito simpático, mas era um filho da puta, me falou que havia pedido a prisão de Heleny novamente. “Estou convencido de que ela voltou para a subversão“, ele disse. Telefonei para Heleny e disse que precisava falar com ela, com urgência. Falei para nos encontrarmos às oito em ponto. A palavra “ponto” significa encontro na linguagem subversiva. Ela sabia onde eu estava morando. Eu estava em casa com minha mulher, meus filhos, meus sogros. Oito em ponto eu desci. Havia uma Veraneio na porta — e todos os carros do DOI-Codi eram Veraneio. Aquele estava encomendado para nós. Seríamos presos. Quando eu olho, Heleny vem pela calçada e estava de cabelos vermelhos. Ela devia mesmo ter voltado pra clandestinidade. Eu dei um abraço nela e falei em seu ouvido: “Heleny, os homens estão aí. É possível que sejamos presos”. Ela quis ir embora. Pedi que tivesse calma. E que me telefonasse a cada três dias, ofereci dinheiro. Ela começou a chorar. Virou as costas e saiu correndo. Passou pelo Arena para conversar com o Gianfrancesco Guarnieri. Foi para o Rio, encontrou com Paulo de Tarso Celestino, da ALN, do Marighella. Heleny foi presa no Rio e levada para a Casa da Morte, em Petrópolis. Lá, ela foi morta.