Brigadeiro confirma apoio da Marinha ao golpe e ameaça de prisão a Bolsonaro

O ex-comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, confirmou em depoimento ao STF que acompanhou as discussões para o planejamento de um golpe de Estado orquestrado para impedir a posse do então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Baptista Júnior afirmou que teve acesso à minuta do golpe, preparada no Planalto, e que testemunhou o então comandante do Exército, general Freire Gomes, ameaçar prender o ex-presidente Jair Bolsonaro caso ele levasse a cabo os planos golpistas. “O general Freire Gomes é educado e não falou com agressividade ao presidente [Bolsonaro]. Foi isso que ele falou, com calma e tranquilidade: ‘Se você tentar isso, eu vou ter que lhe prender’. Foi isso que ele disse.” (CNN Brasil)
Baptista Júnior disse que participou de um “brainstorm” com Bolsonaro e outros ministros do seu governo acerca das possibilidades de prisão de diversas autoridades, entre elas o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo que investiga a trama golpista. Segundo ele, Bolsonaro apresentou em uma reunião a proposta de diferentes medidas para reverter o resultado das eleições. “Eu lembro bem, houve a seguinte discussão: Vai prender o Alexandre de Moraes, presidente do TSE? Vai.” (O Globo)
Ainda em seu depoimento à Primeira Turma do STF, o tenente-brigadeiro confirmou que o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, colocou-se à disposição de Jair Bolsonaro para executar o plano golpista. “O almirante Garnier não estava na mesma sintonia, na mesma postura que o general Freire Gomes. Em uma dessas reuniões, chegou a um ponto em que ele falou que as tropas da Marinha estariam à disposição do presidente.” (Estadão)
O tenente-brigadeiro disse que o general Braga Neto, candidato derrotado à vice na chapa de Bolsonaro, incentivou ataques a ele e à sua família. Segundo contou, a intenção do general era fazer com que ele mudasse de ideia e passasse a apoiar o golpe. “Ainda me chamam de melancia.” (Valor Econômico)
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou ontem que Alexandre de Moraes pode ser alvo de sanções do governo dos Estados Unidos. Rubio confirmou que as sanções contra o ministro do STF estão em estudo e que há uma grande possibilidade de serem aplicadas. Moraes é considerado um inimigo por parte de integrantes do governo Trump por conta das investigações contra os planos de golpe de Estado. (Poder 360)
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com a reeleição para prefeitos, governadores e presidente da República. O texto também amplia para cinco anos os mandatos de todos os cargos eletivos, como vereadores, deputados estaduais, deputados federais e presidente. A PEC, no entanto, propõe a redução dos mandatos dos senadores de oito para cinco anos. O projeto aprovado na CCJ ainda unifica as eleições, que passariam a ocorrer de quatro em quatro anos, e não mais de dois em dois anos, como é hoje. (g1)
Por enquanto, nada muda. O texto ainda precisa ser analisado pelo plenário do Senado e, depois, pela Câmara dos Deputados, onde pode sofrer alterações, antes de seguir para promulgação. Mesmo que seja aprovada com urgência, a PEC não afetará as próximas eleições. A proposta prevê que o fim da reeleição passe a valer para prefeitos em 2028 e para presidente e governadores em 2030. (UOL)
Meio em vídeo Janja acaba de ganhar sua terceira grande condecoração. Acha que pode pular protocolos diplomáticos seculares. Considera que qualquer crítica a ela é machismo. Janja é um problema. Confira a opinião de Pedro Doria no Ponto de Partida.
Um casal de funcionários da embaixada de Israel nos Estados Unidos foi assassinado a tiros na noite de quarta-feira ao sair de um evento no Museu Judaico, em Washington. Yaron Lischinsky e Sarah Milgrim deixavam o local com outras duas pessoas quando um homem identificado como Elias Rodriguez disparou contra o grupo. Ele foi preso por seguranças do museu e, segundo a polícia, gritava “Palestina livre” ao ser detido. O presidente Donald Trump condenou o ataque, que atribuiu a antissemitismo, enquanto o governo israelense disse que vai reforçar a segurança de suas representações diplomáticas. (AP)
Para ler com calma. A Rússia teria usado o Brasil como uma de suas principais bases para a criação, formação e treinamento de espiões destinados a atuar globalmente. A Polícia Federal, com o auxílio de serviços de inteligência ocidentais, conseguiu identificar ao menos nove agentes russos que operavam com identidades falsas brasileiras. Alguns dos espiões moraram por anos no Brasil, onde mantinham uma vida pessoal e profissional sem levantar suspeitas. (New York Times)
O Itamaraty e a PF não se manifestaram sobre a reportagem do jornal americano. A ordem é manter silêncio até que a investigação seja concluída e divulgada. (Estadão)
O presidente americano, Donald Trump, constrangeu de forma inédita o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, no Salão Oval da Casa Branca, durante um encontro aberto à imprensa entre os dois chefes de Estado. Logo no início da reunião, Trump deixou o Salão Oval à meia-luz e exibiu um vídeo repleto de alegações falsas de que a África do Sul promove um genocídio contra a minoria branca do país, os africâneres. Além do vídeo, Trump distribuiu artigos impressos que supostamente provariam que existem milhares de casos de racismo contra a minoria branca no país. (Washington Post)
Após o encontro, Trump disse que o governo americano aceitou formalmente o Boeing 747 oferecido pela família real do Catar para ser o novo Air Force One. De acordo com o Departamento de Defesa, o avião precisará passar por modificações em seus sistemas de segurança para começar a ser usado regularmente por Trump. (CNN)
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Viver
O Senado aprovou na noite desta quarta-feira o projeto da Lei Geral do Licenciamento Ambiental, que, na prática, afrouxa as regras de autorização para atividades que afetam o meio ambiente. A mudança mais séria, festejada pela bancada ruralista, substitui o licenciamento para atividade agropecuárias por uma “certidão declaratória” em que o próprio fazendeiro diz que não está explorando de forma ilegal o meio ambiente. Uma emenda do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), criou ainda o licenciamento por decreto, que poderia ser aplicado à exploração de petróleo na foz do Amazonas. O Ministério do Meio Ambiente divulgou nota criticando o projeto, também condenado por cientistas e ambientalistas. Como foi modificado, o texto voltará para a Câmara. (g1)
Míriam Leitão: “O Brasil carrega seus defeitos. O golpismo militar, que desta vez fracassou. O racismo sempre presente. E a ideia de que o arcabouço ambiental é um estorvo ao desenvolvimento e, por isso, é preciso atirar contra esse ordenamento.” (Globo)
Enquanto isso... O Brasil lidera o ranking da plataforma Global Forest Watch, ao perder cerca de 2,8 milhões de hectares de florestas tropicais primárias, sua pior marca desde 2016, representando 42% da devastação global. O relatório produzido pela ONG ambientalista World Resources Institute (WRI), com dados da Universidade de Maryland, nos EUA, revela que os incêndios foram responsáveis por quase metade da destruição florestal no mundo todo em 2024. (UOL)
Um estudo publicado pela revista Nature Communications indica que manter o aumento da temperatura global limitada em 1,5°C, definido no Acordo de Paris em 2015, pode já não ser o bastante para evitar o derretimento das geleiras e a subida do nível dos mares. A delimitação da temperatura, considerada segura por pesquisas da época, não é mais vista como suficiente pelas novas descobertas da equipe formada pelas universidades de Durham e Bristol, no Reino Unido, que apontam para a necessidade de frear o aquecimento em 1°C. (g1)
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) afastou cautelarmente a juíza Maria do Socorro de Sousa Afonso e Silva por impedir um aborto legal em uma adolescente de 13 anos vítima de estupro. A desembargadora Doraci Lamar Rosa da Silva Andrade também será investigada pelo CNJ. Em 2023, o Tribunal de Justiça de Goiás negou o aborto à menor, atendendo ao pedido de seu pai. Apesar do desejo da adolescente de interromper a gravidez, a juíza Maria do Socorro autorizou o procedimento apenas com técnicas para preservar o feto, enquanto a desembargadora proibiu a interrupção da gravidez. (Folha)
Panelinha no Meio. Nós já trouxemos pesto de rúcula, de agrião e dos mais variados ingredientes. Está na hora de fazermos o mais tradicional de todos, o pesto genovês, com manjericão. Delicioso com massas, frango, saladas e o que mais se imaginar.
Cultura
Rita Lee se foi há dois anos, mas vai viver para sempre na sua arte. Ainda assim, tudo que nos faça lembrar dela é bem-vindo, o que nos leva à principal estreia desta quinta-feira nos cinemas, o documentário Ritas, de Oswaldo Santana e Karen Harley, trazendo, entre outras coisas, a última entrevista da cantora. Temos ainda a, supostamente, última aventura de Tom Cruise como Ethan Hunt, a nova reciclagem da Disney e dois longas que abordam a tentativa de começar uma vida totalmente diferente. Confira todas as estreias e veja os trailers no site do Meio.
O drama romântico A Useful Ghost, de Ratchapoom Boonbunchachoke, venceu o prêmio principal na Semana da Crítica de Cannes. O longa é estrelado pela renomada atriz tailandesa Davika Hoorne, que interpreta Nat, uma mulher morta por causa da poluição e que retorna como um fantasma na forma de um aspirador de pó, determinada a salvar sua família de um destino semelhante. O Prêmio Toque Francês do Júri foi para o documentário autobiográfico Imag, do diretor checheno radicado na França, Deni Oumar Pitsaev, que explora seus planos de construir uma casa com design futurista, em desacordo com a paisagem e as tradições locais do Cáucaso, na fronteira com a Chechênia. (Deadline)
O Brasil tem um sério problema em guardar sua memória musical, ao não construir ou incentivar a construção de museus para abrigar sua rica história. Mas uma iniciativa em Goiânia procura suprir essa falta com a exposição Não Vou Negar: Artes Visuais, Território e Música Sertaneja, que fica em cartaz até 28 de junho no Centro Cultural da Universidade Federal de Goiás. Com curadoria de Paulo Duarte-Feitoza, pesquisador e professor da Faculdade de Artes Visuais da UFG, a mostra reúne trabalhos de 30 artistas, que compõem um retrato da sonoridade e contradições da música sertaneja. (Folha)
Cotidiano Digital
O Google anunciou uma nova ferramenta que permite verificar se um conteúdo foi criado com a assistência das ferramentas de IA da empresa. De acordo com Pushmeet Kohli, vice-presidente de Ciência e Iniciativas Estratégicas do Google DeepMind, o SynthID Detector é “um portal de verificação” capaz de “identificar de forma rápida e eficiente o conteúdo gerado por IA feito com o Google AI”, podendo ainda “destacar quais partes do conteúdo têm maior probabilidade de ter uma marca d'água com SynthID”. Essas marcas d'água SynthID são aplicadas a imagens, textos, áudios e vídeos gerados em modelos da companhia, como Gemini, Imagen, Lyria e Veo. (The Verge)
Após encerrar serviços como patinetes e delivery de comida, agora, a aba Mercado da Uber será descontinuada no Brasil em junho. A empresa anunciou recentemente parceria inédita com o iFood, até então seu rival direto, e a partir do segundo semestre, usuários poderão acessar serviços de um app pelo outro. A mudança também reflete o foco no plano traçado pela CEO Dara Khosrowshahi, que quer transformar a Uber em uma plataforma de mobilidade e conveniência. “Se a Amazon é a empresa da entrega para o próximo dia, queremos ser a da próxima hora”, afirmou recentemente. (UOL)
O FBI voltou a alertar usuários de iOS e Android sobre uma nova campanha de golpes virtuais nos EUA. Os criminosos estariam se passando por autoridades do governo, usando inteligência artificial para falsificar mensagens e até números de telefone. Segundo o alerta, os ataques envolvem textos, áudios e vídeos manipulados, dificultando a identificação de fraudes. A recomendação, neste caso e em outros golpes similares, é a de sempre desconfiar, verificar a origem de mensagens e ligações e evitar responder ou atender chamadas suspeitas. (Globo)
“Dois episódios de agressão em universidades públicas brasileiras voltaram a alimentar um velho e perigoso padrão: a naturalização da violência política por parte daqueles que se dizem guardiões da democracia”. No Meio Político, Wilson Gomes analisa como a violência tem sido compreendida como legítima e até heroica. A edição está aberta para todos. Leia na íntegra.