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O Brasil tem o potencial para ser um dos maiores polos mundiais de datacenters, espinhas dorsais da economia digital. Mas o tempo para abocanhar esse mercado é curto, muito curto, especialmente diante das necessidades para desenvolver inteligência artificial. Na Edição de Sábado, exclusiva para assinantes premium, Giullia Chechia relata o que ouviu de especialistas dos setores público e privado sobre o que o país está fazendo e ainda precisa fazer para não perder o bonde (ou seu equivalente em IA) da História.
Tem mais. Guilherme Werneck visita a Sala 24 de Maio, um pequeno espaço no centro de São Paulo, no último andar de uma galeria dominada pelos africanos, onde a arte contemporânea e a de rua se misturam. E Adriano Oliveira antecipa tudo sobre o filme “Vermiglio – A Noiva da Montanha”, de Maura Delpero, vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Veneza e representante italiano no Oscar, que estreia no Brasil na próxima quinta-feira.
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Sem confronto direto, Lula e Milei divergem sobre papel do Mercosul

Em meio a uma crise institucional interna sem sinais de debacle a curto prazo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou os problemas domésticos para trás e foi à Argentina para a reunião de cúpula dos chefes de Estado do Mercosul. Em Buenos Aires, Lula recebeu a presidência do bloco do presidente argentino Javier Milei, talvez o maior antagonista do governo brasileiro nas Américas. Em seu discurso, Lula fez uma defesa enfática do Mercosul e pediu que os países do bloco evitem negociar em dólar, dando prioridade às moedas locais nas transações comerciais. Lula também afirmou que, encerradas as longas negociações para um acordo com a União Europeia, o bloco precisa olhar para a Ásia, o centro da economia mundial, de acordo com o presidente brasileiro. (CNN Brasil)
Lula e Milei não entraram em um debate direto, como muitos esperavam, mas divergiram em pontos centrais sobre o Mercosul. Antes de transferir a presidência do bloco para o Brasil, o presidente argentino criticou a burocracia do Mercosul. Segundo ele, o bloco impõe restrições exageradas aos países, que estariam submetidos a uma espécie de “cortina de ferro”. Milei ainda afirmou que o Mercosul falhou em integrar as economias do bloco e acabou por “prejudicar a maioria dos nossos cidadãos em prol de privilegiar alguns setores”. (g1)
O presidente brasileiro preferiu não responder diretamente ao presidente argentino, mas declarou que a América do Sul se tornou uma área de livre comércio com regras claras. Lula também defendeu que o combate às mudanças climáticas será um dos pilares principais da presidência temporária do bloco pelo Brasil. “A América do Sul tem tudo para ser o coração desse processo”, disse o presidente brasileiro. Lula ainda defendeu uma maior integração dos países do bloco no combate ao crime organizado. (Estadão)
Apesar de não ter tido um encontro reservado com Milei, Lula abriu espaço na agenda para visitar a ex-presidente Cristina Kirchner, condenada pela Suprema Corte argentina a seis anos de prisão domiciliar por corrupção. Lula esteve com Cristina por quase uma hora e, ao final, postou nas redes sociais que foi até o apartamento da ex-presidente para “prestar minha solidariedade a ela e a tudo que tem vivido”. Depois do encontro, Lula retornou à embaixada do Brasil em Buenos Aires para reuniões bilaterais com os presidentes da Bolívia e do Panamá, além do Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel. (Folha)
Miriam Leitão: “Apesar das discordâncias, Milei e Lula encontraram pontos de contato na reunião do Mercosul”. (Globo)
A batalha entre Planalto e Congresso está longe do fim, apesar das tentativas dos ministros do Supremo de buscar uma saída intermediária para a crise do aumento do IOF. Enquanto parlamentares, juízes e autoridades do governo ensaiam acordos em Lisboa, no “Gilmarpalooza”, no Congresso a oposição garante que o projeto que concederia anistia aos réus da trama golpista vai para votação ainda este ano. Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido na Câmara, anda espalhando aos quatro ventos que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), prometeu à oposição que colocará o projeto de lei na pauta nas próximas semanas. No Planalto, aliados de Lula avisam que o movimento será visto como mais uma declaração de guerra. (Globo)
Motta não pretende colocar em votação a proposta original que chegou à Câmara e prevê a anistia pura e simples de todos que participaram dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. O presidente da Câmara estaria preparando alterações no texto para evitar o risco de um confronto direto com o STF, que está próximo de julgar a ação penal da trama golpista. A depender do acirramento da crise com o Planalto, Motta estaria disposto a colocar o novo texto na pauta antes mesmo do início do recesso do Congresso, na segunda quinzena de julho. (g1)
Enquanto isso... O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, reconheceu que a melhor saída para o impasse em torno do IOF é um acordo entre Executivo e Legislativo, mas disse que a Corte não vai se furtar a decidir. “O Supremo vai decidir, como decide tudo, interpretando e aplicando a Constituição da melhor forma possível, e se houver possibilidade de uma solução consensual, melhor ainda”, afirmou, rejeitando a avaliação de que o STF “se mete em tudo”. “Na verdade, tem sempre algum ator institucional relevante que traz o Supremo para essas discussões e pede para ele arbitrar essas demandas”, concluiu. (Folha)
A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou ontem o amplo pacote tributário e orçamentário proposto pelo presidente Donald Trump de forma mais tranquila do que o esperado tanto pela Casa Branca quanto pelo Partido Republicano. Ao contrário do que ocorreu no Senado, onde o vice-presidente JD Vance precisou usar seu voto de Minerva para aprovar o texto, na Câmara a chamada “Big Beautiful Bill” passou com relativa folga: 218 votos a favor e 214 contra. Apenas dois deputados republicanos votaram contra o texto, que seguiu imediatamente para sanção presidencial. A aprovação marca a primeira grande vitória legislativa do segundo mandato de Trump e a unificação do Partido Republicano em torno da agenda doméstica do presidente. (CNN)
O projeto de lei aprovado pela Câmara vai provocar mudanças profundas nas políticas tributária e orçamentária dos Estados Unidos. Trump conseguiu tornar permanentes os cortes de impostos para a parcela mais rica da população, como fizera ainda em seu primeiro mandato. Além disso, o Congresso aprovou cortes profundos nos gastos sociais — o maior em décadas. Recursos destinados a planos de saúde populares, programas de auxílio na complementação de renda e toda a rede de proteção social serão drasticamente reduzidos. O projeto também prevê um aumento substancial do orçamento militar, em especial para o controle das fronteiras. A estimativa do próprio Congresso é de que a nova lei ampliará o déficit do país em até US$ 3,3 trilhões nos próximos três anos. (Washington Post)
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Viver
Um implante contraceptivo inserido sob a pele do braço será oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir do segundo semestre, informou o Ministério da Saúde. Medindo 4 cm de comprimento e 2 mm de diâmetro, o Implanon libera etonogestrel continuamente na corrente sanguínea impedindo a liberação do óvulo e alterando a secreção do colo do útero, o que dificulta a entrada dos espermatozoides. O produto custa entre R$ 2 mil e R$ 4 mil na rede privada e deve ter 1,8 milhão de unidades distribuídas até 2026, sendo 500 mil ainda neste ano. (Globo)
Enfrentando uma onda de calor neste fim de semana e buscando alternativas ao ar-condicionado — que pode aumentar o calor nos centros urbanos em até 0,5º C —, Paris vai utilizar uma rede de tubos subterrâneos para resfriar monumentos históricos, como o museu do Louvre, com a água do rio Sena. Desde 1991, esse sistema pouco conhecido tem sido usado para resfriar mais de 800 edifícios franceses. O processo é realizado transferindo o calor do ar para a água fria bombeada através dos tubos para os edifícios da cidade. (g1)
O Vaticano publicou nesta quinta-feira um novo rito para que padres incentivem os fiéis a cuidar do planeta. A nova “missa pelo cuidado da criação” permite que os clérigos rezem para que os católicos “aprendam a viver em harmonia com todas as criaturas”. Especialista em liturgia católica, o reverendo Bruce Morrill afirma que o Papa Leão XIV deve levar adiante o cuidado com a criação defendido por seu antecessor Francisco, morto em abril. (Folha)
O atacante do Liverpool e da seleção portuguesa Diogo Jota, de 28 anos, e seu irmão André, de 25 anos, morreram nesta quinta-feira após um acidente automobilístico na província de Zamora, na Espanha. O jogador perdeu o controle e saiu da pista quando teve um pneu furado ao ultrapassar outro veículo. Pelo clube inglês, conquistou a Premier League da temporada 2024/25 e a segunda Nations League, com a seleção de Portugal. (UOL)
Cá este Meio venceu a edição deste ano do Prêmio Colunistas na categoria Veículo Eletrônico do Ano. A entrega da premiação, conferida pela Associação Brasileira dos Colunistas de Marketing e Propaganda (Abracomp), será no dia 8 de agosto, no Rio. Veja a lista completa de vencedores. (Janela Publicitária)
Cultura
A estreia mundial da ópera Oposicantos, de Flo Menezes no Theatro São Pedro, é a pedida certa para ouvidos inquietos em busca de um bom programa em São Paulo neste fim de semana. Para quem busca mais opções de filmes, o CCBB traz a mostra de cinema Japão na Tela ao longo deste mês. Mas também tem peça encenada dentro de um ônibus no Terminal Parque D. Pedro. No Rio, o Museu Nacional reabre parcialmente com parte do seu acervo icônico e uma exposição que mostra o processo de restauro do prédio. Ainda tem Letrux celebrando seus 20 anos de carreira no Circo Voador. Leia todas as sugestões no site do Meio.
Famoso por seus trabalhos com o diretor Quentin Tarantino, o ator Michael Madsen morreu em sua casa em Malibu nesta quinta-feira, aos 67 anos, após uma aparente parada cardíaca, segundo seus empresários. Nascido em Chicago, começou a atuar na companhia de teatro Steppenwolf, em 1980, servindo como aprendiz de John Malkovich. Sua carreira ganhou notabilidade ao viver Mr. Blonde no filme de Tarantino, Cães de Aluguel, parceria que se estendeu aos dois volumes de Kill Bill, Os Oito Odiados e Era Uma Vez em Hollywood. Também teve um papel fundamental como um mafioso em ascensão, ao lado de Al Pacino e Johnny Depp, no longa Donnie Brasco, de Mike Newell. Seu trabalho se estende aos seriados de TV como 24 Horas. (Deadline)
Reunindo a formação original do Black Sabbath pela primeira vez em duas décadas, o show de despedida dos palcos de Ozzy Osbourne, intitulado Back To The Beginning: Ozzy's Final Bow, será transmitido globalmente pela internet neste sábado. A performance acontece no Villa Park, em Birmingham, onde a banda começou, com participações de grandes nomes do rock, como Metallica, Guns N' Roses, Slayer, Pantera e Gojira. Os ingressos para o streaming estão disponíveis no site oficial do evento e terá toda a renda revertida para instituições beneficentes. (UOL)
Cotidiano Digital
Os sistemas da C&M Software, que haviam sido desligados após um ataque hacker afetar ao menos oito instituições financeiras, foram parcialmente restabelecidos, com aval do Banco Central. O restabelecimento ocorreu sob produção controlada e com reforço nos mecanismos de segurança, após o uso indevido de credenciais de clientes permitir desvios estimados em até R$ 3 bilhões via contas de liquidação, que são cofres digitais mantidos junto ao BC. A Polícia Federal já abriu inquérito para investigar o episódio, classificado como uma das operações mais sofisticadas contra o sistema financeiro nacional. Embora a estrutura do Banco Central não tenha sido invadida, o episódio expôs vulnerabilidades no elo entre fintechs e o Sistema de Pagamentos Brasileiro. (g1 e Metrópoles)
Meio em vídeo. No novo episódio de Pedro+Cora, os jornalistas Pedro Doria e Cora Rónai falam sobre o ataque hacker que ocorreu dentro de empresas que prestam serviços financeiros ao Pix, ligadas ao Banco Central, que sofreram um desvio de pelo menos R$ 400 milhões. No papo, falam sobre como o Pix funciona, como o desvio se deu, o prejuízo de cada banco, a empresa C&M Software e quais serviços prestam dentro do mercado financeiro, além da segurança e os riscos dentro de transferências Pix. (YouTube)
Os Estados Unidos suspenderam as restrições à exportação de softwares usados no design de chips para a China, uma trégua pontual em meio à escalada tecnológica entre as duas maiores economias do mundo. A medida, imposta em maio, colocava em risco o acesso chinês a ferramentas fundamentais no desenvolvimento de semicondutores e aumentava a tensão comercial entre os dois países. O recuo do governo americano reduz o risco de retaliações de Pequim e pode destravar a aprovação da fusão entre Synopsys e Ansys, ainda pendente na China. (Reuters)
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